Hora de Mudar

Precisamos rever urgente os nossos conceitos, ou vamos continuar na direção errada sem nunca entendermos o que está acontecendo.

Decididamente, eu não acredito mais nos” inexplicáveis fenômenos do áudio hi-end”, e há uma explicação simples para tudo isso. Uma explicação óbvia que está ao nosso alcance mais ninguém quer enxergá-la porque estão todos condicionados às grandes bobagens que os veículos de “informação” fixaram em suas páginas, que os velhos conceitos audiófilos colaram em nossas mentes, e onde a própria objeção aos fatos era alimentada por um subjetivismo convenientemente inventado como resposta para tudo.

Eu também me incluía neste grupo, assumo, até um dia querer entender porque tantas discussões e opiniões contraditórias diante de situações idênticas, e tentar buscar as respostas no mundo real e não naquele fantasioso que criaram.

grafico-reproducao

 

É hora de mudar.

10 Comentários

  1. Eduardo,
    bom dia,
    talvez a resposta esteja no tamanho do seu post, simples e direto, mas o ser humano gosta de procurar as respostas mais “elaboradas”, além da grande propaganda que os fabricantes fazem, afinal são vários e precisam vender as soluções para “atender nossos desejos”.
    E a grande solução está tão perto, aliás perto demais da gente…kkkk, nossos ouvidos, mas isso não vende.
    Continue nessa linha de questionamentos, seus leitores agradecem e também estão mudando seus conceitos.
    Abraços
    Roberto

  2. Tenho acompanhado seus textos e esse artigo agora é a síntese de todos eles. Não adianta se ter tudo isso: equipamentos, sala, gravações, todos de primeira qualidade se os ouvidos não estiverem bem, se não forem capazes de captar toda a escala de sons de 20 hz a 20.000 hz. O recurso para isso é a equalização do equipamento para compensar as deficiências auditivas (e isso para cada pessoa) e claro, em primeiro lugar, um bom exame audiométrico para detecção dessas deficiências, se houver. O que nos leva a uma situação engraçada: em uma mesma sala, várias pessoas ouvirão o mesmo CD (ou uma orquestra, se for apresentação ao vivo) e cada uma delas ouvirá de forma diferente o acontecimento musical. E cada uma delas formará em seu cérebro uma imagem do que acabou de ouvir. Em algumas o grave será mais presente, em outras menos, e assim por todo o espectro sonoro.

  3. Boa noite Eduardo,
    Apesar de acompanha-lo faz alguns meses somente agora resolvi escrever a você. Antes de mais nada para dar os merecidos parabéns pelo seu brilhante trabalho de esclarecimento aos nossos castigados ouvidos.e mentes.
    Como descobri a alta-fidelidade digital converti toda minha coleção de CDs para o formato, específicamente “.flac” . Alguns como o Ricardo Lira já afirmam que esta é a tendencia porque digital é o computador e nada toca melhor um monte de bits do que o próprio computador. Concordo e tenho a experiencia na prática da diferença que faz um player(transporte) normal contra um player digital: Foobar2000, JRiver, Jplay mais o DAC. Claro que existem detalhes técnicos imprescindíveis para atingir a boa ou excelente qualidade, por ex:
    Gravação em 16 ou 24 bits, ou frequências 44100 Hz até 192000Hz em PCM. Ou no formato DSD que alcança frequências maiores ainda.
    Eu resisti no inicio pois o prazer de colocar o disco (sou do tempo do LP) não tem preço, mas tem mais uma coisa que também não tem preço, ouvir aquela música que você sempre ouviu que sabe de cor e salteado de repente mudar para melhor ali na sua frente o Sax do Wayne Shorter perde aquele agudo mais ou menos cansativo para ficar doce, redondo e sonoro realmente não tem preço. Aquilo que você está colocando novamente hoje com muito brilho e propriedade no mundo digital fica muito mais fácil pois estes players digitais tem equalizadores onde poderemos corrigir à frequência aos nossos preciosos ouvidos.
    Obrigado e um abraço

    Carlos A. Boff

  4. Bom dia Carlos,

    Obrigado pelas suas impressões.
    É importante divulgar esse tipo de experiência para melhor orientar outros leitores que estão pensando em seguir na mesma direção (eu penso muito nisso também…).

    Grande abraço

    Eduardo

  5. Vai ser difícil mudar alguma coisa enquanto tivermos um grupo remando na direção errada para favorecer só aquilo que lhes interessa.
    E aí você pode incluir revistinhas que conhecemos bem, fóruns, lojas, audiófilos mal informados, e por aí em frente.
    O mercado quer empurrar equipamentos, vender ilusão, criar mitos, manter lojas, complicar e assim ganhar muito dinheiro em cima do consumidor.
    O seu desafio é grande.
    Boa sorte e parabéns pelo ótimo site. Há mais de 50 anos me dedico à musica, viajo muito e leio de tudo relacionado ao áudio, mas não vi nada até agora com a qualidade de informação do hi-fi planet.
    Não me considero audiófilo, pois se audiófilo é aquilo que o mercado enfia na sua cabeça, então quero ficar bem longe de ser um audiófilo da maneira deles.
    Sou apenas um amante da boa música, reproduzida com a maior fidelidade possível e num equipamento de alto nível.
    Abraço
    Gregório

  6. Grande Eduardo,

    Como vai, meu amigo?

    Faz tempo que estou querendo escrever aqui para deixar meu depoimento e meus agradecimentos pelas suas preciosas ajudas postadas aqui neste magnífico blog.

    Sou audiófilo de carteirinha há muitos anos, e sempre buscando atingir o máximo de meu sistema. Vieram inúmeros upgrades, modificações na sala e uma infinidade de cabos e outros acessórios com o objetivo de “afinar” o sistema.
    Confesso que nunca me senti satisfeito, pois quando acho que algo melhorou com uma mudança, percebo que outra característica se desvirtuou.

    Através de sugestões que li, tentei trocar os cabos do sistema diversas vezes e o mesmo acontecia, pois além das diferenças serem muito sutis, ao conseguir uma melhora muitas vezes pouco significativa numa característica, percebia que outra era prejudicada.
    Concordo com você hoje que cabos não se prestam a ajustar um sistema, pois eles não conseguem atuar pontualmente e com a intensidade necessária, exatamente como você já comentou.

    Me sentia frustrado, porque nunca consegui entender porque apesar de ter gasto uma quantia considerável em equipamentos Diamante ou Escolha do Editor, de ter tratado a acústica de minha sala como manda o figurino e de ter seguido todas as orientações de consultorias que fiz, ainda estava insatisfeito.

    Essa insatisfação era sentida quando visitava um sistema de um amigo, de uma feira ou até sistemas de referências de alguns avaliadores. Todos eles tinham pontos que superavam o meu sistema e outros que ficavam abaixo de qualidades que eu já tinha obtido.
    A minha conclusão era de que não era possível ter o sistema ideal, mas tão somente compromissos entre uma ou outra necessidade.
    Ora um sistema era dito como melhor para Jazz, outro mais adequado para Rock, ou para MPB e por aí vai.
    Para mim, um bom sistema deve tocar de tudo, e não ficar limitado a esta ou aquela característica.

    Mesmo quando estive num dos últimos hifi show, ao conhecer o sistema de referência do produtor do evento, fiquei decepcionado com a variação de performance que ele apresentava em diferentes audições. Ao tocar um disco que não era da seleção “audiófila” do apresentador, foi um desastre. O mesmo culpou o disco dizendo que estava mal gravado e por isso o som estava ruim.
    Não é verdade, tenho o mesmo disco e ele toca muito bem em meu sistema. O problema estava nas caixas acústicas de um modelo que também já tive, e que apresentam uma falha na reprodução das médias-altas para as altas frequências. Vendi as caixas justamente depois de perceber isso e ter a confirmação de vários usuários sobre esta limitação.
    Conversei longamente com o produtor do evento, e descobri que ele sabia menos do que eu, e nada de novo acrescentou ao que eu já sabia.

    Foi então que conheci o Hi-Fi Planet. Na verdade, já tinha visitado seu blog antes, mas há muito tempo e rapidamente. Fiquei surpreso com a evolução dos temas e com a sua determinação em conhecer os fatos e dominá-los.
    E foi justamente o artigo “Rumo a Customização” que me chamou muito a atenção.
    Ia de encontro a tudo que eu já tinha passado nas últimas décadas de dedicação ao áudio, e com uma conclusão bem interessante.

    Não pensei duas vezes, e numa de minhas últimas viagens aos EUA acabei adquirindo o Anti-Mode Dual core, uma de suas sugestões para o ajuste proposto em seu artigo.
    Fiquei com o aparelho guardado por mais de 4 meses até o dia que finalmente consegui realizar um exame clínico de audiometria nos parâmetros sugerido por você.
    Não foi fácil encontrar quem o fizesse nos moldes pretendidos, e só encontrei um local há mais de 100km de onde eu moro, mas confesso que hoje eu pegaria até um avião para o exterior se precisasse depois dos resultados que obtive.

    Fiquei positivamente surpreso depois de instalar o aparelhinho e ajustá-lo segundo as suas recomendações. Chegamos a trocar dois emails na época.
    Não é algo muito simples, exige um pouco de dedicação e tempo até ajustar tudo, mas foi bem menos tempo que já gastei trocando cabos (e muito menos dinheiro também).
    Tirei um domingo para realizar os ajustes, e na primeira tentativa já me surpreendi com os resultados. Depois segui as suas sugestões e fui realizando outros experimentos, cuidadosamente testando tudo com meus discos mais conhecidos.
    Eram mais de 11 horas da noite quando eu me peguei praticamente hipnotizado na poltrona, tentando acreditar em tudo o que eu estava ouvindo.
    Como você sempre diz, ganhasse um controle total do sistema, e muitos componentes começam a perder importância diante das possibilidades de ajustes.
    Cabos passaram a perder qualquer sentido, pois você passa a perceber como os cabos mais “requintados”, aqueles Diamante e Escolha do Editor de milhares ou dezenas de milhares de dólares o metro na verdade não tem nada mais do que um cabo Prata ou Ouro, senão uma alteração tímbrica que eu diria hoje que é “falseada”, criada para enganar o audiófilo que acredita que estará ajustando o seu sistema.
    Mesmo meu amplificador de referência acabou igualado ao excelente receiver de HT que possuo, quando um dia testei o aparelhinho no sistema de HT, e que acabou culminando com a compra de mais uma peça.
    Incrível como a distância entre as duas amplificações se resumiu a zero, ficando difícil identificar qual estava tocando, isso na presença de amigos que também conhecem muito do riscado.

    Hoje tenho uma visão muito diferente de um sistema hi-end, e junto com alguns amigos que participaram desta mudança, entendemos que realmente estávamos na direção errada. Eu diria que éramos reféns das bobagem ditas pelos “especialistas”, quando na verdade o centro de tudo é a nossa audição. Aliás, poderia mesmo ser diferente?
    Se formos pensar bem, tudo é direcionado para equipamentos, cabos, acessórios, etc. Parece que o mercado só conhece isso. Sequer o preparo de uma sala recebe a atenção devida das publicações especializadas.
    Tudo para eles é o caro e excepcional novo produto que a cada teste mostra algo inédito do sistema do avaliador.
    O pior que nem eles percebem que também estão na contra-mão. Um dia li que um determinado produto testado foi adquirido pelo avaliador pelo seu desempenho “perfeito” na reprodução dos agudos mais altos, que tocaram divinamente. Mas, depois de alguns upgrades, o mesmo avaliador já informava que havia adquirido um cabo que corrigiu um incômodo que ele percebia em seu sistema… nas altas frequências !!!
    Ou seja, ele foi ajustando pontualmente o seu sistema, mas voltou ao começo, porque é impossível ter o controle de tudo.

    Como você mesmo citou em outro de seus interessantes artigos, um cabo jamais conseguirá atuar em todos ou pontos desejados e com a intensidade necessária em cada um deste pontos. Corrigimos algo, estragamos outro, e não tem como mudar esta regra.

    Com o Anti-Mode eu ganhei total controle do meu sistema, e, o mais importante, sempre considerando as minhas características auditivas pessoais, que vejo hoje ser o elo mais importante dessa corrente.

    O médico que me aplicou o exame também era um audiófilo, e ficou bastante curioso sobre o que eu estava fazendo. Ele me disse que iria ler os seus artigos, pois havia muita lógica no que você sugeria. Que cada pessoa ouve de uma forma diferente, e em muitas vezes bem diferente da outra. Ele comentou que achou esta abordagem super interessante, e que não sabia que era possível adequar o sistema aos nossos ouvidos assim de forma tão simples e precisa.
    Ele comentou que já havia feito algumas experiências por conta própria, trocando os tweeters das suas caixas para compensar um pouco uma perda nas altas frequências.
    Ele comentou que esta inclusive é uma perda muito comum, e que ele mesmo questionava os avaliadores de equipamentos que muitos, pela própria idade ou por razões até naturais, possuem deficiências auditivas significativas.
    Isso vai de encontro inclusive a algo que você já escreveu sobre o assunto, colocando em xeque até as metodologias aplicadas.
    O próprio médico me comentou que o maior erro do mercado é estabelecer o subjetivismo como um critério aceitável. Segundo ele, se os “especialistas” de equipamentos de áudio fossem mais especializados em audição, entenderia que o tal subjetivismo é uma desculpa para a imprecisão de suas próprias avaliações, causadas justamente pela falta de linearidade da audição humana.

    Desculpe o longo comentário. Sei que você prefere que sejam enviados por email para não deixar a leitura cansativa, mas eu queria deixar aqui registradas a minha experiência e o meu testemunho do fascinante “mundo novo” que descobri na audiofilia graças aos seus ensinamentos.
    Hoje não tenho mais frustrações, mas só alegrias com o meu sistema.
    E se eu conhecesse este caminho antes, não teria gasto nem 20% do que já gastei no meu sistema.
    Por isso achei importante trazer minha história para que todos tivessem acesso e soubessem que não precisamos gastar a fortuna que gastamos para tentar chegar ao topo do pinheiro.

    A resposta está aqui mesmo nos brilhantes textos do nosso bom Eduardo.

    Meu caro amigo, muito obrigado.
    Espero um dia podermos retribuir tudo o que você tem feito por nós, pobres audiófilos. Pobres no sentido de estarmos num mato sem cachorro com tanta informação equivocada, e pobre no sentido econômico, gastando muito sem necessidade, acreditando cegamente no que o mercado nos diz.

    Um grande abraço e mais uma vez … Muito Obrigado.

    José Carlos

  7. Caro Gregório,

    Não espero mudar o mercado, mas o consumidor.
    Se uma parte dos audiófilos se convencerem da mudança, já me darei por satisfeito, pois certamente isso vai se disseminar, e os consumidores passarão a gastar menos e melhor.

    Obrigado pelas suas palavras.

    Abraço

    Eduardo

  8. Caro José Carlos,

    Realmente o seu comentário foi um dos mais longos que já vi aqui…. (risos)…
    Mas, eu aprecio este tipo de relato, pois ele é de muita utilidade para os demais leitores.
    Normalmente, recomendo que as trocas de informações e consultas mais longas e contantes sejam feitas por e-mail, mas relatos como o seu são sempre bem-vindos.
    Infelizmente, não são todos os leitores que compartilham estas experiências.

    Parabéns por ser mais um “convertido” … (risos)… fico contente em saber dos resultados que você atingiu.

    Obrigado,

    Um abraço

    Eduardo

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*