Algumas vezes nos deparamos com críticas sobre o áudio digital, mas, elas são realmente merecidas?
É comum vermos algumas pessoas criticando o áudio digital e defendendo o analógico, que na visão (ou audição) deles, apresenta uma qualidade superior.
Costumo dizer que, para muitas pessoas, parece que existem dois mundos. O primeiro mundo é aquele em que vivemos, com a sua ciência, a evolução tecnológica, a realidade nua e crua e onde interagimos de forma humana. O outro mundo é o do áudio high-end, onde parece que ciência não funciona, tecnologia não combina, nada tem uma explicação lógica e não conseguimos interagir como pessoas, mas sim como um misterioso elo que une o áudio de qualidade a uma existência inexplicável.
O mundo hoje seria completamente diferente sem a evolução tecnológica, principalmente no campo digital.
Onde estaríamos hoje com a fotografia se não fosse a evolução digital? Telefone celular (ou smartphone), outro progresso da evolução digital, carregam recursos fotográficos com qualidade superior àquela que víamos nas velhas câmeras fotográficas analógicas. A fotografia digital hoje pode atingir uma resolução superior àquela que o olho humano consegue captar, com uma precisão de cores muito grande e recursos antes longe da nossa imaginação.
Sem o digital não teríamos a internet, e eu não estaria aqui compartilhando estes pensamentos com vocês.
A medicina, sem o digital, não conseguiria salvar tantas vidas como salva hoje, detectando a tempo doenças em modernos equipamentos eletrônicos. Não teria evoluído como evoluiu se todo o universo digital não tivesse colaborado. Não seria um exagero dizer que, se a expectativa de vida aumentou, o mundo digital prestou um auxílio inestimável para que isso ocorresse.
O que seria da TV hoje sem o digital? Transmissões de imagens precisas em 4K são possíveis apenas em razão da evolução digital.
Será que o videocassete teria chegado a esta tamanha evolução? Opa !!! Até o videocassete possuía inúmeros circuitos digitais. Será que mesmo ele teria existido?
Porque o mundo todo se beneficia do digital, menos o áudio “high-end“?
Os argumentos dos defensores do analógico são vários.
Um deles diz que nossos ouvidos são “instrumentos” naturalmente analógicos, e o som também analógico lhe parece mais natural.
Não existe o som musical digital. Tudo o que ouvimos é analógico.
Mesmo o sinal digital gravado num CD é convertido em analógico antes de ser amplificado. Mas, muitos argumentam o contrário, e mesmo em publicações especializadas eu já pude ler esta informação absurda.
Comparativamente, a antiga TV de tubo e a moderna TV LCD digital de alta resolução funcionam do mesmo jeito na formação de imagem: pontos coloridos numa tela. O que forma a imagem são pontos nos dois casos, e não “códigos binários”.
É preciso acabar imediatamente com essa idéia de que “ouvimos digital”. Isso não existe, e a música que ouvimos está sempre em formato analógico, mesmo que a gravação seja digital.
Nossa interpretação auditiva e visual ocorre sempre no campo “analógico”.
Os defensores dos discos de vinil, por exemplo, afirmam que no digital há um processamento, uma conversão, e que isso não é bom.
Quem disse que o processamento de um sinal é algo destrutivo? Quantos filmes e fotos não foram salvas do lixo graças ao processamento digital que lhes proporcionou a restauração?
Além disso, eles se esquecem de que a gravação do vinil também sofre transformações, ou seja, o processo não é tão natural assim e todo sistema de vinil tem uma rede equalizadora para fazer a correção RIAA?
Existe certo grau de “perfeccionismo compulsivo” que atinge alguns audiófilos.
Eles criam ou eternizam conceitos muito distorcidos da realidade, prendem-se de forma exagerada aos equipamentos e acessórios, e fantasiam sobre a realidade do som de alta-fidelidade.
Um cabinho elétrico feito de plástico e cobre parece ganhar uma conotação completamente diferente se vier numa caixinha de mogno, forrada de um veludo vermelho escuro e com um fecho dourado.
O analógico também ganha um exagerado tratamento que fortalece um conceito ou uma filosofia que supera a sua realidade.
Tanto o digital como o analógico são capazes de fornecer um ótimo resultado sonoro, mas o primeiro não tem limites para evolução, e o segundo já marcou com sucesso uma passagem tecnológica.
Eu sou apreciador do digital, mas não entro nestas discussões de Analógico versus Digital se não houver bom-senso. Se for para discutir qual a melhor opção entre CD e Vinil num debate sobre Digital e Analógico, tento estabelecer um critério mais honesto, que são os modernos formatos de alta-resolução digital equilibrando-se com os atuais discos de vinil de 200g, por exemplo.
Quem já ouviu um BD-Pure Audio tocado num equipamento correto sabe do que estou falando.
O CD evoluiu, pois o digital não tem limites, e é preciso acompanhar esta evolução do digital não se prendendo aos primórdios se sua criação.
Se o CD não agradou aos mais exigentes por ocasião de seu lançamento, é preciso lembrar que ele estava no início de sua evolução, e de lá para cá muita coisa mudou. Vieram os tocadores de alta-fidelidade, novos processos de produção dos discos, surgiu o HDCD, o SACD, o DVD-Audio, o BD-Audio e os arquivos de alta-resolução, entre outros.
Os primeiros toca-discos de vinil também foram um desastre, com uma qualidade muito mais inferior do que os primeiros CDs.
Não podemos esquecer que a tecnologia sempre evolui. Foi assim com as primeiras TVs em preto e branco, por exemplo. E o que dizer dos primeiros telefones celulares?
Como eu disse, aprecio o mundo digital. Confesso que tive as minhas resistências no passado com outro hobby que tenho, a fotografia.
Quando as máquinas fotográficas digitais foram lançadas, eu lembro de ter dito que jamais sairia do filme, pois aquela imagem grosseiramente “pixelada” nunca iria superar a qualidade de um bom filme.
Errei na minha avaliação. A evolução digital colocou as câmeras num outro patamar. Migrei para o digital, e percebo os saltos contínuos que as máquinas digitais dão a cada ano.
Mesmo com a minha admiração pelo digital, não sofro com o medo do analógico. Pelo contrário, montei um sistema analógico na minha nova sala.
Alguns “anti-analógicos” podem chamar isso de saudosismo, curiosidade ou frescura, mas o fato é que eu quero ter esta opção. Tenho vários discos de vinil e sempre aparece algum em meu caminho, e quero escutá-los também.
Não ouço “digital” ou “analógico”. Ouço música.
Minha satisfação é com a obra musical, e não com os equipamentos.
Acredito que existem questões muito mais importantes a serem tratadas do que a superioridade de um ou outro formato.
Não é preciso ter medo do digital.
Ele não é um monstro. Trata-se apenas de mais uma tecnologia que veio somar, e que tende a evoluir como qualquer outra.
Estas “batalhas ideológicas” não levam a nada. Cada qual deve fazer as suas escolhas e ser feliz com elas, sem a necessidade de provar algo ou de se sentir na obrigação defender estas escolhas de forma tão violenta e insistente.
O tempo que perdemos nestas longas, aborrecidas e inúteis discussões poderia ser bem melhor aproveitado ouvindo uma boa música num disquinho prateado ou num “bolachão” de vinil.
Garanto que o prazer será muito maior.
Olá Eduardo
Mais um excelente artigo de opinião conforme nos habituou.
Quando surgiram os primeiros leitores de cd em Portugal, se não estou em erro 1980/81 não estou bem certo, apressei-me a trocar o gira-discos residente um Pioneer na altura por um leitor de cd Sony de entrada de gama pensando eu que estava descoberta a evolução definitiva da qualidade audio que eu tanto ansiava.
Rapidamente esse leitor de cd me começou a causar cansaço auditivo e a provocar a audição da musica cada vez mais rara.
Daí até trocar esse leitor de cd por outro de gama bastante superior foi uma questão de tempo. Mas passados alguns anos percebi que a unica forma de fazer com que o digital me desse satisfação era utilizar um DAC separado de qualidade audiófila.
Assim, lembro-me da excitação que senti quando liguei o meu DAC EAD 7000 HDCD acabado de comprar ao leitor de cd, finalmente a cortina que separava o som da musica que ouvia dos meus ouvidos tinha-se aberto.
Hoje com transporte de Cd Cambridge e Dac Cambridge, a evolução que o digital tomou nomeadamente ao nivel da conversão é colossal, o que faz para mim toda a diferença em relação ao analógico em particular na dinâmica e nos silêncios nas transições das obras musicais.
No passado mês de Dezembro e ao fim de tantos anos decidi adquirir junto do importador e representante da REGA em Portugal um Prato Rega e um Pré Phono da mesma marca para fazer de vês em quando uma lavagem aos meus ouvidos do digital.
Por enquanto vou preferindo o digital ao analógico principalmente pela razão que mencionei.
Os meus Cumprimentos.
José Santa
Esta foi uma das coisas mais inteligentes que já li sobre este tema áspero.
Tenho a minha opinião que não importa aqui, mas o fanatismo que alguns demonstram em debates sobre este e outros temaa transformaram em insuportáveis alguns fóruns.
É o mesmo que discutir diferença de cabos, só termina em briga.
É por aí mesmo, o pessoal perde mais tempo brigando do que ouvindo música.
Se isso é ser audiófilo, ficar brigando em fóruns, então eu não sou audiófilo. Sou apenas um apreciador de música bem tocada.
Olá José,
Eu também prefiro esta mesma solução que você escolheu: CD player como transporte (de preferência um player universal) e um bom DAC externo.
Atualmente uso um Cambridge 751BD e um Marantz 7001 como transportes, e um DAC externo da Musical Fidelity.
Também investi num analógico no final do ano passado, com um toca-discos Pro-ject e um pré de phono da Cambridge.
Minhas impressões sobre o analógico são bem parecidas com as suas. A dinâmica, o silêncio, a velocidade e a extensão do digital ainda me agradam mais, mas ouço um vinil também sem qualquer preconceito.
Abraço
Eduardo
Olá Eduardo
Também uso um Cambridge 752BD e um Transporte (mesmo transporte sem dac) Cambridge CXC como fontes e um Network/Dac Cambridge CXN para streaming e dac.
Abraço
José Santa
Antes de tudo gostaria de dizer que praticamente só tenho ouvido música digital e que, como muitos, acredito que o futuro – se é que ele já não chegou – ruma em direção ao streaming e aos arquivos de alta resolução.
Dito isso, fico aqui me perguntando se essa nitidez toda se traduz em uma experiência realmente mais musical. Será mesmo?
Tomando a sua analogia com a fotografia, permito-me discordar de um ponto essencial. O ganho em nitidez que a fotografia digital fornece nem sempre se traduz em uma experiência mais artística da imagem. Sebastião Salgado é o melhor exemplo disso: a marca registrada de seu trabalho é a especificidade do GRÃO fornecido pelo filme Tri-X da Kodak – sem o qual as suas fotos não seriam o que são (ele até tem até fotografado em digital por praticidade, mas o resultado é passado para película por um processo criado pela Kodak que permite que ele justamente alcance esse resultado).
Em fotografia P&B o grão muitas vezes é tudo, pois é ele que dá à imagem um tipo de textura que nada tem a ver com a busca da nitidez. Excesso de nitidez em fotografia frequentemente é associado a um tipo de estética publicitária que dá um aspecto artificial à imagem ou então a temas de natureza ou esporte, o que de fato é outra história. Mas em fotografia artística definitivamente não.
Em cinema então esse problema é ainda mais crônico. Se a tecnologia digital é utilizada por muito cineastas isso se deve muito mais ao baixo custo do que propriamente às qualidades estéticas desse formato. Refiro-me obviamente a filmes não comerciais. As propostas estéticas dos grandes cineastas não passam pela busca de definição da imagem, que muitas vezes, especialmente com a tecnologia digital, podem resultar em algo muito problemático.
Se levarmos essa analogia para o mundo do áudio, isso não poderia resultar em problemas?
Será que queremos apenas definição? O som não possui outras nuances que escapam inclusive à mensuração numérica?
Poderia me alongar nos muitos problemas que esse debate suscita – e certamente vou fazê-lo em algum fórum – mas fico por aqui. Só acho que o argumento da inovação tecnológica põe fim muito rapidamente ao debate, ocultado uma série de problemas.
Abs
Caio
José Santa,
Também tenho um CXN, mas nunca tive a oportunidade de ouvir a opinião de ninguém que o possua .O que você está achando dele? Como avalia a sua resposta para arquivos de alta resolução, inclusive em DSD? Abs
Grande Eduardo,
Muito bom ver o HiFi Planet novamente aquecido e com um artigo que, a exemplo deste seu, mostra que a música está acima de todos os assuntos ligados à sua melhor reprodução e audição.
Penso e ajo com essa mesma diretriz quando me envolvo neste maravilhoso hobby.
A acústica e o áudio hi end precisam perder a mistificação.
Abração,
Gilberto
Prezado Caio,
Agradeço a sua participação, e este espaço sempre estará aberto para comentários que enriqueçam os temas tratados.
Seu ponto de vista de ter uma manipulação da realidade para atingir um grau artístico maior é interessante, e eu respeito isso.
Mas, será que esse é o objetivo da audiofilia? Será que é com essa intenção que os audiófilos investem em caríssimos sistemas de som?
O que interessaria para nós audiófilos, o resultado artístico do músico ou de uma manipulação?
Um de meus hobbies é a fotografia, e assim conheço muito bem o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado, entre muitos outros.
Realizar uma foto em preto e branco com elevada granulação, nos remetendo ao antigo modelo de fotografia, é isto um retrato da arte?
O que o fotógrafo Sebastião Salgado, o cinema, o mundo da moda e o segmento artístico em geral procuram é transformar o comum em uma forma de arte. Criar a arte.
Ao manipular uma foto, a intenção está em fornecer uma beleza artística que não está presente na imagem capturada.
Tomemos, por exemplo, um atriz de cinema no dia de premiação do Oscar (que aliás ocorreu ontem à noite).
Perceba que a foto de uma atriz, que parece precisar parecer sempre glamourosa e linda, pode sofrer dois tipos de manipulação. A primeira é a maquiagem, que torna seus rostos algumas vezes irreconhecíveis, mas muito bonitos.
A outra adulteração da realidade ocorre na publicação da imagem com programas de tratamento como o Photoshop, que modifica ainda mais o rosto da artista deixando-a muito mais bonita.
O que vemos de fato não é uma reprodução da realidade, de algo naturalmente lindo, mas uma imagem modificada segundo os critérios de alguém que mudou a realidade ao seu gosto (existem inúmeras formas de se alterar a realidade).
Ainda, usando a fotografia como comparação, quantas vezes não vejo uma foto do pôr do sol com um excesso alaranjado ou avermelhado na imagem para torná-la ainda mais impactante?
Este é o resultado da realidade ou de uma manipulação de cunho pessoal?
Quando olhamos para uma foto manipulada, não temos um retrato da realidade, mas um trabalho artístico feito para tornar aquela foto mais “interessante” artisticamente. Portanto, não podemos entender o trabalho de Sebastião Salgado como um resultado puramente fotográfico, mas como uma obra artística modificada a partir de uma imagem colhida.
Voltando à música…
Perceba que no caso da música o trabalho artístico já está presente em muitos detalhes, na composição da melodia, no arranjo da orquestra, na característica individual dos instrumentos, na voz do cantor, na sua interpretação, etc.
Os trabalhos artísticos individuais já compõem a obra, já nascem da realidade, não sofrem uma alteração de algo comum sem qualquer sentido artístico que é transformado em arte.
Eu acredito que os audiófilos buscam este aspecto artístico, e não um resultado “reformulado” a partir de uma realidade sem qualquer apelo artístico, como a fotografia (apesar que eu conheço fotógrafos que fazem composições artísticas de sucesso sem lançar mão de qualquer artifício posterior – dá trabalho, mas é possível).
A minha comparação com a fotografia foi para mostrar o quanto o digital pode ser preciso ao fornecer uma alta resolução, ao aumentar o desempenho de um produto ou resultado, no caso o registro de uma imagem.
Esta comparação se resume nisso.
Não entrei no mérito sobre a manipulação criada na fotografia “arte”.
Já imaginou se depois de registrada a obra musical, alguém decidisse que a música deveria ter mais graves profundos, que o violino deveria ser suavizado, que o piano deveria ter algumas notas excluídas, que algum instrumento precisasse ser eliminado ou até mesmo incluído para dar um “efeito mais artístico” à gravação? Isso é feito na fotografia, inclusive do Sebastião.
Respeito todos os gostos, mas eu, como audiófilo, que busco a reprodução real artística, não gostaria de ver a obra modificada assim.
Acrescentar granulação proposital numa foto pode torná-la mais artística? Talvez para alguns gostos, mas aquela granulação não estava presente na imagem natural.
Será que incluir um violino numa gravação musical para dar um “ar mais artístico” à música seria também uma solução aceitável?
Vamos agora numa outra direção…
Já cansei de ler que alguns audiófilos apreciam o som valvulado com elevada distorção (veja que existem produtos valvulados com distorção mais controlada também – então não falo de todos os valvulados) pois lhe parecem auditivamente mais agradável, mesmo que pareça diferente da realidade.
Seria a inclusão de distorção algo aceitável “artisticamente” por parecer mais “musical”? Afinal, o que é “musical”? Qual a sua definição?
Qual a proporção de distorção a ser aplicada e qual o grau de musicalidade que deve ser usado?
Perceba como isso tudo é bastante complicado.
Na fotografia, na pintura de um quadro e no cinema até o abstrato pode parecer arte. A manipulação pode ser aceitável por criar uma “ilusão” visual que altere a realidade para o que achamos mais bonito.
Uma foto de um pôr de sol bem tirada, numa tarde muito especial, com o céu limpo e as cores destacadas pela natureza, pode ser substituída por uma foto de uma paisagem sem graça e manipulada para oferecer uma experiência visual mais interessante?
Talvez possa, mas é esse tipo de manipulação que busca o audiófilo ao adquirir equipamentos high-end de alta resolução, baixa distorção e de elevada precisão?
Não sou contra a manipulação do trabalho artístico, de provocar uma musicalidade artificial à música, ou de qualquer outra modificação que proporcione um resultado diferente da realidade, mas, eu, particularmente, não gosto dessa idéia.
Eu prefiro o trabalho artístico na sua origem (adequado aos meus ouvidos para que nada seja perdido), sem modificações da sua realidade. Na minha opinião, cabe aos músicos oferecer um trabalho artístico bem produzido, pois é para isso que eles estudaram, aprenderam a tocar instrumentos, treinaram suas vozes e se destacaram com elas da multidão, e fizeram composições melódicas de raríssimas belezas.
A fotografia manipulada já é outra história. Ela pode buscar uma imagem completamente sem graça, sem nenhum apelo artístico, e transformá-la em algo visualmente interessante.
No primeiro caso temos o artista produzindo a obra, no segundo, o artista modificando a realidade ao seu gosto para oferecer a sua própria visão de beleza.
Mas, é importante deixar um ponto bem chato: não sou contra quem aprecia a reprodução alterada para oferecer alguma “musicalidade” que possa lhe agradar, afinal, cada um deve apreciar o que gosta, e quem sou eu para dizer que esta solução está certa ou errada? Gosto pessoal não se discute.
Eu prefiro deixar que os músicos façam um bom trabalho, e que o meu sistema de som retrate esse trabalho artístico com a melhor precisão possível, sem qualquer manipulação.
Grande abraço
Eduardo
Grande Gilberto,
Mais uma vez, muito obrigado pela sua participação.
Forte abraço,
Eduardo
Caro Caio
A minha experiência com o CXN é muito positiva.
Não possuo arquivos de alta resolução, uso o CXN para streaming através do Spotify connect com assinatura Premium e como leitor Network que uso práticamente com rádios de jazz norte americanos, uso também como dac para o transporte dedicado CXC e para o iMac com ligação USB assíncrono para leitura do Tidal com assinatura HI-FI.
É um aparelho que classifico como indispensável no meu sistema de som, que vale cada euro que custa.
Por isso estou satisfeito com o seu desempenho na utilização que já mencionei, não é por acaso que tem recebido as melhores criticas do Audio internacional e nacional português honesto.
Em Portugal os criticos de Audio que respeito, testaram-no com arquivos DSD e foi por eles muito elogiado.
Cumps
José Santa
Olá Eduardo
Não poderia estar mais de acordo com a sua apreciação da reprodução musical.
Tenho um amigo respeitado audiófido em Portugal de seu nome Delfim Yanez que dá como exemplo Ennio Morricone associando este a audição da musica a três aspectos fundamentais: Energia, Espaço e Tempo.
Diz ele que nestes três aspectos assentam a melodia, o ritmo e a composição.
Assim, o que um bom sistema de alta fidelidade pretende fazer é elevar uma mera execução musical ao patamar de uma obra de arte, causando-nos sensaçõs de prazer e emoções sensoriais que se podem manifestar de diversas formas.
Diz ele, que a combinação dos componentes do sistema hi-fi não só assenta na sua qualidade tecnológica e dos seus componentes, mas na subtil capacidade de reproduzir a alma do intérprete como se estivessemos diante dele.
Isto é a Alta Fidelidade.
Estes são os aspectos que devemos ter presentes na construção do nosso sistema de som e não se a musica é reproduzida pelo analógico, pelo digital, ou se tem mais graves ou uma gama média mais rica ou agudos cristalinos.
Abraço
José Santa
Sensacional a abordagem do autor.
É o Eduardo que escreve todos estes artigos? Impressionante a visão do autor sobre os temas do hi-end, tudo tratado de forma objetiva, com inteligência e conhecimento de verdade. Não tem curiosidade aqui.
Eu frequentei alguns fóruns mas cansei de ver tanta confusão, e este tema do analógico e digital era um que gerava briga demais.
Entendo que a abordagem aqui é sobre a inclusão digital, colocando o digital como uma opção viável para hi-end.
Eu concordo, convivo com as duas tecnologias, o analógico com vinil e o digital com um player Meridian. Meu gosto particular é o digital, mas não vejo qualquer problema em compartilhar o sistema com um analógico também, como também fez o autor.
No fórum Clube Hi-end recentemente teve um debate cansativo sobre isso, e um defensor do vinil que já foi retirado de outro fórum veio nesse para bombardear o digital com um fanatismo pelo vinil que era doentio.
Parece que o cara tem que provar a qualquer custo que ele tem razão, e aí é onde ele perde toda a razão pois acaba usando os argumentos mais estúpidos possíveis.
Li numa revista nacional o editor dizer que nada superava a magia do vinil. Um ano depois ele disse que gravava seus discos em SACD porque considerava o formato mais perfeito para uma reprodução de máxima qualidade…
alguém me explica isso?
Concordo com a posição do Eduardo sobre a questão da musicalidade, e vou um pouco mais longe afirmando que isso é puro gosto. Eu também prefiro o som como ele é, o mais preciso possível, e acho essa questão de musicalidade um negócio bastante subjetivo, pois como bem disse o Eduardo há uma tentativa de enfeitar o natural o que o deixa artificial, pois isso tira a sua naturalidade.
O colega aí de Portugal, se me permite por favor, quando tu fala em crítico português honesto, significa que aí também tem críticos tendenciosos? Porque aqui no Brasil a coisa é escandalosa. Difícil confiar em qualquer crítico de áudio.
Desculpem o comentário extenso. Deixo aqui um abraço ao Eduardo e todos os amigos que frequentam este excelente espaço.
Eder de Santa Catarina
Caro EderSom
A intenção de mencionar “honesto” foi para deixar claro que em Portugal não existem criticos conotados com interesses comerciais.
Além disso esse critico é o unico jornalista de audio e critico em Portugal com muitos anos de critica em imprensa escrita e digital estando presente todos os anos nos eventos internacionais do High End mundial.
Ele é inclusivamente o organizador dos Audio Show’s que se realizam em Lisboa todos os anos e que este ano de 2017 será nos dias 3,4 e 5 de Março, evento este que é o mais importante da Europa a seguir ao de Munique, ao qual eu nunca faltei.
Neste evento temos oportunidade de conviver directamente com os melhores sistemas de som do Mundo, a maioria deles só ao alcance de muito poucos felizardos abastados.
Cumps
José Santa
Caro EderSom
Queria ainda informar que em Portugal o Audio é tratado com muita seriedade, os importadores muitas vezes quando recebem as novidades dos fabricantes mundiais de alta fidelidade, recebem-nos pela mão dos representantes dos seus projectistas e construtores que se deslocam a Portugal para esse efeito, como foi o caso o ano passado da apresentação dos novos amplificadores Luxman trazidos pela mão do Terry Kawakami San.
Amplificadores esses que são um mimo para os ouvidos e já agora para os olhos também, que esses também comem, conforme tive a oportunidade de ouvir e ver.
Cumps
José Santa
Caro Eduardo,
Quando falei do aspecto artístico, sobretudo em cinema, foi para deixar evidente o quanto o excesso de nitidez ou detalhamento da imagem pode por vezes resultar em algo pasteurizado ou publicitário. E que em alguns casos isso também poderia ocorrer com a fotografia.
O que estava me perguntando é se essa eventual pasteurização da imagem – em parte fruto de um excesso de detalhamento – não poderia ter o seu correlato no som.
Daí eu ter me perguntado se os crescentes níveis de detalhamento sonoro trazidos pelo formato digital se traduziam necessariamente em uma experiência mais musical.
Você me perguntou o que eu chamava de “musical”. O que neste contexto estou chamando de “musical” diz respeito a determinadas nuances, texturas ou qualidades do som que, em sua totalidade, talvez não possam ser captadas por sistemas de codificação digital, em razão de sua irredutibilidade a qualquer meio de mensuração numérica.
As nuances infinitamente ricas do som podem ser transpostas para um sistema de códigos? O que pode o alto nível de detalhamento em bits/mega-hertz representar na prática?
Um fato curioso é a falta de consenso em torno dos formatos. Tenho notado (em pesquisas na internet) que enquanto muita gente acha o DSD superior ao PCM, outros tantos preferem o último ao primeiro.
De minha parte, achei que o meu queixo cairia quando ouvisse música em DSD. Quando finalmente consegui baixar alguns arquivos na Acoustic Sounds (graças a uma VPN que utilizo) não encontrei o tal “estado de arte digital” que muitos afirmam aí existir. Infelizmente.
Caro José Santa,
Obrigado por compartilhar a sua experiência com o CXN. Como não conheço ninguém que possua este aparelho fiquei feliz em ter uma referência.
Eduardo, só gostaria de deixar claro aqui que não sou um desses fanáticos pelo vinil que a qualquer custo tenta desqualificar o digital. Gosto imensamente de vinil mas estou sendo obrigado a admitir – isso dói – a superioridade do formato digital. Ainda assim, o vinil tem uma certa tridimensionalidade do som que não consigo encontrar em outro formato. Abraços.
Olá Caio,
Mesmo a qualidade de gravação do SACD varia muito.
Eu prefiro o SACD, mas o PCM evoluiu bastante.
Sim, sei que você não é um caso de fanatismo. Percebo isso no grande equilíbrio de suas colocações.
O comentário foi feito pelo Eder, e certamente também não foi dirigido à você.
Abraços
Eduardo
Olá Eduardo,
Em 14/05/2013 manifestei a respeito deste assunto aqui em seu blog.
Já estou nesta estrada de garimpar e ouvir música digital há pelo menos 10 anos e creio que, depois de lido este seu texto, estar no caminho certo.
Possuo por enquanto, em torno de 3 mil discos digitais, coisa que se fosse comprá-los, certamente não conseguiria, devido o alto custo e muitos por estarem fora de catálogo, o que me falta hoje é tempo.
Como disse naquela ocasião, com a facilidade de adquirir discos na internet, acabei investindo em um outro conceito de som, que foram em caixas ativas ligadas a mesa de som e computador, possuindo uma razoável potência a um custo bem mais baixo se fosse adquirir um som hightec, highend ou seja lá o que for neste sentido.
Enfim, viciado em música que sou, a internet foi uma revolução em minha vida, que só por isso já bastasse eu ter vindo sofrer neste mundo de meu Deus.
Caro Eduardo,
Cada artigo seu parece desfazer uma nuvem existente no tema levantado.
Você tem a facilidade de tornar as coisas simples e de nos mostrar o quanto as pessoas complicam o hi-end hoje, pelas razões que hoje conhecemos tão bem graças também aos seus artigos.
Eu tinha uma visão bem distorcida do hi-end há uns 3 ou 4 anos, e hoje posso dizer que me sinto feliz com o meu sistema depois de acompanhar as suas sugestões e compor um conjunto que mesmo custando bem menos que muitos que eu conheço surpreende a todos pelo desempenho.
Recentemente um colega de um fórum que visitou a minha sala me comentou que ficou impressionado como o meu sistema tocava, muito mais do que o dele que custa bem mais caro, e quis saber o porque.
Eu lhe respondi numa única frase o que eu resumo de ter aprendido com você: preço não é tudo e o que realmente importa é aquilo que muitos desprezam.
Eu acompanhei com muito interesse os seus artigos sobre customização de sistemas, e apesar de ter ajustado o meu para meus ouvidos, o que percebo é que ele agrada muita gente.
Se você me perguntar agora qual o próximo passo, eu diria que é ouvir música, pois já não me interesso mais por esta febre de upgrades em que o pessoal transforma o hi-end.
Não esqueço uma frase que você disse num fórum que você participa que se fixou em minha cabeça e nunca mais saiu. Você disse exatamente: Hi-End deve ser o resultado e não os aparelhos.
Na época pensei como poderia ser isso, sem equipamentos Hi-End não se pode ter um resultado Hi-End. Mas depois entendi o que você quis dizer quando em outra oportunidade você comentou que nós audiófilos nos concentramos muitas vezes no foco errado, preocupando-se mais com equipamentos do que com o som, e que muitos equipamentos Hi-End na verdade não possuem o tão sonhado desempenho.
Isso é a mais pura verdade, e sou testemunha disso.
Ter um amplificador de 5.000 reais ou outro de 500.000 reais não vai fazer qualquer diferença se eu tiver uma perda auditiva nas altas frequências que me faz perder parte do conteúdo dos agudos, capando o som que eu ouço (como aliás é o meu caso). Nenhum dos dois vai me dar um resultado Hi-End.
Por tudo isso, tenho apenas que lhe agradecer, pois graças a você sou hoje um audiófilo satisfeito. Espero poder lhe retribuir um dia por tamanha ajuda, nem que seja lhe recebendo em minha casa para tomar um café comigo e ver o resultado de sua obra, pois sei que você fica feliz quando consegue ajudar alguém. Quando puder vir em Ribeirão Preto será muito bem recebido em minha casa.
Mas, fico chateado quando vejo algumas pessoas que parecem querer desmerecer o que você nos oferece sem nada em troca.
Vi o quanto uma antiga revista provocava suas idéias, chegando mesmo a perder o controle e passar a ofender todo mundo, desde profissionais sérios até membros de fóruns e sites, caindo em contradições e cometendo erros lamentáveis.
Estou deixando um fórum por assistir mais uma desagradável manifestação neste sentido, de um usuário que todos sabem ser intragável, e que por essa razão provavelmente foi excluído de seu fórum. Ele não perde uma única oportunidade de ofendê-lo e de desmerecê-lo, e cegamente cheio de ódio sistematicamente o ataca.
Eu já cansei mesmo de fóruns. Hoje prefiro escutar minhas músicas e ler textos interessantes de quem sabe o que escreve, como os seus.
Mas, quero manifestar a minha solidariedade e meus agradecimentos a você, esperando que as rejeições que existem contra você nunca o desanime de continuar nos presenteando com as suas brilhantes contribuições a comunidade audiófila.
Muito sucesso para você e para o Hi Fi Planet.
Cordialmente,
MCardoso
Olá Luis,
Isso é importante: ter encontrado o seu caminho e ter ficado satisfeito com ele.
Acredite, muitos audiófilos são frustrados, vivem de trocar equipamentos, de uma coleção pequena de gravações e de ouvirem alguns poucos trechos de algumas faixas buscando avaliar o seu sistema.
Como disse uma vez um colega de um fórum de 4×4 que participo: “Gosto de jipe porque ele me leva nos lugares mais difíceis que eu gosto de ir. Se ele é o melhor ou não, isso não me importa, pois ele me leva lá do mesmo jeito, e o que me importa é isso.”
Neste fórum assistimos eternas discussões (brigas mesmo) entre usuários que defendem este ou aquele modelo de jipe ou picape 4×4, cada qual tentando provar que a sua escolha é a mais acertada.
Sabe o que é mais engraçado? Muitos lá usam o jipe para dar uma volta na quadra nos finais de semana, ou para trabalhar (aí descobrem que o jipe não é o melhor veículo para isso e vendem). Muitos nunca ligaram a tração, e nem sabem usá-la.
Em um fórum de fotografia que frequente acontece o mesmo, como também em outro de GPS, que inclusive sou moderador de honra.
Mudam os hobbies, mas os problemas são os mesmos.
O que eu quero dizer com tudo isso é que você chegou onde todos queriam estar.
Não importa se o seu gosto é pelo digital ou pelo analógico, pelo vinil ou pelo CD, pelos valvulados ou transistorizados, o que importa é que você está feliz e realizado. O resto são discussões inúteis de quem quer provar algo que não precisa ser provado.
Parabéns por ter chegado onde chegou.
A música é o verdadeiro objetivo.
Abraços
Eduardo
Caro MCardoso,
Não se preocupe. Isso realmente não me incomoda.
Me diga o nome de alguém neste mundo que tem 100% de aprovação.
Eu não quero agradar a todos, mas consigo ajudar a maioria. Se fossem apenas alguns, eu já estaria satisfeito.
Pesquisar, estudar, aprender, formar uma opinião, escrever um texto que possa ser compreendido e seja útil demandam tempo e dedicação. Entrar num tópico de fórum e escrever algumas bobagens é fácil, e normalmente aqueles que criticam são justamente os que pouco tem a oferecer.
Muitos, realmente, fazem estes ataques por razões de ordem puramente pessoal. Distorcem o que eu escrevo, tentam propor uma interpretação equivocada e direcionada dos meus textos, e assim visam desmerecer o que eu faço.
As razões são sempre as mesmas: acabo atingindo interesses econômicos, desfazendo mitos, mostrando verdades que muitos querem bem escondidas e atingindo outros interesses tão desprezíveis quanto.
Outros não querem ser contraditados. Entram em fóruns com as suas visões equivocadas ou com seus interesses pessoais, tumultuam as discussões e, depois que são rejeitados pela comunidade, saem atacando a tudo e a todos.
Já cansei de ver isso.
Eu não sou dono de nenhum fórum, apenas mantenho um espaço para que pessoas de bem possam se encontrar e trocar idéias saudáveis sobre um hobby. O Clube Hi-End que mantenho, por exemplo, sempre teve a idéia de ser um ponto de encontro de amigos (um clube mesmo) e não um fórum de debates e vaidades com um dono.
São os usuários que modelam o espaço, e não eu.
São os próprios usuários que escrevem seus destinos, e eu procuro interferir o mínimo.
Quando um usuário é banido (e isso é raro) é porque a comunidade já se sente incomodada com a presença do cidadão. Na verdade, muitos dos usuários que se dizem banidos nunca o foram. Se retiraram porque o clima ficou ruim demais para eles. Dizem que foram expulsos por não poderem ter as suas opiniãos, mas isso não é verdade. Poucos foram banidos daquele espaço, por ofensas graves ou por uso inadequado do espaço (utilização comercial enrustida). O restante continua com acesso até hoje, mesmo muitos destes que criticam, apenas são moderados, ou seja, as suas mensagens são previamente analisadas para ver se não possuem conteúdo ofensivo aos demais participantes do Clube (pois se tornam agressivos e provocadores), e sempre com a concordância de uma equipe de moderação.
Qualquer opinião é bem-vinda, mas aquelas agressões e brigas tão comuns em outros espaços são evitadas lá. As eternas discussões de “cabos fazem diferença”, “melhor valvulado ou estado sólido” e outras não são mais comuns, pois aqueles que ficaram já estão em outro estágio deste hobby, e não precisam ficar alimentando egos, fazendo provocações e nem precisam provar nada.
São os usuários que direcionam o Clube, dentro deste espírito de criação, não eu.
Repare como aqueles participantes que saem não recebem manifestações dos demais, pois eles mesmos que criaram um clima desfavorável de desrespeito e comportamento incômodo, tentando trazer para o Clube um clima que justamente incomodava em outros espaços.
Eu não sou um “mestre” ou alguém que ensina o que é certo ou errado. Apenas compartilho as minhas experiências e mostro as verdades. Se um cabo não possui as características que o fabricante sugere ter, eu mostro. Se um aparelho caríssimo de nível “Hi-End” não passa de um equipamento barato com uma “roupagem chique”, eu fotografo e mostro (como já fiz inúmeras vezes), se uma revista publica fotos e fatos manipulados eu também torno público, e isso, obviamente, incomoda muita gente, mas não em número suficiente para mudar o que faço aqui.
O meu maior cuidado é sempre ser preciso com a informação que eu passo. Muitas vezes uma única frase que publico está sustentada por muitos documentos e provas.
Sou advogado também, e por isso sei o quanto é importante se preparar para qualquer acusação de calúnia ou difamação.
Se necessário, peço perícia doas provas e tornamos público quem realmente agiu de forma inconsequente. Já fui indenizado em outras oportunidades por causa disso. Guardo publicações antigas de fóruns e publicações, empoeiradas, com esta finalidade.
Se alguém me critica, eu não me importo, eles tem uma razão pouco honesta para isso. Se não provam, é porque sabem o tamanho do problema em que estão, e querem evitá-lo.
Eu sou muito crítico sim, porque odeio coisas erradas.
Odeio estes políticos vagabundos que estão acabando com o nosso país.
Detesto produtos mentirosos e sem qualidade. Já fiz a Samsung devolver o dinheiro que paguei num monitor, a Chevrolet a trocar um carro que comprei e muitos outros a agirem de forma semelhante por oferecer produtos de qualidade duvidosa.
A concessionária Chevrolet me disse que ninguém jamais conseguiu lá trocar um carro, mas eu sim. Levo o caso até onde for preciso.
Atualmente estou brigando com a Electrolux, por anunciar um fogão cooktop como sendo fabricado no Brasil e receber o produto numa caixa com uma inscrição “Made in China”.
Será que acham que somos idiotas? Precisamos reagir a esse tipo de coisa, e por isso essa minha conduta nos locais que participo.
Criei um tópico no Clube para mostrar a manipulação que o mercado está fazendo com a diminuição dos produtos dentro das embalagens. Isso é uma vergonha, um absurdo, uma enganação, e não vejo ninguém reagindo a isso.
Se eu achar um dia que estas críticas que me direcionam são importantes e têm algum valor, paro de escrever. Mas, enquanto elas vierem de pessoas que agem por suas próprias e injustas razões, eu só posso desprezá-las, pois são inúteis dentro do contexto que eu defendo, o da honestidade.
Realmente a melhor compensação que eu tenho por todo este trabalho é a satisfação de poder ajudar gente como você. Ninguém me deve nada por isso.
Eu já tive essa “nuvem” no meu caminho, e sei o quanto isso incomoda e nos faz gastar mais do que o necessário. Gastei muito tempo me dedicando a encontrar as respostas, e é isso que eu quero compartilhar hoje.
Se consigo ajudar alguém, então já recebi toda a compensação de que eu precisava, e nada mais me falta.
Não fique chateado com estas manifestações que você mencionou, pois elas não me incomodam nem um pouco.
Nós temos um foco que é a música, e o foco deles é outro: alimentar egos, polêmicas, mitos e lucros pessoais. Que sejam felizes assim, o que acredito que não são, pois o ódio que carregam só faz mal a eles mesmos.
Vamos em frente e deixemos eles gritando sozinhos, pois até onde sei, eles mesmos estão perdendo com isso.
Não faltará oportunidade para visitá-lo. Excluí o seu telefone do comentário por razões de segurança. Obrigado pelo convite e pela manifestação tão gentil e motivadora.
Grande abraço,
Eduardo
Grande Edu !!!
Acompanhei esta discussão e foi realmente lamentável.
Costumo dizer que a sua saída daquele fórum foi uma perda inestimável, e tenho certeza que se você estivesse lá não deixaria barato este tipo de provocação te conhecendo como eu te conheço.
O autor do comentário agiu motivado por bronca pessoal e isso é óbvio para quem conhece a história.
É isso mesmo, Edu, nem perca o seu tempo com isso. Não vale a pena.
É sempre assim, para criticar sempre aparece um infeliz, mas para fazer melhor ninguém se oferece.
Você é muito respeitado por quem te conhece e sabe o que tem feito pela audiofilia. Manifestações como aquela não merece sequer um minuto de nosso tempo.
Abraço
Maurício
Meu caro Maurício !!!
Saudades dos velhos tempos…
Fique tranquilo. Isso não me afeta e não muda nada nos meus planos.
Nem me importo que ouçam a história por trás deste fato. Aliás, como você disse, não vale a pena gastar 1 minuto com isso.
Por favor, vamos pular esta página.
Abração
Eduardo
Eduardo boa noite. Vou sugerir um tema para as próximas matérias. Você poderia discorrer sobre o tema áudio digital, falar sobre os principais formatos, vantagens e desvantagens de cada um. Falar sobre os arquivos de áudio digital como flac, wav, mp3. Também séria interessante citar um setup básico para reprodução de áudio digital via arquivos digitais… Enfim dá uma esplanada geral neste assunto. Vocês tem experiência neste seguimento, seria uma boa pessoal para abordar o assunto…
Eduardo, muito obrigado pelas palavras. Forte abraço.
Boa noite,
Concordo com a sugestão do colega acima. Esse debate dá muito pano para a manga e pouco tem sido discutido em fóruns. Seguindo a mesma linha minhas sugestões seriam:
ARQUIVOS DIGITAIS:
– PCM de alta resolução x DSD: qual soa melhor? Diferenças e características de cada um.
– PCM: 24/96 e 24/192: diferença audível?
– As maiores fontes de arquivos digitais atualmente (HD Tracks, Qobuz, Acoustic Sounds) são confiáveis?
ARQUIVOS DIGITAIS X ÁUDIO DIGITAL EM CD, SACD E BLU-RAY AUDIO:
– Quais as diferenças?
_ Qual soa melhor?
DACS:
Particularmente estou muito impressionado com o preço de vários Dacs, tendo notícia de modelos que chegam custar mais de $10.000, para não falar das muitas unidades que se situam na faixa dos $5000.
– Os alto preços que estão sendo cobrados tem equivalência em qualidade de áudio?
– Um Dac supostamente de altíssimo nível (leia-se: caríssimo) faz essa diferença toda?
Fica aí minha sugestão, ciente do tempo que será necessário para que os vários testes sejam realizados.
Sem contudo invalidar esses supostos testes, fica também a minha sugestão para uma enquete promovida pelo site entre a preferência dos leitores por um ou outro formato.
Abraços
Caro Eduardo
Só quero dizer que o referido fórum perdeu mais um membro.
Decido me retirar do que conviver com alguns elementos que só gostam de gerar conflitos e arrumar brigas. Como a moderação parece se importar pouco com críticas feitas contra pessoas respeitadas, entendi que o fórum não me merece mais.
O sujeito que lhe ofendeu o fez de forma ridícula, sem qualquer base para suas agressões. Agiu de forma desequilibrada e insana.
Ele comentou que você não é nenhuma referência por usar caixas de R$ 20 mil, DAC M1 e cabos BJC. Até aqui podemos ver como ele tem problemas sérios, e vive no velho mundo criado pelo mercado predador que adora otários.
Ele distorceu a sua comparação feita num artigo onde mostrava uma similaridade com o hobby de motociclismo, generalizou e tentou criar uma interpretação equivocada do que você escreveu para provavelmente arregimentar outras opiniões contra você.
Disse que você o convidou a se retirar de seu fórum e acho que foi a melhor coisa que você fez, pois se neste outro fórum tivesse uma moderação que funcionasse ele estaria fora também.
Uma pena. Deixo alguns amigos que também não merecem conviver com gente assim.
Te respeito muito porque sei que você é sério e a sua personalidade é elogiada por todos. Seu conhecimento de áudio também está virando referência no mercado, e tenho certeza que manifestações infelizes como essa não vão te abalar.
Parabéns pela contribuição que você nos dá, e muito sucesso e felicidade para você.
“O sábio pode mais com uma palavra que o ignorante com cem.”
Olá Rafael,
obrigado pelas sugestões. Vou tentar desenvolver algo na direção de sua proposta.
Abração
Eduardo
Olá Caio,
Agradeço as sugestões para pesquisa.
Realmente este é um tema bastante amplo, e merece até um discussão também mais ampla, pois experiências e preferências são bastante variadas e muito pessoais.
Além disso, muitos fatores evitam conclusões precisas.
Por exemplo, eu já ouvi gravações em SACD horríveis, porque foram transcritas de antigas gravações analógicas mal gravadas e bem deterioradas.
Mesmo o SACD tendo uma superioridade evidente sobre o CD, a qualidade da gravação em si afeta muito os resultados.
Mas, podemos nos aprofundar neste tema sim, que aliás, acho muito interessante. E não esquecer do analógico também, que é outra opção que tem muitos seguidores.
Abração
Eduardo
Caro User,
Tem coisas que somente um especialista pode entender e tratar, e essa não é a minha especialidade.
Tomei conhecimento ontem à noite dos detalhes desta manifestação, e que por si só descredenciam o seu autor de qualquer autoridade para falar tantas bobagens no momento em que demonstra claramente as razões pessoais e emocionais envolvidas.
Cabos BJC? De onde ele tirou isso? Ou melhor, porque inventa coisas que não são verdadeiras? Não sou especialista neste tipo de comportamento, então prefiro ignorar.
Caixas de R$ 20.000,00 ???
De onde tirou isso também?
Se ele tivesse um amadurecimento maior neste hobby já teria aprendido que alguns produtos agregam desempenho proporcional ao seu preço, mas que isso não é regra. Eu testei caixas muito caras que me deixaram assustado, e sem entender o porque de custarem tão caro.
Na última parte da série de artigos sobre este projeto eu ainda citei, de forma bem clara, que o custo básico de material ficou em R$ 21.000,00 porque eu fiz boa parte do trabalho. Está escrito lá, só faltou desenhar isso para que pudesse ser melhor compreendido por “alguns”.
Comercialmente uma caixa como essa seria vendida por mais de R$ 100.000,00 o par, ou bem mais se for considerar o desenvolvimento e o trabalho artesanal. Para alguém como aquele crítico, até por muito mais levando-se em conta o seu “critério” de qualidade…
Testei uma caixa em casa na faixa de R$ 90.000,00 e te afirmo que ela não tem nem metade dos recursos empregadas nas minhas caixas.
Minhas caixas são então as melhores do mundo? Claro que não, mas por um preço bem mais acessível eu consegui ter caixas que superam de longe modelos 5 vezes mais caros ou mais.
Quanto à comparação mencionada, não fui eu quem fez o comentário. Tenho vários amigos que adotaram a prática do motociclismo de turismo, e a maioria me cita um comportamento semelhante.
Há uma paixão pelo equipamento, como ocorre no áudio, e não pelo seu objetivo, no caso o destino turístico no motociclismo e a música na audiofilia.
Há algum problema nisso? Nenhum !!! Cada um deve fazer o que gosta. Sempre defendi isso. Mas, não podemos ignorar o fato.
Como eu li uma vez num site: “O que mais cativa um audiófilo num primeiro momento é o visual, e não o som, como deveria ser”.
Por isso cabinhos ordinários são vendidos em caixas de madeira nobre, forradas com couro e com dobradiças em ouro 24k, por preços de um carro popular novo ou mais. Há um público para isso, mas que vem mudando bastante nos últimos anos quando estes abusos começaram a ser identificados pelos usuários e divulgados em sites sérios.
Te agradeço pelas considerações feitas, e te prometo que a minha conduta sempre se manterá igual, tentando auxiliar aqueles que buscam as melhores e mais honestas respostas para investir neste hobby.
Vamos trocar idéias sobre áudio, por favor, deixemos as fofocas e as manifestações inúteis para outros espaços… 🙂
Abração
Eduardo
Eu também era assíduo frequentador daquele fórum, mas já a mais de um ano que eu não posto mais nenhum comentário lá. Virou um ringue de luta e não um lugar para trocar experiências. Todo mundo quer ser dono da verdade e o pior é que opinam sem sequer ter o componente em mãos.
Minha última participação foi sobre um teste de cabo que fiz e fui duramente criticado por alguns membros que jamais tiveram o cabo em mãos, mas se sentiram na condição de criticar o meu comentário que ele tocou igual a outro baratinho que eu tinha.
É o simples objetivo de defender a qualquer custo o que pensa e o que lê por aí, sem sequer confirmar primeiro.
Este mesmo membro que armou a polêmica acima já é bem conhecido pelos barracos que arma. Basta buscar a Mensagens de Usuário dele para ver que ele está sempre metido em alguma briga. Está lá, não sou eu quem está “defendendo isso sem saber”.
Quando ele pega uma bronca pessoal de alguém, ele passa a persegui-lo e aproveitar toda e qualquer oportunidade para dar uma cutucada e provocar os ânimos contra a pessoa. Já fez isso comigo.
Ele é muito desequilibrado e infantil. O negócio é ignorar. Deixar pra lá.
Buscar um artigo de dez anos para arrumar polêmica, só posso dizer uma coisa, parabéns ao Eduardo por ter produzido tanto material informativo e por ter tão raras críticas assim.
Seus artigos são referências de mercado. Não tem um lugar em que eu vá onde o seu nome não seja citado, sempre com elogios pelos usuários, e muitas vezes até pelos comerciantes mais sérios, pois a maioria tem pavor do seu nome pelas verdades que você publica e prova aqui, pois isso esvazia boa parte dos argumentos de vendas que eles inventam para empurrar seus itens.
Deixo aqui os meus parabéns ao Eduardo esperando que seja sempre esta pessoa honesta e com essa vontade de nos oferecer os seus conhecimentos neste assunto, pois a audiofilia ficou estagnada muito tempo no Brasil, ditada somente por uma única publicação que monopolizou o hobby e o conduziu segundo os seus próprios interesses.
Continuo fã do HiFi Planet, e não perco um e seus artigos.
Deixo aqui o meu registro de solidariedade e respeito.
Fábio Signoretti
São Paulo – SP
Olá Signore,
Muito obrigado pelo seu apoio.
Você disse:
“O negócio é ignorar. Deixar pra lá.”
Pois é o que estamos tentando fazer aqui… 🙂
Não estou nem aí para este caso. Isso para mim não muda nada.
A quantidade de mensagens e e-mails que recebo sobre este assunto tão pouco importante não vale a pena.
E peço mais uma vez, por favor, para evitarem mensagens ofensivas, com nomes e com acusações sem provas juntadas.
Abraços
Eduardo
Bom dia amigos
Sem querer esticar muito este assunto, gostaria apenas de oferecer um pouco de minhas experiências nesta área.
Muitas das questões aqui abordadas por este blog dizem respeito aos falsos conceitos criados ao longo de muitos anos, principalmente nos primórdios do hobby quando as informações eram muito escassas e tudo ainda se presentava como algo desconhecido. Seja esta discussão do digital ou outra qualquer.
Ao longo de minha vida atuei por algum tempo oferecendo consultoria ao mercado, não esta consultoria oferecida por articulistas e editores de revistas, falo em trabalho profissional, sério e competente.
Conheci fabricantes nacionais e estrangeiros em visitas que fiz na Europa, Estados Unidos e Japão, entre outros, e, sinceramente dizendo, fiquei decepcionado e até mesmo estarrecido com a forma como o áudio hi-end é tratado.
Primeiro, segmentou-se o áudio de alta-fidelidade em categorias, e vieram os equipamentos audiófilos, hi-end e outras nomenclaturas que mais confundiam do que organizavam o mercado.
Estas categorias estavam mais baseadas em preço do que realmente em desempenho.
Que me desculpem muitos amigos com quem trabalhei, mas vocês são culpados desta merda toda que criaram.
Vi a criação de artigos para atender o comércio, e não o leitor. Vi a produção de equipamentos e acessórios que posteriormente eram vendidos a peso de ouro, mas que jamais tiveram a performance mencionada, ou pior, nunca apresentaram as características construtivas mencionadas.
Vi um famoso distribuidor no Brasil comprar conectores RCA na rua Santa Efigênia em São Paulo pelo equivalente hoje de R$ 5,00, dourados com um material de baixíssima qualidade, e depois vendê-los em “cabos de marca” ou avulsos por mais de R$ 300,00.
O diretor da empresa me disse que “se existem otários que pagam, qual o mal nisso?”
Participei de conversas com empresas em reuniões onde se decidiam os benefícios que seriam oferecidos às publicações do mercado para conseguirem avaliações positivas e a divulgação de seus produtos. Muita gente ganhou equipamentos e comissões para alavancar a venda de produtos que não valiam a metade do preço cobrado.
Aliás, essa é uma realidade diferente daquela que hoje conhecemos no mensalão e no petrolão?
Parece que o problema da política começa bem antes, no próprio ser humano e no seu frágil caráter.
Uma vez comentei com um cliente que um par de cabo de caixas que ele havia comprado por mais de R$ 12.000,00 na época era na verdade um cabo comum, vendido nos Estados Unidos por pouco mais de 8 dólares o metro. O cabo era “limpo” para tirar a marca original e revendido com alguns “enfeites” para lhes dar um ar de maior prestígio.
Ouvi do cliente que isso não podia ser verdade, pois, segundo ele, uma revista e alguns participantes de debates de internet haviam confirmado a qualidade excepcional do produto. A revista ainda comentou que aquele produto era uma “barganha”, “imperdível”.
Meu foco não era áudio e vídeo, mas acabei me especializando por conta de sua importância cada vez maior na arquitetura. Como tudo que eu fazia baseava-se no conhecimento e na informação, custava-me acreditar que um item do meu projeto era resultado de um fenômeno inexplicável. Como engenheiro, eu buscava compreender os fenômenos e aplicá-los em cada necessidade específica. Aceitar que fenômenos eram subjetivos, que algumas pessoas podiam interpretá-lo de uma forma e outras não, sempre foi algo inconcebível para mim.
Acho que o que chegou mais perto de uma solução real e verdadeiramente produtiva foi justamente o trabalho de customização de sistema desenvolvido por este blog. Este foi talvez o fato mais importante que vivenciamos neste hobby nos últimos anos, pois finalmente esclareceu pontos importantes e colocou muitas coisas em seus devidos lugares.
Muitas destas brigas e confusões que ocorrem com as diferentes interpretações individuais de cada fenômeno não são inerentes à personalidade humana, mas sim culpa de uma cultura criada em torno do áudio que visava elitizar, mistificar e proporcionar gordos lucros aos que com isso trabalhavam.
Um dia, conversando com um fabricante/revendedor de “acessórios hi-end”, incluindo aí dispositivos anti-vibração, elevadores de cabos, tomadas especiais e outros dispositivos, eu lhe indaguei se ele realmente acreditava nos benefícios destes componentes. Ele me respondeu que não, mas o mercado sim, e isso lhe bastava.
Cansei de vê-lo comentando sobre mudanças positivas que estes componentes proporcionavam nas apresentações que ele fazia, e sabia que na verdade ele não percebia nada e não acreditava em nada do que estava sugerindo. Mas, era impressionante o poder de sugestão e convencimento que esse pessoal desenvolve.
O mercado passou repentinamente a ser inundado de produtos que recebiam os mais rasgados elogios de algumas publicações, com adjetivos que colocavam cada lançamento num patamar de desempenho lá nas alturas.
Os famosos cabos que provocavam melhorias “excepcionais”, deixando um “abismo gigante” em relação aos modelos “já testados” fez muita gente trocar de cabos periodicamente, num incansável e interminável upgrade.
A verdade é que alguns cabos hoje fornecidos pelo mercado são os mesmos cabos de 20 anos atrás, apenas com uma “roupagem” nova.
Outro dia desmontei um caro cabo hi-end e provei para alguns amigos que se tratava de uma “capa” bonita num cabo comum que é vendido no exterior como material barato e comum. Quem viu os dois nas mãos não teve dúvida. Era exatamente o mesmo cabo. E não era uma produto nacional, mas importado e vendido numa embalagem de jóias.
Um conhecido nome deste mercado, responsável pela publicação de inúmeras conclusões de testes, estava num showroom de um amigo nosso há uns 6 anos escutando um sistema tocando, e comentou que ele era apaixonada pela sonoridades de duas caixas bookshelves que estavam no ambiente, que apesar de custarem o preço de um carro semi-novo, mostravam o “verdadeiro pedigree de um produto de elevado nível hi-end” (como exatamente disse). Meu amigo lhe disse: “Só uma correção, as caixas que estão ligadas são aquelas da Sony penduradas na parede que não custam um pneu de um carro popular”…
O “experiente avaliador” disse que estava brincando… Lógico que todos perceberam que não tinha havido nenhuma brincadeira em sua observação.
Sabem porque este pessoal foge de testes cegos? Porque sabem que serão desmascarados.
Peguem um daqueles cabos que eles dizem apresentar um “salto quântico” de performance, que valem cada centavo das dezenas de milhares de dólares cobrados por eles, e sugira para que ele faça um teste-cego comparativo com um cabo vagabundo de 5 reais. Eles não aceitam o desafio. E sabem porque? Porque não existe essa correlação de preço, aparência e qualidade. Eles sabem disso.
Mas, o avaliador precisa que este representante ou fabricante ganhe muito para colocar anúncios de página em sua revista, e o usuário mal informado precisa valorizar a sua decisão de ter pago tanto dinheiro neste mesmo produto.
O comerciante e o fabricante, por suas vezes, precisam fazer acreditar que o produto é realmente a “mágica” que faltava no seu sistema de som.
Mas, num teste cego, é fácil provar que o “salto quântico” não passa de passo de formiga, e muitas vezes em direção oposta.
Porém, isso está mudando. Os absurdos ainda acontecem. Os abusos e exageros ainda estão por aí.
Mas, observamos hoje o mercado mais inteligente e seletivo com o que lê, e alguns comerciantes e “opinadores” um pouco mais cautelosos com o que dizem.
Outro dia li num fórum de áudio que alguém havia experimentado um DAC de menos de R$ 3.000, 00 e não sentiu diferença para o seu atual de mais de R$ 15.000,00. Eu pensei comigo: “Finalmente alguém percebeu isso”.
Claro que ele foi recebido de forma discriminada pelos seus colegas, mas não por mim, que conheço muito bem os dois produtos e posso afirmar que, se houver alguma vantagem real, ela está mais para o DAC mais barato do que o mais caro, pois conheço o projeto dos dois e já vi essa comparação numa loja na Dinamarca, onde os mesmos dois modelos foram testados.
Eu sinto que o mercado está mais cuidadoso, mais esperto e mais exigente. Não basta também ser bom, mas tem que ter um preço honesto. Essa é a filosofia adotada hoje por boa parte do mercado.
Eu acho que o período de transição entre o misticismo e a realidade está terminando. O consumidor parece mais consciente hoje. Ele não compra mais pela marca, pela aparência ou pelo alto preço.
Isso é bom, porque o próprio mercado tem feito uma limpeza geral às influências distorcidas de outros tempo. Estamos vendo “marcas de grife” sumindo e dando lugar a outras mais “comerciais” que apresentam desempenho até superior. Estamos vendo discussões terminando de forma ruim para aqueles que insistem nos velhos conceitos, e publicações morrendo por tentarem a todo custo manterem seus feudos de ilusão.
Não tenho dúvidas sobre o bom caminho que o mercado está começando a trilhar, e vejo o HF Planet como um dos grandes precursores para este amadurecimento.
Não é fácil jogar contra, e reconheço isso pois vivi estas situações de resistência.
Mas, parabenizo aqueles que corajosamente e bravamente lutam pelas necessárias mudanças.
Quem ganha é o consumidor e o vendedor honesto.
Um grande abraço para todos.
Roberto
Olá Eduardo,
Adquiri um Dspeaker no ano passado e desde então penso em realizar um exame audiométrico exclusivamente destinado a fazer os ajustes do Antimode à minha curva de audição.
Ocorre que não faço a menor ideia de como fazer isso. Seria possível contar com a sua preciosa ajuda?
Assim eu realizaria o exame o mais breve possível.
Abs
Ops, esta mensagem deveria ser mandada para o tópico sobre customização…
Olá, Caio,
Sem problemas. Aqui não temos frescuras… 🙂
Você precisa procurar um centro clínico especializado, que tenha um equipamento confiável (certificado e aferido) e pedir um exame cuidadoso e preciso.
Já te adianto que a maioria das clínicas dificilmente faz isso. Você tem que conversar com o médico e explicar os motivos, e convencê-lo disso.
Agora, a pior parte… você terá que fazer pelo menos dois exames para confirmar o resultado, ou mais se eles forem diferentes, até ter confiança que chegou à realidade dos números.
É muito importante que estes exames sejam feitos em idênticas condições, de preferência bem cedo, com os ouvidos descansados.
Mesma alimentação, mesma exposição aos ruídos de trajeto, mesmo nível de estresse, mesma pressão arterial, tudo tem que ser idêntico, por isso é bom marcá-los em dias consecutivos, pois tudo pode causar alterações.
A minha sugestão é que, ao acordar, coloque protetores auditivos para manter os seus ouvidos íntegros até o momento do exame (a mesma providência sugiro sempre antes de curtir seus momentos de audição musical).
Pois é… ninguém conta tudo isso.
É que ninguém se importa com os ouvidos, apenas cabos e equipamentos, que é o que lhes dá dinheiro, ou status e satisfação pessoal (ou visual)…
E quando você toca neste importante assunto, aí te chamam de estúpido e dizem que isto tudo é um absurdo… que não ouvimos diferente… que nada disso é preciso… que só o que eles ouvem e avaliam (ou anunciam) é o suficiente para fazê-lo feliz… que médicos não sabem nada, que engenheiros são estúpidos, que técnicos e cientistas não conhecem os mistérios do áudio, enfim…
Abraços
Eduardo
Caro Eduardo,
Muitíssimo obrigado por essas dicas super importantes. Vou seguir à risca!
Tenho uma dúvida importante, mas vou postar no tópico sobre customização, lugar adequado para essa discussão.
Obrigado, uma vez mais.
OK. Será respondida por lá então.
Olá Eduardo,
Não tinha visto a sua resposta das minhas sugestões de testes.
Sim, nem todas as gravações em formato SACD e Blu Ray Áudio são boas. Recentemente ouvi uma gravação do Herbie Hancock muito ruim, parecia até produto de camelô. Acho que em downloads a coisa é mais crônica. A única loja virtual que eu confio para realizar downloads é a Accoustic Sounds – é a única que eu conheço que faz referência à proveniência da gravação. Foi lá que descobri, por exemplo, que certos arquivos em DSD são gravados a partir do Super Áudio CD e não a partir do master original. Pelo menos mencionaram este fato. HD Tracks nem pensar, sobretudo após ter tomado conhecimento com as notícias de fraude.
O único empecilho é que eles – a Accoustic Sounds – apenas aceitam compras feitas a partir dos EUA e do Canadá. A solução é usar uma VPN.
Abraços
Olá Caio,
Bom saber.
Tenho pouca afinidade com arquivos digitais, mas gostaria muito de entrar nesse mundo.
Abraços
Duas coisas específicas me inclinam a esse formato: a primeira é minha aversão à estocagem física de discos pequenos – acho muito inconveniente e vou à loucura com aquelas embalagens de acrílico. A segunda é a possibilidade de criar playlists a partir de arquivos de pendrive – ou mesmo por meio de streaming – de muitas horas de duração. Isso de fato é muito cômodo.
Se você não tem esses problemas, sinceramente não sei se vale a pena explorar o áudio via arquivos digitais. Inclusive porque chegam a custar a mesma coisa que um SACD!
Serviços de streaming como o Tidal são outra história, pois te proporcionam música ao quase infinito a um custo irrisório.
Olá Eduardo: em meio à minha digitação postei sem querer o texto incompleto, como você pode ver mais acima. Por favor, considere apenas esta última versão.
Prezados,
Quase três anos depois de minhas postagens neste tópico, e cerca de dois anos depois de realizar uma significativa melhora no meu sistema analógico, volto aqui para dizer que voltei completamente atrás em minha declaração anterior: uma vez que você esta em posse de um cápsula de alto nível – especialmente MC -, de um braço à altura e de um grande pré de phono, não há medida de comparação entre analógico e digital. O primeiro é muito melhor, mais rico, detalhado, dinâmico, orgânico, tridimensional. Enfim, não dá para saída…
É claro que estou me referindo – isso é importantíssimo – a gravações que foram produzidas no período do vinil. Não teria nenhum sentido ouvir Diana Krall em analógico; além do vinil ser prensado diretamente através do matrizes de CD ou DSD, as gravações modernas/contemporâneas são realizadas a partir de tecnologia digital (há exceções, mas são poucas).
Além disso, é importante lembrar que muito raramente as prensagens de CD, SACD ou Blue Ray Pure Audio dos artistas de jazz ou rock (até os anos 70) são realizadas a partir das matrizes originais. Coloquei as mãos em gravações de Blue Ray de Oscar Peterson e Herbie Hancock que eram vergonhosas. Alguns cd’s de jazz que possuo – penso de cara em Miles Davis – soam estridentes, esgoelados e grosseiros perto das mesmas edições em vinil.
Passei a ter medo de digital.