O que é credibilidade na audiofilia? Quem realmente a tem?

Tem gente que bate no peito e diz que é o dono da verdade, criticando todos que querem contribuir com conhecimento de verdade. Mas, será que estas pessoas têm realmente alguma credibilidade?

Quando os “experts” do universo de áudio desmerecem qualquer conteúdo que não seja deles, chegando ao ponto de dizer que os produtores daqueles conteúdos possuem interesses escusos, eles parecem se esquecer dos erros do passado. Vou citar alguns rapidamente.
O que dizer de quem:

1. Publica uma foto de uma sala que supostamente foi avaliada por ele, mas trata-se de uma montagem fotográfica?
2. Faz um teste de cabos tentando provar que o cabo (muito) mais caro é melhor do que um cabinho vagabundo de um computador, mas não percebe que se confundiu de cabos e acaba elogiando e enaltecendo as “óbvias” virtudes do cabinho de PC?
3. Diz que um televisor apresentou uma imagem melhor que a imagem “ao vivo”, mas nega que isso pode acontecer com o áudio?
4. Diz que ouvimos tudo igual, mas ignora a ciência que nos prova o contrário?
5. Vive de anunciantes e patrocínios, avaliando os produtos destes anunciantes que lhe pagam pelos espaços publicitários, e ainda acusam os outros de interesses escusos?

Eu poderia citar muitos outros exemplos aqui, provados e comprovados, mas estes me parecem mais do que suficientes para a ideia que eu quero expor.

Estes “donos da verdade” não possuem formação acadêmica na área que querem dar palpites, e ao mesmo tempo desmerecem quem a possui. Buscam de todas as formas possíveis desconsiderar a importância de medições em equipamentos, porque dizem que os seus velhos e cansados ouvidos são mais confiáveis do que qualquer medição real feita por instrumentos de medições de alta precisão, lembrando que os equipamentos que eles próprios avaliam também são dispositivos tecnológicos.
Eles buscam confundir conceitos básicos da fisiologia humana, como a diversidade do ser humano em ouvir sons. Distorcem o que é dito e negam que isso é real, mesmo que todo o mundo científico já tenha comprovado isso, e até eles mesmos já demonstraram isso de forma distraída em algumas passagens de seus “profundos artigos técnicos”.

A estratégia destes “gurus” é tentar vencer pelo cansaço. Eles olham para o céu azul e diz que ele é verde, que os seus olhos não mentem, e insistem nisso continuamente tentando convencer pela repetibilidade da afirmação. Se um equipamento de imagem como um televisor lhes chegar em mãos para testes, de um anunciante de peso, e o céu for ali representado em verde, eles vão dizer que a “subjetividade” confirma a imagem mostrada, e que qualquer coisa dita ao contrário é “invenção da internet”. Vão chegar ao extremo, como já fizeram antes, de dizer que a imagem do tal televisor é mais real do que a imagem ao vivo, reforçando isso com comentários idênticos “daqueles que estavam presentes ao teste”.
Mas, ao mesmo tempo, negam com desespero claro que os ouvidos podem interpretar os sons com variações, e o que se ouve ao vivo pode sofrer alguma mutação ao ser interpretado por estes ouvidos. A ciência prova, os testes auditivos estão aí para comprovar isso, e não haveriam exames de audiometria se os nossos ouvidos não sofressem de variações de sensibilidade, ou será que para eles as avaliações audiométricas nada mais são do que outra fantasia criada por audiófilos “da internet”?

O objetivo de pessoas assim é buscar desmerecer qualquer um que tenha algum conhecimento, tentando convencer que a credibilidade está em quem não acredita na ciência, critica engenheiros, recebe equipamentos para testes de anunciantes de suas publicações, manipula informações a seu bel-prazer, contando com colaboradores que muitas vezes são fabricantes ou vendedores dos equipamentos testados, que não admitem que os seus ouvidos já cansados e alterados pela idade (outra comprovação científica conhecida como “Presbiacusia”) não possuem a mesma sensibilidade que possuíam quando eram mais jovens, que acham que discos de “referência” também não sofrem com as variações da curva de sensibilidade auditiva, e, finalmente, vivem fechados em seus mundinhos de fantasias tentando tirar a credibilidade de quem realmente a tem.

Claro que comentários de fóruns e outros sites podem muitas vezes estar equivocados, mas colocar tudo no mesmo saco, até os comentários idôneos feitos por quem realmente domina o assunto e não depende de interesses pessoais para expor o seu conhecimento, aí já é apelação e má-fé.
São tão ingênuos que, ao criticarem os foristas de áudio e os apaixonados pelo som de alta-fidelidade, acabam ganhando a antipatia daqueles e transferindo isso para os seus anunciantes ao criarem um descontentamento geral dos consumidores, afinal, foristas e audiófilos também são consumidores, ou não?

Eu fui alvo de críticas por alguns destes “senhores da verdade”, mas nunca inventei coisas, nunca manipulei fotos, sempre baseei-me na ciência e na verdade, nunca afirmei que os meus ouvidos eram perfeitos, nunca abri espaço para anunciantes ou patrocinadores em meu site, nunca caí em contradições apenas por insistir em algo que não tinha nunca como ser defendido.

O mundo mudou, a informação hoje chega com mais facilidade para todos, seja uma informação ruim ou uma correta. As informações científicas estão disponíveis para quem quiser conhecê-las, basta colocar o tema num campo de pesquisa que surgirão, por exemplo, fontes confiáveis mostrando estudos reais sobre a sensibilidade da audição humana, sobre a presbiacusia, sobre curvas distintas de audiometria, ou qualquer outro assunto que se queira conhecer. Tudo isso pode ser obtido até sem qualquer patrocínio de quem tem interesses pessoais ou comerciais nos temas, a tão importante imparcialidade.

Quando discutimos credibilidade, temos que fazer uma reflexão sobre nossos próprios atos antes de querer desmerecer alguém que é sério e tenta contribuir de forma imparcial e honesta.
É hora de parar com os repetitivos e cansativos editoriais e artigos com intenções críticas e desmerecedoras, e de passar a oferecer um conteúdo mais atual e preciso, porque criticar é fácil, mas oferecer um material com credibilidade exige mais competência.

Hi-fi-planet-informacao-sobre-audio-hi-end

Audiofilo som high-end