Um teste (review) comparativo entre estes dois fones de ouvido sem fio da Sennheiser.
Vejo poucos testes de fones de ouvidos sem fio, mas a quantidade de usuários deste tipo de produto é muito grande.
Eu o utilizo no quarto, pois muitas vezes gosto de assistir meus programas na cama, à noite, em minha TV de 42 polegadas e um BD player Pioneer BD-140.
Para não incomodar a minha esposa, que gosta de dormir cedo, utilizo os fones até o sono chegar.
A proposta deste teste comparativo é destacar as virtudes e os defeitos de dois fones sem fio da Sennheiser, o primeiro, o modelo RS 130, adquirido há 4 anos aproximadamente, e o segundo, modelo RS 180, há menos de um ano.
Ambos comprados no mercado nacional e em revendas da marca.
O modelo RS 130 está fora de produção, mas ainda é possível encontrá-lo em muitas lojas brasileiras. O RS 180, por sua vez, é facilmente encontrado no mercado.
Apresentação e Avaliação
RS 130
O fone RS 130 é um fone sem fio com função Surround, do tipo concha semi-aberto, ou supra-auricular, como preferem alguns ao citar fones que cobrem os ouvidos.
Segundo o fabricante, o seu alcance pode chegar a 150 metros, através de modulação em frequência (FM).
Esta informação é bastante generosa por parte do fabricante, pois na prática os fones apresentam problemas com alguns poucos metros, como veremos adiante.
A opção surround nunca me agradou, e acredito que para a maioria dos usuários é também desnecessária.
Sua utilização é bastante simples. As baterias do fone (tipo AAA) são recarregáveis, e para isso basta colocar os fones em sua base para que o contato elétrico se estabeleça e a recarga tenha início. A duração da bateria, segundo o fabricante, é de 22 horas. Como nunca utilizei os fones por mais de 3 ou 4 horas, não posso confirmar esta informação, mas, segundo outros usuários, sua duração passa tranquilamente das 15 horas de uso em volume normal, o que convenhamos, é um número muito bom.
Sua construção é bastante robusta, bem acabada, mas com um design já desatualizado para o meu gosto pessoal. Não é feio, e pode ficar na estante sem prejudicar o visual.
Não acho que fones de ouvidos sejam algo agradáveis de se utilizar, mas, o RS 130 é confortável, causando pouco incômodo durante seu uso.
A qualidade de som, como já tive oportunidade de perceber em outros modelos, não é a mesma que um fone com fio de boa qualidade, mas agrada.
Seus graves, médios e agudos estão bem equilibrados, e a qualidade e o detalhamento do som, de modo geral, são tão bons quanto se pode esperar de um fone sem fio sem pretensões audiófilas.
Em uso, o fone de ouvido RS 130 da Sennheiser não é o que se pode chamar de perfeito. Seu volume poderia ser mais generoso, pois com saídas habituais da maioria dos equipamentos, seu som fica um pouco baixo, sem muita reserva de potência.
Porém, o que mais incomoda no modelo são ruídos que se apresentam com a movimentação de fone, normalmente em forma de um “chiado”.
Muitos usuários pelo mundo inteiro demonstram grande irritação com o problema, que nunca foi resolvido pela Sennheiser.
Mesmo a poucos metros da TV, sem qualquer obstáculo entre o fone e a sua base, é possível perceber ruídos dependendo do posicionamento da cabeça. Basta movimentar um pouco a cabeça para que chiados apareçam, em volume suficiente para incomodar, principalmente em passagens mais silenciosas da reprodução.
Caminhar com ele pelo quarto é o suficiente para eu perceber os ruídos, e basta sair deste cômodo para que eles se tornem ainda mais presentes.
Não há no quarto qualquer equipamento que possa interferir no funcionamento dos fones, e mesmo testado em minha sala, os problemas se repetem.
Falando em testes na sala, utilizando o meu sistema de som, eu não recomendaria o RS 130 para audição audiófila. Sua aplicação é mais recomendada para uso sem grandes compromissos com alta-fidelidade, servindo bem para uma audição de música descompromissada ou para filmes, onde ele se sai bem melhor.
Foram estas limitações que me fizeram optar pela compra do modelo RS 180, depois de ler algumas avaliações positivas sobre ele.
RS 180
Os fones de ouvido sem fio RS 180 da Sennheiser são facilmente encontrados hoje no mercado, e por um preço bem mais atrativo do que paguei após seu lançamento, mas ainda muito caro para o que considero razoável pela categoria do produto.
Neste modelo, a Sennheiser utilizou a tecnologia digital de transmissão KLEER, que opera em 2,4 – 2,48 GHz.
O transmissor do RS 130 atua em FM, como já dissemos, e numa frequência de 863 – 928 MHz. Ou seja, a tecnologia empregada na transmissão sem fio é muito diferente entre os dois modelos.
O fabricante informa que a tecnologia utilizada no RS 180 não induz perdas, e possui qualidade de CD com resolução de 16-bit / 44.1 kHz.
O RS 180 também utiliza baterias recarregáveis com duração aproximada de 24 horas.
O carregamento das baterias é feito por um sistema similar ao RS 130, bastando colocar os fones no suporte da base para que o carregamento se inicie. O processo é automático e seguro, assim como no RS 130, podendo deixar os fones sempre acomodados na base.
Ele não possui opção surround, e parece ser um pouco mais confortável que o RS 130, me incomodando menos. Sua utilização também é feita cobrindo os ouvidos, e seu contato com a pele é bem agradável. Mas, por ser do tipo aberto, pode chamar um pouco a atenção de quem está muito próximo, dependendo do momento e do silêncio do local.
Minha esposa já se queixou algumas vezes do “ruidinho irritante” que ouve dele, nada que não se resolva moderando um pouco o volume.
Felizmente, ele não apresenta os mesmos problemas de ruídos do RS 130, sendo seu funcionamento bem mais estável e silencioso. Nada de chiados quando utilizado no mesmo cômodo onde está instalada a sua base, como acontece com o RS 130.
Mesmo saindo do cômodo e caminhando pelo corredor da casa ou em outro cômodo, ele apresenta um bom funcionamento, com raras falhas. Mas, não espere o alcance generoso informado pelo fabricante. As paredes são inimigas destes fones sem fio, e mesmo há poucos metros da base, havendo muitos obstáculos, o sinal acaba falhando.
O RS 180, portanto, resolveu o problema que eu tinha com o RS 130, demonstrando ser um fone de bom alcance e com maior estabilidade, ideal para uso num sala grande ou próximo à fonte com poucos obstáculos.
A qualidade do som do RS 180 também é superior ao do RS 130. Mesmo não apresentando ainda uma reprodução audiófila, ele não faz feio, e pode ser considerado um fone de ótima fidelidade. Graves, médios e agudos são mais equilibrados e precisos, com bom detalhamento. Pode ser usado para ouvir música com bastante qualidade.
Sua utilização merece algumas críticas, e poderia ter sido mais pensada. As teclas são difíceis de serem identificadas, o que obriga a retirada do fone para ajustar o volume, por exemplo. Qualquer descuido e o fone pode ser desligado em função da proximidade e localização das teclas. No começo chega a ser irritante operar os controles, o que melhora um pouco com a prática. Mas, os engenheiros da Sennheiser deveriam refletir um pouco mais sobre a facilidade de uso do produto.
Assim como o RS 130, ele é bem construído e resistente. Seu design pode provocar diferentes reações. Para o meu gosto, ele é bonito, mas poderia ser um pouco mais baixo, pois pode ser um problema posicioná-lo em locais mais restritos.
Conclusão
Como nosso objetivo aqui é a comparação entre os dois modelos, eu diria que o RS 130 “quebra um galho”, mas está longe da qualidade que eu esperava quando adquiri o produto. Se encontrado por um bom preço (bem desvalorizado) pode ser uma opção para ver TV, mas sua instabilidade de sinal é bastante incômoda. Acredito que uma procura por outros modelos e marcas ainda é a melhor opção.
O RS 180 supera o RS 130 em quase todos os aspectos, com exceção da facilidade de uso, onde o RS 130 se sai um pouco melhor. Mas, cumpre o seu papel perfeitamente, fornecendo um sinal estável para os fones, e com muita qualidade.
Contra o RS 180 tem ainda o preço, muito elevado no Brasil.
O RS 180 atendeu às minhas expectativas, o RS 130 não.
O RS 180 pode ser encontrado em algumas lojas “oficiais” entre R$ 1.600,00 e R$ 2.000,00, e em lojas virtuais como o Mercado Livre por até R$ 1.200,00.
O RS 130 ainda pode ser encontrado em algumas lojas pelo preço de R$ 700,00 a R$ 1.200,00. Já vi promoções com valores inferiores a R$ 600,00.
Características Técnicas
(do fabricante)
RS 130
– Transdutor: dinâmico
– Equipamentos compatíveis: monitoração, hi-fi e televisão
– Conexões: 3,5/6,3mm Estéreo e hi-fi
– Resposta de Frequência: 18Hz – 21kHz
– Nível de Pressão Sonora (SPL): 104 dB
– THD: <0,5%
– Alcance: até 150m (para 926MHz até 100m)
– Modulação: FM estéreo
– Relação sinal ruído: >68 dB
– Variações de frequência RF: 863-865 MHz ou 926 – 928MHz
– Impedância: 24 Ohms
– Dimensões aproximadas (cm) AxLxP: 22,5 x 31,5 x 15
– Peso líquido: 450 g
RS 180
– Transdutor: aberto, dinâmico
– Tipo: circumaural (concha)
– Tecnologia Wireless: Kleer
– Frequência da Portadora: 2,4 – 2,8 GHz (seleção automática)
– Modulação: MSK Digital
– Resposta de Frequência: 18 Hz – 21 kHz
– Impedância: 32 ohms
– Sinal Ruído: 85 db
– THD, distorção harmônica total: <0.5 % a 1 kHz, 100 dB SPL
– Nível de pressão sonora: 106 dB
– Alcance: 100 m
– Dimensões: 12,5 cm x 11,2 cm x 23 cm
– Peso (transmissor): aprox. 204 g (sem baterias)
– Peso (fone): aprox. 204 g (sem baterias)
Avaliação Final
RS 130:
RS 180:
Fotos
Foto exclusiva do Hi-Fi Planet:
Foto dos dois produtos testados (RS 130 e RS 180), lado a lado na estante do quarto, onde foram ligados a um BD player Pioneer BD-140 e uma TV Panasonic de 42 polegadas, além de comparativos no sistema principal de som. São imagens reais para provar o teste, já que hoje temos avaliadores que testam produtos que nunca tiveram ou nunca saíram da caixa…
Fotos publicitárias comerciais:
RS 130:
RS 180:
Ótimos fones e belas informações. Realmente esclarecedoras como tudo aqui no site. Gosto de música e, como tenho interesse em discotecagem, tenho um bom set up de som: uso um par de toca discos Technics MKII , um par de Cdjs Pioneer 400 e um mixer Pioneer 300 ( que vai ganhar um upgrade breve). Agora estou interessado em extrair mais qualidade desses equipamentos, por isso penso em comprar um amplificador integrado e estou em duvida entre as marcas Cambridge ou Marantz ( algo entre 700 e 1000 dólares), e duas caixas de som ( até uns 500 dolares). Minha sala de som tem uns 15m2. Você acha que esse equipamento ( o integrado + as caixas) é suficiente para uma boa qualidade de som nesse espaço ou incluiria mais alguma coisa? Sei que nesse quesito, quanto mais investimento melhor o som, mas não tenho tanto dinheiro pra gastar e por isso quero o básico com qualidade. Agradeceria muito a sua ajuda. Desde já obrigado.
Olá Luis,
Tanto Cambridge como Marantz são ótimas opções. Escolhendo bem as caixas você conseguirá ter um resultado muito interessante em termos de qualidade.
Eu incluiria no futuro um bom DAC para ter um melhor resultado também da fonte digital.
Não esqueça do pré de fono para o Technics.
Abração
Obrigado pela resposta, Eduardo. Só mais uma dúvida, mesmo que o amplificador integrado tenha entrada pra phono, é necessário o pré? E no meu caso, como dj, ligarei tudo ( cdjs e tocadiscos) no mixer e do mixer é que vai pro amplificador integrado. Você acha que há perda de qualidade nesse esquema? Um abraço!
Nobres colegas. Adorei o teste comparativo, mas preciso da sua ajuda. Estou querendo comprar um fone de ouvido pra ouvir meu piano clavinova depois das 22h (rs) e minhas aulas o dia todo, sem fio… Procurei pacas. Uns não cabiam a orelha, outros transmitiam em FM e davam milhares de interferências. Achei interessante esse Headphone Wireless com Microfone Sennheiser RS 180, que infelizmente tinha 3 problemas: (a) o principal, em relação ao meu poiano, era essa frase que consta EM DESTAQUE no anúncio do fone de ouvido e não consegui entender sua extensão e é crucial pra mim (já que pretendo ouvir piano enquanto toca): “Observação* Embora a qualidade de som desses fones seja fantástica para qualquer tipo de música, eles NÃO FORAM PROJETADOS PARA O USO DURANTE A GRAVAÇÃO/ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO OU A ********PRÁTICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS (intérprete com os fones de ouvido enquanto toca*******) – ou seja, exatamente vai contra o que eu queria; (b) era “aberto”, ou seja, isso não vai vazar muito som e deixa de encaixar nos ouvidos?; (c) o principal – não acho uma loja no Brasil que encontro fones desse tipo para testar, ou seja, tenho que pedir no escuro e aceitar o que vier. Na verdade o CDC fala quepodemos rejeitar mas SEM ABRIR A EMBALAGEM… como vou sabe se é bom sem abrir a embalagem?… rs.
Aguardo sua ajuda. muito obrigado!
Boa noite amigo. Poderia me tirar uma duvida? Estou em vias de adquirir um RS 180 para usar na academia reproduzindo musicas via bluetooth do meu celular. Mas ao longo do post você fala em “ruído em função da proximidade ou distancia da base”. Então fiquei na duvida: Para ouvir áudio via bluetooth a base tem que estar próxima ao Headset?
Olá Rafael,
O ruído nos fones é afetado pela distância deles à base. Quanto maior esta distância, maior a possibilidade de ruídos, que também vai depender da quantidades de obstruções que houver pelo caminho, como equipamentos, paredes e até pessoas.
O posicionamento ajuda muito, mas o ideal era fazer um teste nas condições do local.
Abraço
Eduardo
Olá Eduardo, acho que a pergunta que o Rafael quis fazer foi a seguinte… Dá pra usar esse fone RS 180 diretamente num celular sem precisar conectá-lo à base? O que ele quer na verdade é praticar esporte como musculação ou caminhada com o fone de ouvido tocando músicas do celular e não em casa para assistir TV. Obg
Olá Adriano,
Será que entendi de outra forma mesmo?
Vamos ver se o Rafael se manifesta e tentamos ajudá-lo melhor.
Abraço