Rumo à Customização – Parte 3 – Adequando o Sistema

Continuação desta série de artigos no caminho das soluções.

Na primeira parte deste tema, apresentei alguns embasamentos teóricos e práticos para demonstrar que o conceito de sistema “plano”, ou “neutro” ou ainda “equilibrado”, como muitos preferem chamar, pode ter se tornado um dos maiores erros da audiofilia.

Recebi inúmeras manifestações de surpresa, de aprovação ou reprovação desta sugestão, mas, ao final, me convenço de que, apesar de ser um conceito realmente bastante inovador, estamos sempre buscando exatamente isso, inovar para aprimorar.

Curiosamente, as manifestações de maior aprovação vieram de profissionais da área médica, principalmente de especialistas na área de audição, e também de engenheiros de som, que somaram informações novas e muito interessantes que incluirei nesta série de artigos.
Basicamente, eles se mostram surpreendidos até pelo fato de que esse conceito de customização não é tratado como regra, sendo renegado a terceiro, quarto ou quinto plano. Eles têm se mostrado unânimes em afirmar que esta questão é tão óbvia que deveria ser prioridade entre aqueles que buscam a reprodução de áudio mais correta possível para o seu caso.

Na verdade, fiquei surpreso em saber que a participação dos profissionais de som, mais especificamente aqueles envolvidos com gravações, para que o conceito da customização também ganhe importância é bastante grande.
Muitas gravações são concluídas com a aprovação final do músico ou dos profissionais de gravação, ou seja, em condições bastante particulares de audição, seja dos recursos do estúdio ou da percepção individual. Ou, ainda, razões de mercado forçam uma ou outra situação, como a ênfase dos graves para atender algumas demandas.

Se olharmos para este universo de fatores que influenciam na percepção sonora, veremos que cada vez mais nos afastamos da idéia do “som perfeito”, e percebemos que ele não existe na forma como antes imaginávamos.
Curiosamente, também não observamos isso em publicações especializadas que avaliam equipamentos, de forma ainda mais grave quando estas avaliações são puramente subjetivas.  Através de muitas formas, o mercado criou um conceito do que “é melhor ou pior” baseado em parâmetros falhos e assim bastante suspeitos.

Mas, como podemos adequar um sistema de som à nossa sala, à nossa “impressão digital auditiva” e a inúmeros outros fatores que distanciam até uma reprodução ao vivo daquela ideal, como já vimos antes?

Tomemos mais um exemplo… o “Loudness”.
A compensação dos extremos de frequências em baixo volume, muito conhecida como “Controle de Loudness” foi banida do universo dos audiófilos, assim como o controle de tonalidade.
Mas, foi essa decisão realmente correta? Eu, particularmente, acredito que não.
Muitos equipamentos de nível audiófilo tentam ressuscitar estes recursos, mas a resistência do consumidor é muito grande.
Não acredito que estes recursos representem perda de qualidade final, e meus argumentos nessa direção são muitos.
Primeiro, o mercado já oferece soluções tecnológicas capazes de realizar estas correções sem introduzir “defeitos” nos sinais de áudio (sinais elétricos), e veremos isso em breve na continuidade deste artigo. Segundo, porque um dos maiores problemas para a marginalização destes recursos não foram os conceitos em si, mas a má utilização prática destes recursos.
O Loudness e o equalizador gráfico, por exemplo, normalmente eram utilizados de forma indiscriminada, sem parâmetros ou referências, apenas ao gosto do usuário segundo o que mais lhe “agradava”.

Sabemos que nossos ouvidos não apresentam uma resposta de sensibilidade linear às frequências que compõem o espectro sonoro, e que quando reduzimos o volume do som, as freqüências mais baixas e aquelas mais altas se tornam menos evidentes aos nossos ouvidos do que as frequências médias. Ou seja, em baixos volumes os nossos ouvidos não conseguem manter a “linearidade” (sempre parcial) entre estas faixas de frequências. Isso é um fator físico, real e normal dos nossos sistemas auditivos.
A compensação “Loudness” foi uma solução genial muito empregada no passado para corrigir esta deficiência.
Mais uma vez percebemos aqui como é delicada a prática comum de avaliar equipamentos, pois até o nível de pressão sonora, o volume, em que cada um ouve o seu sistema pode interferir de forma muito significativa no resultado final.
Ou seja, para um determinado ouvinte um sistema pode ser perfeito, para o outro pode mostrar-se inadequado, pela simples preferência pessoal de volume.

Cada vez que nos aprofundamos nestes fatores da percepção auditiva e de outras interferências externas que estamos apresentando desde a primeira parte deste artigo, percebemos o quanto estamos realmente distantes do verdadeiro conceito de “alta-fidelidade”.
Sempre estivemos no caminho errado, apesar das sinalizações que estavam diante de nossos olhos, e que restaram desprezadas pela falsa sensação de supostas vantagens da simplicidade e “pureza” sonora obtidas com equipamentos e salas ditas “ideais”.

Soluções para a Customização de Sistemas

Diante deste quadro apresentado aqui, como podemos adequar o nosso sistema de áudio para obter a tão desejada alta-fidelidade de reprodução, que pode até fazer com que nossos sistemas apresentem algumas qualidades muitas vezes sequer experimentadas numa audição ao vivo?

A resposta para essa questão está na possibilidade de conseguirmos interferir em algum (ou alguns) ponto de nossa cadeia de reprodução e percepção sonora para realizar as alterações necessárias, lembrando que esta cadeia de reprodução inclui desde os equipamentos até a sala, e também o nosso sistema auditivo.

Em relação aos nossos ouvidos as opções são bem limitadas, e aguardo a colaboração de um profissional da área que poderá explorá-las de forma muito mais competente do que eu. Mas, basicamente, a nossa qualidade auditiva está muito relacionada aos cuidados com a nossa saúde e também em relação a alguns hábitos diários.

Algumas medicações podem afetar nossa audição, e podemos encontrar referências sobre isso lá no meio daquelas letras miúdas que estão na bula. O abuso destes remédios pode provocar danos de várias espécies.
Ao mesmo tempo em que uma alimentação correta pode nos ajudar em vários aspectos orgânicos, ela também pode favorecer no campo auditivo, e isto também deve ser considerado.
Alguns hábitos também devem ser reavaliados. Se o trabalho nos obriga a frequentar ambientes ruidosos, ou por uma ou outra razão acabamos expostos a ruídos, convém usar protetores auriculares. Os especialistas sugerem um nível de pressão sonora (em decibéis) recomendado para começar a utilizar dispositivos de proteção, mas experimente proteger seus ouvidos de ruídos muitas vezes normais de nosso dia a dia e depois apreciar uma música em seu sistema. Tenho certeza que perceberá nitidamente a diferença.
Até o ruído do motor do carro e do ar que o atinge quando em velocidades mais altas provocam um nível de ruído que pode reduzir significativamente a nossa sensibilidade auditiva. Por isso muitos audiófilos dizem que preferem ouvir música à noite ou de madrugada, depois que seus ouvidos “repousaram” um pouco.
Voltaremos a este tema em outro artigo.

Em relação ao nosso sistema de som, podemos também efetuar alguns ajustes. Algumas dificuldades são inerentes das “caixinhas pretas” que compõem nosso conjunto de equipamentos, e qualquer intervenção exige um conhecimento técnico específico, como no caso de amplificadores, players, etc.
Por conta disso, muitos audiófilos buscam ajustar seus equipamentos, na tentativa de obter um melhor desempenho, com a costumeira substituição de cabos. Particularmente, acho esta opção pouco razoável, apesar de ser a preferida de muitas publicações, fabricantes, lojas e outros tantos que faturam alto com a venda de cabos “de grife” com preços que beiram o absurdo (pelo que realmente valem).
Não se justifica um cabo custar tão caro quanto um carro semi-novo ou mesmo um popular novo. Isso é inaceitável.
Só mesmo na audiofilia acredita-se que um cabo caríssimo possua características tão “esotéricas” para superar as tão poucas exigências dos sinais de áudio. Afinal, cabos muito mais baratos são utilizados em aplicações bem mais exigentes e complexas, envolvendo frequências muito mais elevadas e bem mais exigentes.
Sabemos que um cabo não deve ser ruim, mas a diferença entre um cabo muito caro e um bom cabo barato está na forma em que ele propositalmente modifica o sinal, ou na forma em que ele é apresentado comercialmente e habilmente supervalorizado.

Um bom cabo barato pode conduzir perfeitamente e com total precisão o sinal elétrico que trafega em nossos equipamentos, e qualquer coisa diferente disso trata-se de uma interferência proposital.

É fácil, por exemplo, obter uma ênfase maior dos agudos e fazer o consumidor acreditar que houve uma ampliação do extremo alto da faixa, ou um incremento no detalhamento do som, muito comum quando se evidencia esta faixa de frequências, e aí, novamente, avaliações subjetivas acabam induzindo o consumidor à um erro ainda maior, pois este tipo de alteração pode ser facilmente medida ou visualizada em equipamentos eletrônicos até muito simples. Afinal, já somos capazes hoje de realizar intervenções no nível de partículas atômicas.
Mas, para manter a “magia e o mistério” do áudio hi-end, avaliadores fogem de medições objetivas e de testes cegos com as mais variadas desculpas.

Importante lembrar que para evidenciar uma faixa de frequências podemos aumentar a sua intensidade ou mesmo atenuar as demais faixas, como vi certa vez num teste de cabos, onde um pequeno capacitor de disco era introduzido no conector para provocar as mudanças desejadas e novamente induzir o ouvinte ao erro.
Alterando-se a indutância, resistividade e a capacitância de cabos é possível interferir na forma como determinadas frequências se comportarão.
Muitos “entendidos” se irritam com a afirmação de que cabos funcionam como equalizadores passivos ou como filtros, mas, não é isso o que acontece?
Nenhum cabo vai modificar o sinal para “melhor”. O cabo não sabe o que é o “melhor”. Ele simplesmente deve conduzir o sinal mantendo as suas características originais, e tão somente isso. E não necessariamente esta é uma qualidade de cabos caros.
Devemos desconfiar seriamente de cabos que provocam “profundas” alterações sonoras.

Mas, se o “troca-troca” de cabos não é o caminho mais adequado para realizarmos os ajustes em nossos sistemas, então de que outros recursos podemos dispor?
Cabo é um caminho fácil, mas apesar de muitos acreditarem que ele pode ser mais neutro que outras soluções, a verdade não é bem esta. Além disso, o seu custo pode ser bem elevado.

Uma solução possível para o ajuste de nosso sistema vem de outro componente que já adota muito esta característica de particularidade sonora: a caixa acústica.

A maioria de nós já pôde perceber como variadas caixas acústicas provocam diferenças muito mais significativas num sistema do que um amplificador, um player ou mesmo os cabos (importante lembrar que sempre fazemos referência a equipamentos hi-fi com um mínimo de qualidade audiófila).

Fabricantes de caixas acústicas gostam de apresentar gráficos bastante lineares da resposta de suas caixas em suas câmaras anecóicas.
Mas, estes gráficos são mesmo reais?
Se duas caixas apresentam respostas tão parecidas, segundo estes gráficos e seus fabricantes, porque os resultados são tão diferentes?
Dentre outras razões para explicar isso está no fato de que estes gráficos normalmente estão bem longe da realidade.
Já tive oportunidade de levantar duas curvas bem diferentes em duas caixas da respeitada fabricante Dynaudio, um par “casado” de mesmo lote (seriais sequenciais). Apesar destas diferenças entre elas, as caixas não apresentavam defeitos, eram novas, e mais tarde realizando outros testes percebi como duas caixas iguais, de mesmo lote, e do mesmo modelo e marca podem apresentar resultados diferentes.
Descobri isso realizando medições depois de “estranhar” o fato pela primeira vez quando tive que trocar duas caixas de posição. Se não tivesse feito isso, o fato não seria de meu conhecimento hoje, e por isso, mais uma vez, subjetividade é algo bastante perigoso numa avaliação, pois sempre acreditamos que as caixas estão “tocando” com características idênticas de reprodução.

Mas, além da variação da qualidade do processo industrial, as caixas apresentam uma variação muito grande na curva de resposta de frequências, e isso é um fato. Com a interação com a sala, seu posicionamento e outras variáveis, podemos ter uma ampla gama de variações possíveis para ajustar nosso sistema através das caixas acústicas, lembrando apenas que os critérios para isso são bastante complexos e levam em conta a curva que queremos na sala como resultado final, para compensar nossas variações auditivas.
Mas, apesar da complexidade, isso é possível, e existem recursos relativamente acessíveis para isso, como equipamentos capazes de levantar a curva do sistema (incluindo sala) e então compará-la com a nossa curva audiométrica.

O maior problema dessa solução é como testar inúmeras opções de caixas acústicas e identificar aquela que faça a correção necessária.
A idéia de definir uma caixa ideal para o nosso sistema é muito boa, mas na prática é algo muito difícil de conseguir.
Mas, nada impede que esta seja uma alternativa para, pelo menos, aproximar-nos de nosso objetivo.
Algumas caixas acústicas, por exemplo, apresentam agudos mais evidentes, ou mesmo médios ou graves mais destacados, ou o contrário, faixas mais atenuadas.
Conhecendo as nossas características auditivas e o comportamento geral do sistema, e conseguindo identificar o comportamento de algumas caixas, podemos reduzir bastante as tentativas de aproximar o sistema do ponto de operação desejado, mas, ainda assim o trabalho é grande e o resultado aproximado, na melhor das hipóteses.

Uma forma de melhorar esta experiência seria construindo caixas com as características exatas que precisamos, algo também bastante complicado, pois demandaria muito conhecimento técnico e diversos ensaios.
Como alternativa, poderíamos modificar uma caixa existente, seja através de seu divisor de frequências ou de seus alto-falantes. Mas, novamente, é um trabalho bastante complexo.

Uma alternativa seria a utilização de caixas acústicas “ajustáveis”. Infelizmente o mercado não oferece muitas opções nesta direção, e as poucas existentes são ainda bastante limitadas.
Para o terror dos audiófilos conservadores, algumas caixas acústicas hi-end, de elevada qualidade (e até de preço) possuem ajuste de agudos e de outras faixas, permitindo algum controle pelo usuário. Mas, novamente, estas opções estão ainda muito longe do que seria desejável. São como alguns controles de graves e agudos (até médios) encontrados em alguns amplificadores. Eles permitem alguma adequação, mas não com a precisão que os audiófilos precisam.

Numa variação desta última opção, optei por construir as minhas caixas, depois de me decepcionar com as opções existentes (em qualquer faixa de preços).
O projeto que levou muitos anos de pesquisa, desenvolvimento e testes de componentes, com a contribuição de um exército de profissionais da área com quem mantive muitos contatos em vários países, incluindo sérios colaboradores brasileiros, teve como premissa justamente a versatilidade de ajustar as caixas para qualquer condição de uso, considerando sala, equipamentos, características auditivas, gostos, etc.
São caixas para serem adaptadas a qualquer necessidade.

Estas caixas permitem alterações no divisor de frequências com muita simplicidade e sem o uso de qualquer ferramenta, modificando facilmente as suas curvas de resposta. É possível utilizá-las como caixas seladas ou sintonizadas por duto, sempre com uma ampla faixa de ajustes nestas duas condições (até o volume interno pode ser facilmente alterado).
Elas permitem, facilmente, uma mudança de impedância para 4 ou 8 ohms, e é possível selecionar a operação dos dois woofers existentes, funcionando conjuntamente ou apenas um de cada vez e de forma alternada, podendo utilizar o mais próximo ao piso ou aquele mais distante. Isso, aliás, provoca uma diferença bastante perceptível.
Tudo nestas caixas pode ser modificado, e a preocupação em relação aos alto-falantes foi apenas a de ter a disponibilidade de uma ampla faixa de resposta, permitindo, posteriormente, “trabalhar” dentro desta faixa conforme desejado.
Poucas caixas comerciais fornecem uma faixa de resposta tão generosa. A resposta dos agudos está bem acima do limite audível, os graves também possuem uma extensão bastante grande, até porque não houve preocupação com o tamanho das caixas, e por isso seu volume interno é bastante generoso com relação às exigências dos woofers.

Esta solução, apesar de sua dificuldade, recomendo a qualquer audiófilo que queira ter um sistema realmente sob controle.

Porém, mesmo esta possibilidade parece estar ainda um pouco longe do alcance de muitos audiófilos, apesar de que muitos usuários gastam muito mais em cabos caríssimos incapazes de realizar estas correções da forma necessária, do que gastariam com um bom profissional para construir caixas “personalizáveis” (cujo projeto colocamos aqui gratuitamente à disposição de todos os nossos leitores).

Na próxima parte deste trabalho comentaremos sobre uma alternativa bem interessante e mais fácil de ser implementada, e que venho testando há algum tempo e que pode ser o início de uma grande transformação do universo audiófilo.

PARTE 1 – Clique AQUI

PARTE 2 – Clique AQUI

PARTE FINAL – Clique AQUI

4 Comentários

  1. Caríssimo sr. Eduardo, meus parabéns, até que enfim alguma coisa nova nesta mesmice que tomou conta de nosso hobby.
    Tenho acompanhado com bastante interesse esta série de reportagens da customização de sistemas, e acho que o sr. está criando um marco histórico na linha de tempo do áudio hi-end, desmistificando velhos mitos e criando um horizonte mais novo e amplo para que nós sofridos audiófilos possamos fazer novas descobertas.
    Suas abordagens são sensacionais e já começam a incomodar muitos espertinhos com suas publicações “catálogo”, comerciantes e outros “dinossauros” que não enxergam ou não querem enxergar o que acontece diante dos olhos de todos.
    Tenho um amigo que trabalha com gravação musical e é bastante exigente na qualidade de seus trabalhos. Descobri que ele também é audiófilo e me surpreendi quando vi que o sistema de som dele não custa mais do que 5 mil reais, e foi montado com equipamentos usados. Tudo toca muito bem. Me senti um esnobe quando disse pra ele que havia gasto até hoje pelo menos 20 vezes mais do que isso no meu sistema.
    O sr. sabe o que ele me respondeu? que “Audiófilos em sua maioria são esbanjadores. Gastam onde não precisam gastar, e se esquecem de coisas mais importantes.”
    Recentemente ele me perguntou se eu estava lendo vossas reportagens de customização de sistemas, eu disse que sim, e ele me disse que foi isso que ele quis dizer naquele dia.
    Ele me comentou que a realidade do áudio que ele também prefere chamar de alta-fidelidade está bem abordada em vossos preciosos textos e que infelizmente o mercado caminhava em outra direção totalmente equivocada, onde basta dizer que um equipamento é de nível hi-end que o preço dispara assim como o interesse do comprador.
    Eu que já acompanhava estas reportagens com bastante curiosidade e agora com mais interesse ainda depois do aval deste respeitado profissional que fez estes comentários.
    Ele me emprestou uma revista de áudio profissional inglesa onde um artigo ali publicado dá conta que os caríssimos sistemas audiófilos poderiam ser descartados e substituídos por outros bem mais econômicos, pois na realidade o audiófilo gasta muito sem necessidade, e a abordagem que ele faz ali é bastante parecida com a sua, sem porém a mesma profundidade e o embasamento teórico e prático que o sr. está oferecendo em seu trabalho. Fiquei orgulhoso de saber que já temos um trabalho parecido no Brasil.
    O artigo comenta que não existe o sistema ideal, que cada ouvinte tem suas próprias características individuais e que enquanto os equipamentos não permitirem estas regulagens individuais nunca serão perfeitos como alguns dizem existir.
    Curiosamente ele afirma que grava seus discos com muito esmero e bastante fidelidade, mas que 1 a cada 1.000 vai ouví-lo mais próximo do jeito que ele criou, nunca igual, isso considerando o mercado audiófilo.
    Se o sr. permitir, gostaria de lhe enviar a reportagem inglesa para publicação no Hifi planet, apesar de estar em inglês.
    Estou muito curioso em relação ao desfecho destas reportagens e da solução que o sr. vai nos apresentar, e lhe agradeço por dividir suas experiências, idéias e conhecimento conosco de forma gratuita.
    Muito agradecido pelo tempo gasto por ler a certa de um velho falador e lhe deixo aqui um grande e forte abraço.

    Do amigo e admirador,

    Tadeu Rosa

  2. Sr. Tadeu,

    Muito obrigado pelas suas gentis palavras e de colaborar com o Hi-Fi Planet com este seu precioso depoimento.

    Se o Sr. puder me enviar o artigo pelo email que lhe encaminharei, ficarei muito agradecido, mas a publicação depende da autorização do seu autor, mas prometo entrar em contato com ele para conseguí-la.

    Um abraço,

    Eduardo

  3. Eduardo,
    Sensacional a sua abordagem. Explica muita coisas que ficam sem respostas no dia a dia.
    Estou curioso para saber qual a próxima solução para encontrar uma que me atenda. Vou nesta direção também pois já estou cansado de gastar com um monte de porcarias que leio nos testes de revistas.
    Já tem gente bronqueando com o seu artigo e as suas idéias, mas as razões são óbvias demais e os argumentos fraquinhos demais.
    Continue assim doa a quem doer. Todo mundo tem chance de mudar mas poucos admitem suas limitações e querem mudar.
    Muita paz e saúde.

  4. Caro Eduardo,

    Mais uma vez, parabéns por mais este artigo.
    Seu Blog, já algum tempo, faz parte -ou é base-
    das minhas conversas com os amigos aqui na Alemanha.
    Acabei até ganhando uma responsabilidade interessante;
    traduzir seus textos pra esses amigos.
    Desculpe se nao te pedi autorizacao para isso.

    É claro que os textos, após traduzidos, nao trazem as
    mesmas nuances e, provavelmente, tb nao a leitura agradável
    dos originais. Mas, tenho certeza q consigo passar
    o recado. E os amigos estao sempre perguntando se voce
    escreveu algo novo. Esses alemaes aqui sao curiosos.
    Conservadores talvez, mas curiosos.

    Um deles é categórico. “Enfim, alguém que consegue
    enxergar o óbvio!”, diz ele. E mais, “alguém q consegue
    explicar o óbvio de forma inteligente e interessante.”
    Outros ficam chocados à priori e, depois, acabam admitindo
    a lógica da argumentacao.

    Bem, talvez você já saiba através de seus contatos que,
    já existe 1 ou mais fabricantes de equipamentos de audio
    que discutem o retorno do equalizador, em novo formato
    e com outro nome, é claro.

    Segundo um engenheiro da área -tb colega nosso-, um
    dos grandes problemas é que a solucao equalizador
    tem um certo conflito com a definicao (qualidade) do audio
    por um motivo específico; a relacao com o divisor de
    frequências das caixas. O divisor de frequencias da caixa
    acaba redistribuindo um sinal que chega limitado, alterado
    ou enfatizado pela equalizacao. Ainda segundo ele, uma
    alternativa tecnicamente possível, é a implementacao de
    controles de frequência nas caixas acústicas, após o cross over
    (divisor de frequências). Nesse conceito, a caixa receberia
    o sinal do amplificador de forma convencional, o sinal
    passaria pelo divisor de frequências -até aqui, nada novo-
    e entao passaria novamente por um sistema de controle
    (ou de ajuste), sendo 1 por via (por falante). Isso aumentaria
    amplamente a flexibilidade da caixa no que diz respeito a
    atender ambientes diferentes, e também, ´gostos auditivos´
    diferentes. Ele também afirma que, por mais interessante
    que sejam os testes, a idéia é bloqueada pela área de
    marketing da empresa. O concorrência talvez viesse a
    chamar essas caixas por nomes e definicoes que poderiam
    danificar a imagem da empresa no mercado.

    Acredito que existam muitas ideías interessantes -de engenheiros
    de audio- que estejam hoje bloqueadas por simples preconceito
    ou ´conceitos errados´ por parte dos consumidores; entre esses
    a prepotente classe que se auto denomina `Audiófila´. Sem nenhuma
    intencao, é claro, de desrespeito aos indivíduos sérios dentro da Audiofilia.

    Grande Abraco
    André Dias

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