APRESENTAÇÃO
Fabricado por uma empresa chinesa, este player tem feito bastante sucesso em alguns segmentos específicos, chegando mesmo a ser comparado a equipamentos custando mais de 20 vezes o seu preço. Porém, tanta fama se resume à sua excelente qualidade de imagem através de conexão DVI ou HDMI (através de um conector de adaptação ou de cabo adaptador). Porque tanto barulho então somente por essa virtude? Porque por menos de US$ 200 (lá nos EUA) ele é capaz de apresentar uma imagem realmente muito superior a players muito mais caros, o que não deixa de ser uma ótima razão.
Mas, nem tudo são flores, e é preciso conhecer também os espinhos antes de formar uma opinião definitiva de valor sobre esse player. Se por um lado a imagem na saída DVI é um ponto de destaque, por outro algumas deficiências do aparelho também chamaram muito a atenção.
Freqüentemente somos surpreendidos com alguns “modismos” que se apresentam sob a forma de um equipamento revolucionário, normalmente de preço bem acessível mas que, passada a empolgação, acabam sendo esquecidos e até substituídos por outros equipamentos mais “realistas”. O DVD player da Oppo se tornou a febre do momento para alguns consumidores, mas, será que ele também se enquadra na categoria apontada, ou ele tem mesmo qualidades que sustentam a sua fama? Bem, para responder essa pergunta, só testando.
O aparelho testado foi comprado por mim, diretamente do fabricante, e custou no total: R$ 916,00, incluindo aí o preço do aparelho, transporte e os impostos alfandegários. O aparelho, apesar de custar US$ 199, veio com uma fatura de US$ 99, o que fez com que o imposto de importação fosse cobrado sobre esse valor, mas esta “sorte” não é regra, e a fiscalização pode ser mais cuidadosa em outras oportunidades.
EMBALAGEM
Além de sua caixa original, com ilustrações e informações do aparelho, este veio acondicionado numa segunda caixa de papelão ondulado, de parede dupla (muito bom), que proporciona alguma proteção ao equipamento. Internamente calços de isopor auxiliam na tarefa de proteger o aparelho. A embalagem é adequada, mas ainda assim não assegura total proteção ao player. O ideal, como costumam fazer algumas empresas, é colocar a primeira caixa numa caixa maior, forrada com isopor granulado.
Uma capa de tecido sintético forra o aparelho, mas se a caixa não for aberta com o devido cuidado, o conjunto todo, formado pelos calços de isopor, e acessórios desmonta-se com bastante facilidade. Melhor fazer esse trabalho sobre uma cama ou um tapete macio.
CONSTRUÇÃO
A construção geral do aparelho deixa claro tratar-se de um equipamento de baixo custo. É bastante simples e muito descuidada em alguns pontos, porém sem tornar o aparelho feio. Sua aparência geral é agradável, com um bonito painel em alumínio (fino – somente de acabamento), mas esconde algumas “bobeadas” construtivas.
Os botões do painel frontal são bem poucos (power, play/pause, stop e open/close), sendo que os de play/pause e stop vieram bem desalinhados, mais uma vez demonstrando o pouco cuidado com o controle de qualidade.
Os pés de borracha vieram deformados e marcados pela própria proteção que envolve o aparelho, já citada anteriormente. A parte inferior pode machucar as mãos se faltar cuidado, pois possui algumas peças em canto vivo.
A estampagem das chapas que formam a caixa do aparelho possui falhas no tratamento superficial, parecendo às vezes ter sido estampada já com o tratamento. Isso pode provocar corrosão sob certas circunstâncias (algumas já foram percebidas), como utilização em local com alguma umidade ou em regiões litorâneas.
Ao abrir o equipamento para uma avaliação interna pude constatar que um dos parafusos que fixa a tampa estava solto, devido a um defeito na rosca do furo (espanada).
Internamente, constata-se que a construção é bastante simples e um pouco desorganizada, com uma qualidade abaixo da média, mesmo custando de menos de US$ 200 lá fora.
As placas do circuito eletrônico são bem montadas, com um arranjo bastante eficiente, mas as ligações entre elas são muito confusas. Os componentes empregados são na maioria comuns do mercado chinês, não escondendo sua simplicidade. Alguns “pedaços de fita” complementam o acabamento em alguns pontos, e a fixação do conjunto é bastante frágil, feita muitas vezes com “pinos plásticos”.
O que mais assusta é a fragilidade do conjunto mecânico, totalmente em plástico, e sem qualquer demonstração de preocupação com a resistência e a durabilidade. Tudo bastante simples.
A gaveta é muito fina, mais até do que aquelas embalagens de CD de uma única peça, normalmente encartada em revistas ou oferecidas pelos camelôs da Santa Ifigênia. Pode facilmente ser flexionada até encostar na mesa, no alinhamento dos pés, sem muito esforço, o que demonstra pouca rigidez do conjunto.
Esta gaveta é injetada numa única peça, e por causa de sua pouca espessura, exige um certo malabarismo para a retirada do disco. Se os dedos forem suficientemente finos, pode-se tirar o disco pelo seu próprio furo, medida pouco recomendada pelos fabricantes, e que pela fragilidade da gaveta força a mesma para baixo. Ou, pode-se ainda colocar os dedos por baixo do vão da gaveta e levantar o disco, pegando-o com a ajuda da outra mão, o que pode provocar o contato dos dedos na superfície gravada, e que também não é muito recomendado. Muitos aparelhos bem mais baratos apresentam uma mecânica bem mais elaborada e cuidadosa.
Os botões de comando são bastante frágeis, sendo que o de abrir/fechar a gaveta já veio com um mau contato intermitente, que foi sumindo ao longo dos testes.
O controle remoto é bastante completo, apesar de um pouco confuso. Possui um formato bem ergonômico, mas peca por ser muito liso, o que faz com que escorregue da mão com bastante facilidade. As teclas não são iluminadas, mas utilizam um material que, após exposto à uma iluminação, pode facilitar a leitura das teclas num local mais escuro, porém não por muito tempo. Me incomoda bastante saber que players, receivers, projetores, e outros aparelhos concebidos para uso em salas muitas vezes escuras, ignoram ainda a necessidade de um controle remoto com teclas iluminadas.
Os cabos de conexão HDMI e DVI são de qualidade aceitável, porém os demais são bastante ruins, como aliás o são na maioria dos players baratos (e até alguns caros).
FUNCIONAMENTO
Seu funcionamento é bastante rápido e silencioso. Apesar da construção bastante frágil, a gaveta (e o restante do conjunto mecânico) é de funcionamento bastante preciso.
O Oppo possui muitas funções, mais até do que aquelas encontradas na maioria dos players baratos, mas ainda longe daquelas oferecidas pelos players mais caros, principalmente na parte de áudio.
Falar aqui sobre o seu desempenho na saída DVI é “chover no molhado”. Utilizando o chip Faroudja, reconhecido por sua competência no tratamento de imagens, a qualidade de imagem impressiona. Limpa e com cores bastante corretas, a imagem agrada muito. Sem entrar em detalhes técnicos, a qualidade de imagem na saída DVI é realmente o melhor do aparelho, mas não perfeita. O macroblocking esteve bastante presente nas imagens, e chegou a incomodar em alguns momentos. Este efeito causa um efeito quadriculado em algumas situações de cena, e pode incomodar bastante. A Oppo tem feito contínuas modificações para corrigir esta e outras falhas, mas alguns modelos de monitores e projetores ainda têm apresentado esse problema.
Não foi possível nesta oportunidade comparar o Oppo com outros aparelhos com saída DVI ou HDMI.
Em videocomponente a imagem é boa, mas não acompanha a saída DVI. Entre os plyers que possuo, ficou no mesmo nível do Sony NS-300 (um modelo básico da Sony e já fora de linha), e pior que o Sony NV-900 e o Panasonic S-27 (um player básico encontrado por R$ 195 em São Paulo). Decididamente não é a melhor opção para esta saída.
Os recursos de vídeo são suficientes para encontrar um bom ajuste para cada caso, permitindo bastante flexibilidade, porém não mais do que aquelas normalmente encontradas nos televisores e projetores, portanto, dispensáveis.
O áudio ficou inferior aos modelos comparados, e bem pior que a do Sony 900, mas lembrando que este possui saídas de áudio de nível hi-end, e a comparação não é justa.
Pelas saídas digitais, por mais difícil que seja aceitar isso, já que digital é digital, ele também mostrou-se inferior aos outros utilizados para comparação. Esta saída digital foi ligada num receiver Marantz.
De qualquer forma, a qualidade de áudio deixa muito a desejar.
Mesmo não sendo importante neste teste, o aparelho foi avaliado como CD player e transporte, utilizando um DAC MSB e outro da Audio Alchemy. Definitivamente, não foi feito para tocar CDs onde se exija alta qualidade.
Os menus de operação são muito simples e práticos para quem já está acostumado a “pilotar’ esse tipo de equipamento. Quem precisar recorrer ao manual, vai encontrar poucas explicações sobre algumas funções. O manual é bastante simples, parecendo uma cópia xerográfica, com poucas informações técnicas, principalmente em relação às especificações técnicas do aparelho.
CONCLUSÃO
É preciso lembrar que o Oppo 971 custa lá fora menos de US$ 200, o que o coloca numa vantagem maior que aqui. Afinal, dependendo do humor de nossa fiscalização, o aparelho pode sair por mais de R$ 900. Portanto, para o mercado americano, as limitações do aparelho são bastante aceitáveis. Já aqui, é preciso bastante cuidado para considerá-lo como opção.
É importante lembrar também que o aparelho não dispõe de assistência técnica nacional, e qualquer problema será mais fácil descartá-lo considerando-se os custos de envio e retorno do aparelho.
Não se pode esperar durabilidade e robustez deste player. Não parece ter sido feito para durar. Existem inúmeros relatos no exterior e alguns no Brasil sobre problemas encontrados em várias unidades, a maioria relacionado com a qualidade de construção e com os componentes utilizados.
O Oppo parece ter sido concebido para um público bem específico. Ele proporciona alguma qualidade de imagem em relação ao concorrentes quando utilizado pela saída DVI, e em monitores com tela grande ou projetores, já que os consumidores não percebem tanta diferença em telas menores. Para as demais aplicações, outras opções, principalmente no Brasil, devem ser seriamente consideradas.
É preciso lembrar que a principal vantagem do equipamento, pela introdução do chip Faroudja, ocorre em detalhes pouco percebidos pela maioria dos consumidores, e em situações bem específicas.
É preciso avaliar bem se este ganho compensa ter um aparelho de qualidade construtiva bem duvidosa e sem qualquer facilidade de garantia, pelo preço que chega aqui. Dependendo o caso, não parece ser muito vantajoso.
O Oppo atenderá bem o videófilo que possui uma condição de equipamentos bem específica, e não se preocupa em descartá-lo e adquirir outro se vier a ter problema.
Respondendo à pergunta inicial, o player da Oppo possui vantagens bem específicas, mas em contra-partida também carrega algumas deficiências sérias.
Só o tempo poderá dizer se ele ficará na história como mais uma moda, ou se realmente vai se consolidar no mercado.
Se você possui um TV ou projetor com tela grande, com entrada DVI ou HDMI, é bastante detalhista com a imagem, não quer um player definitivo (pelo menos em termos de vida útil) e aceita correr riscos de importação e transporte, o Oppo pode ser uma boa opção. Fora essa condição, o mercado nacional já oferece opções bem mais seguras e muito interessantes, que incluem saída HDMI com qualidade suficiente para a maioria das necessidades.
Em resumo, possui um preço bastante interessante para o mercado americado, mas nem tanto para o brasileiro. Apresenta uma excelente imagem na saída DVI, mas a construção, as saídas de vídeo componente e a qualidade de áudio deixam a desejar.
O Oppo pode ser adquirido diretamente de seu fabricante, e é entregue no Brasil. O atendimento é muito eficiente e rápido.
Avaliação:
Equipamentos Associados:
Projetor Sanyo Z4
Receiver Marantz 5200
Transformador By Knirsch 127/110V
TV Toshiba 34” CRT
TV Panasonic Plasma 42”
Filtro Powerline Audiófilo
Antivib vibrapod
Cabos Audioquest / Siltech
DACs e outros aparelhos para comparação
FOTOS
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Conjunto com acessórios (controle remoto cabos e manual – foto comercial) e detalhe do conjunto mecânico, todo
construído em plástico bastante frágil.
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Local da instalação para os testes e detalhe da corrosão na dobra da chapa traseira.
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Os pés de borracha vieram deformados pelo próprio material da embalagem, e um dos parafusos que fixam a tampa traseira estava solto por causa de uma rosca espanada.
Detalhes da construção interna com diversas fitas adesivas e pedaços de borracha no acabamento, além de uma distribuição de cabos bem confusa e desorganizada.
…
Detalhe da gaveta bem frágil que pode ser flexionada com facilidade, ocasionando fissuras, e vista das conexões traseiras. Apesar da fragilidade do conjunto mecânico, ele é bem preciso.
…
O controle remoto é bem ergonômico, mas não possui iluminação. A direita, tela inicial de apresentação.
ESPECIFICAÇÕES
High resolutions include 480p, 540P, 576p, 720p, 1080i
Up Convert from 480i to 720p/1080i
DCDi by Faroudja. Video is analyzed on a single pixel granularity to detect presence or absence of angled lines and edges, which are then processed to produce a smooth natural looking image without visible artifacts (jaggies)
Official DivX® Certified product
Plays all versions of DivX® video (including DivX® 6) with standard playback of DivX® media files
Plays XviD and .SRT, .SMI, .IDX and .SUB formats
Per-pixel Motion Adaptive De-interlacing
Patented Film Mode Processing ( Used for proper de-interlacing of 3:2 and 2:2 pull down material)
Functions:
DVD Video, DVD Audio, DivX®, XviD, Audio CD, HDCD, WMA, DVD+R/RW, DVD-R/RW, CD-R/RW, Kodak Picture
Super Error Correction with Twin Laser and Intelligent Laser Wavelength Control
PAL / NTSC discs
Automatic screen saver
Menu Driven Setup Screen
Playability of self-recorded discs may vary depending on media and formatting software types
Video:
108MHz/12bit Video D/A Converter
DVI Output
NTSC / PAL Output
Screen Aspect Ratio 4:3 and 16:9
Smart Video: Sharpness/Contrast/Brightness/Saturation
Multi-Angled View
Multi-Language for On-Screen-Display
Audio:
192 KHz Sampling Frequency, 24-Bit High Quality Audio DAC
Dolby Digital Down-mixed 2-Ch Stereo (L. R)
Built-in Dolby digital Decoder, Dolby Digital (AC3) 5.1 Channel Output
Built-in DTS Digital Decoder, DTS 5.1 Channel Output
Dolby Digital/DTS/LCPM Bitstream Output
3D Surround (Virtual Surround): Concert, Live, Dance, Techno, Classic, Soft
Power Supply:
~~110V – ~~250V, 50Hz/60Hz AC Universal Power Supply
Automatic Short Circuit Protection
Connectors:
Analog (Mixed 2 Ch) Stereo (Left, Right) Audio
S/PDIF (IEC-958) Coaxial/Optical Digital Audio
Component Video/Composite Video/S-Video
DVI (5′ DVI-DVI-D cable included)
Bonus: 6′ DVI-HDMI cable
5.1 Channel Audio
Especificações
RF AMP/Servo DSP/CD Decoder/DVD Decoder: MediaTek
Memory (Flash): 8M(bit)/16M(bit)
Memory (DRAM/SDRAM/SRAM): 32Mbit/64Mbit
D/A Converter for Video: MTK1389 108MHz/12bit & CS4955 54MHz/12bit
D/A Converter for Audio: CS4360 192KHz/24bit
Loader: Sanyo Optics DV34S
Software:
Upgradeable via CD-Rom
Power Supply:
Input Voltage/Frequency: 110-~240V 50/60Hz
Power Consumption in Standby: <1 Watt
Max Power Consumption in Operate: 14 Watt
Video Characteristic:
Video Amplitude VP-P (V): 1.0±0.2 (75 ohm)
S-Video Amplitude VP-P (V): Y:1.0VP-P/75 ohm, C 0.286VP-P/75 ohm
YCbCr: Y:1.0VP-P/75 ohm, Cb/Cr 0.7VP-P/75 ohm
Resolution: 720X480X30/NTSC or 720X576X25/PAL
Horizontal Resolution (TV Line): = 450 lines
DVI: 480p, 576p, 540p, 720p, 1080i
Video Decoder Buffer Memory: 64M bits
Audio Characteristic:
Frequency: 20Hz~20KHz
Signal-to-Noise Ratio: >90db
Dynamic Range: = 80 (1KHz)
Total Harmonic Distortion: <0.01%
Unit Dimension:
W x D x H: 16.5″ X 10.5″ X 1.8″
Net Weight: 7 lbs
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