INTRODUÇÃO
É impressionante como algumas vezes somos surpreendidos por alguns equipamentos que aparentemente não impressionam por sua aparência, e enganam pelo seu preço. Este player da Philco é um exemplo de como se pode oferecer um produto de qualidades acima da média na sua faixa de preço.
Com as prateleiras das lojas lotadas de players “made in China”, a maioria com vocação para se tornar uma grande dor de cabeça para seu infeliz proprietário, é preciso bastante cuidado para separar aqueles que realmente foram feitos para cumprir com dignidade suas funções.
Claro que não se pode esperar desse player o desempenho de um hi-end, mas para a sua faixa de preço, ele merece a justa avaliação que recebeu, com louvor.
O aparelho testado custou R$ 159,00 em promoção, mas pôde ser encontrado no final do ano passado por até R$ 139,00 em alguns grandes supermercados. O preço médio varia entre R$ 169,00 e 179,00, e em algumas lojas ainda em 10 vezes sem juros e com frete grátis. Vale a pena pesquisar.
APRESENTAÇÃO
O Philco DVT-100 é um aparelho de aparência bastante simples, mas com um visual agradável. O aparelho é pequeno, o que a Philco chamou de Compact DVD. Sua largura é de apenas 24 centímetros, e pesa somente 1,24 kg. Aliás, depois de aberto, é inacreditável que pese tudo isso.
O aparelho é versátil, podendo ser ligado em tomadas de 90 a 240 Volts, o que é bom considerando-se a variação da energia que é fornecida aos lares brasileiros.
O painel frontal apresenta a gaveta para carregamento do disco, um pequeno botão para ligar o aparelho, e três outros botões com as funções de abrir/fechar a gaveta (open/close), parar a reprodução (stop), e reprodução/pausa do disco (play/pause).
O controle remoto abrange o comando das demais funções do aparelho, mas não é iluminado e apresenta alguma dificuldade de leitura, tanto pelas letras muito pequenas como pela aplicação de baixo relevo em algumas teclas. Mas, a iluminação não é muito habitual nem em players mais sofisticados, e com um pouco de uso logo se acostuma a identificar cada tecla, já que ele é bastante simples.
O painel traseiro apresenta as conexões necessárias, três saídas para vídeocomponente, uma para vídeo composto, uma para S-Video, duas saídas para áudio estéreo e uma saída digital coaxial. Ele não possui saída digital óptica.
O DVT-100 fornece sinal progressivo pelas saídas videocomponente, o que é ótimo para televisores que possuam esse recurso, pois proporciona melhor qualidade de imagem.
O player não possui display, e todas as informações de funcionamento são on screen. A princípio entranha-se esta ausência, mas se pensarmos melhor no uso que é feito de um display, perceberemos que ele é dispensável, principalmente por termos todas as informações na tela do TV, e o compromisso de custo parece ter sido direcionado em outros pontos mais importantes.
O aparelho reproduz quase tudo o que se pode imaginar, e apesar de não constar no manual, o aparelho testado reproduziu ainda Divx perfeitamente, e aceitou discos de outras regiões. Isso, somado a sua capacidade de reprodução de cores nos padrões PAL-M e NTSC, o torna bastante versátil.
O descanso de tela (screen saver) também está disponível, e evita que uma imagem fique estacionária por muito tempo, o que pode causar manchas na tela de alguns televisores.
Dentre seus recursos, podemos citar a memorização do ponto do disco onde se parou a reprodução, mesmo que esse disco seja retirado do player e recolocado mais tarde. Temos ainda o modo repetição de faixa, título ou capítulo, a função bookmark, que programa marcadores no disco para acesso direto a cenas ou músicas favoritas, a seleção de ângulo de câmera, e o zoom . É possível ainda programar a sequência de reprodução por título e capítulo, e também reproduzir arquivos MP3, WMA e JPEG. O aparelho ainda dispõe de senha e controle de censura, do controle Night para atenuar os sons fortes à noite, e taxa de amostragem de 96KHz/24bits, ou 48KHz para aparelhos que não são compatíveis com a maior amostragem.
Internamente o aparelho é bem construído, sem soluções que considero “remendos”, quando a falta de cuidado no projeto acaba deixando evidente alguns improvisos de última hora. Tudo organizado e com uma aparência bastante “limpa”. Uma das placas eletrônicas é montada sob o conjunto de transporte e leitura do disco, para melhor aproveitamento do espaço. Num primeiro momento pode parecer que falta alguma coisa, mas na realidade a tecnologia da miniaturização reduz bastante os circuitos. Isso acontece com qualquer tecnologia, sem perda de qualidade e com um aumento de confiabilidade. Não há mais necessidade que os aparelhos sejam grandes.
FUNCIONAMENTO
O funcionamento da gaveta é macio e bastante preciso, e sua construção é prática e robusta, permitindo a fácil colocação e retirada do disco. Isso é importante, pois o conjunto mecânico é a parte do player mais sujeita a defeitos e desgastes, e sua construção deve ser sempre bastante cuidadosa. Em operação ele é bem silencioso e não apresentou qualquer vibração.
O DVT-100 reconheceu todos os discos nele colocados, inclusives alguns gravados e outro com arquivo Divx, que foi uma boa surpresa, principalmente pela forma como apresentou as legendas, com bastante qualidade.
Ligado num receiver JVC e num Marantz, e com imagens reproduzidas por um TV convencional, e depois por um projetor LCD, o player mostrou uma qualidade de imagem acima da média encontrada nos players baratos, com boa definição de imagem. As cores são muito boas, com leve tendência à saturação, o que pode ser facilmente ajustado.
Nas minhas cenas de teste preferidas o Philco não fez feio. Mostrou-se valente, apesar do tamanho, e reproduziu imagens muito boas. A varredura progressiva funciona muito bem, e proporcionou uma melhora significativa de imagem.
Em nenhum momento ocorreu qualquer “congelamento” ou falhas na imagem, mesmo nos discos mais “surrados”.
Em áudio o DVT-100 também surpreendeu. Mesmo sem apresentar um rendimento hi-end , o que já era de se esperar, a qualidade de som é bastante boa, capaz de ser uma boa opção para reproduzir CDs também, com boa fidelidade.
O som de filmes e shows é muito bom, tanto pela saída estéreo como pela saída digital coaxial. O diálogo é bastante nítido, e os sons possuem bastante extensão, com pouco ruído de fundo.
CONCLUSÃO
Dentro de sua faixa, é um aparelho que merece pontuação máxima, pois além de ser bastante competente para o que se espera de um player de sua categoria, possui uma boa qualidade de construção e um preço bastante acessível. O que poderia ser melhor? Talvez o controle remoto, que poderia ter um melhor espaçamento entre teclas e letras maiores para melhor identificação das funções. Poderia vir também acompanhado de um cabo videocomponente, conexão muito comum hoje. Mas, novamente, pelo seu preço, ele impressiona bastante.
Avaliação:
Características Técnicas:
Fabricante: Philco
Conexões: 1 Saída Component Video, 1 Saída S-Video, 1 Saída de Vídeo Composto, 1 Saída de Áudio Estéreo, 1 Saída de Áudio Digital Coaxial
Tamanho: 240 x 58 x 218 mm
Peso: 1,240 kg
Garantia: 12 Meses
FOTOS
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Esquerda: Detalhe do painel frontal destacando alguns recursos. Direita: Gaveta aberta.
Painel traseiro – conexões suficientes.
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Vista interna da simplicidade e cuidado com a construção.
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Esquerda: Gaveta reforçada e precisa. Direita: Acessórios
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Local do teste, junto com o receiver JVC.
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Imagens de boa qualidade para um player tão barato.
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