Avaliação de resultados do CD – Sound Improver

Recentemente vi um teste na revista inglesa Hi-Fi Choice de um equipamento chamado CD – Sound Improver, que supostamente era capaz de melhorar a qualidade de reprodução de um CD original. Mais uma vez, resolvi conferir a verdade disso por minha própria conta.

O CD – Sound Improver é fabricado pela Audiodesksysteme Gläss da Alemanha.

A aparência do equipamento é bastante… digamos… rústica.
Na parte superior é colocado um CD, que entra em rotação por uma transmissão a correia, para que um braço com um dispositivo de corte na ponta (fresa) faça um chanfro na borda externa do disco, em seguida escurecendo também este anel (pintura). Na verdade, ele retira material do CD.
Segundo o fabricante, além de melhorar o balanceamento mecânico do CD, o equipamento ainda traz benefícios na reflexão da luz pela borda modificada em relação à original.

De início, concordo quanto ao balanceamento dos discos. Muitos CDs que já testei não são perfeitamente circulares, ou mesmo não estão bem centralizados em relação ao furo central, ou seja, o raio do disco varia em cada ponto medido.
A primeira vez que observei isso foi durante um teste de um player de DVD da Oppo, que não era capaz de minimizar adequadamente essas vibrações causadas pelos problemas citados acima. O player, na época, por conta desta falha, me motivou a realizar inúmeros testes com diversos CDs. Mesmo CDs “autonomeados” de “audiófilos” sofriam do problema. Notei que além da variação na centralização do furo e na linearidade circular do disco, também o selo (a pintura sobre a face de informações do CD) apresentava problemas. Um dos CDs testados tinha somente metade da face pintada, e isso causava um desbalanceamento tão grande que o Oppo “tremia” forte sobre a prateleira, obrigando-me a utilizar alguns recursos externos para conter esta soma de falhas dos discos e do player.

Para ter certeza do que estava observando, tomei emprestado um medidor de vibração extremamente sensível que utilizamos em trabalhos de manutenção preditiva na empresa, e realizei inúmeras medições. Os resultados foram surpreendentes.
Variações gigantescas foram encontradas de disco para disco.
O mesmo teste realizado em um player da Marantz e outro da Sony não fizeram o aparelho “tremer”, mas quando abertos, era possível medir alguma vibração no conjunto de transporte, que por ser mais bem elaborado, conseguia conter um pouco a manifestação deste problema. Mesmo assim, essa era uma situação que sempre considerei inaceitável.
Mais uma vez, o inescrupuloso mercado hi-end nos mostra que coloca produtos com qualidade bastante duvidosa à disposição de nós, pobres audiófilos.

Em razão do exposto, uma das vantagens percebidas pelo uso do aparelho foi justamente a redução da vibração, que é uma causa de deterioração da qualidade do som. Portanto, logo de início, já temos uma comprovação prática para afastar manifestações do tipo “É outro voodoo…”.

O disco enviado ao fabricante do equipamento para teste retornou com um índice de vibração praticamente nulo, muito diferentemente de como foi.


Como foi feito o teste?

Baseando-me por aquele teste realizado pela What Hi-Fi, gravei dois CDs virgens da Sony a partir do original do The Ultimate Demonstration Disc, da respeitada gravadora Chesky Records.
As gravações foram testadas cuidadosamente, sem apresentarem diferenças em relação à gravação original. Alguns dizem que discos gravados não ficam iguais ao original. Posso afirmar que se alguns cuidados forem tomados, as diferenças, se existirem, são imperceptíveis mesmo num sistema de alta categoria. Se utilizar um bom gravador (me desculpem alguns… mas não incluo aqui os LGs “da vida” encontrados na maioria dos computadores), um bom computador, e uma boa alimentação elétrica bem tratada, com um cuidado bastante especial em relação às vibrações do computador, garanto que não é possível identificar o original da cópia.
Não estou com isso sugerindo que a “pirataria” possa ser uma opção viável, mas apenas somando maiores elementos de confiabilidade aos testes.
É claro, boas mídias de marcas confiáveis também são essenciais.

Foi medida a vibração dos três discos utilizados no teste, o original e as duas cópias.
Uma das cópias foi enviada ao fabricante, na Alemanha, aos cuidados do inventor Sr. Reiner Gläss, que se mostrou bastante atencioso, simpático e muito confiante com o teste, não impondo qualquer condição ou dificuldade para a sua realização.
O retorno do CD enviado para teste foi bastante rápido. Demorado fui eu para conseguir tempo para fazer os testes comparativos, que também dependiam da disponibilidade do medidor de vibração na empresa.

A surpresa… a coisa funciona mesmo.
As vibrações adicionais geradas pelos discos foram eliminadas de tal forma que, mesmo na sua faixa mais sensível, o medidor não foi capaz de identificá-las.
Aquelas originais dos próprios players utilizados no teste logicamente se mantiveram, mas no caso doMarantz  SA8001 ela é baixíssima também.
Com um menor índice de vibração, fica mais fácil o player realizar uma leitura precisa, sem a aplicação de desnecessárias e destrutivas correções automáticas de erros.
Obviamente, o conjunto mecânico ainda sofre menos danos com a diminuição dos níveis de vibração, aumentando a sua vida útil, precisão e confiabilidade.
Constatado isso, fui para as audições.

Ouvindo os resultados

Durante as audições, percebi resultados bastante parecidos com aqueles já comentados em outros testes pelo mundo.
O palco sonoro ficou um pouco mais amplo e real, o som se tornou mais “limpo” (aparentemente por conta de uma menor redução de ruídos de fundo), e com um ligeiro aumento do detalhamento do som dos instrumentos. São diferenças facilmente perceptíveis.
Todas as vezes em que comparamos os 3 CDs, notamos algum detalhe a mais em algum momento. Isso foi bastante interessante, pois, sinceramente, não esperava mais do que uma redução significativa das vibrações e talvez uma melhora quase imperceptível por conta disso. Mas a diferença existe, está lá, e é capaz de somar qualidades à reprodução sonora que justificam plenamente o uso do equipamento.

Infelizmente, não tive a idéia inicial de testá-lo com SACD, DVD Audio ou Blu-Ray Audio, até por falta de condições de produzir uma cópia adequada ou possuir dois originais para teste. Mas, segundo relatos, até DVDs de vídeo mostram um ganho na qualidade de imagem. Não tive oportunidade de testar isso. Mas, acredito que utilizando discos com maior resolução de gravação, como o SACD ou o Blu-Ray Audio, os resultados podem ser ainda mais animadores.


Conclusão

O equipamento realmente proporciona um benefício à qualidade sonora, e para quem quer extrair sempre o melhor possível de seu sistema, ele é um investimento que vale a pena. Recomendo adquirí-lo, se você estiver disposto e puder pagar o alto valor do equipamento.
A boa notícia é que o CD – Sound Improver no Brasil custa perto do valor que é vendido nos EUA, ainda livre de frete e impostos.
Enfim, um pouco de coerência neste mundo do “aqui é bem mais caro do que lá”. Parabéns ao importador.

Agradeço ao Sr. Reiner Gläss pela prestativa colaboração na realização deste trabalho.

Agradeço, ainda, o Sr. Eduardo Rebelo da Avantgarde que se mostrou bastante atencioso para fornecer o preço do equipamento, além de outras informações. Algo raro num mercado onde a maioria das publicações, infelizmente, prefere omitir o valor dos aparelhos testados, atendendo interesses do revendedor em detrimento daqueles de seus leitores.

Site do fabricante:
www.audiodesksysteme.de

Representação no Brasil:
Avantgarde Audio & Video
www.avantgarde-av.com.br
Mail: info@avantgarde-av.com.br
Fones: 47) 3322-0305 / 3340-1676
Blumenau – Santa Catarina

Valor do equipamento no Brasil: R$ 1.800,00
Valor médio do equipamento na Europa: 500 Euros
Valor médio do equipamento nos EUA: US$ 990

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