Perguntas e Respostas sobre a Customização de Sistemas de Som

Este é um tema que tem gerado algumas dúvidas, apesar de já ter sido tratado muito profundamente em vários de nossos artigos.
Tentaremos abordar aqui alguns pontos de uma forma mais objetiva.

96754

Tudo o que você sempre quis saber sobre Customização de Sistemas de Som e nunca conseguiram te explicar.

1. Nossos ouvidos são iguais?

Além de nossos sistemas auditivos serem naturalmente diferentes, nossas audições também são modificadas em razão de uma série de fatores, como idade, exposição ao ruído (e a música também pode ser incluída aqui), formatos de nossas orelhas, medicações que tomamos ao longo da vida, formação de nosso pavilhão auditivo e muitos outros fatores. Ou seja, por razões externas e também intrínsecas, ou seja, por sua própria natureza.
Essa diversidade de escuta é comprovada pela ciência, pelos profissionais da medicina e pelos inúmeros exames de audiometria que são realizados diariamente pelo mundo todo.

Não existe qualquer dúvida hoje de que ouvimos de forma diferente. É um fato comprovado.

2. Como se apresentam estas diferenças?

Estas diferenças ocorrem na forma como os nossos ouvidos percebem os sons ao longo de sua faixa de frequências de captura.
Ou seja, nossos ouvidos captam os sons que estão numa faixa de frequências audíveis, mas a sua sensibilidade ao longo desta faixa varia, se altera e modifica a forma como o cérebro é estimulado.
Se dividirmos a nossa faixa de audição em graves, médios agudos, e subdividirmos estas faixas em muitas outras mais estreitas, teremos variações de sensibilidade que se refletem na forma como percebemos, por exemplo, e principalmente neste caso, a música.

3. Se ouvimos de formas diferentes, então a música ao vivo também resta comprometida?

Sim, exatamente. Não só a música ao vivo como qualquer outro som é comprometido.
As nossas variações de sensibilidade auditiva ocorrem por todo o espectro de frequências sonoras, atenuando ou enfatizando determinados sons (ou frequências), criando uma realidade auditiva que não corresponde exatamente aos sons que são gerados no ambiente.
Portanto, estes desvios auditivos existirão também na reprodução musical ao vivo.
Isso deveria ser até bastante lógico, afinal, os ouvidos que usamos para ouvir o nosso sistema de som em casa são os mesmos que usamos num evento ao vivo, com os mesmos desvios característicos.

4. Então, se a música ao vivo é interpretada pelos nossos ouvidos com os seus desvios característicos, então ela não serve como referência precisa para ajustarmos o nosso sistema de som caseiro?

Essa é a realidade.
A música ao vivo possui uma relevância limitada e parcial para o ajuste de nossos sistemas de som. É uma referência relativa, e não absoluta. Pode e deve ser considerada, pois é mais uma ferramenta auxiliar, mas jamais oferecerá a precisão necessária para este ajuste.
Ao ouvirmos a música ao vivo com os desvios naturais de nossos ouvidos, acabamos cometendo um grande erro ao tentar ajustar o nosso sistema de som por esta realidade distorcida interpretada pelo nosso sistema auditivo.
Ou seja, se temos uma perda auditiva nos agudos (muito mais comum do que se imagina), os sons de altas frequências sofrerão uma mutilação ao escutarmos uma apresentação ao vivo, e ao tentarmos ajustar o nosso sistema de som apenas por esta “referência”, vamos transportar essa mutilação para o nossa sala.

5. Qual a diferença entre som real e som ao vivo?

Em função do que vimos acima, podemos concluir que o som gerado “ao vivo” é diferente daquele percebido por nós. Diante desse efeito, criei o conceito do Som Real.
O som real é aquele que está realmente sendo gerado, e o som “ao vivo” é aquele que percebemos com as variações de sensibilidade aplicadas pelos nossos ouvidos.
O ideal seria que todos os sons gerados de fato (som real) fossem percebidos pelos nossos ouvidos na sua integralidade, sem qualquer modificação, o que, infelizmente, não é o que ocorre.

6. Então estamos condenados definitivamente a não apreciar uma música completamente, com todas as suas nuances e componentes?

Para a nossa sorte, podemos realizar ajustes em nosso sistema de som para que estes desvios sejam corrigidos através de algumas compensações, e assim obtermos um som que se assemelha mais ao som real, e não àquele mutilado que percebemos “ao vivo”.
Este é o princípio básico da Customização de Sistemas de Som: adequar o sistema aos nossos ouvidos.
Podemos comparar nossas variações de sensibilidade auditiva ao nosso mecanismo de visão. Qualquer desvio visual que possuímos vai deteriorar a imagem do mundo real. Mas, com o auxílio de um par de óculos conseguimos modificar a forma como interpretamos visualmente o mundo real, e assim obtermos uma imagem mais precisa da realidade.
Infelizmente, não dispomos ainda de “óculos auditivos” que nos ajudem a perceber os sons como eles realmente são, que promovam as correções necessárias para que os sons que ouvimos “ao vivo” sejam captados sem mutilações. Mas, podemos introduzir algumas modificações em nosso sistema de som que provoquem a correção necessária aos nossos ouvidos.
Ou seja, se temos uma deficiência de sensibilidade numa faixa de frequências elevadas, que nos impede de ouvir alguns sons agudos, podemos reforçar esta faixa em nosso sistema de som e assim conseguirmos ouvir sons que não conseguimos ouvir “ao vivo”, ou pelo menos tentar chegar mais próximo da realidade dependendo do grau desta perda.

7. Quais as diferenças que percebemos ao ajustarmos o nosso sistema para compensar os nossos desvios auditivos?

Isso vai depender das variações de sensibilidade de cada um.
A sensação mais imediata é de uma alteração significativa da forma como estamos acostumados a ouvir as nossas músicas. Ao restabelecer o equilíbrio da faixa audível, sons que antes poderiam até parecer incômodos não provocam mais essa sensação. Outros sons que ouvíamos levemente ou mesmo não percebíamos começam a se destacar na paisagem musical.
A música ganha mais vida, se torna mais real e natural.
Com o tempo vamos acostumando com essa nova realidade, e depois até uma apresentação ao vivo parece nos dar uma sensação de estar faltando algo.
Para quem possui perdas significativas nas altas frequências, por exemplo, a sensação de ouvir todo aquele conteúdo sonoro nesta faixa é como redescobrir a música, conhecer a verdadeira intenção do músico e os sons de cada instrumento.

8. Podemos compensar todos os nossos desvios?

Não.
Nossos desvios podem variar de pequenas amplitudes até a surdez total em algumas faixas (principalmente extremos).
Se houver um dano de grande intensidade em nosso sistema auditivo, é possível que não possa ser compensada.
De qualquer forma, as demais faixas de frequências ainda perceptíveis pelos nossos ouvidos se beneficiarão de uma compensação.

9. Então o nosso sistema de som pode se aproximar mais da realidade do que o próprio evento ao vivo?

Em muitos aspectos sim, e é algo muito lógico.
Apesar de não conseguirmos fazer as compensações de sensibilidade para que uma audição “ao vivo” seja uma reprodução perfeita da realidade, podemos conseguir isso em nosso sistema de som.
Mas, entenda-se aqui que estamos buscando corrigir as variações de sensibilidade de nosso sistema auditivo, buscando atenuar sons muito reforçados pelos nossos ouvidos e reforçar sons que temos dificuldades de ouvir, promovendo assim o “equilíbrio auditivo”.
Não estou afirmando aqui que o som reproduzido eletronicamente pelo nosso sistema de som será mais perfeito em tudo que o som ao vivo, pois sabemos das limitações dos alto-falantes, da sala e outras que podem restringir a experiência musical em nossa sala. Porém, podemos, com a customização do sistema, ouvir a música de uma forma mais “completa”, com menos mutilações do que àquela reproduzida ao vivo.
Se não conseguirmos reproduzir a mesma “espacialidade” ou a mesma intensidade dos sons pelas limitações de tamanho dos alto-falantes ou pelo volume da sala, ainda assim conseguiremos chegar mais perto do som real, e assim apreciarmos os sons que são de fato produzidos no mundo real e que antes acabavam distorcidos pelos nossos ouvidos.

10. Dizem que se não experimentarmos um morango ao natural não podemos saber se o seu sabor num suco artificial se aproxima da realidade, essa comparação procede?

Este tipo de argumento é utilizado para tentar negar tudo o que vimos acima, com a única intenção de preservar interesses pessoais. Imagine como fica agora a confiabilidade das avaliações de equipamentos de áudio depois destas constatações que fazemos aqui.
Misturar sabor de alimentos com audição é algo que ultrapassa a barreira do absurdo. São coisas distintas, e não se equivalem na idéia proposta aqui.
Imagine se descobrirmos que cada um sinta, também, os gostos de forma diferente. Vamos então tentar seguir nessa linha de pensamento.
Vamos supor que as variações de sensibilidade de nossos ouvidos em suas diversas faixas de frequência possam ser transportadas ao sabor também, na forma de variações de sensibilidade de componentes.
Na imaginação destes críticos que fazem este tipo de comparação, se uma pessoa não tiver sensibilidade para o sabor da hortelã, mas tiver para o abacaxi, e tomar um suco de abacaxi com hortelã, terá uma referência errada para a comparação com o suco artificial, pois a sua referência “ao vivo” já está distorcida.
É difícil imaginar como alguém pode não sentir o sabor da hortelã, por isso esse tipo de comparação com o sabor é tão absurdo. É o tipo de argumentação inútil que nada agrega a importância do tema tratado, e serve apenas para tumultuar uma idéia importante com o objetivo de atender a interesses pessoais dos mais diversos.
O mesmo problema ocorre com cores. Argumentam alguns que quem nunca viu uma determinada variação de cor não pode tê-la como referência numa imagem, mas quem garante que aquela variação de cor é sentida da mesma forma por todos? Já imaginou se, como os nossos ouvidos, também não conseguíssemos ver determinadas cores, ou outras parecessem mais saturadas do que realmente deveriam ser?
Estas comparações são feitas sem qualquer base de conhecimento por quem as faz, pois são paralelos que não se aplicam à idéia que estamos abordando.

11. Porque este tema, apesar de tão importante, não recebe uma atenção maior do audiófilo, das publicações especializadas, dos fabricantes, etc.?

O mercado audiófilo se tornou um segmento bastante lucrativo.
Há um certo fanatismo do consumidor em buscar a “perfeição” do som, e isso faz deste hobby uma oportunidade muita grande para quem quer ganhar dinheiro vendendo ilusões.
É curioso como a audiofilia é na verdade simplesmente “áudio”, é “audição”, mas pouco se discute sobre os nossos ouvidos. Tudo gira em torno de produtos como amplificadores, players, cabos, acessórios para vibração e tantos outros componentes que ganham uma importância muitas vezes exagerada, mas os nossos ouvidos acabam simplesmente desprezados.
Os audiófilos pouca noção tem da importância de cuidar bem dos ouvidos para realizar uma audição mais precisa da música. Os fabricantes querem vender equipamentos e acessórios, e cada um tem a sua solução mágica. Publicações especializadas sobrevivem, na sua maioria, de anunciantes, e precisam enaltecer qualidades positivas dos produtos (muitas vezes inexistentes) em avaliações feitas “de ouvido”.
A Customização de Sistemas é algo que coloca todo esse mercado numa outra dimensão, e isso assusta, como é comum àqueles que se acostumaram a viver na sua “zona de conforto”.

12. Precisamos mesmo disso? Não podemos viver sem essa compensação?

Ninguém precisa seguir a sugestão aqui proposta. Se você se sente satisfeito em fazer o seu sistema de som se aproximar de sua referência ao vivo, nada o obriga a mudar a sua vontade.
Numa comparação, podemos afirmar que uma pessoa com alguns poucos graus de miopia pode viver a sua vida normalmente, mas certamente não conseguirá enxergar muitos detalhes das imagens mais distantes, que lhe parecerão embaçadas e sem definição.
Alguém que não faça a correção auditiva aqui sugerida pode reconhecer uma música, acompanhá-la e eventualmente, na melhor hipótese, até perceber todos os sons gerados, mas perderá uma boa parte da fidelidade da obra.
E, afinal, os audiófilos não se apresentam como pessoas exigentes em termos de qualidade da reprodução sonora?
Não são os audiófilos que muitas vezes gastam milhares de dólares por um cabinho que vai lhe dar um ínfimo ganho ou mesmo nenhum grau de melhoria sonora? Então porque iríamos desprezar uma sugestão tão simples que está ao alcance de todos e por um custo muito mais acessível do que muitos equipamentos e acessórios?

13. Como podemos realizar estas correções?

Primeiro, devemos antes realizar um exame audiométrico de boa qualidade e bastante preciso para entender o comportamento de nossos ouvidos no mundo real, “ao vivo”.
Depois, entender como o nosso sistema de som (incluindo a interação de nossa sala do ponto de vista acústico) interfere neste resultado.
Depois que tivermos estas duas curvas, devemos então proceder às compensações.
Podemos usar para isso algum dispositivo de processamento digital ou até mesmo um equalizador para realizar a adequação necessária.
Cabos não são recomendados, pois não existe um cabo que possa ser “regulado” para corrigir a complexidade destas curvas, e eles dependem muito dos equipamentos interligados, ou seja, se trocarmos algum equipamento, os cabos perdem a finalidade. Cabos jamais devem ser utilizados para “ajustes” de um sistema de som. Esse argumento é puro marketing.
Em nossos artigos anteriores temos muitas outras sugestões nesse sentido.

14. O que o desenvolvedor deste conceito quer ganhar com isso?

Nada. Absolutamente nada no campo financeiro.
Me perguntaram uma vez porque eu não peço patente do método? Primeiro, porque já existem soluções parecidas. Tomei conhecimento disso há alguns dias pesquisando sites científicos de medicina.
A idéia dos autores destas patentes é realizar esta compensação para pessoas com dificuldades auditivas sérias, como um tratamento auxiliar para uma audição melhor. Eles não foram mais longe, onde poderia abordar um universo maior de ouvintes, já que todos nós temos algumas variações, leves ou intensas.
Outra razão se resume no fato de que não espero nenhum tipo de compensação pelo método. O áudio é um hobby para mim, e compartilhar o que aprendo é uma satisfação.
Os inúmeros relatos que recebo de pessoas que aplicaram o método e ficaram satisfeitas já compensam o esforço em aprimorar e divulgar a técnica.
Não divulgo aqui nenhuma marca, não forneço nenhum produto ou serviço, e não vendo sequer qualquer tipo de consultoria sobre o assunto.
Há aqueles que veem nessa sugestão um risco aos seus interesses, pois sustentam a subjetividade como único instrumento admissível na composição de um sistema de som e, com os seus ouvidos “cuidadosamente calibrados”, os seus “disquinhos de referência” e as suas vivências na “escutação ao vivo” acreditam que estão mesmo ouvindo o som real…

Piano-music-clipart-pictures-free-clipart-pictures-org

21 Comentários

  1. Olá Eduardo, acompanho seu blog faz muitos anos, mas só agora me cadastrei.
    Suas publicações e avaliações são sempre imparciais e corretas no sentido de fornecer orientação aos “audiófilos” normais para otimizarem seus sistemas.
    Estou pretendendo construir caixas iguais as suas, li em um dos seus artigos que você consideraria a possibilidade de fornecer as informações detalhadas do seu projeto para construção destas caixas. Isso está correto?
    Se estiver, como procedo para conseguir os detalhes deste projeto.
    As caixas seriam para uso exclusivo em minha residência e nada mais.
    Obrigado pela sua atenção, parabéns pelo seu blog.
    Um abraço.

  2. Fiz alguns testes no ano passado com este proposta que vocês divulgam aqui, e os resultados que eu obtive coincidem com estes que vocês relatam aqui.
    No começo estranhei um pouco, mas hoje não vivo sem os ajustes.
    Funcionou muito bem para mim, e passei a perceber muito mais informação que eu antes percebia, mesmo ao vivo.
    Aliás, o ao vivo hoje para mim parece mesmo sem graça, e curto mais ouvir o meu sistema ajustado para mim.
    Obrigado pela dica preciosa que vocês deram. Foi o melhor upgrade que fiz no meu sistema em anos.
    Continuem nos ajudando, por favor. Hoje estamos quase órfãos da boa informação.
    Felicidades.
    Takaesu

  3. Olá,

    Sim, eu sempre tive a intenção de organizar todas as informações que tenho para que possam auxiliar aqueles que queiram desenvolver um projeto similar ou mesmo reproduzir este.
    Mas, devido a falta de tempo, não consegui arrumar a bagunça, mas tenho tudo aqui, muita coisa feita à mão ainda, e desenhos também riscados.
    Coloco tudo à disposição. Veja o que você precisa e eu te ajudo neste projeto.

    Abraço

    Eduardo

  4. Olá Eduardo
    Sou português de Lisboa e acompanho o seu site com bastante interesse e aproveito para lhe dar os parabéns pela seriedade da abordagem da alta fidelidade aqui apresentada.
    Gostaria de saber a sua opinião da bicablagem de colunas com cabos diferentes ou seja, cabo com caracteristicas para o grave para as baixas frequências e outro cabo com caracteristicas mais para o agudo para as médias e altas frequências.
    Agradeço desde já a sua atenção.
    Cumprimentos
    José Santa

  5. Boa tarde, José Santa,

    Obrigado pela sua participação e pelas suas gentis palavras.

    Esta é uma questão muito interessante, pois eu já fiz vários testes sobre isso.
    Em outras épocas eu já defendi a utilização de cabos diferentes em bicablagem, escolhendo como você sugeriu, um cabo com virtudes específicas para os agudos e médios e outro mais adequado para os graves.
    Já ouvi argumento que isso pode prejudicar o ponto de corte, já que teríamos nesse ponto cabos com assinaturas sonoras diferentes. Mas, não foi o que eu constatei. Não há nenhum prejuízo no ponto de corte, pelo contrário, essa divisão só traz benefícios.

    Pode fazer as suas experiências sem receios. Tenho certeza que irá gostar dos resultados.
    Depois, se puder, nos conte as suas experiências.

    Abraços

    Eduardo

  6. Olá Eduardo
    Utilizei durante algum tempo bicablagem com cabos diferentes, para os graves uns Inakustic Reference 1102 e para médios e agudos uns Kimber 4 TC com óptimos resultados, melhor para os meus ouvidos do que utilizando qualquer dos dois individualmente.
    Entretanto o importador para Portugal da QED emprestou-me para teste uns QED Genesis Prata terminados com as excelentes bananas Qed QE1910, utilizando como jumpers Kimber 4TC.
    Conclusão: Ao fim de 10 minutos de audição com discos que conheço bem e estou habituado a ouvir fiquei com a certeza de que já não regressariam ao importador.
    Creio que o Eduardo já fez teste subjectivo e objectivo destes QED Genesis também com boas impressões estou certo.
    A amplificação está a cargo de um Primare com colunas BW CDM7 NT, iguais às que o Eduardo mantém na sua sala de som.
    Já agora a titulo de informação, nos próximos dias 3,4 e 5 de Março realiza-se em Lisboa à semelhança dos anos anteriores o AUDIO SHOW 2017 que é o segundo certame HIGH END mais importante da Europa a seguir ao de Munique, ao qual nunca faltei.
    Continuarei a seguir o hifiplanet com todo o entusiasmo e interesse que ele me merece.
    Os meus melhores cumprimentos para o Sr. e para o trabalho que tem feito nesta área.
    Bem Haja
    José Santa

  7. Venho acompanhando este tema com grande interesse.
    Inicialmente achei a ideia um pouco confusa, apesar da clareza como o tema foi conduzido, mas bastou seguir a receita para que eu pudesse colher resultados muito interessantes.
    Realizei a avaliação audiométrica e fiquei surpreso com as variações apontadas no laudo. Optei pela solução com o DSPeaker, utilizando a sua função de equalização para adequar a curva do meu sistema aos meus ouvidos.
    Este processo foi mais trabalhoso, pois o realizei várias vezes e com bastante cuidado para tentar obter uma precisão bem alta.
    Como foi dito aqui, não tem volta.
    Quando você tem acesso a todas aquelas informações numa curva correta realmente a surpresa é grande. Inicialmente soa um pouco estranho, pois fica evidente que o som se altera significativamente, mas depois de algum tempo é como se uma janela estivesse sido aberta. Ou seja, o som que você ouvia antes era fiel ao vivo, mas não à realidade.

    Agradeço muito o Hi-Fi Planet por ter me oferecido esta experiência tão interessante. Foi sem dúvida o melhor upgrade que já fiz no meu sistema até hoje, e agora vejo como fui tolo comprando tantos cabos caros para tentar ajustar o meu sistema para uma realidade que nem existia.
    Recomendo a todos os leitores que façam esta experiência. A coisa funciona, e vale a pena. Só o fato de não ficar mais dependente de cabos já é um grande passo.

    Parabéns ao Eduardo e ao Hi-Fi Planet pelo trabalho brilhante que realizam aqui.
    Estou lhes encaminhando um email com fotos do meu sistema e das medições e exame realizados.

    César Calil

  8. Olá,

    Em mais de 40 anos dedicados ao prazer da música como lazer, poucas vezes li algo que me chamasse tanto a atenção como venho lendo estes artigos sobre customização de sistemas de som.
    Tomei coragem e ontem realizei uma avaliação audiométrica para conhecer melhor os meus ouvidos. Realmente tenho desvios significativos, mas foi um exame bastante básico e vou retornar para um exame mais cuidadoso e completo, inclusive por sugestão da médica que o realizou depois de entender minhas razões. Ela ficou impressionada ao saber que há um trabalho sendo feito para aumentar a nossa capacidade auditiva para audição de músicas, e me disse que todo mundo que gosta de ouvir música como nós deveria fazer este exame, e que estamos no caminho certo pois as variações auditivas são muito grandes de indivíduo para outro.

    Meu maior desvio se concentra nas frequências superiores, ou seja, tenho baixa sensibilidade para os sons agudos. Já não me sinto mais tão culpado por tentar reforçar os agudos do meu sistema de som. Agora compreendo que havia esta necessidade e eu não estava errado em recusar o conceito de som “flat”, com resposta “perfeitamente plana”, como costumo ler e como sugeriam alguns amigos de fóruns que participo.

    O som flat é um erro, apesar de eu ver que muitos seguem nesta definição.

    É curioso que quando você entende o conceito de customização, ele lhe parece tão lógico como se estivesse o tempo todo em frente ao seu nariz… ops… aos seus ouvidos… 🙂
    E quando você faz a avaliação auditiva percebe o quanto está perdendo em fidelidade musical. Imagino estes “véios” como eu que fazem os reviews de equipamento o quanto devem estar longe da realidade daquilo que concluem.
    E em defesa, quero dizer que não somos nós com mais idade que apresentamos estas diferenças. Meu filho fez um exame admissional recentemente e o avaliador concluiu que ele já apresenta algumas perdas em algumas frequências, e ele também é um apaixonado pela música, mas nunca ouviu em volumes exagerados.

    O segredo não está no equipamento, mas sim em nossos ouvidos, e isso hoje está muito claro para mim.

    Acho que este tema daria um livro que todo apreciador de boa música deveria ler e aprender que música bem reproduzida não é só equipamento, e parar de desprezar os ouvidos que representam o elo mais importante da cadeia de reprodução sonora.

    O Hi Fi Planet está de parabéns por ter trazido este assunto a tona, sempre com sua coragem em encarar de frente os problemas da audiofilia e desafiar as antigas fórmulas que sempre serviram para alimentar os “fazedores” de desinformação que apenas alimentam os seus bolsos e seus egos.
    A verdade é que todo este tempo estivemos buscando algo que nem sabíamos o que era, e isso nos leva a todos os caminhos mais errados possíveis apenas nos trazendo frustração e muitos gastos.

    Vida longa aos idealizadores deste site e recebam meus sinceros agradecimentos pelo trabalho que fazem.

    Abs.

  9. Olá José Santa,

    Eu aprecio muito os cabos da QED, e ainda hoje utilizo no meu HT com as caixas 7NT, iguais às suas.
    O QED Genesis é mais uma excelente opção deste fabricante, e casa muito bem com B&W.
    Veja que interessante, já vi testes onde o avaliador não recomenda cabos com prata para caixas muito reveladoras, alegando que elas passam do ponto ideal.
    Mas, é o contrário, quanto mais reveladoras as caixas e os cabos, melhor o detalhamento e a fidelidade obtida.

    Isso nos remete novamente à questão da “fidelidade” da apresentação ao vivo. É possível que ao fazer estes testes você esteja conseguindo atingir um nível superior de realidade do que aquele que conseguiria sem esta “adequação”.
    Este é o motivo que me faz utilizar cabos de prata com B&W.

    Agradeço sua informação sobre a realização do AUDIO SHOW 2017. Se eu pudesse, participaria deste evento com muita satisfação.
    Você não gostaria de colaborar com o Hi-Fi Planet nos oferecendo as novidades deste evento? Poderíamos fazer uma reportagem com a sua colaboração, se estiver disposto.

    Obrigado por participar deste nosso espaço.

    Abraço

    Eduardo

  10. Olá Eduardo
    Será com muito gosto que colocarei aqui no HI-Fi Planet o que de melhor estiver patente no Audio Show 2017 de Lisboa.
    Diga-me por favor de que forma o poderei fazer.
    Se o Eduardo achar conveniente poderemos combinar estratégia através de e-mail o que facilitará o nosso contacto.
    Tenho o privilégio de conhecer pessoalmente alguns dos representantes em Portugal das melhores marcas do High End mundial, espero portanto conseguir trocar impressões com alguns deles sobre os produtos apresentados, apesar de não ser fácil em virtude da grande afluência de entusiastas que este evento costuma ter.
    O meu e-mail é o seguinte:
    Cumprimentos
    José Santa

  11. Olá José,

    Será um prazer receber suas colaborações.
    Vou abrir um espaço exclusivo para isso.
    Podemos fazer isso por e-mail mesmo, acho que facilitará bastante.

    Eu tomei a liberdade e o cuidado de excluir o seu endereço de e-mail de sua mensagem para evitarmos os programas de caça para spams, ou algum outro uso inadequado por alguém.
    Se você não se importar com isso, podemos divulgá-lo.

    Abraço

    Eduardo Martins

  12. Eduardo,
    Postei por engano no lugar errado. Vou reendereçar a minha mensagem para o tópico de música digital. Abs.

  13. Olá Eduardo, em primeiro lugar parabéns pelo site gostei tanto que estou recomendando aos amigos audiófilos!
    Tenho uma dúvida a respeito das caixas do tipo Monitor, pode informar se esse tipo de caixa pode apresentar algum benefício se utilizado num sistema estéreo residencial? É verdade que nesse caso não há tanta necessidade de acertar seu posicionamento?

    Grato

    Alberto

  14. Eduardo,

    Redirecionando para cá a questão em torno da audiometria:
    Notei algo muito estranho: estes testes englobam a apenas faixa de frequência de 250 a 8K… Mas não seria justamente a partir daí que nossa sensibilidade decai mais drasticamente? Existe um teste mais completo que cubra todas as frequências (teoricamente) audíveis?
    Abraço

  15. Olá, Caio,

    Esse é um dos obstáculos que encontrei no decorrer das minhas experiências.
    A maior parte das clínicas realizam o exame Tonal Limiar, que atua nesta faixa de 250 a 8.000Hz.
    Em nosso caso, desejamos uma avaliação numa faixa maior, que seria o exame Tonal de Baixas e Altas Frequências, que se estende até os 20.000Hz (aplicado como exame preventivo de perdas auditivas).
    Olha… honestamente… muitas clínicas não conseguem fazer nem o básico direito.

    Não há um interesse pela maioria das clínicas em fazer um exame mais abrangente, até porque a finalidade destes exames não exige mais do que o Exame Tonal Limiar, sendo mais relacionada às necessidades trabalhistas.

    Eu tive muita dificuldade para encontrar uma clínica que estivesse apta a realizar esse exame, e que também tivesse interesse em fazê-lo.
    O médico, amigo meu, me disse que estava abrindo uma exceção, pois também tinha interesse no assunto, mas me pediu que não o recomendasse para outros interessados, pois ele não gostaria de ter esse exame como regular em sua clínica. Comercialmente não compensa.

    Vários leitores conseguiram realizar o exame dentro das condições adequadas. Alguns conseguiram isso com relativa facilidade, outros com enorme dificuldade.
    É preciso conversar com os médicos até encontrar essa possibilidade.

    Poderia haver mais interesse por parte de algumas clínicas, pelo menos para atender ao grupo de audiófilos interessados em conhecer com exatidão o comportamento de seus ouvidos, afinal, este grupo hoje não é mais tão pequeno.

    Porém, infelizmente, e sem querer ser repetitivo, isso é culpa daquela cultura ultrapassada que deu muito mais importância aos equipamentos e acessórios, alimentada pelas publicações incompetentes, fabricantes e outros envolvidos nesta cadeia. Ainda hoje temos supostos “especialistas” afirmando que tudo isso é bobagem, e que não ouvimos de forma diferente… acredita nisso?

    Vamos torcer para que exista, por parte das clínicas de audição, mais interesse em fornecer um exame mais completo com a mesma facilidade como oferecem o básico.

    Não tem jeito, você terá que encontrar alguém que esteja capacitado e aceite ajudá-lo.

    Estou finalizando um artigo justamente sobre este tema, inclusive com entrevistas com alguns médicos para ampliarmos nosso conhecimento deste assunto.
    Abraços

    Eduardo

  16. A proprietária de uma pequena clínica que faz esse tipo de exame, com quem estive conversando ontem, disse que até existe um teste audiométrico para altas frequências, mas que ela própria não conhecia quem o fizesse. Ainda afirmou que ela própria até possuía o equipamento, mas não possuía um fone de ouvido adequado para esse tipo de teste, por ser pouco usual. O ponto positivo aí é que ela achou interessante a finalidade do teste que pretendo fazer.

    Estou à procura de uma clínica aqui no Rio que faça um teste para altas frequências, vamos ver.

    Abraço

  17. É praticamente impossível se customizar um sistema visto à gigantesca diferença nas fontes que se vai ouvir, pega-se 10 cds, todos tem diferenças na masterização, uns bem equilibrados e outros parecendo mais uma Fm !

  18. Quanto à audiometria existem programas em que se pode ter uma boa noção da “resposta em frequencia” dos nossos ouvidos. De modo geral deve-se cuidar bem dos ouvidos, evitar fones de ouvido, altos volumes.

  19. Olá Ivngomes,

    A idéia não é customizar as gravações, mas o sistema.

    Quando você customiza o sistema, tem a certeza que ele está adequado às suas características de audição. Lógico que a qualidade de gravação também afeta os resultados, mas pelo menos em boas gravações você tem a certeza de estar ouvindo o som real, em gravações ruins você já teria uma reprodução deficiente de qualquer jeito.

    De modo geral, as gravações audiófilas de selos mais conceituados fornecem uma masterização mais precisa capaz de extrair todo o potencial de um sistema customizado.
    Independente da qualidade de gravação, se você tiver uma perda auditiva, por exemplo, nas altas frequências, absolutamente todas as gravações que você ouvir serão mutiladas (inclusive as apresentações ao vivo), a não ser que tenha uma gravação onde a masterização provocou um forte reforço nesta faixa, o que além de não ser algo comum nas gravações mais sérias, ainda pode não refletir as variações nas outras faixas de frequência.

    Numa comparação paralela, seria o mesmo que você afinar (customizar o ajuste) o motor do seu carro para que ele possa extrair todo o desempenho da gasolina. Ou, imaginar que isso não funciona porque a qualidade da gasolina varia de posto a posto de abastecimento e regulá-lo de qualquer jeito.
    Ajuste bem o motor, e selecione postos que forneçam combustível de qualidade. Mesmo que pegue algum combustível adulterado, o motor bem afinado pode ajudá-lo a compensar parte desta qualidade ruim.

    No nosso caso o que é melhor, ouvir boas gravações com total realismo e as ruins com resultados duvidosos, ou escutar todas com deficiência?
    Um dos objetivos da audiofilia é buscar o melhor resultado na reprodução do nosso sistema de som. Se imaginarmos que sempre estaremos reféns das gravações, então essa busca não tem razão de ser, e qualquer micro-system da década de 80 vai nos atender bem.
    Se entendermos que a busca de melhorias em nosso sistema é realmente importante, então buscaremos produtos de alto desempenho, de real nível high-end (tem muitas fantasias também) e ajustes mais precisos de nosso sistema.

    Como comentei acima, se buscamos um resultado próximo da excelência, a audiometria de precisão é a mais recomendada.
    Você citou algo correto, alguns programas fornecem uma boa noção, mas conseguir adequar caixas ou fones com um casamento perfeito de toda a reprodução é algo praticamente impossível, pois teríamos que ter dispositivos calibrados para certificar estes componentes, o que sabemos custarem mais que um bom sistema de som.
    O ideial então é mesmo uma audiometria profissional em laboratório confiável, com instrumentos específicos e calibrados.

    O que você citou sobre cuidar dos ouvidos é importante também, porque muita gente não tem a menor idéia do quanto é fácil prejudicar a nossa audição com volumes exagerados de música, me também com toda espécie de ruídos no ambiente.
    Para você ter uma idéia, até quando vou furar uma parede de concreto com uma furadeira de impacto, eu faço uso de protetores auditivos.
    Alguém pode achar isso exagerado, mas tente medir o nível de ruído, mesmo que com um destes programas de celular que fazem estas medições com razoável precisão.

    Obrigado pela sua participação,

    Eduardo

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*