Uma Nova Leitura Sobre o Mundo do Áudio de Alta-Fidelidade

Depois de abordar o tema em nossa série de artigos “Rumo à Customização”, atualizo-o aqui com algumas novidades que incluem os resultados obtidos com o DSPeaker Anti-Mode.

 

A inclusão de um dispositivo DSP (no meu caso o Anti-Mode) foi o melhor investimento que fiz até hoje em meu sistema.

E acho que fui o primeiro a adquirí-lo no Brasil, mas tem um ponto importante.
Não adquiri o aparelho pelos seus objetivos em si, mas para tentar atender a um conceito que eu estava desenvolvendo da customização de sistemas.
A idéia não era corrigir a sala, mas ter o controle total sobre o sistema, podendo ajustá-lo de acordo com as minhas necessidades, que não se resumiam a corrigir desvios dos equipamentos ou da sala (como é feito de forma mais comum), mas também adequar todo o sistema à minha curva particular de audição.
O que me interessou no Anti-Mode foi a possibilidade de ajustar o sistema às minhas necessidades individuais, e nem tanto o seu ajuste automático em si.

Eu já estava buscando este ajuste através das caixas que construí, que permitem total controle sobre sua resposta, já que seus divisores de frequências são customizáveis.
Mas, eu queria algo ainda mais preciso, capaz de atuar sobre frequências específicas ou faixas mais estreitas, e aí haviam as opções de equalizadores e outros DSPs.

Depois de ler os reviews que começaram a sair do Anti-Mode, resolvi experimentá-lo, e foi uma boa surpresa.
Ele não só ajustava a sala de uma forma bem precisa e simples, e permitia a equalização também muito precisa que eu procurava, mas também trazia num mesmo pacote um pré-amplificador e um DAC de altíssimo nível, além de outros recursos interessantes.
Eu não o utilizo de forma isolada, mas também em conjunto com o Room Analyser da XTZ alemã, para confrontar os dois resultados. A minha conclusão é de que o Anti-Mode é bem preciso, e pode funcionar isoladamente como um dispositivo bem confiável.

Ainda, estou fazendo outros testes, e até agora não encontrei nenhum ponto negativo no equipamento senão a ressalva de que o controle remoto poderia ser um pouquinho mais adequado ao uso que fazemos dele. Mas, como já passei os códigos para o meu controle universal, mesmo esta questão já foi superada.
O próximo passo é realizar alguns “tweaks” no aparelho (vou relatar os resultados aqui), e tentar tirar um pouco mais dele.

Quanto ao seu preço, eu vejo da seguinte forma.
Muitos gastam fortunas comprando estes cabos elogiados e caríssimos que algumas revistas publicam, e que espertamente tentam colocá-los como “acessórios para ajustes finos”. Isto é uma grande bobagem, pois um cabo não tem a capacidade de realizar qualquer ajuste com precisão na faixa de áudio. No máximo, ele “dá uma enganada”, e acaba por expor outros defeitos. Por isso, muitos usuários vivem reféns das constantes trocas de cabos.
Para os fabricantes, revistas e sites que “empurram” esta opção, isto é ótimo, pois o faturamento com o preço irreal destes cabos é algo imensurável, e todos ganham (menos o usuário).

Mas, considerando que o Anti-Mode pode realizar qualquer ajuste fino (ou “grosso”) com muito mais precisão, e de forma muito mais ampla (coisa que nenhum cabo é ou será capaz), podemos concluir que seu benefício será muito maior do que a troca de cabos por modelos “audiófilos” caríssimos com qualidades duvidosas, ou seja, seu custo compensa totalmente pela comparação.
Cabos bem construídos e de ótima transparência, que não custam caro (e nem precisam custar), são suficientes em conjunto com o Anti-Mode para realizar qualquer ajuste num sistema de áudio do mais elevado nível, já que o Anti-Mode não causa qualquer efeito colateral na qualidade do sinal.

Fico feliz de ver algumas publicações sérias no mundo todo enaltecendo estas qualidades, mas não me surpreenderia nada se o aparelho fosse testado por aqui e avaliado como sendo “razoável para sistemas de entrada”, pois é óbvio que ele vai contra alguns “interesses”.
É triste ver publicações sérias internacionais testar alguns produtos e classificá-los honestamente como “não recomendados”, mostrando, inclusive, outras opções melhores, enquanto, por aqui, ver que todo aparelho testado é “magnífico”, “surpreendente”, “capaz de aumentar o silêncio de fundo de forma sepulcral”, “proporcionando um melhor equilíbrio tonal”, etc…  Tudo é incrivelmente maravilhoso.

No máximo dizem que já testaram centenas de produtos que eram puro placebo, mas nunca mencionaram quais foram estes produtos, e os “otários” dos consumidores que descubram por conta própria.
Não duvido nada que logo avaliem o Anti-Mode abaixo de suas verdadeiras qualidades, pois para eles é preciso alimentar a filosofia do “compre cabos e bem caros”.
Não por menos, muitos já andaram cutucando sobre o uso de dispositivos DSP em algumas oportunidades. O panorama vai se formando aos poucos.

Como não vivo de áudio, e nem me interessa, e só entrei nisso pela mesma paixão que me levou à fotografia, por exemplo, posso dizer o que penso e o que vejo, sem me preocupar em ferir interesses de fabricantes, revendedores, sites, fóruns ou publicações de toda espécie. Li, estudei muito e fiz inúmeras experiências com áudio, e isso já vai pra mais de 35 anos, juntando prática com conhecimento científico. Conhecimento este, aliás, de formação e não de leituras ou pesquisas pessoais somente.

Busquei a minha forma pessoal de implementar um sistema de som baseado nestas experiências científicas e práticas. Desenvolvi a minha própria teoria, que foi testada e comprovada.
Enviei uma exposição desta idéia para algumas publicações sérias (claro que lá de fora…), e recebi manifestações de curiosidade e de aprovação. Destas todas, três me pediram um artigo mais completo em inglês. Uma se limitou a comentar em algumas poucas linhas numa de suas edições, e as outras se calaram. Apesar de muito mais honestas que outras publicações que conheço, percebi que havia algo bem estranho nesta “passividade”, e a resposta me veio há algumas semanas.

Uma destas publicações, que o editor inclusive sempre foi muito amigo meu e sempre trocamos informações até bem “delicadas” sobre áudio, me escreveu se desculpando por não ter publicado o artigo.
Segundo ele, ficou fascinado com a idéia e a colocou em prática em seu sistema e de alguns amigos. Comentou que os resultados foram realmente surpreendentes, e quanto mais se aprofundavam nos testes, mais delicada ficava a situação deles como editores. Porque?

Ele me comenta em sua correspondência que o controle sobre o sistema de som e a sua customização, tendo como referência a nossa própria audição, e a idéia de que o som “real” deve ser prioridade em relação ao “som ao vivo” (que até agora sempre foi a base de um sistema de som audiófilo), mudam tudo o que se defendia até agora, colocando em xeque muitos conceitos e procedimentos já firmados, inclusive aqueles adotados em convencionais testes de equipamentos e acessórios, principalmente subjetivos.

Segundo ele, os “reviews” de equipamentos perdem todo o sentido, pois o que antes era classificado como fraqueza ou virtude, passa a ser algo ainda mais subjetivo e de pouca precisão, e para piorar a situação, são fatores perfeitamente “controláveis” hoje.
Ele afirma que ao admitir esta nova visão sobre sistemas de som, muita coisa perderá completamente o sentido, e a equipe editorial da revista não havia ainda compreendido a melhor forma de agir diante disso que ele chama de “uma nova leitura sobre o mundo do áudio de alta-fidelidade”, que é o título que ele já até escolheu para o meu artigo.
Ele disse que não descartou o artigo, mas que ele deve chegar com alguma reestruturação sobre os trabalhos que são feitos hoje por esta publicação especializada, e afirma que esta deva ser a mesma razão que impede outras publicações de também divulgar este tratado.

Ele afirma que publicar isso agora iria tirar o sentido de tudo mais que a revista inclui em suas outras páginas. Por isso uma coisa está vinculada à outra.
Ele faz uma comparação com automóveis esportivos, outra de suas paixões. Compara que seria algo como ele publicar um artigo demonstrando que a velocidade máxima até então medida nos carros testados por uma revista adotava um modelo equivocado, e que não era um valor real, e nas páginas seguintes continuar avaliando e apontando os veículos mais velozes segundo este mesmo conceito.
Ele comenta que isso é quase como uma fraude ao leitor.

O que quero dizer aqui é que o Anti-Mode é um exemplo abre uma grande porta para um mundo de novas possibilidades em áudio, e não só o ajuste da sala. Outro dispositivo, seja ele outro DSP de iguais qualidades, equalizadores de excelente nível ou até ajustes como aqueles que fiz em minha caixas, a possibilidade de se ter um sistema oferecendo um som mais real em muitos aspectos até que o próprio som ao vivo, e a possibilidade de não ficar mais escravo de equipamentos e caixas para se ter um sistema de som de elevado desempenho e “bem afinado” vale o custo destes investimentos.

Tenho recebido inúmeras manifestações de leitores que estão obtendo resultados muito animadores em suas experiências, e muitos afirmando que passaram a conhecer um novo universo de áudio que jamais imaginavam ser possível.
Eles percorreram todo o caminho proposto em nossa série de artigos que abordou o tema, desde a avaliação auditiva com precisão até a interação do sistema com a sala.
Com os ajustes feitos, comentam que sentem ter atingido o melhor nível de seus sistemas, sem agora depender mais das tentativas inúteis com acessórios caros e pouco efetivos. Muitos comentam que até fizeram um “downgrade” de cabos e perceberam que eles deixaram de ter a importância que eles achavam que tinham, o que ajudou a recuperar o investimento na implementação do novo conceito em seus sistemas. Outros afirmam que possuíam sistemas que antes eram considerados “de entrada”, e que agora estão causando inveja aos seus amigos com equipamentos caríssimos e mais renomados.

Muitos realizaram testes com equalizadores mais simples, outros utilizaram outros dispositivos DSP como o Behringer DEQ2496 (testados por nós e com algumas  limitações – será publicado em breve), e alguns usuários arriscaram fazer modificações em suas caixas (bem mais complicado). Mas, o Anti-Mode tem mostrado o melhor resultado até o momento, e, por enquanto, tem sido a nossa recomendação (que até então era a complicada modificação nos divisores de frequência das caixas).

Confesso que nunca estive tão fascinado com o meu sistema de som como estou hoje, que a minha paixão pelo áudio se multiplicou por muitas vezes, e que estou bastante feliz com estas experiências e seus resultados, e hoje recomendo a todos para pelo menos tentarem isso em seus sistemas, nem que seja com aquele velho equalizador que está jogado lá no “quartinho de bagunças”. Conheçam seu “ouvidos” e as suas necessidades individuais, e depois pensem num sistema de som em si.

 

Importante:
Novamente… o Hi-Fi Planet é um site totalmente independente e imparcial, sem qualquer vínculo de ordem comercial com quem quer que seja, nem mesmo abrigando anúncios ou patrocínios. O editor deste site atua em ramos profissionais completamente diferentes do áudio e, portanto, está desvinculado de qualquer aspecto comercial que envolva qualquer um dos produtos mencionados por nós.
Nosso objetivo, motivado pela paixão pessoal pelo assunto que virou um “hobby sério”, é simplesmente colaborar para a evolução da reprodução de som com qualidade no Brasil (e porque não em outros países?) levando os consumidores a tomar decisões mais acertadas, gastando menos por mais desempenho, e fugindo assim das inúmeras armadilhas deste segmento que é visto por muitos como possibilidade de ganhos fáceis.

16 Comentários

  1. Caro Eduardo.
    Concordo com tudo que voce citou nos artigos sobre o Anti-Mode e vou além, ou seja, hoje não admito um sistema de qualidade sem este equipamento.
    Além de corrigir as ressonancias da sala (todas elas tem) ele ainda pode corrigir outras frequencias acima de 150 Hz, tornando o sistema equilibrado.
    No meu sistema corrigiu picos de até 13 dB na frequencia de 120 Hz.
    Pena que o fornecedor que voce indicou não vende o equipamento e fui obrigado a importar por outros meios. Acho que o “fornecedor” julgou que a venda do Anti-Mode iria reduzir bastante a venda de novos equipamentos e cabos.
    Um grande abraço.
    Arnaldo Blezer.

  2. Olá Eduardo,

    Não dei se já fez essa experiência. Eu gostava de saber se a troca da fonte de alimentação do anti-mode por outra linear, tipo Sbooster, tem alguma melhoria no comportamento do aparelho.

    Abraço
    JoãoF

  3. Eduardo,
    Parabéns mais uma vez pelas suas abordagens.
    Entendo bem todo esse processo que direcionou seu belo trabalho a frente desse site.
    Eu também de forma independente, e por gostar de musica, sempre considerei o equipamento de áudio como um meio de me aproximar da forma mais fiel daquilo que considero mais importante, ou seja, uma audição fiel de Musica.
    Costumo perceber a diferença entre um audiofilo e um ” Audiota”.
    São sempre boas suas abordagens principalmente nos aspectos que envolvem escolhas ou opiniões que privilegiam a lógica, a objetividade, e o investimento a baixo custo, favorecendo os interesses legítimos dos audiofilos.
    Não se pode querer atropelar com comentários subjetivos as leis físicas e os princípios da eletricidade e da acústica.
    Continue sempre nessa direção.
    Abraço,
    Gilberto

  4. Olá Eduardo
    Sou fã do seu site, e acho que é hoje a fonte mais confiável de informação que temos hoje no Brasil, infelizmente, pois a carência de informações é bastante grande em nosso hobby. Percebo a sua dedicação, mas a atualização de informações é pouca para a necessidade. Gostaria de ver bem mais matérias suas por aqui, mas entendo que seu tempo também seja bastante limitado.

    De qualquer forma, é melhor ter pouco conteúdo com qualidade do que páginas e páginas de informações inúteis e tendenciosas como vemos em outros sites e revistas.
    Acho incrível como você faz as suas abordagens. Sua facilidade de nos mostrar a verdade que se esconde atrás das fantasias criadas pelo que você chama de “espertinhos” e “aproveitadores” (prefiro outros adjetivos que nem podem ser publicados aqui) é algo elogiável. A sua sinceridade, a sua imparcialidade e o respeito que você claramente demonstra, para não somente com seus leitores, mas pelo ser humano de forma geral acredito serem o sucesso daquilo que você faz.
    Sua paixão pelos animais é mais uma evidência da boa pessoa que você é, e só reforça o carinho e o respeito que eu e certamente muitos leitores temos por você.

    Todo este trabalho que você desenvolveu em relação ao que você chama de customização de sistema é algo histórico, e que deveria mudar a experiência do áudio como conhecemos. Se você seguir pelo caminho da psicoacústica vai chegar à uma conclusão também muito parecida, acredito eu.
    Acho um absurdo que ninguém publique este trabalho. Realmente as intenções do mercado de informação são bastantes claras agora.
    Acho que sua batalha será solitária, mas esteja certo de que muita gente está bem atenta a tudo isso.

    Aprendi e continuo aprendendo muito com você, e sempre aplico os seus ensinamentos. As poucas adequações que fiz em meu sistema depois de seus artigos realmente aumentaram a minha satisfação em ouvir música, e saiba que não sou um novato nisso, e achava que já sabia tudo o que precisava saber sobre o assunto. Grande engano.

    Gostaria de lhe sugerir uma seção de dicas sobre acertos no equipamento e outras idéias para melhorarmos o desempenho de nossos sistemas. Pelo que você escreve, percebo que você tem muitos truques para nos ensinar. Se puder atender este pedido, lhe agradeço.

    Muita felicidade para você, e muito obrigado por ser quem você é fazer o que você faz por esta “comunidade carente”.

    Um grande abraço

    Geremias

  5. Caro Arnaldo,

    O importador está correto, é aquele que foi indicado no final do teste.
    Ele vende e já vendeu muitas unidades, mas esteve afastado em viagem que pela fez ao exterior, talvez seja esta a dificuldade pela qual passou.
    Ele é muito honesto, um dos poucos que já conheci, diferente de muitos que conheço que querem mesmo tirar o máximo proveito da venda de acessórios desnecessários e temem pelas possibilidades de um dispositivo como este.
    Insisti muito que ele trouxesse este equipamento para o Brasil, por conta de sua honestidade e para ter a certeza que esta ferramente estaria à disposição dos audiófilos brasileiros sem o “sobre-preço” absurdo praticado por muitos.

    Um abraço,

    Eduardo

  6. Olá João,

    Em breve vou fazer esta experiência, e reportarei aqui os resultados.
    Também estou curioso sobre esta possibilidade.

    Abraço

    Eduardo

  7. Olá Geremias,

    Obrigado pela consideração.
    Vou pensar sobre estas dicas que você me pede. Já tive a intenção de escrever sobre isso aqui e tenho bastante material para essa “aventura”.
    Se o tempo ajudar…

    Abraço

    Eduardo

  8. Olá, Eduardo. Mais uma vez, eu o parabenizo por um texto muito conciso e muito bem redigido. O ajuste dos sistemas de áudio ao nosso padrão auditivo é a maneira mais racional de se montar uma sala para reprodução estéreo. Gostaria de aproveitar este espaço para te fazer duas perguntas:

    – o meu integrado é um Accuphase E-560. Ele é um integrado classe A que permite fazer regulagens de agudos e graves. Utilizando esses recursos adequadamente, eu conseguiria resultados semelhantes aos que eu conseguiria utilizando o Anti-Mode?

    – o Anti-Mode poderia ser usado para regulagem de sistemas multicanais?

    Muito obrigado pela atenção e parabéns pelas publicações,

    Renato

  9. Obrigado, Renato

    O Anti-Mode trabalha numa faixa mais ampla e com maior possibilidade de ajustes. Você pode, por exemplo, fazer um ajuste na frequência de 1 Khz, definindo precisamente o ganho ou a atenuação, e também a faixa passante. Pode, assim, fazer inúmeros ajustes conforme os problemas que encontrar com regulagens individuais. Já os controles de graves e agudos vão trabalhar de acordo com o que definiu o fabricante em termos de frequência central e banda passante, em apenas duas faixas.
    Com o Anti-Mode você vai fazer um ajuste preciso em cada ponto a ser tratado, dentro da proposta que sugeri.

    De qualquer forma, ter controles de graves e agudos já é um bom começo. Muitos audiófilos, por preconceito e falta de conhecimento, abomina estes controles, mas se bem implementados eles ajudam mais do que atrapalham.

    Sim, o Anti-Mode pode ser usado para sistemas multicanais. Mas, se for para ajustar somente os graves, você vai utilizar apenas uma unidade. Mas, se for para ajustar todos os canais, uma unidade apenas não será suficiente.

    Abração

    Eduardo

  10. Mais um excelente texto, Eduardo. Falou e disse.

    O fim do conceito de absolutismo auditivo coloca em xeque boa parte da crítica especializada. Porque se não há referência absoluta, e cada um tem a sua própria, de nada adianta possuir, ou dizer possuir, “ouvidos de ouro”.

    Também coloca em xeque boa parte da indústria. Porque se é possível mensurar e corrigir problemas de forma objetiva, deixa de haver justificativa para o mundo de recomendações esotéricas, sem comprovação científica, que infelizmente ainda existe no áudio.

  11. Boa noite
    Parabéns pelos artigos..
    Vai ser uma peça fundamental para eliminar o crossover e poder fazer a tão sonhada condição Ideal: Amplificador acoplado diretamente ao Alto-falante;
    Você afirma que Anti-mode tem um excelente DAC, saberia me responder qual o circuito integrado é utilizado no Decoder de áudio.
    abs.
    Erlons

  12. Bom dia Erlons

    Desculpe a demora na resposta, mas confesso que tive que consultar o fabricante para conseguir a sua resposta, e a resposta chegou hoje.
    Publico aqui a resposta na íntegra, e você pode traduzí-la no Google, ou se tiver afinidade com o idioma inglês traduzí-la e interpretá-la de forma mais precisa:

    Hello Eduardo,

    We’re using an in-house DSP chip of VLSI Solution. Two DAC’s (and ADC’s) are used per audio channel, this differential arrangement keeps harmonic distortion in check, before the digitally controlled analog volume control coupled with differential op-amps provide the final output.
    Also, the chips are tested with a special test program in production especially for this application.

    Abraços

    Eduardo

  13. Eduardo,

    Como vai?

    Meu nome é Ângelo e sou de São José dos Campos, SP.
    Sou formado em engenharia e atualmente em vias de me aposentar.
    A música sempre esteve na história da minha família e sou um audiófilo assumido, bastante exigente e com um sistema de som de bom nível.
    Todos os meus equipamentos foram comprados por mim mesmo, a maioria no exterior em minhas viagens a trabalho ou a passeio. Sempre tomei como base as avaliações da Audio alemã, depois de confirmar a seriedade desta publicação e das referências do Sr. Knirsch, também engenheiro e que tem o meu mais profundo respeito pela sua seriedade e disponibilidade em ajudar.

    Apesar de um sistema bem atualizado, e com componentes caros e topo de lista da Audio, confesso que sempre achei que ainda faltava algo, que alguma coisa ainda estava fora do lugar.
    Devo ter gasto uma pequena fortuna com cabos, também acreditando nas sugestões do editor de uma revista nacional com quem troquei algumas conversas, mas, como você bem menciona aqui, cabos são um péssimo caminho para ajustar um sistema de som.
    Esse papo de “afinação” do sistema realmente não passa de conversa para provavelmente vender cabos, pois na prática mais atrapalha do que ajuda. Se o que investi em cabos tivesse guardado, hoje poderia comprar um bom carro de luxo importado com o valor.

    Em minha última viagem para o exterior, resolvi trazer um anti mode debaixo do braço (apesar de sempre pagar todos os impostos devidos) depois de ler alguns artigos que você publicou aqui, e de perceber que havia muita lógica na sua abordagem sobre adequação de sistemas aos nossos ouvidos e condições específicas de equipamentos e sala.

    Gostei muito do aparelhinho, que num primeiro momento não me convenceu pelo seu custo e aparência. Mas, como você mesmo diz, muitas vezes pagamos grife e não equipamento.
    Mas, nem é do aparelho que quero falar, mas dos resultados que eu obtive com ele.
    É como você sempre menciona, ganhamos total controle de nossos sistemas e uma versatilidade e eficácia de ajustes infinitamente superior ao troca-troca de cabos, e por um custo praticamente irrisório quando comparado ao restante do sistema.
    Já tive cabos de caixas em meu sistema que chegaram perto de 20 mil dólares, e que serviram apenas para mostrar o quanto cabos fortalece o meu conceito de pura farsa.

    O pequeno DSP levou todo o meu sistema para outro patamar. Segui a sua recomendação de conhecer a minha curva auditiva, “medir” a sala (que é dedicada, grande e exclusiva para áudio e HT e montada com muitas recomendações suas sobre acústica, vibrações, isolamento dos equipamentos, elétrica afinada, etc.) e então ajustar o sistema de acordo com estes parâmetros.
    Depois de tudo feito levei um susto. A primeira sensação que tive foi de que havia um universo de sons que eu não experimentava antes, e que o meu sistema era definitivamente outro, com uma sensação de realidade que me fez voltar aos meus 18 anos. A lembrança desta idade me veio imediatamente à tona, e pude perceber como os nossos ouvidos mudam com o passar do tempo.
    Foi incrível ver a reprodução de um piano com todo o detalhamento e a riqueza sonora do tempo em que tínhamos um na casa de meu pai, tocado por ele, pela minha mãe e minhas irmãs (eu até arriscava algumas notas mas nunca me dediquei a este instrumento preferindo o violão).
    Foi incrível voltar a ouvir um violão com aquelas características que ainda guardava na memória. Parece que tiramos um “filtro” do sistema que abafava o som.
    Sempre com cabos havia um ganho num detalhe e prejuízo em outro, sem jamais ter chegado perto deste resultado. Isso confirmou suas afirmações de que nenhum cabo pode ajustar uma curva, atuando apenas pontualmente e de forma bastante limitada, muito mesmo.

    Estou me sentindo realmente como se eu estivesse dominado por esta experiência sonora, tamanho o envolvimento e a felicidade de ouvir o meu sistema de um jeito que eu nunca ouvi antes.

    Li um comentário seu certa vez de que um sistema mais humilde e barato bem ajustado poderia tocar muito melhor do que outro caro e muito sofisticado. Confesso, e me desculpe, que achei isso um absurdo.
    Gastei muito em meu sistema para alguém então afirmar que eu poderia ter gasto menos por mais.
    Porém, depois de tanto seguir os conselhos de especialistas e consultores de áudio, gastando muito em recomendações que poucos benefícios trouxeram, e de sentir muita firmeza no embasamento teórico de suas experiências e também das recomendações sérias e muito positivas que me fizeram sobre a sua pessoa, resolvi arriscar.

    Não sou de participar de comunidades, seja de áudio ou outra qualquer, e não escrevo publicamente sobre áudio, principalmente em sítios da internet. Mas, eu precisava muito compartilhar com você, com os seus leitores e todos que tiverem conhecimento desta carta, da incrível experiência que vivi.
    Precisava, ainda, deixar aqui os meus mais sinceros e fervorosos agradecimentos por toda a sua ajuda, a sua dedicação e colaboração para enriquecer esta comunidade audiófila tão carente de informação útil.

    Escrevi para um amigo na Itália, que faz parte de uma sociedade de audiófilos (parece quase uma seita… risos), que tem por característica a troca de experiências e o desenvolvimento do hobby, mas cujos membros não participam de sites de internet. Contei para ele o que havia acontecido, e ele me disse que o grupo já tinha tido conhecimento de seus artigos aqui no Hi-Fi Planet, e já estavam todos os participantes iniciando experiências com resultados muito parecidos com estes que eu obtive.
    Comentei isso com o intuito de lhe mostrar que o seu trabalho vai tomando corpo até no exterior, e pode ser o início de uma “nova leitura da alta-fidelidade” num mundo dominado por “dinossauros e oportunistas”, usando suas próprias palavras.

    Deixo aqui a minha colaboração com os resultados obtidos com os seus ensinamentos, e aproveito para agradecê-lo muito pelo seu trabalho, a sua dedicação gratuita, seu conhecimento do que aborda, e a sua personalidade e caráter ímpares.

    Meu querido, muito obrigado mesmo, e parabéns pelo que você tem feito pela nossa comunidade.
    Espero que estas palavras lhe sirvam de incentivo para continuar nos brindando com surpresas tão positivas como esta que vivi, e que a vida lhe traga muito sucesso, paz, saúde, alegria e reconhecimento pelo seu trabalho.

    Te envio por e-mail o meu número de telefone e endereço, e me coloco à disposição para ajudá-lo onde for possível, e talvez ter a satisfação ainda maior de conhecê-lo pessoalmente.

    Um grande e apertado abraço,

    Ângelo

  14. Prezado Ângelo,

    Agradeço muito o seu relato e as suas gentis palavras, que certamente me motivam ainda mais a continuar me dedicando à manutenção e ao conteúdo deste espaço.

    Abraços

    Eduardo

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