O interesse comercial novamente comete uma injustiça

É lamentável ver a que ponto chega o mercado de áudio e vídeo para preservar sua sobrevivência.

Não bastasse a resposta a um leitor, dada por uma revista nacional em sua seção de cartas, e que qualificava o filtro Powerline do competente engenheiro Jorge Knirsch como inadequado par aplicação junto à um amplificador integrado por causar compressão do sinal, em sua edição deste mês a revista ainda se supera ao abordar este assunto duas vezes, a primeira na mesma seção utilizada anteriormente para colocar em dúvida as qualidades do equipamento, e em seguida num artigo específico escrito claramente para a mesma finalidade.

Não bastava termos que conviver com as inúmeras citações e elogios da marca concorrente que sempre infestaram a revista, e das sempre suspeitas e inúmeras cartas de leitores apontando as qualidades deste mesmo concorrente.

A referida publicação, que há muito tempo mais parece um catálogo comercial de grandes anunciantes, vem cada vez mais se tornando um veículo de pouca confiabilidade e sem muita seriedade.

Seu editor, que deveria respeitar aqueles que fizeram o sucesso de sua trajetória pessoal e profissional, e que são competentes no que fazem, acaba se entregando ao peso da pressão comercial para manter a sua velha publicação.

Já vimos montagem de fotos, excesso de elogios em equipamentos fornecidos por sua “loja de preferência”, quando a opinião de todo mercado internacional era bem diferente, e até textos bastante suspeitos, enaltecendo qualidade de recursos em produtos que sequer apresentavam os tais recursos  “avaliados”.

Por estas e outras que nosso mercado está perdido entre verdades e mentiras.

Há sempre uma opção. Eu mesmo deixei de participar de uma revista quando me foi solicitado para prestigiar um equipamento (que foi muito elogiado nesta outra publicação) e que sequer chegou a funcionar direito em minha casa. A revista “hi-end” quando testou esse mesmo aparelho chegou a elogiar um recurso, supostamente testado, que estava desabilitado, e teve que ser encaminhado pelo fabricante à sua fábrica de Manaus para corrigir o engano (tenho os e-mails para comprovar). O própria fabricante assumiu problemas no equipamento, tão sérios que teve que ficar mais de 30 dias em análise. O aparelho que foi tão elogiado em nossa “imprensa especializada”, só recebeu críticas lá fora, obrigando o fabricante a tirá-lo de linha. Eu tive uma escolha, e fiz da forma que considero mais correta. Claro que nunca dependi do mercado de áudio e vídeo para o meu sustento, sempre tendo-o como hobby e veículo para difundir um pouco de conhecimento sobre o assunto. Recusei participar de uma mentira e deixei de escrever para aquela publicação.

Também fiz a escolha certa, quando participava de um fórum e descobri que ele também estava contaminado com interesses de ordem comercial.

Porém, eu não faço críticas da forma que a publicação em questão fez, de maneira tão grosseira e desnecessária, da revista ou do site que participei. Se bem que no meu caso isso ainda seria até possível, pois guardo provas disso e seriam assim baseadas em fatos, e não suposições.

O powerline audiófilo é um equipamento de excelentes qualidades, produzido por um engenheiro competente que se especializou na área em que atua, e que move até uma ação por uma suspeita de cópia de seu equipamento por um concorrente.

As ações para destruir a imagem da marca não começaram agora. Há muito tempo o equipamento vem sido proibido de aparecer em qualquer stand das feiras realizadas pela mesma publicação, como testemunharam vários colegas nossos.

A intenção de desmerecer o Powerline e valorizar a marca concorrente é patente em muitas páginas daquela publicação.

Desta vez, o “reviewer”, como se considera o autor daquela manifestação ridícula, chega ao ponto de afirmar que o equipamento está obsoleto, e que não consegue acompanhar as atuais exigências de seu “sistema de alto nível”. Mesmo que não fosse adequado para alguma aplicação específica, ainda assim seria leviano dizer que ele não está ao nível de um sistema verdadeiramente hi-end.

Mas, como sugere o editor, um equipamento com mais de cinco anos hoje pode ser considerado ultrapassado diante das novas tecnologias. Usando esse seu mesmo raciocínio, talvez esteja na hora então do referido “reviewer” substituir alguns componentes de seu sistema, já que suas caixas acústicas de referência, por exemplo, vêm de um projeto com mais de 10 anos, e que foi lançada oficialmente lá em 2002 !!! Dez anos pesam em termos de tecnologia…
Tendo caixas que ele mesmo considera obsoletas, como pode avaliar outros eauipamentos e lhes atribuir classificações?
Eu mesmo já escrevi aqui que os critérios (ou “metodologia” como alguns preferem chamar) de avaliação de um equipamento por notas já perderam o seu valor.
Eu mesmo já abandonei esse formato há dois anos.

O Powerline causa compressão de sinal? Bem, eu meu humilde sistema, formado por equipamentos com menos de 2 anos de lançamento, constituído, entre outros, de duas caixas Wilson Audio e pré e power Jeff Rowland, além de outros componentes apontados como de alto nível por publicações sérias européias, o Powerline funcionou plenamente, sem causar qualquer compressão do sinal. Tenho certeza absoluta que meu sistema está bem mais “atualizado” que aquele citado, aliás, trata-se de um sistema recente e de melhor nível que aquele de “referência” do editor, como ele mesmo afirma em suas linhas.

Não sou contra a idéia de que a evolução tecnológica pesa bastante, tanto que também considero um equipamento com mais de 5 anos de uso obsoleto, principalmente se usado. Equipamentos adquiridos novos muitas vezes incorporam novas soluções, e encontram-se mais atualizados do que alguns “reviewers” podem imaginar.

Recentemente, em minha avaliação do player de BD da Oppo, cheguei a comentar que atualizações são necessárias. Nos testes, menciono que tive a oportunidade de comparar o funcionamento da etapa de áudio com um sistema formado por um par de caixas Dynaudio Contour, com mais de 8 anos, e o resultado foi um desapontamento total. Mesmo muito aclamadas na época, estas caixas já não acompanham hoje um sistema hi-end atual.

Claro que tudo evolui e devemos estar atualizados, mas quem diz que o Powerline não evoluiu? Pelo que sei o Engenheiro Knirsch sempre atualiza com novidades de ponta os seus equipamentos. Meu primeiro Powerline foi comprado há pelo menos 9 anos, e o atual foi adquirido há 3 anos. Não posso afirmar que o primeiro modelo proporcionaria o resultado que obtive em meu sistema atual, mas posso garantir que este modelo de 3 anos não causa nenhuma compressão no áudio neste meu “pobre” sistema, e nenhum outro problema, somente benefícios.

Da mesma forma que o editor sugere que avaliações feitas no passado já estão defasadas, não estaria ele incorrendo em erro ao avaliar as qualidades de um equipamento baseado numa unidade fabricada há 13 anos? Será que um aotumóvel GOL hoje tem exatamente as mesmas qualidades do modelo lançado em 1980? Pelos critérios incoerentes do editor entende-se que a resposta seria um sim.

Acho que está na hora do “experiente avaliador” fazer uma manutenção em seus equipamentos, ou providenciar alguns acertos de sua sala, que contém alguns problemas visíveis, tanto de acústica como de distribuição de equipamentos. Em minha sala não há nenhum equipamento, nenhum objeto estranho entre e atrás das caixas, e posso afirmar, com toda a minha experiência séria no assunto, que isso faz muita diferença. Mesmo com dispositivos de amortecimento de vibração, estas são transferidas ao equipamento, principalmente… CD players e toca-discos de vinil, causando danos em sua performance. Além disso, a existência de equipamentos na mesma sala onde encontram-se as caixas é um grande erro em todos os sentidos.
Todos os meus equipamentos encontram-se isolados em outra sala, e até o controle remoto atua com extensores via rádio. Pois é, isso é tecnologia, isso faz diferença, isso é uma instalação séria.

Saliento aqui que minha defesa não é só do produto Powerline. Eu seria bastante falso em afirmar isso. Claro que sinto-me indignado pelo estrago que isso pode causar na imagem do amigo Jorge Knirsch, com quem aprendi a apreciar o áudio hi-end com seriedade, pois trata-se de uma das poucas pessoas sérias que tive a oportunidade de conhecer, que chegou a ser referência em artigos sobre alimentação elétrica naquela publicação enquanto era conveniente. Curioso como um produto, reconhecidamente de grande desempenho, pode ter suas qualidades tão contestadas e abaladas, enquanto produtos que apresentaram problemas no mundo todo, gerando até ações de consumidores contra o fabricante, receberam tantos elogios nas páginas daquela publicação.
Até um cabo de uma loja tão elogiada na revista recebeu ótimos comentários sobre seu conector banhado à ouro, quando na realidade este era vendido avulso no centro eletrônico da Rua Santa Efigênia, em São Paulo, por míseros R$ 6,00, o que considero justo para um produto que nunca viu ouro em sua produção.

Não quero ficar citando o nome desta publicação, pois mesmo criticando com razão o comportamento dela, poderia ainda estar colaborando para divulgação indireta do nome dela. Como eu já parei de adquirir a publicação, justamente por não acreditar mais nela depois de tantos absurdos, não quero divulgá-la mais do que o necessário.
Até me incomada ficar conhecendo fatos como estes. Gostaria até que não me mostrassem mais isso.

Espero que o “experiente reviewer” em questão, desta vez, assuma seu erro e peça desculpas públicas pelas suas afirmações inconsistentes.

O consumidor não é idiota, mas tão somente é confundido algumas vezes por conta de reportagens tendenciosas como esta. Mas, o tempo acaba mostrando a verdade, e aí quem ficará em uma situação bem delicada são aqueles que colaboraram para que as informações fossem manipuladas segundo seus próprios interesses.

Mais uma vez, faço do áudio, da fotografia e do vídeo meus hobbies “sérios”. Não tenho qualquer interesse comercial nesses segmentos, senão colaborar com a divulgação de informações úteis para quem também quer se dedicar ao assunto. Vivo de outras atividades bem distintas destas áreas, não dependendo de qualquer fabricante ou anunciante para sobreviver, e assim fico bem à vontade para falar o que quero, e provar se necessário.
Posso criticar quem quer que seja, como pode ser visto aqui neste mesmo site. Não tenho qualquer anunciante aqui, não recebo e não preciso de qualquer ajuda financeira para manter este espaço, que na verdade custa muito barato e não interfere em meu sustento. Gasto menos que o preço de um CD nacional para manter este site, e faço isso movido por satisfação pessoal, não tendo qualquer motivo para agir de outra forma. Sequer anuncio componentes “usados em estado de novos” que foram coincidentemente testados aqui. Todos os equipamentos que testo foram por mim adquiridos (e quase todos ainda estão comigo), ou emprestados por algum amigo de confiança. Jamais recebo equipamentos (muitas vezes “preparados”) de qualquer loja ou fabricante para teste. Isso, por si só, já prejudica qualquer avaliação.

Isso tudo é muito triste e lamentável, e só compromete a seriedade deste maravilhoso hobby.

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