APRESENTAÇÃO
Buscando um novo player para meu segundo sistema, utilizado no escritório, avaliei inúmeras opções do mercado, inclusive tendo a oportunidade de testar alguns em meu próprio sistema.
Colaboraram para a minha escolha os excelentes comentários publicados à respeito do Marantz CD5001 nas revistas inglesas What Hi-Fi e Hi-Fi Choice.
O respeito que tenho pela marca Marantz não é recente, e remonta da época em que, ainda garoto, consertava equipamentos dessa marca.
Para pagar a faculdade, reparava em casa aparelhos de áudio e vídeo, e os Marantz sempre me surpreendiam pela sonoridade única.
Ainda hoje a Marantz preserva as principais características dos equipamentos daquela época, som muito agradável, excelente qualidade de construção, com robustez e um esmerado acabamento. Isso por um preço bastante honesto (pelo menos no exterior), abaixo de muitos aparelhos de grife que apresentam desempenho bastante inferior.
Os modelos atuais, claro, apresentam uma tecnologia mais recente, o que acrescentou outras qualidades aos aparelhos.
O Marantz CD5001 é um CD player dedicado, portanto de uso exclusivo para áudio, não incluindo a reprodução de DVDs.
De construção robusta e bem acabada, pesa 4 Kg. O painel frontal mantém uma característica comum dos equipamentos dessa marca, feito de alumínio espesso. O aparelho é muito bonito.
O conjunto de leitura é montado num subchassis, e é também bastante robusto e de muita qualidade.
O emprego de saídas analógicas e digital coaxial banhadas a ouro é um ponto bastante positivo, pouco comum em aparelhos desta faixa de preço. Porém, a falta de um cabo de força destacável é um ponto negativo, pois não permite que se use outros cabos mais elaborados, apesar do cabo original ser de boa qualidade.
O CD5001 dispõe de duas saídas digitais, uma ótica e outra coaxial. Possui ainda saídas para controle remoto integrado da marca.
O DAC (conversor analógico/digital) utilizado é o 192kHz/24-bit Cirrus Logic CS4392 D/A Converter, normalmente empregado em aparelhos muito mais caros, inclusive para SACDs.
É um conversor bastante preciso e, aliado à amplificação discreta, contribui para a excelente qualidade de som.
Possui fonte de alimentação bem dimensionada para o aparelho, com um transformador de boa capacidade.
A montagem interna não apresenta surpresas, mantém o excelente padrão Marantz e utiliza componentes selecionados.
É capaz de reproduzir CDs graváveis e regraváveis, e é compatível com CD Text.
Possui um novo projeto de saída para fones de ouvido com sistema de buffer, proporcionando um resultado de excelente nível.
Possui Pitch Control, para acelerar ou diminuir a velocidade de reprodução, além das já tradicionais funções de repetição, programação, reprodução randômica, e outras bastante comuns.
O controle remoto é bastante robusto, grande e com teclas bem acessíveis, tanto pelo espaçamento entre elas como pelo tamanho. Novamente, bastante superior aos oferecidos por muitos players
de preço muito superior.
O display pode ser desligado, tanto para evitar a sua interferência nos circuitos de áudio, como para proporcionar maior conforto visual em algumas situações específicas, como por exemplo, não chamar a atenção num ambiente de iluminação amena.
Possui recursos para utilização de gravador, como medição do pico de nível de áudio do disco e edição para acomodação em fita. (talvez pouco útil na maioria dos casos)
TESTES
Inicialmente o CD5001 foi ligado ao sistema principal, formado por um integrado Creek 5350SE e caixas B&W CDM 7NT.
É um sistema um tanto superior ao nível do 5001. O integrado está entre os melhores do mundo hi-end, e as caixas são bastante precisas e exigentes com os equipamentos, apontando imediatamente qualquer falha mínima de algum componente.
Isso tudo, aliado à um filtro audiófilo By Knirsch, cabos Siltech, rede dedicada e sala tratada acusticamente, além de outros cuidados, colocou o CD5001 numa posição bastante delicada, principalmente considerando-se a presença no sistema de um player SACD SA8001 (classificado como “A” pela revista americana Stereophile) e de um DAC MSB modificado com componentes premium.
Mas, diante de uma condição tão injusta, o CD5001 não fez feio. Pelo contrário, surpreendeu muito pelo seu desempenho.
A assinatura sônica da Marantz, que proporciona um som bastante musical e suave estava presente, mas agora incluindo níveis de detalhamento e dinâmica muito superiores.
O funcionamento é bastante rápido e preciso, e todas as boas gravações se saíram muito bem com o 5001.
Mesmo apresentando desempenho inferior ao SA8001, o que já era esperado, ele mostrou ser um player capaz de compor um sistema de bom nível.
Como transporte para o MSB, também se mostrou muito competente, podendo até ficar definitivamente nessa condição. Portanto, altamente recomendável para quem procura um transporte para uso com um DAC de nível hi-end.
Possui boa extensão de frequências, e ganhou muito mais com cabos de interconexão de boa qualidade. O palco sonoro ficou acima do esperado, e os detalhes da gravação foram adequadamente recuperados, sem exageros do tipo “ouvir o piscar de olhos do baterista…).
Reprodução bastante correta e muito musical.
Musical a que me refiro é a sua capacidade de apresentar a música como ela deve ser, bastante agradável mas com todo o seu conteúdo musical sonoro presente e correto, sem ser detalhista demais com informações pouco úteis ao trabalho artístico.
Meu sistema, como já foi mencionado, é bastante detalhista. Tanto o amplificador como as caixas possuem muita extensão e apresentação de detalhes. Se algo estiver errado, aparecerá.
Assim, uma de minhas avaliações é quanto às possíveis distorções e aos ruídos de fundo que um aparelho possa apresentar.
Sempre posiciono o controle de volume do amplificador no último, com o player ou qualquer outro equipamento em teste ligado, reproduzindo apenas uma faixa de silêncio, e avalio o que ouço. Um bom aparelho deve acompanhar o sistema, ou seja, nada pode ser ouvido pelas caixas, nem aproximando os ouvidos dos tweeters, que por ser metálico, não perdoa o menor “chiado”.
Poucos sistemas apresentam resultado semelhante. Na maioria é possível ouvir inúmeros ruídos de fundo, como zumbidos, chiados e até estalos.
O CD5001 foi muito bem neste teste, apresentando um nível de ruído bastante baixo, impossível de ser percebido em último volume à uma distância próxima. Excelente !!!
Já no segundo sistema, onde ficará definitivo, teve como parceiros um integrado, também Marantz, modelo PM-44SE, que foi atualizado e, apesar de ser um modelo mais antigo, apresenta um desempenho muito satisfatório, um DAC Audio Alchemy e caixas bookshelves Tannoy.
O casamento do CD5001 foi perfeito, e os resultados muito felizes.
O desempenho do Marantz ficou muito parecido com a utilização do DAC externo.
QUADRO RESUMO:
PONTOS FORTES:
– Preço muito acessível pelo seu nível de qualidade (pelo menos no exterior)
– Excelente funcionalidade, rápido e preciso
– Som de ótima qualidade, com eletrônica de alto nível.
– Excelente construção, robusta e bem acabada, além de muito bonita
– Saídas banhada à ouro
– Saída de fone de ouvido de excelente desempenho
– Reprodução de todos os discos sem problemas, inclusive CD-R/RW
– Saídas digitais ótica e coaxial
– Possibilidade de desligar o display
– Medição de pico de sinal e recursos para facilitar gravação
– Excelente transporte
PONTOS FRACOS:
– Falta de um cabo de força destacável
– Poderia acompanhar cabos de melhor qualidade
RECOMENDADO
Pela suas qualidades, é indicado para quem busca um player robusto, bonito e bem construído, para ser durável e não se ficar desatualizado em pouco tempo.
Para quem procura um player que apresenta uma sonoridade bastante agradável, suave, correta, mas sem abrir mão dos detalhes úteis da gravação.
Para um sistema médio, ou para transporte com o uso de um bom DAC externo, mesmo em sistemas mais sofisticados.
Para um segundo sistema, de menor exigência.
Para quem não quer gastar um exagero na compra de um CD player, mas quer algo acima da média.
NÃO RECOMENDADO
Para sistemas hi-end sofisticados, por suas limitações naturais (não é seu objetivo).
Para quem quer ouvir todos os detalhes mais irrisórios da gravação.
Para quem tem uma coleção de SACDs ou DVD-A, este player não poderá reproduzir estes discos, por não ser compatível com estes padrões.
CONCLUSÃO PESSOAL
Um excelente player, bem construído, de marca confiável e preço interessante, e com agradáveis qualidades sonoras. O CD5001 deixou-me bastante satisfeito.
Fotos do CD Player Marantz CD5001:
O acabamento Marantz, sempre bem cuidado.
O controle remoto completo acompanha a boa qualidade geral do aparelho.
Vista do painel traseiro. Saídas analógicas e digital coaxial banhadas a ouro, pouco observado em aparelhos nesta faixa de preço.
O cabo não é destacável… infelizmente.
Vista mais detalhada do painel traseiro.
Vista interna. Montagem limpa e bem organizada.
Outra vista interna. Bom acabamento. Chassis do leitor individual.
Conjunto da fonte de alimentação. Bem dimensionada para o projeto.
Seu local definitivo de instalação. Segundo sistema formado por um integrado Marantz PM44-SE japonês (com transformador By Knirsch de 127V para 100V superdimensionado).
Aqui pode-se observar a utilização do DAC Audio Alchemy para alguns testes.
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