Impressionante como os cabos utilizados em áudio continuam dividindo opiniões, sempre envolvidas de argumentos que vão do desconhecimento ao fanatismo.
O que mais falta saber sobre esse componente do nosso sistema de som? Porque tanta polêmica sobre eles? O que há por trás desses infindáveis debates?
Cabos… O Que Ainda Falta Entender Sobre Eles?
Eduardo Martins
Porque as discussões sobre cabos de áudio (na verdade cabos elétricos aplicados à eletrônica de áudio) parecem ressuscitar com tanta frequência e sempre envoltas de acalorados debates?
Eu já tinha prometido pra mim não vai mais voltar a discutir esse assunto, até porque o que eu tinha a dizer sobre isso já está publicado em diversos outros artigos aqui no Hi-Fi Planet. Mas, parece que ainda há muita confusão sobre o tema, e a razões parecem ser sempre as mesmas, e muitas delas até pouco elogiáveis. Interesses pessoais, orgulho próprio, desejo de provocação e tumulto, e outras razões aparecem entre tantas outras que acabam tornando o tema cansativo e pouco produtivo.
Provocar um debate com o objetivo de ampliar o conhecimento é muito louvável, mas quando surgem novos fatos para serem conhecidos e debatidos. E nem todos os fatos precisam ser debatidos, pois já restam provados e esgotados em si mesmos.
Recentemente voltei a receber algumas correspondências com questionamentos sobre a aplicação de cabos elétricos em áudio, e, juntando tudo o que eu já disse sobre o assunto com as últimas novidades (nem tão novas assim), e mais algumas informações interessantes que acessei há pouco tempo, resolvi fazer uma nova apresentação sobre este tema, esperando, desta vez, deixar claro o que penso sobre isso, respeitando as opiniões contrárias de cada um, desde que contenham convicção e argumentos para sustentar a sua negativa.
O que são cabos elétricos?
Pode parecer dispensável começar explicando o que é um cabo condutor elétrico, mas, acreditem, muitos parecem fechar os olhos ou complicar demais algo que é até muito simples. Então vamos começar pela simplicidade, pelo básico, e prometo que tentarei não utilizar termos técnicos ou enunciados complexos neste artigo, deixando guardado numa caixinha toda a ciência exata que fez parte de minha formação técnica e da minha carreira profissional.
O cabo elétrico (ou o fio elétrico), de uma forma bem objetiva, é formado basicamente por um metal condutor de eletricidade e, muitas vezes, por um elemento isolante.
O seu papel é bastante simples: conduzir a corrente elétrica.
Ele é utilizado para transportar a energia elétrica das centrais fornecedoras para a sua residência, para conduzir essa mesma energia para as lâmpadas da sua casa e todos os seus eletrodomésticos. Eles são usados na iluminação pública, em aviões, em computadores, instrumentos de medicina como tomógrafos e qualquer outro que funcione com eletricidade. Os cabos elétricos são encontrados ainda em navios, automóveis, foguetes espaciais, mísseis, estações de rádio e televisão, em apresentações de bandas, no carregador do seu celular, e até num implante de marcapasso cardíaco. Essa relação pode ser muito longa, então vamos encerrá-la por aqui.
Como podemos ver, dominamos, há muitas décadas, a aplicação de cabos elétricos para muitas finalidades. E, com algumas variações construtivas para adaptá-lo a cada aplicação, não há nada de misterioso em sua utilização. Ninguém poderá dizer que desconhece a função de um cabo elétrico, pois isso é muito simples.
Então, vamos começar por aqui: um cabo elétrico conduz corrente elétrica, e jamais sinais de áudio.
Os sinais elétricos podem variar em conteúdo, mas serão sempre variações de corrente elétrica. Quem quiser conhecer mais sobre tensão, corrente elétrica, condutores, etc… poderá encontrar amplo material didático na internet, portanto, não vamos alongar ou complicar as coisas aqui.
É muito comum vermos citações no sentido de que cabos elétricos transportam sinais de áudio. Há uma verdade nisso do ponto de vista da aplicação, mas jamais teremos sons sendo transmitidos por cabos elétricos.
O que há em comum a todas estas aplicações citadas e não citadas acima? Todos estes equipamentos funcionam muito bem.
Alguns, inclusive, conduzem sinais elétricos muito mais complexos, em elevadíssimas frequências, com variações muito além do que aquelas encontradas em áudio.
Em aplicações de áudio residencial não encontramos tensões elevadas, complexidade de conteúdo, altíssimas frequências (exceto em alguns dispositivos digitais) e outras características que são encontradas em muitas outras aplicações. Mas, é no áudio… ops… no áudio “hi-end” que cabos ganham uma aura de mistério inexplicável, estando inseridos num complexo universo onde se misturam componentes “especiais”, “segredos guardados a sete chaves”, isolantes feitos até com óleo de fígado de tubarão e outras esquisitices ainda maior. Pobres tubarões que também não escaparam dessa bizarrice toda.
Há uma neurose insana pela busca do cabo mágico que será utilizado num sistema de som, como se cabos elétricos utilizados em áudio fossem concebidos em caldeirões de bruxos residentes numa floresta desconhecida em algum lugar de um país muito muito distante, num reino habitado por duendes e fadas.
Mas, porque cabos “de áudio” ganharam todo esse ar de mistério?
O que há por trás dos cabos elétricos aplicados ao áudio?
Em primeiro lugar, coloque um selo de “audio grade” ou “high-end” num produto e ele ganhará tanto prestígio que custará imediatamente muitas vezes mais do que vale.
O áudio hi-end é um hobby caro. O mercado transformou o som de alta-fidelidade em um produto direcionado às classes altas.
Esse objetivo foi facilmente conseguido pelo requinte de marcas e títulos e pelo desconhecimento técnico do usuário.
O Clube Hi-End, um fórum criado para agregar audiófilos, teve a ousadia de mostrar, em vários de seus tópicos, a “pilantragem” desse mercado. Equipamentos renomados e caríssimos que na verdade escondiam produtos comuns encontrados em produtos de prateleiras, cabos caríssimos fabricados com fios ordinários de fabricantes comuns, alto falantes famosos que na verdade eram fabricados na China e vendidos avulsos a preços de banana, e assim muitos produtos amados e idolatrados pelo mercado “exigente” de áudio foram desnudados, mostrando as suas verdadeiras origens.
Além do áudio, me dedico também ao hobby da fotografia. E no universo fotográfico “hi-end” não existem lentes produzidas com compostos misteriosos, cabinho de recarga de câmeras em prata, tripés feitos com ligas especiais que alguém em algum fundo de quintal descobriu uma fórmula agora guardada a sete chaves, etc.
Mas, o áudio hi-end, para muitos, é ainda um buraco negro desconhecido. Porque? Porque assim quiseram, tanto os fabricantes, comerciantes, publicações e até os consumidores.
Quando um engenheiro (agora não estamos mais falando de bruxos) projeta e desenvolve um amplificador, um CD ou SACD player, uma caixa acústica, um DAC ou qualquer outro componente que você pode abrir e ver, a engenharia é aceita e respeitada. Não existe aqui o famoso “subjetivismo”. Falamos do mundo real. Agradando ou não, sabemos exatamente o que há nestes produtos, pois foram produzidos com ciência exata, com componentes de mercado e tecnologias bem conhecidas.
Um técnico é capaz de adquirir ou fabricar os componentes de um famoso amplificador ou CD player e montar uma unidade cópia exata do original, e experimentará o mesmo resultado.
Quanto custa um equipamento deste? Falamos em preço ou valor? Tanto faz. O importante é que sabemos o que existe nestes sofisticados produtos de áudio.
Um cabo elétrico, como já dissemos, é um condutor encapado com um isolante. É fácil copiar um cabo, em espiral, com malha trançada, fios isolados um a um, não importa. Mas, os fabricantes colocam um ingrediente a mais, a matéria-prima do condutor e do isolante, pois isso o consumidor não pode ver. Ele não consegue enxergar o que há ali, e assim fica fácil para um fabricante de cabos criar uma aura de fantasia em torno de seu produto. Percebam como cabos é um mundo infinito de possibilidades comerciais.
Soubemos de fabricantes que compravam condutores baratos de empresas comerciais, como a Belden, para fabricar os seus cabos, e afirmavam que eles eram produzidos com uma “liga secreta”, com “cristais alinhados” e outras “tecnologias fantásticas” que estes fabricantes conseguiram desenvolver na garagem de suas casas. Sem querer menosprezar o empreendedor de garagem (assim nasceu o computador), o fato é que muitos destes “bruxos” não eram engenheiros, técnicos, químicos ou físicos, mas diziam (e ainda dizem) possuir uma tecnologia totalmente desconhecida dos grandes laboratórios de pesquisa e de fabricantes mundiais.
Percebam como cabos “de áudio” se tornou um negócio bem interessante.
Computadores trafegam informações em milhões, bilhões ou mais ciclos por segundo, em cabos elétricos de fabricantes mundiais que usam ligas comuns e até polipropileno (plástico) em seus cabos, e tudo funciona perfeitamente. Alguém já ouviu falar de um computador que teve o seu cabo de força de 1 dólar trocado por outro “hi-end” de 1.000 dólares funcionar mais rápido? Fazer cálculos mais precisos?
No áudio hi-end, caríssimos cabos, produzidos com ligas “misteriosas” e isolantes de óleo de tubarão são capazes de fazer o sinal elétrico adotar um formato “especial”, melhor que o original, segundo dizem. Um absurdo.
Com isso, dinheiro fácil é extraído dos bolsos de pobres incautos (não tão pobres assim no sentido literal).
Eu me orgulho de ter contato com inúmeros técnicos e engenheiros do mercado de áudio hi-end mundial. Comecei esse círculo de relacionamento um dia pesquisando sobre caixas acústicas, pois queria montar um par para mim já que nenhuma comercial me agradava, e eu sabia que todas tinham alguma limitação. Alguns editores e articulistas de revistas estrangeiras se tornaram membros do um seleto grupo de amigos (até por iniciativa minha), e deles portas se abriram e logo eu estava conversando diretamente com os responsáveis pelo desenvolvimento e pela produção de componentes de áudio de qualidade. Isso nunca mais parou, e no final do ano passado recebi um par de tweeters de um fabricante para eu testar nas caixas que projetei usando todo o conhecimento até então disponível com estes engenheiros, muitas soluções que jamais chegaram ao mercado porque não seriam “atrativas” para o consumidor, que vê num emblema de ouro mais qualidade num produto do que um revestimento emborrachado dos painéis de uma caixa.
Instalei estes tweeters em minhas caixas e obtive um ganho significativo de qualidade. Conversando com o fabricante, fui surpreendido com a notícia de que aquelas unidades foram uma obra de um engenheiro e um presente para mim, e elas nunca chegarão comercialmente ao mercado, pois esse tipo de produto não lhes interessava comercialmente.
Uma notícia triste. Escolhi cada componente das minhas caixas depois de cuidadosos critérios, pois não encontrei no mercado nenhuma caixa em nenhuma faixa de preço que me agradasse. Saber que o mercado poderia ter acesso a produtos melhores e a componentes mais aperfeiçoados, e não haver interesse comercial nisso, é algo realmente desanimador.
Mas, esse exemplo é uma demonstração da realidade. Um cabinho “de áudio”, fornecido numa caixinha de mogno envernizada com qualidade de piano, revestida internamente com couro ou um espesso veludo branco, seduz muito mais o consumidor do que adquirir dois novos tweeters para um “upgrade” real em suas caixas acústicas e no resultado final.
Sabemos que muitas caixas acústicas caras usam componentes de algumas dezenas de dólares. Se gasta muito mais para criar a aparência do que em conteúdo. Isso é uma realidade, e muitas vezes não só em áudio.
Por isso, o número de fabricantes de cabos é muito maior do que o de amplificadores ou players, por exemplo. Em qualquer esquina pode surgir um novo “bruxo” com outro cabo mágico. Mas não é em cada esquina que um engenheiro ou um técnico capaz consegue reunir todo o conhecimento tecnológico para produzir um amplificador ou um player.
Existem fabricantes sérios? Sim, claro que sim, mas um fabricante sério muitas vezes não tem tanto prestígio.
Mas, porque essa farsa não é bloqueada pelas publicações e outros veículos de informação? Simples… imaginem o valor de um anúncio para um cabo que custa 1.000 dólares. Isso é mercado.
O vendedor de um cabo de 1.000 dólares vai poder pagar anúncios caros e requintados, afinal, seu lucro é muito alto.
Foi um engenheiro funcionário de uma dessas renomadas empresas de cabos hi-end que me contou que a diferença entre os modelos de cabos de uma linha da empresa estava tão somente na cor do isolante de revestimento, apesar do fabricante anunciar diferenças “especiais” entre um modelo e outro.
Como eu gostaria de citar o fabricante, tão respeitado por aqui. Mas, infelizmente, há uma relação de confiança que não pode ser rompida. A mesma relação de confiança que o Hi-Fi Planet procura manter com os seus leitores ao não aceitar anúncios ou patrocinadores neste espaço. A mesma intenção que afastou muitos membros do Clube Hi-End que usavam o espaço para divulgar produtos e lojas, e foram banidos por isso.
Como eu sempre digo, o áudio para mim é um hobby sério. Se eu quisesse ganhar dinheiro com ele, estaria ganhando muito e há muito tempo. Mas, sou advogado e empresário (no ramo de tratamento térmico de água), e realmente não preciso tirar um centavo deste hobby.
É muito fácil entender a importância que cabos elétricos ganharam no áudio “chique”. Mas, isso não provoca distorções e não deixa evidências? Podem mesmo esconder isso de nós?
As distorções provocadas pelo mercado de “cabos de áudio mágicos”
Quem acompanha a minha longa trajetória neste hobby, deve se lembrar de algo que foi fato, tenho registrado, apesar do fórum de origem ter apagado parte deste acontecimento, pois havia um interesse na época envolvendo a revenda de cabos.
Cansado de ouvir um membro daquele fórum afirmar que somente cabos caros eram capazes de oferecer uma experiência de áudio de alto nível, e baseado na minha formação técnica que me impedia de aceitar aquilo como verdadeiro, resolvi fabricar em casa um cabinho de áudio “hi-end”. Comprei numa lojinha de material elétrico um pedaço de cabo de antena de qualidade comum. Adquiri conectores de latão que depois de bem polidos ganharam uma aparência bem atraente, e montei um par de cabinhos RCA, que depois recebeu etiquetas de uma marca “chique” da época. Custo total… não me recordo agora, mas tudo não passou de 12 ou 15 reais na época.
Enviei estes cabinhos para o “experiente audiófilo”, como ele se intitulava, e disse que um amigo estava vendendo aqueles cabinhos que custariam mais de 1.000 dólares, mas ele estava precisando de dinheiro urgente e queria vendê-los por algo perto de 600 dólares. O colega disse que queria testá-los, e ficou com eles algumas semanas.
Mais tarde, o colega voltou ao fórum e disse que nunca havia experimentado cabos tão bons como aqueles, e que havia demorado em responder porque fez questão de levá-los para testar em outros sistemas de seus “experientes” amigos audiófilos. A conclusão deles foi de que os cabinhos valiam até mais do que os 1.000 dólares iniciais, e eles queriam saber se o meu amigo tinha outros para vender, porque todos ficaram interessados. O colega do fórum me disse que os cabinhos que eu tinha lhe enviado não sairiam mais do sistema dele, e que gostaria de pagar pelo produto.
Naquele momento, eu percebi como eu poderia ganhar dinheiro fácil com aquilo, mas, não foi essa a educação que tive, e enganar alguém nunca fez parte do meu caráter. Contei-lhe a verdade e lhe presenteei com aqueles cabinhos.
O colega que testou os cabos ficou mais de dois meses sem conversar comigo. Mais tarde me diria que se sentiu traído, que aquilo não havia sido justo, e que ficara muito magoado. Mas, algum tempo depois, me disse que havia entendido a intenção, e assim nasceu uma grande amizade entre nós.
Esse fato, nos remete ao comentário do engenheiro da empresa que fabrica cabos e que afirmou que a diferença entre alguns cabos e preços estava somente na cor dos mesmos. Tudo é possível.
Segundo fato…
Este a maioria já conhece, mas vamos lá…
Há muitos anos, certo articulista de uma revista, “audiófilo consagrado e respeitado”, ao ministrar um de seus cursos de percepção auditiva se envolveu numa discussão pesada com os participantes do curso, tentando provar que a troca de um cabo de força mudava “completamente” o som de um sistema “hi-end” ali em demonstração. Segundo ele, a diferença era “da água para o vinho”. Irritado, chegou a chamar alguns participantes de surdos.
Mas, nas muitas trocas entre os dois cabos, em um dado momento, ele enfatizou a diferença da voz da cantora, chamando a atenção de como ela parecia 20 anos mais jovem, com um equilíbrio tonal mais perfeito, tentando, mais uma vez, mostrar a superioridade do caro cabo que estaria instalado, insistindo que era evidente a mudança, que estava ali presente, e seria impossível uma pessoa com uma “audição normal” não perceber. Desanimado, ele encerrou o curso e ficou ali conversando com alguns participantes. Outros, mais curiosos, se aproximaram do sistema para melhor conhecê-lo, o que o palestrante não gostava. Para surpresa geral, o cabo tão elogiado por último pelo palestrante, que mostrava “evidências claras” de sua superioridade, não estava instalado. Nas trocas de cabos, ele se confundiu e chamou a atenção para as excelentes qualidades do “cabinho barato de computador”, como ele o chamava. A notícia espalhou rápido, mas o “experiente e consagrado audiófilo” nunca se pronunciou sobre o caso.
Mais um fato bastante conhecido veio de um colega de fórum que adquiriu um cabo caro e conceituado para o seu sistema. O cabo acabou danificado pelo seu pet, e assim expôs o que havia dentro dele… um cabinho barato de uma empresa de cabos elétricos comuns. Poucos sabem que os cabos da Belden são muito usados nestes cabos de grife do mercado de hi-end. Aqui mesmo no Hi-Fi Planet já ensinamos a montar um cabo desses.
Vamos continuar? Para não ser injusto, criei muitas oportunidades em minha casa e na casa de colegas para realizarmos comparações de cabos. Muitos destes momentos estão registrados aqui no Hi-Fi Planet, incluindo o depoimento dos colegas que participaram dos testes (uma brincadeira na verdade). Nestas oportunidades, eu sugeria a comparação dos cabos caros que estes colegas tinham com cabinhos ordinários que eu levava para estes testes. Na verdade, eu não trocava o cabo original, apenas simulava isso, mas os colegas sempre “percebiam” diferenças favoráveis aos seus cabos caros. Alguns colegas ficaram chateados, mas a maioria aprendeu alguma coisa e depois até brincou com isso em seus depoimentos.
Certa vez, li numa publicação nacional, que já saiu de circulação, o editor desta afirmar que ele percebia na hora qualquer troca de cabos no sistema dele, já que seus ouvidos eram treinados e cada cabo possuía uma “assinatura sônica” diferente. Depois de ler aquilo, lhe enviei um e-mail dizendo que eu gostaria de realizar junto com ele um teste cego com alguns cabos para uma experiência que eu estava fazendo. A resposta dele foi surpreendente: “…eu gostaria muito, mas infelizmente não será possível fazer essa experiência. Testes cegos não provam nada, e vou lhe explicar o porque. Nossos ouvidos demoram para perceber as diferenças entre cabos. É preciso algum tempo que pode ser de alguns dias ou até semanas para que os nossos ouvidos se acostumem com as diferenças de sonoridade de um novo cabo, que são bastante sutis na prática….”
Pensei comigo, o que teria acontecido aos “ouvidos treinados” do editor que eram capazes de perceber na hora qualquer mudança de cabos, que por vezes afirmara que ao acabar de colocar um novo cabo teria levado um susto, ou sentira uma diferença “abismal”… etc…
Falar em teste cego é proibido. Há um medo generalizado com isso, e cada um tem o seu argumento… “tem que haver critérios”, “não é conclusivo”, “há uma influência psicológica”, e tantas outras desculpas. Isso já abriu espaço até para um concurso internacional com valor de prêmio elevado para quem acertar seguidamente a troca de alguns cabos. Até hoje ninguém ganhou, e o pior, nenhum “especialista” ou avaliador de revistas especializadas jamais se ofereceram para participar do teste.
Em muitas oportunidades, onde colegas relataram diferenças com cabos, eu fiz estas diferenças desaparecerem simplesmente realizando uma limpeza e um polimento nas conexões. Já ensinamos a fazer essa manutenção aqui no Hi-Fi Planet.
Cabos instalados há algum tempo começam a sofrer oxidação dos conectores, não importa se este é banhado à ouro, prata ou latão. Todas as conexões vão se deteriorando lentamente com o tempo. Afirmo que isso provoca uma falsa percepção na maioria dos casos, e uma boa limpeza prévia anularia a maioria das diferenças encontradas entre os cabos usados e novos. Experimente e se surpreenderá !
Eu poderia enumerar outras tantas experiências que fiz, outros tantos comentários que ouvi de fabricantes de cabos, muitas outras situações hilárias que presenciei, mas isso estenderia demais este artigo, que aliás, eu não disse que seria curto, mas que será o último sobre este tema. Então, paciência !!!
Então somos enganados, é isso?
Desculpem responder desta forma, mas somos sim.
Nos últimos anos houve um grande amadurecimento do mercado de áudio dito hi-end. Muitos se atreveram a testar, pesquisar e abrir suas cabeças, e deixar as influências de lado.
Muito se revelou com essa mudança de postura, cabos falsos, produtos que não valiam nem 10% do que afirmavam valer, equipamentos ordinários em caixas de luxo vendidos a preço de ouro, testes manipulados, comerciantes enrustidos em fóruns e revistas, falsas publicações como já mostramos aqui no Hi-Fi Planet onde já se incluiu caixas acústicas em uma sala num editor de imagens, avaliação de recursos de equipamentos que não existiam, e muito mais.
Existe muita gente com a intenção de iludir consumidores, e isto já restou mais do que provado.
Muitos já sabem que quando eu avaliava equipamentos para uma revista, e um dia critiquei um player de uma marca famosa por conta de problemas que acabaram sendo revelados pelo mercado internacional e obrigou a saída de linha do produto, fui “intimado” a rever o meu artigo, a me retratar, pois o editor da revista não havia revisado o texto antes da publicação, e eu não poderia ter falado mal de um produto de um “anunciante importante”. Resolvi o problema facilmente… deixei a publicação, mesmo porque era um trabalho que eu fazia por gosto, e nem cobrava pelos meus artigos. Isso me mostrou como funcionavam as coisas, e por isso resolvi criar o Hi-Fi Planet, jamais permitindo qualquer participação comercial neste espaço.
Se um dia algum leitor encontrar anúncios, patrocinadores e matérias pagas neste espaço, por favor, deixem de acompanhar o Hi-Fi Planet. Esqueça-o. Algo de muito errado terá acontecido, pois eu sei que isso não funciona. Raras são as publicações internacionais que admitem anúncios e agem de forma aparentemente imparcial. Prefiro não fazê-lo até para evitar suspeitas.
Recebo frequentemente solicitações para testes e anúncios pagos no Hi-Fi Planet, por revendas e fabricantes que afirmam que sou uma pessoa muito confiável nesse segmento, e essa confiança poderia “vender muito”. Recuso-me. Não sou garoto propaganda.
Sempre impedi participações com objetivos puramente comerciais no Clube Hi-End, mesmo que disfarçadas. Muitos entraram lá para divulgar “habilidades” na fabricação de cabinhos para áudio e outros produtos, e inclusive me confirmaram por escrito que a idéia era montar uma fábrica. Foram banidos, assim como outros tantos pela mesma razão ou semelhante, que indignados criticam hoje o Hi-Fi Planet e o Clube Hi-End. Eu encerro ambos primeiro, mas nunca vou admitir interesses comerciais em meus sites. Jamais. Façam um print dessa minha promessa e aí sim, terão razão para me criticar se eu mudar esse pensamento no futuro.
Somos constantemente enganados por uma única razão: a ganância. Muitas pessoas fazem qualquer coisa por dinheiro. Basta vermos os políticos canalhas que roubam desse nosso país muito mais do que eles conseguem gastar, e vendem idéias falsas em suas campanhas e durante os seus mandados. Coincidência com o que acontece com cabos e outros acessórios de áudio?
Ainda, fazendo um paralelo com cabos, vemos políticos ladrões, condenados e presos serem idolatrados por pessoas fanáticas que juram que eles são honestos, assim como muitos juram que cabos caros são os melhores. O fanatismo existe no áudio hi-end também.
Mas, será que todos nos enganam? Uma vez uma publicação nacional especializada em áudio comentou que algumas pessoas insistiam em criar teorias da conspiração onde não existia, se referindo a uma teoria que desenvolvi sobre o fato (já comprovado e hoje admitido até por publicações estrangeiras) de ouvirmos diferente e do som ao vivo não ser uma referência final.
A conspiração existe sim, principalmente naqueles avaliadores de equipamentos que usam editores de imagem para colocar caixas acústicas onde não existem, que avaliam recursos que os equipamentos testados não possuem, que devolvem equipamentos lacrados nas suas caixas dizendo que foram testados, que montam lojas para revender os produtos que testam (lógico que sempre avaliados com nota máxima), que são sócios de empresas que fabricam ou revendem equipamentos, que ditam os preços de um fornecedor porque o amplificador dele é muito barato, e na recusa deste em reduzir o preço, avalia o equipamento com nota baixa, mesmo ele tendo conquistado notas máximas no mundo inteiro, e muito mais. Existe sim uma teoria da conspiração em prática, mas não onde eles apontam.
Respondendo a minha pergunta, não são todos desonestos nesse mercado. Tem gente correta que quer fazer o certo. O problema é que a maioria faz errado. Desculpem, é a maioria sim.
Então cabos não fazem diferença?
Muitos me criticam afirmando que eu digo que cabos não fazem diferença.
Não sei se fazem isso por dificuldade de interpretar o que escrevo, por má fé, por retaliação por ter sido excluído do Clube Hi-End por mau comportamento ou caráter duvidoso, por interesses pessoais, por provocação, ou sei lá o porquê.
Eu já comentei muito sobre diferenças entre cabos. Já apresentei testes comparativos onde cito algumas dessas diferenças. Já repeti inúmeras vezes que: “CABOS FAZEM DIFERENÇA, MAS NÃO DA FORMA COMO SE DIZ”.
É como uma publicação que foi engolida pelos seus próprios erros que costumava afirmar que eu dizia que som ao vivo não era referência, quando na verdade eu afirmava que essa referência não era absoluta. A própria publicação caiu em contradições e se perdeu neste discurso.
Gostam de me criticar por coisas que eu não disse ou não fiz, e tudo está registrado aqui no Hi-Fi Planet.
Muitos testes que fiz de cabos teve a participação de vários colegas que se manifestaram e todos conhecem. Quando desconfio de um participante fake nos comentários do Hi-Fi Planet ou no Clube Hi-End, exijo identificação imediata ou os excluo sumariamente. Já vi fóruns criarem usuários fakes com o objetivo de enaltecerem marcas e produtos vendidos pelo espaço. Mais uma razão para não misturar interesses.
Eu quero ser sempre conhecido pelo que fui e sou, jamais pelo que inventam ao meu respeito, por isso prefiro agir assim.
Cabos provocam diferenças sim, mas longe daquilo que todos acham ou desejam. Cabos não ajustam sistemas.
Outro dia um leitor me disse que preferia tentar ajustar o sistema dele com um cabo e não um DSP. Ele jamais conseguirá isso, porque nenhum cabo no mundo pode ajustar as variações do espectro de frequências nos pontos exatos, com a largura de banda necessária ou com a atenuação precisa para cada caso. Isso é impossível. Se alguém achar o contrário, afirmo aqui e provo que desconhece totalmente como funciona este processo.
Cabos podem interagir com as impedâncias, indutâncias e capacitâncias dos equipamentos, sejam players, amplificadores, caixas, etc., pois eles também possuem seus próprios parâmetros que interagem com os destes equipamentos. É lei física, eletrônica básica aplicada, nada mais. Não tem nenhuma magia nisso.
Por isso que dizem que não existe um cabo certo para todos os equipamentos, pois esta interação existe e é fato. Cabos podem (não são todos) interagir com os equipamentos e mexer com alguma faixa de frequências, e isso influencia diretamente naquela sensação de ampliação dos agudos, maior palco sonoro, melhor definição da origem dos sons (foco), etc.
Mas, acreditem, eles não fazem nada disso, apenas criam essas sensações ao evidenciar algumas faixas de frequências. Isso é uma longa história que deixarei para outra oportunidade.
Cabos não são capazes de melhorar o sinal elétrico em áudio. Até um fio de cobre de um ferro elétrico pode conduzir estes sinais elétricos com toda perfeição do mundo.
Essa conversa de “compostos especiais”, “isolantes feitos de óleo de tubarão”, etc., tudo isso se encaixa nos comentários acima.
Você pode colocar um cabo que evidencie os agudos, e gostar disso. Pode achar que ele ampliou o extremo superior do espectro de frequências, mas isso não ocorre porque ele é mais transparente ou melhor do que outro cabo que não faz isso. O extremo de frequência de áudio é convencionado em 20 kHz, e qualquer cabinho, mesmo de uma conexão USB de celular, é capaz de atingir frequências muito acima disso, nos MHz (Mega Hertz), milhares de vezes à da faixa de áudio ou até muito mais. Já cansei de medir isso, não há essa restrição.
Não acreditem quando disserem que um bom cabo é capaz de conduzir frequências de 20kHz e outro não. Existem exageros nisso.
Bons cabos elétricos, fabricados com técnicas corretas, são perfeitamente capazes de atender às necessidades da aplicação em áudio. E a boa notícia nisso é que não precisam custar uma fortuna e nem virem em caixinhas de mogno envoltos em veludo, e nem é preciso assassinar um tubarão para produzir um bom cabo.
Cabos fazem diferença sim, mas muitos já entenderam que não é da forma como alardeiam por aí. No futuro, tenho certeza, muitos vão rir desse “endeusamento” de cabos que criaram no áudio hi-end.
A situação toda é tão absurda, que li um dia um comentário de um “forista” estrangeiro mencionando que um determinado fabricante de cabos de áudio detinha tecnologia aeroespacial, e assim produzia cabos muito avançados tecnologicamente. Ele foi atrás da história desse fabricante, e descobriu tratar-se de mais um fabricante de cabos elétricos comuns, que ganhou uma concorrência de fornecimento para o segmento aeroespacial não pela qualidade “especial e única” de seus cabos, mas pelo preço. Dezenas de outros fabricantes participaram e foram aprovados tecnicamente nesta concorrência, mas apresentaram preços mais altos. Ao final, com a queda de investimentos nesta área, a empresa que já não estava muito bem financeiramente e investiu muito nisso, quebrou, e descobriu justamente no áudio hi-end uma oportunidade de faturar alto com esse “status” que adquiriu.
Existem muitas histórias que foram criadas com o intuito de valorizar os cabos de áudio, e que são tratados de forma diferente de qualquer outro produto no mundo.
Eu cansei de trocar cabos em minhas antigas caixas acústicas. Fiz milhares de medições, testes e mais testes.
Depois que montei as minhas caixas novas, ajustei minha sala e coloquei um DSP, e nunca mais precisei me preocupar com cabos. Qualquer cabo que eu colocar agora no meu sistema somente vai provocar um efeito negativo, jamais positivo, pois o meu sistema já está ajustado, e cabo é o que menos importou nisso. Se eu trocar cabos, e estes cabos provocarem alguma diferença, vou ter que ajustar tudo novamente para ficar exatamente como estava antes. Isso porque nenhum cabo no mundo vai melhorar o meu sistema, ele pode mudar, mas nunca melhorar.
Alguns até dizem que cabos são equalizadores passivos. Eu mesmo já disse isso há muitos anos quando comecei a montar o meu sistema, pois era essa a sensação que eles provocam.
Mas, eles não equalizam nada. Podem funcionar como um limitado e impreciso controle tonal, mas não conseguem ajustar nada com precisão.
É por essa razão que muitos audiófilos vivem trocando os cabos dos seus sistemas, acreditando que de fato surgem novidades excepcionais no mercado que melhoram a condução elétrica do sinal. Na verdade, eles provocam alterações, mas não melhoram nada. Eles mudam o sinal, e isso pode agradar e até ser um pouco positivo num sistema desajustado, mas não pensem que ele ajustou o sistema, apenas disfarçou um pouco o problema, e muitos interpretam isso como resultado da qualidade do cabo.
E o tal “cabo neutro”? Muitos acham que ele deixa o sistema “limpo”, sem qualquer interferência no sinal. Este é o melhor cabo do mundo para um sistema ajustado, pois ele não modifica o sinal. O problema é que eu, até hoje, raras vezes vi um sistema perto de estar ajustado corretamente. Muitos audiófilos buscam o “som plano” (ou “flat”) como o ideal, mas os nossos ouvidos não são perfeitos assim. Outros buscam a referência ao vivo como a ideal, mas as nossas deficiências ou variações auditivas também interferem em nossas percepções ao vivo. Isso é lógico.
Nestas condições, para que servem os cabos? Para, na verdade, piorarem muito mais a situação. Por isso, também, muitos afirmam que cabos dependem do gosto, que é exclusivo para cada um. Não é nada disso. Não é o gosto que conta, mas o som real, e este é o objetivo a ser perseguido, e não são os cabos que vão te levar para ele. Se depois quiserem acrescentar o gosto pessoal, aí vai de cada um, mas não é esse o objetivo dos cabos elétricos.
Os novos tweeters que testei melhoraram a definição do som, que ficou verdadeiramente mais preciso e detalhado, não porque ele alterou as frequências, mas porque sua mecânica foi aprimorada. Isso nenhum cabo fará por um sistema.
Uma pena que esses tweeters talvez nunca cheguem ao mercado de “upgrades“, porque já testei inúmeros modelos de diversas tecnologias, e nada chega perto deles, mas foi o capricho de um especialista e o mercado não tem interesse nisso. Trocar cabos é mais simples.
Então, vamos deixar claro de uma vez por todas que cabos podem (sem sempre conseguem) provocar alguma diferença no som, normalmente diferenças sutis e sem real importância para o resultado final.
Quem disser que cabos não fazem diferença, não compreendeu ainda a interação deles com o equipamento, e aí um estudo sobre eletrônica vai ajudar muito.
Mas, jamais paguem caro num cabo, nunca ! Ajustem o seu sistema sem se preocupar com os cabos, e verá que mesmo um cabo barato vai te proporcionar toda a qualidade que você precisa.
Mas, isso pode ser medido?
Muitas vezes ouço e leio que a subjetividade é mais importante do que as medições, e que estas não mostram tudo.
Nossos ouvidos não são essa perfeição que muitos imaginam. Eles não são lineares, sofrem com muitas perdas, variam muito a curva de sensibilidade por diversas razões, e, na verdade, são referências bem suspeitas para qualquer comparação de cabos.
Instrumentos são capazes de medir as mudanças que um cabo provoca. Mas, é preciso escolher os instrumentos certos e utilizá-los corretamente. Muitos não querem ou não podem investir em instrumentos nem em aprendizado para sua utilização e interpretação de resultados, mas culpar os instrumentos e valorizar a subjetividade é uma saída cômoda mas bastante infeliz.
Eu cansei de fazer medições, e posso afirmar que quando um cabo provoca alguma alteração ela pode ser medida sim, visto numa tela e com muita precisão. E mais, afirmo que estas diferenças nunca são de qualidade do sinal elétrico. Elas deterioram o sinal ou modificam a curva de resposta de frequências. Claro que nenhum cabo consegue ter características de capacitância e indutância para provocar mudanças abruptas, por isso diferenças sutis são sempre mencionadas.
Alguns fabricantes enrolam os cabos formando verdadeiros indutores gigantes, outros incluem caixinhas mágicas que contém nada mais ou nada menos que capacitores, resistores e indutores formando verdadeiros filtros para interagir com a resposta de frequência. Péssima idéia.
O importante é saber que as diferenças são mensuráveis com instrumentos de medição e análise. Se você tem certeza que um cabo evidenciou os agudos, é porque os seus ouvidos perceberam uma alteração nesta faixa de frequências, e se esta alteração existiu de fato, inúmeros instrumentos podem medí-la. Já comprovei isso inúmeras vezes.
Querem um exemplo real e não “subjetivo”? Então vamos a ele.
O sinal elétrico que sai do amplificador e vai para uma caixa acústica segue pelo cabo de ligação. Ele tem frequências, intensidades e amplitudes suficientes para que na outra ponta estas mesmas características possam ser interpretadas por um transdutor. Esse transdutor são os falantes das caixas acústicas. Este sinal elétrico chegando na caixa será separado em faixas de frequência pelo divisor de frequências, em, por exemplo, canais de graves, médios e agudos. Estes sinais separados vão para cada falante (transdutor), passam por um longo fio de cobre comum esmaltado enrolado na forma de uma bobina (na maioria das caixas, com fios de cobre de qualidade ordinária). Essa passagem de corrente gera um campo magnético que vai interagir, na maioria das vezes, com um imã, provocando atração ou repulsão do cone do alto falante conforme a variação do sinal elétrico.
Ou seja, o que vai provocar mudanças nos sons que ouvimos são as variações de movimento dos cones dos alto falantes. Incrível, não? Nenhuma mágica aqui.
Ou seja, qualquer alteração no sinal elétrico provocada por um cabo terá como resultado uma mudança na movimentação dos cones dos alto falantes, e isso é o que modifica o deslocamento de ar e o som que os nossos ouvidos percebem. Em outras palavras, se percebemos uma diferença, é porque o ar se movimentou de forma diferente por conta de uma mudança no movimento dos cones dos alto falantes, e em função de uma variação do sinal elétrico.
E aí eu pergunto, há algum segredo nisso?
Quem projetou tudo isso sabia o que estava fazendo e seguiu todas as leis da física.
Alguém ainda acha agora que isso não pode ser medido?
Não se trata um sinal imaginário que foi modificado, mas de um sinal elétrico, um campo magnético e o movimento mecânico de um cone de papel, alumínio ou seja lá do que for. Porque ninguém conta a história desse jeito? Porque querem que acreditemos que as mudanças são inexplicáveis, obra do além, e que nossos ouvidos fornecem a única medição aceitável, pois somente ele consegue captar esse fenômeno “misterioso”.
Essa é a grande mentira que alimenta a subjetividade. A subjetividade foi utilizada por anos para induzir o consumidor (o audiófilo é um consumidor) a acreditar que o áudio hi-end é envolto de mistérios, e a ciência não funciona com ele, principalmente no que se refere a cabos.
Tudo muito conveniente, não?
Aí aparecem os engenheiros que projetam esses equipamentos, que conhecem todo o mecanismo, que fizeram tudo funcionar perfeitamente para agradar ao ouvinte, e são chamados de incapazes, de pouco confiáveis, porque um fornecedor de cabos “mágicos” ou de acessórios bizarros disse que a subjetividade apaga todo esse conhecimento científico.
Digo sempre que a subjetividade é o argumento dos ignorantes para ignorar a ciência.
A ciência explica tudo? Não. Mas neste caso não há nada mais a ser explicado, pois o mecanismo é muito conhecido, facilmente comprovado e funciona exatamente como foi projetado.
Porque não aceitam isso? Porque é mais fácil se convencer da magia inexplicável dos “bruxos” que produzem cabos a partir da asa de morcego e óleo de fígado de tubarão? Isso dá certa impressão de luxo ao produto, e o consumidor paga muito caro por este status sem entender o verdadeiro porquê disso. Assim é fácil. Dessa forma eu também teria ganhado muito dinheiro com o meu cabinho de 12 reais vendido a 1.000 dólares.
Claro que eu iria criar toda uma história de uma liga que descobri e que só funciona para o áudio (por isso não vai fazer o ferro de passar roupas aquecer mais), que é necessário um período de amaciamento para que os cristais se alinhem com a passagem da corrente, que existe um fenômeno de reordenamento quântico que provoca uma reação que afeta a pureza dos átomos presentes no condutor, etc., mas, claro, por último eu afirmaria que nada disso poderá ser medido, pois essas mudanças saltarão do cabo direto para o cérebro do ouvinte.
Querem pagar muito caro pelo que não vale? Podem pagar. Cada um faz o que quer com o seu dinheiro, mas tentem evitar os argumentos fúteis para justificar essa escolha. Isso só confunde.
Como devo então escolher meus cabos de áudio?
Na hora de selecionar os cabos para o seu sistema, comece descartando aqueles com preços muito elevados, vendidos em embalagens de luxo e com aparência de jóias, a não ser que queira exibí-los aos amigos. Você paga caro pela embalagem, pelo luxo, pela grife, mas ainda assim leva um condutor elétrico revestido de plástico.
Os conectores são mais importantes do que o próprio cabo em si, e merecem mais a sua atenção.
E quando falamos em conectores, não devemos esquecer da limpeza destas conexões, que muitas vezes faz muito mais diferença do que os cabos em si quando comparados.
Dê preferência às marcas mais tradicionais, que produzem em larga escala e possuem preços mais acessíveis. Mesmo estes fabricantes podem ainda fornecer alguns modelos especiais, mais requintados e caros. Eles são desnecessários. Na prática, eles interferem desnecessariamente no sinal elétrico e, acredite, não é por aí que você ajustará corretamente o seu sistema.
Nunca tente ajustar o seu sistema com cabos. Isso é pura fantasia. Se você sente, por exemplo, que os agudos estão meio contidos, investigue a causa na sua sala e nos seus equipamentos. Tentar corrigir isso com um cabo é o mesmo que fazer um remendo. Você vai apenas varrer a sujeira para debaixo do tapete.
Cabos não devem jamais modificar o sinal elétrico. O sinal elétrico deve chegar preservado e os cabos serem neutros.
Jamais um cabo vai corrigir os problemas existentes no seu sistema. Isso é outra ilusão criada por aqueles que faturam com o desconhecimento.
O ajuste perfeito de um sistema é muito complexo. Ele passa por uma audiometria, uma análise da resposta de frequência do equipamento e da sala, e muitas medições. Se for apenas por gosto ou pela referência que se houve no mundo real, não se deve falar então em “ajuste fino” com cabos. Isso é até uma incoerência conceitual.
Não use cabos de baixa qualidade. Ninguém aqui está sugerindo que você deva usar necessariamente cabos ruins e baratos. Muitos cabos populares são feitos com material ruim e fios subdimensionados, e isso, evidentemente, não é bom. Mas, fique atento, cabos de grife também podem conter componentes de baixa qualidade. É grande o relato de conectores que oxidam com facilidade, de plugues e isolantes que literalmente “derretem” com o tempo, etc. Basta entrar nos fóruns estrangeiros e fazer uma busca. É surpreendente a quantidade de cabos de grife, de alto valor, que também apresentam problemas básicos.
Também não precisa se desfazer dos seus cabos atuais. Se eles possuem boa qualidade e não distorcem o sinal elétrico, deixe-os onde estão. Ninguém aqui está defendendo a substituição de cabos mais caros por cabos baratos. Durante os mais de 40 anos que me dedico ao áudio, comprei e testei tantos cabos que já perdi a conta, e tenho muitas sobras. Como não gosto de vender nada que tenho, acumulo coisas demais. Meu sistema possui cabos ByKnirsch, QED, DNM, Siltech, Audioquest, montados por mim e outros, e convivo em paz com todos eles. O importante é que sejam modelos que não interfiram no sinal elétrico, ou seja, que sejam neutros (mesmo cabos caros e de grife podem ser neutros). Qualquer correção deve ser feita na causa do problema, não como um remendo.
Se quiser insistir numa troca de cabos, não tenha medo de testar. Esqueça as avaliações de cabos, inclusive aquelas feitas pelo Hi-Fi Planet. São inúteis. Cada caso é um caso específico. Sistemas são diferentes, ouvidos também. O que parece excepcional para mim, pode ser um desastre para você.
Se dizem que cada caso requer um cabo diferente, como podem também afirmar que um cabo pode ser melhor do que o outro? Por isso insisto na dica que uso hoje e que funciona muito bem, use cabos mais neutros e ajuste o seu sistema onde ele realmente precisa ser corrigido. Um DSP como DSPeaker Anti-Mode faz toda a mágica que você precisa (principalmente no modo equalização), com duas vantagens muito interessantes, custa mais barato que muitos cabos de grife e ao mesmo tempo torna a preocupação com cabos inexistente. Nunca mais você terá que depender de cabos. O que quiser mudar, faça nele, com mais flexibilidade e precisão.
Alguns dizem que cabos são mais interessantes porque não acrescentam componentes no caminho do sinal (essa conversa de caminho do sinal também é muito discutível). Primeiro, como já dissemos, cabos jamais conseguirão ajustar as variações de uma curva típica de áudio. Segundo, é preciso parar com essa outra idéia falsa de que quanto menos componentes no caminho do sinal melhor.
Isso é mais uma bobagem que o mercado, com a sua esperteza, criou. Já vi avaliador de uma revista nacional descontinuada afirmar que a qualidade de um amplificador testado estava na sua simplicidade, e em outra oportunidade elogiar a extensa tecnologia aplicada em outro amplificador, como prova da evolução tecnológica.
Os antigos televisores analógicos, que usavam uma dúzia de válvulas, são melhores do que os TVs 4k de hoje com milhares ou milhões de transistores e outros componentes socados dentro de vários chips? As antigas câmeras fotográficas de filme são mais precisas que as modernas digitais DSLR cheias de componentes eletrônicos? E os computadores atuais com seus processadores com milhões de transistores são piores que aqueles produzidos na década de 80 que usavam muito menos componentes? E os celulares, vamos voltar aos primeiros? Porque no áudio “hi-end” tem que ser sempre diferente? A cada momento há uma desculpa para valorizar isso ou aquilo.
Componentes no caminho do sinal não são necessariamente prejudiciais, pelo contrário, podem melhorá-lo muito.
Desconfie quando alguém lhe disser que teve uma mudança “abismal” com a troca de um cabo. Provavelmente o cabo substituído estava com defeito, as conexões estavam oxidadas ou trata-se mesmo de exagero de expressão ou sugestão. Mudanças são sempre sutis, e não há nenhuma razão científica que faça com que sejam realmente da “água para o vinho”. Isso não existe.
Seja muito cauteloso com o que lê em revistas, fórum e sites. Já é? Então intensifique esse cuidado.
Mantenho um fórum, um site, já escrevi para revistas, tenho muito contato com fabricantes e muita gente deste mercado de áudio, e posso dizer que existem muitas coisas distorcidas neste meio. Coisas apavorantes e desanimadoras, muitas já comentadas aqui no Hi-Fi Planet, mas muito outras ainda que poucos conseguem imaginar.
Até alguns usuários aparentemente comuns de fóruns podem ser poucos confiáveis, e isso não falta. É muito fácil escrever duas ou três linhas criticando algo ou alguém, ou elogiando algo ou alguém, mas normalmente estas pessoas tiveram pouca ou nenhuma participação ou contribuição de fato neste hobby, mas precisam inflar os seus egos, fazer crescer suas autoestimas, valorizar as suas escolhas, justificar os seus erros, preservar interesses pessoais ou mesmo provocar intrigas pessoais por questões também pessoais.
Conclusão
Se você achou este texto longo e cansativo, mas pelo menos pulou para a sua conclusão e chegou aqui, vou resumir através de perguntas e respostas (resumir?) o que foi detalhado e explicado aqui:
1. Cabos fazem diferença?
Sim, fazem, e ao contrário do que alguns dizem por aí, sempre afirmei isso. Mas, essa diferença, que é sutil, ocorre justamente porque há uma interferência no sinal elétrico, o que jamais deveria ocorrer, pois esta interferência não pode ser controlada.
2. Cabos podem ajustar um sistema?
Claro que não. O sinal elétrico de áudio é complexo, e nenhum cabo consegue ou conseguirá um dia corrigir cada frequência do espectro com precisão, pontualmente e simultaneamente, tanto em amplitude ou em banda. E, lembre-se, cabo é um componente passivo, ele pode atenuar, mas nunca ampliar. Essa idéia de ajuste foi criada para vender cabos.
3. Como devo então ajustar o meu sistema?
Corrija a fonte do problema. Troque um equipamento deficiente ou ajuste-o. Acerte a acústica da sala. Inclua um DSP ou até um equalizador de qualidade, eles farão muito mais pelo seu sistema do que um cabo, e o deixará imune à troca de cabos. Atualize os seus equipamentos, principalmente caixas (elas representam a maior parte da qualidade final de um sistema). Encontre o problema, não tente remendá-lo com cabos, porque a causa continuará lá, somente disfarçada.
4. Cabos caros são necessariamente melhores?
Jamais ! Preço de cabos está muito ligado ao “luxo” e ao status que muitos impuseram ao hobby. Bons equipamentos custam caro, mas cabos não agregam tanta tecnologia e material para custar tão mais caro.
É fácil mencionar “qualidades” de um cabo, pois ninguém as vê. Um consumidor num site nos Estados Unidos mandou certa vez fazer uma análise química num condutor de um cabo que comprou, e descobriu que a liga “especial” anunciada como contendo metais preciosos não passava de cobre comum, mas muita gente testou e jurou que aquele cabo era realmente “especial”, e pagou uma fortuna por ele.
Eu já mandei analisar um banho de ouro de um conector de um cabo que tive há mais de 10 anos, e o banho não era ouro, mas uma mistura qualquer de latão, bronze ou algo assim, imitando o dourado. O cabo foi adquirido num tradicional importador de São Paulo, e era da marca mais cultuada na época pelos audiófilos.
5. Devo trocar meus cabos caros por cabos mais baratos?
Se quiser fazer dinheiro, sim. Se eles estão mascarando os problemas do seu sistema, sim, também. Caso contrário, porque trocá-los se tiverem boa qualidade e não estiverem prejudicando o sinal elétrico?
6. Cabos bons custam caro?
Não. Excelentes cabos não precisam custar caro. Você pode até montá-los por preços muito baixos.
Preço alto, na maioria das vezes, é ilusão, pois custa mais caro a embalagem do que o próprio cabo.
7. Todo fabricante de cabos é desonesto?
Claro que não, mas a maioria não age de forma muito “acertada”. Eles sabem que o audiófilo, na sua maioria, não possui conhecimento técnico e científico, que há muita ingenuidade, e se aproveitam disso, tanto nas qualidades dos cabos como no preço.
8. Qual a faixa de preços que devo investir em cabos no meu sistema?
Isso não existe. Apesar de muitos “entendidos” dizerem que se deve gastar de 15 a 20% do valor dos equipamentos em cabos, essa correlação nunca existiu. Cada sistema exige uma quantidade e modelos de cabos específicos, e é um absurdo achar que existe um percentual de valor entre equipamentos e cabos.
9. Os argumentos de alinhamento atômico de condutores, de ligas especiais inéditas e metais novos desenvolvidos na fabricação de cabos são confiáveis?
Provavelmente não. Fabricantes artesanais e pequenas fábricas não possuem know-how ou equipamentos para lidar com manipulação em nível atômico, muito menos formação acadêmica para isso. Além disso, o investimento para isso é muito alto, e jamais seria recuperado neste nicho de mercado.
Trata-se de argumentos de vendas que não podem ser comprovados pelo consumidor. Não é “visível”.
Sem nenhum conhecimento, ou recursos científicos e financeiros, alguns fabricantes alegam que descobriram algo inédito que grandes laboratórios do mundo inteiro, com muitos milhões de dólares em investimento e pesquisas, e seus físicos, engenheiros e cientistas capazes não puderam descobrir. Provavelmente o que ele descobriu foi o quanto ingênuo o consumidor pode ser e paga por isso.
10. Porque o mercado de áudio dá tanta importância para os cabos?
Porque é algo que o consumidor pode trocar. Ele se sente no poder de mudar facilmente um componente que, na cabeça dele, fará mágicas em seu sistema.
Mudar componentes de uma caixa acústica, atualizar componentes de amplificadores e players, por exemplo, são medidas muito mais efetivas para mudar significativamente a qualidade do som, mas poucos tem acesso a isso.
Não se deve ficar trocando cabos de um sistema com a frequência que normalmente se troca. Óbvio que há algo errado nisso.
11. Porque ocorrem tantas discussões, até agressivas, sem qualquer conclusão sobre cabos?
Já viram um torcedor falar bem do time adversário? Um militante de um partido político aceitar que seu político favorito ou seu partido são corruptos? Ou um fanático de uma seita aceitar fazer qualquer coisa, por mais absurda que seja, pela sua crença? Com cabos ocorre algo muito parecido. Acaba havendo um fanatismo e uma irredutibilidade em aceitar o óbvio, em admitir a ciência, em aceitar a sugestão ou a influência como contaminantes dos resultados percebidos, em valorizar a todo custo o subjetivismo num mundo que é bem real, em desmerecer um engenheiro e acreditar numa verdade obtida de “orelhada”, quando todos nós já sabemos que ouvimos de forma diferente. Isso tudo, obviamente, cria conflitos nos debates. Quem defende que cabos caros ou “especiais” são a cereja do bolo de um sistema de som, na verdade já foi contaminado pela ilusão criada pelo mercado. A importância de cabos é muito menor do que se imagina. Existem muitas coisas bem mais importantes neste hobby que são desprezadas pelo audiófilo, e que não são defendidas com tanto vigor.
12. Testei dois cabos e os dois deram resultados diferentes. O que devo fazer agora?
Você não concluiu nada. Somente com medições, que vão desde as características de resposta de seu sistema (que inclui a sala) e da sua curva de sensibilidade auditiva, você conseguirá ver com clareza o que é certo ou errado. Fora isso, é uma questão puramente de gosto. Neste caso, na dúvida, fique com o mais barato se os dois tiverem uma fabricação com qualidade e você tiver gostado de ambos.
13. Tenho R$ 4.000,00 reais para investir em cabos. Qual devo trocar e qual modelo comprar?
Invista num DSP ou num equalizador, e esqueça cabos para sempre, ou gaste isso num passeio com a família.
14. Cabinhos flamenguinhos de caixas acústicas e esses RCA de uso profissional (normalmente bem mais baratos que os modelos “Audio Grade”) valem a pena?
Saiba que estes cabos são usados na maioria das apresentações ao vivo que você frequenta, e é justamente esse resultado que você, de forma errada, tenta buscar em seu sistema em casa com cabos esotéricos e caros. Use bons cabos, de marcas respeitadas. Não precisa ser o pior nem o mais caro.
15. Um metro de cabo de força na entrada do meu amplificador vai fazer diferença?
Não. Bons conectores, limpos e polidos sim. Antes desse um metro de cabo você tem quilômetros e mais quilômetros de fios comuns. Dentro do seu amplificador, na maioria das vezes, você tem um transformador feito de fio de cobre também comum. Não existem milagres. Tenha certeza que uma instalação elétrica bem feita e um bom filtro de linha farão muito mais pela sua alimentação elétrica.
Se fosse fácil assim, fabricantes de amplificadores de dezenas de milhares de dólares enviariam cabos de força esotéricos acompanhando o equipamento, mas nem para avaliações isso é feito. Claro que o engenheiro que projetou o amplificador, na opinião de alguns, não sabe nada, não tem “ouvidos de ouro” e não merece tanta confiança como aquele articulista de uma revista ou daquele usuário “experimentado”.
16. O Hi-Fi Planet é contra o uso de cabos caros?
O Hi-Fi Planet é contra as mentiras que criaram em nosso hobby. É contra os interesses comerciais que abusam do consumidor. Mas, é a favor do fabricante ou do comerciante sério, da qualidade do produto, do preço justo, e da transparência e da honestidade, mas, jamais contra o quanto cada um quer gastar. Cada um deve fazer aquilo que lhe deixa feliz, sendo honesto, é uma opção de cada um.
17. Se eu usaria cabos de baixa qualidade em seu sistema?
Não. Nenhum produto de baixa qualidade possui confiabilidade. Nem 8, nem 80. Nem ruim, nem exagerado.
18. Se eu consigo perceber todas as diferenças em cabos de áudio?
No meu sistema sim, na maioria dos sistemas que eu conheço (alguns top do high-end) não.
Em várias ocasiões provei ao usuário que ele na verdade não conseguia identificar as diferenças, como ele dizia facilmente conseguir.
19. Se estas diferenças que percebo em cabos no seu sistema melhoram mesmo a qualidade do som?
O meu objetivo foi sempre reproduzir o som real em minha sala, e não o meu gosto pessoal ou o “som ao vivo”, que também é contaminado por uma série de fatores.
Com este objetivo finalmente obtido, qualquer alteração no som que não seja qualitativa me força a reajustar o meu sistema, pois cabos não interferem na qualidade do sinal elétrico, mas sim na banda de frequências que compõem esse sinal, e isso provoca um desvio de objetivo.
Portanto, qualquer diferença provocada por um cabo no meu sistema hoje lhe causa um prejuízo.
Nenhum cabo caro vai “aumentar a velocidade” do som, melhorar a sua “transparência”, nitidez ou resolução. Podem provocar essa sensação aos destacarem mais algumas frequências em detrimento de outras, mas são incapazes de provocar melhorias no sinal elétrico na faixa de áudio.
Cabos ruins podem deteriorar o sinal elétrico, mas são difíceis de serem encontrados quando produzidos por fabricantes confiáveis e com um mínimo de qualidade.
20. O que eu ganho com este artigo?
O áudio, o vídeo, a fotografia, a condução off-road, além de outros, são hobbies que tenho e que me dedico quando posso.
Mas, o áudio (ou a música) sempre foi mais especial. Ele entrou na minha vida há mais de 40 anos, quando eu fazia manutenção em equipamentos de áudio e vídeo em casa com o que eu aprendia pesquisando em livros e revistas. Na época, não tínhamos a facilidade da internet como temos hoje, e tínhamos que pensar e aprender de verdade, na raça, sem encontrar respostas prontas para tudo.
A música entrou forte na minha vida, e ainda hoje é uma paixão muito grande, provocando nesse hobby, mais do que uma diversão, uma vontade de dominá-lo.
Estudei, pesquisei e testei muito, e me vi na obrigação de compartilhar esse conhecimento adquirido. Não sei tudo, ninguém sabe, mas acredito que o que eu já aprendi deve ser compartilhado. Sempre pensei assim.
Mas o mercado é muito restritivo, e publicações, fóruns e tantos outros espaços de informação são formados por muitos daqueles que buscam seus próprios interesses pessoais, desde o comercial até os mais mesquinhos, muitas vezes para criar polêmica e eternizar discussões.
Nunca desisti, e sempre busquei as respostas que eu queria e as divulguei para todos. Trata-se de um gosto e uma satisfação pessoal. Não ganho nada e nem quero ganhar nada com o áudio.
Prestígio não paga contas, e não me interessa criar polêmicas ou qualquer mal-estar injusto. Sou recordista no site ReclameAqui, e, como advogado, já trabalhei sem ganhar um centavo apenas para que um erro fosse reparado e a justiça fosse feita. Detesto abusos, coisas erradas e falta de caráter.
Odeio políticos corruptos, poderes covardes e desonestos por mais supremos que sejam, aproveitadores, mentirosos, exploradores e gente preguiçosa.
O Hi-Fi Planet para mim é uma extensão do meu desejo de deixar algo útil para alguém (é o que mais faço hoje). O amadurecimento cada vez maior do trabalho que desenvolvi sobre a customização de sistemas de som ganha espaço entre audiófilos do mundo todo, e já cheguei a pensar em parar por aqui, até porque não tenho tempo para mais nada na vida, e manter um fórum e um site vivos ocupa parte importante da minha vida hoje.
Como eu já disse algumas vezes, não quero nenhum tipo de retorno pessoal com estes artigos, mas que, pelo menos, beneficiem alguém.
A quantidade de e-mails que recebo hoje é muito grande, os comentários de leitores dentro do site e no fórum são menores, mas também exigem a minha atenção. Mas, mesmo assim, o Hi-Fi Planet nunca perderá o objetivo principal de sua criação, levar informação honesta e correta para o audiófilo sem obter qualquer vantagem econômica ou pessoal em troca.
Converso com muitos audiófilos, recebo muitas correspondências, e, apesar de tudo, tenho muito contato com diversos segmentos desse mercado, como importadores, comerciantes, projetistas e fabricantes, e todos me dizem que o Hi-Fi Planet, também com a ajuda do Clube Hi-End, fez o mercado abrir os olhos, expondo coisas que ninguém queria que fossem conhecidas dos consumidores.
Dizem que o Hi-Fi Planet mudou muito o mercado (acho um exagero), que ajudou a afastar falsos profetas, a quebrar tabus, expor mentiras e trazer um amadurecimento necessário, já que o hobby estava sendo dominado por uma minoria voltada aos seus próprios interesses pessoas. Publicações desvirtuavam conteúdos, criavam lojas e parcerias comerciais, chegavam a inventar fatos para favorecerem os seus negócios, com fotos manipuladas, testes direcionados ou que sequer existiram, menosprezando profissionais da ciência e tentando impor a confusão com “verdades e certezas subjetivas”. Fóruns também criaram espaços comerciais, incluíram usuários fakes para os seus interesses, perderam o controle sobre aqueles usuários cujo único objetivo era descarregar as suas frustrações criando polêmicas e confusões, além daqueles que os usavam como trampolim para seus interesses comerciais. Lojas e importadores tentaram impor ao mercado aquilo que lhes dava mais lucros, com raras exceções, e participando de outros segmentos numa união que só fortalecia os interesses comerciais e confundia os consumidores. Raros fabricantes surgiram com produtos honestos e preços justos, pois a maioria também enxergou nesse mercado um caminho fácil para ganhar dinheiro.
Se eu fosse um pouco igual a eles, também teria faturado muito dinheiro com essa confusão, pois aproximações com este interesse nunca faltaram.
Cansei de ser ameaçado, agredido verbalmente, criticado e de sofrer tentativas de desvalorização deste trabalho que faço sem qualquer fim lucrativo, mas nunca desisti, porque, novamente, o errado me incomoda, e luto sempre para mudá-lo. Se os brasileiros se unissem e fossem à luta, tenho certeza que hoje não teríamos tantos safados se aproveitando de nós.
Sei que este artigo será alvo de críticas de uma minoria. Uma minoria que gosta de fazer muito barulho, mas não tem nada para dizer. Vão inventar coisas que não escrevi ou distorcer o texto, como já denunciei certa vez um usuário criado num fórum com este único objetivo. Mas, eu não me importo. Cada um que se identificar com essa idéia será um multiplicador da mudança que precisamos, e para mim isso basta.
Se o leitor desse artigo entender que a discussão sobre cabos fazerem o não diferença já foi há muito tempo superada, e que o objetivo hoje é saber o porque dessas diferenças e quanto esses cabos realmente valem, teremos mais um caminho aberto para o amadurecimento do mercado, e aqueles que ficarem se debatendo de indignação por conta disso serão apenas mais um grito perdido numa multidão que já está numa outra fase evolutiva deste hobby.
É a última vez que abordo este tema. Temos que andar para frente, e não ficarmos patinando no mesmo lugar, senão não evoluímos. É assim que funciona nos desafios da condução off-road, quando atolamos, acionamos a tração, usamos as nossas habilidades, conhecimento e outros recursos, ultrapassamos aquele desafio e vamos para o próximo, e assim sempre chegamos ao nosso objetivo.
Desculpe-me se fiz alguém descobrir que duendes e fadas não existem, mas temos uma boa notícia, se elas não existem, bruxas também não.
Espero ter colaborado mais uma vez com este hobby.
Em breve vou trazer mais um tema espinhoso que estava “guardado na gaveta”. Acho que o mercado hoje está bem mais maduro para receber com cabeça aberta o que vou expor em breve.
Boa sorte a todos.
Grande Edu !!!
Meu querido amigo, cada vez que recebo aqui a informação de nova publicação em seu site já sei que vem coisa boa por aí, e que vou aprender algo novo ou firmar algo que já imaginava.
Mas desta vez você se superou. Eu diria que este artigo está entre os 5 melhores que você já escreveu até hoje. A personalização de sistemas de som ainda é o meu preferido e deu nova vida ao meu sistema que eu já achava excelente, e vi que eu estava longe disso. Nunca vou esquecer quando você nos trouxe essa ideia.
Mas, agora confesso que fiquei de boca aberta. Nunca vi este tema ser tratado com tanta propriedade. Você abordou questão mercadológicas, técnicas sem ser cansativo, comportamentais e até psicológicas. Na minha opinião você é um articulista ou seja lá como se chama isso, completo.
Nunca vi um texto tão completo e tão objetivo sobre esse difícil tema que você tratou. Aliás, nas suas palavras tudo parece sempre tão simples e óbvio, alias como deve ser mesmo. O ser humano tem a mania de complicar tudo.
Mesmo sendo sempre grato pela sua grande ajuda para me fazer atingir o ápice do meu sistema, e sua sempre atenciosa colaboração, elogio este seu artigo de coração, sem bajulação, pois foi realmente perfeito.
Parabéns, meu querido.
Se você parasse hoje de escrever, já teria deixado muito material para as futuras gerações começarem uma nova fase neste universo do áudio de qualidade, como você costuma chamar.
E não teve nada de cansativo no seu artigo, pelo contrário, fiquei até triste quando acabei de ler porque estava mergulhado nas ideias que você destrinchava em cada parágrafo.
Voltarei para comentar alguns pontos que me chamaram muita a atenção, mas, é tarde e tenho que dormir.
Ainda aguardo a sua visita aqui no Rio para conhecer as minhas novas caixas, outra excelente sugestão sua. Claro que não chegam aos pés das suas, que nunca vi igual. Uma pena que você paralisou o projetos das novas caixas, eu tinha muita esperança que você me vendesse as suas 🙂
Grande abraço, meu amigo. E mais uma vez meus parabéns.
Eduardo,
Para qualquer pessoa de equilíbrio, alguma rudimentar base técnica e bom senso, todo esse seu esforço aqui apresentado só pode ser parabenizado.
Somente os fanáticos ( adeptos a determinados partidos ditos políticos) e/ou os que têm interesses “menores” não aplaudiriam esse belo artigo.
Prossiga velhão,
Gilberto
Nunca li algo assim sobre essa loucura de cabos.
É a primeira vez que leio algo convincente e inteligente sobre o assunto.
Os enxertos que você fez sobre o mercado editorial, os exemplos citados, tecnologia, exemplos, tudo foi perfeito e ilustrou com perfeição a idéia.
Foi a melhor abordagem que li até hoje sobre um assunto que vez ou outra é tratado de forma tendenciosa ou pouco inteligente por pessoas que demonstram conhecer muito pouco sobre as demais circunstâncias que cercam o assunto. Você conseguiu reunir todos estes ingredientes num só caldeirão. Mas, não é o caldeirão dos bruxos rsrsrs
Gostaria muito de conhecer as suas caixas. Li a série de postagens que você fez sobre o desenvolvimento delas e fiquei muito curioso. Que trabalho magnífico.
Abraço
Aguiar
Caro Eduardo
Meus parabéns por este brilhante artigo. Só não vai entender agora quem não quer.
Fiquei impressionado com a profundidade e a abrangência deste artigo.
Engraçado que eu ia lendo e apareciam algumas perguntas, depois para a minha surpresa elas apareceram no final como se você tivesse lido os meus pensamentos.
Brilhante e genial, como tudo que você aborda.
Obrigado por nos presentear com este conhecimento, e obrigado por ser quem você é, pois eu pude notar que você possui uma personalidade exemplar.
Sou fã de carteirinha do Hi-Fi planet. Aprendo muito aqui, coloco em prática e sempre me surpreendo com o quanto o meu sistema ganha em qualidade.
Muito Obrigado !!!!!!!!!!
Bom dia Eduardo
Este artigo vai dar muito o que falar, mas só não entende agora quem não quer. Uma pena que o senhor não pretende mais escrever sobre esse tema, pois queria conhecer todos os outros detalhes que ainda tem sobre o assunto.
Um ótimo artigo que deveria ser transcrito em qualquer discussão sobre cabos, cada vez mais ridículas e sem sentido.
Uma pergunta, observei seu comentário sobre os novos tweeters. Sei que os seus antigos já eram unidades não comerciais feitas especialmente para as suas caixas. Agora que estás com esse par novo, gostaria de vender os antigos?
Por favor, se tiver interesse não esqueça de mim.
Muito obrigado.
Abraços
Texto longo mas nem um pouco cansativo, pelo contrário, necessário e muito abrangente. Prendeu a minha atenção em cada linha.
Como sempre as certeiras alfinetadas, se bem que não vai conseguir mudar as cabecinhas de alguns coitados que vão continuar acreditando e comprando cabos fabricados por bruxos e distribuidos por duendes.
Parabéns pelo seu amplo conhecimento sobre os temas que construiram a sua linha de apresentação.
Um texto para ser guardado para a eternidade.
Você deveria lançar uma revista. Entendo que ainda exista mercado para uma publicação impressa de qualidade, como ocorre nos EUA e na Europa. Porque lá as publicações impressas continuam vivas? Porque tem qualidade e não propagandas como tínhamos por aqui até nas avaliações e artigos técnicos.
Tenho certeza que se fosse você o responsável por uma revista ela venderia muito bem. E tenho certeza que se você abrisse espaço para publicidade, ainda assim manteria a sua imparcialidade, pois muitas publicações no exterior conseguem fazer isso. O problema aqui não é o que se faz, mas como se faz, e aí, meu caro, caráter é um só.
Vou aguardar ansiosamente seu próximo artigo que pelo jeito será na mesma linha desse.
Forte abraço.
Grande Edu !!!
Muito bom. Sempre nos surpreendendo.
Degustei esse artigo como um bom vinho.
Abraço meu caro.
Excelente !
Mas não tenha dúvidas que um ou outro babaca de certos fóruns e sites vão criticar.
Não ligue para eles e continue em frente. Já estou louco para conhecer o novo tema que vai tratar. Acho que até já imagino o que seja pelo último email que trocamos, mas não vou estragar a surpresa.
Eduardo, parabéns, você é mesmo um grande exemplo de pessoa, tanto no hobby como na vida pessoal. Estive com um amigo seu na semana passada, que escrevia artigos para uma revista de áudio que já parou de circular, e ele só fez elogios ao seu respeito, fiquei impressionado com a admiração dele. Continue sendo quem é e servindo de exemplo para essa geração perdida desse nosso pobre país.
Muito Sucesso pra você.
JB
Grande Emílio
Muito obrigado por sempre prestigiar este espaço e pelas considerações. Valeu mesmo, companheiro. Abração
Caro Gilberto
Sempre por aqui me motivando com as suas palavras gentis.
Muito obrigado por participar deste humilde espaço.
Forte abraço
Caro Aguiar
Muito obrigado pelas suas palavras.
Tenho tido poucas oportunidades para receber amigos em casa, mas prometo que na primeira oportunidade você será convidado.
Obrigado, meu caro.
Grande Gilson
Obrigado por prestigiar este espaço com a sua presença sempre constante.
Uma satisfação tê-lo por aqui. Abração
Caro Edinho,
Obrigado pelas considerações.
Não me decidi ainda o que fazer com os tweeters antigos. Na verdade tenho dó de vender as coisas que tenho, mas ando com vontade de fazer uma limpa aqui porque estou ficando sem espaço. Prometo que se for vender estes tweeters serão seus.
Quem sabe não lhe presenteie com eles?
abraços
Caro Murilo,
Obrigado pelos comentários gentis.
Não tenho disponibilidade para cuidar de uma revista, mas gostaria. Acho que realmente há uma lacuna neste segmento. Dependemos somente das publicações importadas, e muita gente não tem acesso.
Mas, ainda tenho esperanças de poder intensificar os trabalhos aqui no Hi-Fi Planet.
Forte abraço
Grande Maurício
Como estão as coisas por aí?
Ouvi dizer que nada muda. Você é um herói.
Obrigado e abração.
Caro Brunotti,
Críticas sempre vão existir pelos mais diferentes motivos, mas ninguém pode mudar o que é fato. Não dou mais atenção para elas. Aliás, são poucas pessoas e nem merecem ser citadas por mim.
O tema é aquele mesmo. Guardei por muito tempo pois achava que o mercado não estava preparado para isso. Mas, conversando com muitas pessoas, vejo que hoje as cabeças estão mais abertas e não existe mais tanta ingenuidade. Acho que é a hora. Mas vai doer em muitos…
Este amigo me falou de você. Parabéns pelo trabalho que pretendem fazer. Sucesso para vocês. Abração
Amigos, muito obrigado por tudo.
Muita saúde e paz para todos vocês.
Forte abraço a todos.
Edu, nada muda mesmo por aqui.
Não vou ficar muito tempo. Cansei. Tem muita gente boa, mas tem alguns que estragam o prazer de continuar aqui.
Edu, uma pergunta, de onde você tira estas figuras para ilustrar seus artigos? Eu estou com um novo projeto e queria alguém que fizesse isso para mim.
Grande abraço meu caro
Sou eu mesmo que faço, Maurício.
Junto algumas imagens no photoshop (fotografia é outro hobby ao qual me dedico)e invento alguma coisa. Acho que as imagens deixam os textos mais leves e menos cansativos ao distraírem um pouco a atenção. Um amigo editor de uma revista inglesa me ensinou isso.
Boa sorte em seu novo projeto.
Abração
Melhor dissertação que li até hoje sobre o tema, até mesmo em publicações especializadas estrangeiras.
Excelente o domínio do autor sobre o tema.
Congratulações por esta brilhante exposição.
Como vai, Eduardo. Tudo bem?
O que mais vou dizer em relação ao seu artigo? Todos aqui já disseram tudo.
Concordo com o amigos que foi um dos seus mais brilhantes artigos, e que a sua exposição foi cirúrgica.
Claro que vão aparecer os Felipanacas da vida para desmerecer o seu trabalho, mas as razões já sabemos porque e nem ligamos mais. Por isso, meu amigo, não ligue para críticas. Você fez o que tinha que ser feito.
Você é hoje uma referência para todos nós audiófilos, e admirado pela pessoa que é, pela sua honestidade e dedicação em dividir tudo isso gratuitamente com a gente.
Sua dedicação ao áudio, resultado de suas pesquisas e testes, além de seus conhecimentos técnicos lhe dão autoridade e respeito, o que só faz aumentar a nossa admiração por você.
Abraço para você e todos os leitores.
Danilo de Carvalho
Diferenças entre cabos existem sim, estranho o Hi Fi Planet negar isso.
Se o autor não as ouve, isso não significa que não existem, concorda?
O que justifica então a busca contínua pelo melhor cabo?
Eu ouço diferenças e já comprei e vou continuar comprando cabos novos para o meu set.
Passar bem.
Bom dia Calil,
Obrigado pelas considerações.
Um grande abraço para você.
Bom dia Danilo,
Tudo bem, obrigado, E com você?
Obrigado pleo carinho. Fico contente que tenha gostado.
Abraços
Bom dia Adalberto,
Obrigado por participar deste site. Mas, acho que o colega leu outro artigo, menos este.
O artigo é muito claro em relação aos pontos que você levantou. Se não teve paciência de ler o texto, e não entendo como possa comentar algo que não leu, então vá direto ao resumo:
E, sobre o seu comentário: “Diferenças entre cabos existem sim, estranho o Hi Fi Planet negar isso.”
A resposta está na pergunta 1.
Sobre a sua pergunta:”Se o autor não as ouve, isso não significa que não existem, concorda?”
A resposta está nas perguntas 1 e 18.
E sobre a questão: “O que justifica então a busca contínua pelo melhor cabo?”
A resposta está na pergunta 10.
Recomendo que gasta um pouquinho do seu tempo e leia o artigo. Suas perguntas demonstram que não o fez. Espero que ele possa ser útil para você e que não precise mais continuar comprando tantos cabos para o seu sistema e continuar insatisfeito.
Abraço
Finalmente uma tratativa inteligente e imparcial sobre o assunto.
Mais do que isso é pura especulação.
Boa tarde, sr. Eduardo
Parabéns pelo artigo bastante esclarecedor.
Conheço bem esse mercado de áudio hi-end. Vivi tudo isso que o sr. falou e muito mais. Causos de estarrecer qualquer um que acha que já viu de tudo, principalmente nesse ramo de cabos.
Até hoje tem gente vendendo gato por lebre, e o comprador acredita de olhos fechados na argumentação de toda a cadeia envolvida nesta exploração sem fim.
É exatamente como o sr. expôs, sem tirar nem por. Todas as pontas se amarram num único interesse, se aproveitarem da ingenuidade e da paixão cega do comprador.
O sr. é bastante corajoso. Imagino quanta gente não quer nem ouvir o seu nome.
Acompanho o seu blog há mais de um ano e sempre me perguntei se o sr. teria fôlego e motivação para ir fundo nestes temas que tem buscado esclarecer.
Seu artigo sobre customização de som é genial, e achei que tivessem copiado a idéia no site de uma revista importada que assino, mas depois vi o seu nome nos créditos. Aquela foi uma idéia genial e merece aplausos. Não tive ainda condições de praticá-la, mas estou vendo manifestações muito positivas de quem já experimentou.
O projeto de suas caixas também me chamou muito a atenção. Não tive infelizmente a oportunidade de ouvi-las pessoalmente, mas quem já conheceu me disse que nunca ouviu nada igual. Aliás, parece que tudo é resultado de um trabalho minucioso e cuidadoso feito por alguém muito dedicado e com muito conhecimento. Espero ter a honra um dia de fazer parte deste grupo de sortudos.
Parabéns pela sua dedicação e por este trabalho sério e construtivo que nos presenteia.
Boa tarde, Eduardo. Leio mais um texto teu com muita atenção pois sei que vou aproveitar muito do que está escrito com correção, imparcialidade e fundamentos teóricos e práticos pela tua formação em engenharia.
Já comentei aqui sobre a análise de um pré-amplificador da Luxman que a revista eletrônica Cavi realizou, em que o analista elogiou bastante o produto e disse ao final que, com a troca do cabo de energia, a qualidade do som teve um salto impressionante, que até sua filha e a amiga perceberam na hora. Tudo isso é truque de marketing para vender um cabo que ele tem para vender e vai lhe render um bom dinheiro, induzindo o consumidor a fazê-lo. É para esse tipo de “análise” que o seu texto alerta para que não caiamos nesse tipo de armadilha.
Jamais a Luxman, uma das mais renomadas empresas no ramo de áudio, colocaria um cabo de energia que não fosse minimamente bem construído com excelentes materiais.
Discordo frontalmente do comentário feito pelo sr. Adalberto Carneiro. Acho que ele não leu o texto com atenção, a começar pela sua primeira frase. E se ele quiser continuar gastando seu dinheiro com troca de cabos, que o faça. É o seu dinheiro que está em questão.
Muito obrigado por mais um excepcional artigo, Eduardo. Texto profundo, altamente esclarecedor, e ao mesmo tempo acessível a todos. Com certeza ajudará muita gente a não se deixar enganar.
Abraço.
Caro Eduardo, parabéns!!!
Mais uma excelente reflexão que merece aplausos.
Estou hoje com 61 anos, e há 50 me dedicando ao áudio de paixão.
Meu pai era um aficionado por música, tocava piano e saxofone , e logo cedo comecei a me apaixonar pela música de uma forma bastante intensa.
Sempre tive uma vida bastante confortável, e investir em bons equipamentos de som era praticamente uma obrigação. Mesmo com as muitas restrições que haviam na época, como o meu pai viajava muito, sempre tínhamos equipamentos de qualidade que quase ninguém tinha acesso no Brasil.
Houve uma grande evolução realmente na tecnologia aplicada ao áudio, algumas desnecessárias, como o retorno ao vinil ou às válvulas.
O digital e o estado sólido são capazes de fornecer um resultado de alto nível, com menor distorção, ruído, desgastes, etc.
Eu sempre fiquei impressionado com a ilusão do mercado em cima de cabos. Assim como você, cansei de fazer testes cegos com amigos, e os mais persistentes sobre as diferenças entre cabos sempre erravam a identificação dos cabos e colocavam a culpa no teste cego, dizendo que ele não provava nada. Acredita nisso?
É impressionante como alguns insistem em ouvir diferenças que não existem em cabos, mas não conseguem perceber a diferença que existe num vinil depois de algumas reproduções.
Meu pai costumava dizer que a primeira audição de um disco de vinil era muito especial, pois a segunda já seria diferente. O desgaste e as modificações criadas pela agulha nos sulcos dos discos são reais e visíveis.
Estive numa apresentação de áudio na Alemanha, e usando um dispositivo microscópio digital de alta resolução, o apresentador nos mostrou as diferenças entre os sulcos de um disco novo, e um que ele reproduziu apenas 5 vezes (apenas um trecho de comparação). Além de ser audível a deterioração da reprodução, é impressionante ver o que ocorre com os sulcos.
Mas, o que podemos fazer? De ilusão também se vive, e os subjetivistas são especialistas em ilusão.
Um grande abraço ao amigo, e que continue nos presenteando com as suas excelentes reflexões.
Olá Romualdo,
Obrigado por prestigiar este espaço.
Abração
Caro Silvino,
Obrigado pelas considerações.
Depoimentos como o seu ajudam a dar mais veracidade a alguns fatos que comento.
Também vivi muitas situações que realmente me provocaram muito desânimo e revolta com aqueles que abusam da ingenuidade das pessoas, que muitas vezes gastam muito e desnecessariamente para tornar um sonho realidade.
Abraço
Meu caro Luiz Eufrosino,
Agradeço por mais uma vez participar do Hi-Fi Planet com os seus comentários e experiências.
Peça para aquele mesmo analista fazer um teste cego com aqueles dois cabos, eu te garanto que ele vai errar, e aquela diferença “abismal” que até o gato do vizinho percebeu são será mais tão facilmente identificável. É a vida. Tem que lê isso e sai correndo para comprar o tal cabo que faz um amplificador “prata” virar “diamante”, e que só o estúpido fabricante não sabia do potencial do seu projeto… coitado…
Grande abraço, meu querido.
Grande Amadeu,
Sempre prestigiando este espaço. Muito obrigado !!!
Este é o meu principal objetivo, ajudar os leitores, e esta é toda a recompensa
que eu preciso.
Forte abraço, meu caro.
Olá CarlosT
Obrigado por participar e por contribuir com as suas experiências.
É sempre assim, desafie para um teste cego e todo mundo corre. As diferenças “gigantescas” desaparecem imediatamente, e aí não faltam desculpas.
Cansei de fazer testes assim, e os resultados são sempre os mesmos. A subjetividade se perde, e a realidade mostra a sua face, como você bem mencionou.
Fazer o que? Existe mercado para isso. Mas, uma vez comentei com um amigo sobre a idéia de acionarmos na Justiça um destes “espertos” fabricantes ou aproveitadores. Certamente o Juiz iria nomear um perito e teríamos então uma prova incontestável daquilo que sempre afirmamos. Mas, este amigo me disse que os defensores de cabos iriam arrumar muitas desculpas para justificar o laudo do perito, que ele não tem “ouvidos treinados”, que o teste não teve critérios adequados, que ele é surdo, que os equipamentos não provam nada, etc…
Ele tem razão. Melhor deixar pra lá.
Abraços
Grande Eduardo,
Mais um artigo bastante elucidativo sobre o tema, que reflete exatamente a minha opinião. Mas enquanto houver publico disposto a ser enganado este mercado continuará da mesma forma.
Um grande abraço
Grande Hélio,
Um prazer encontrá-lo por aqui, prestigiando este humilde espaço.
O pior é que isso não acontece só com áudio hi-end, mas com remédios para emagrecimento, loções mágicas contra envelhecimento, e até políticos corruptos. Acredita-se em tudo, e muitos ainda juram que é verdade…
Abração
Eduardo
Olá Eduardo
Como não podia deixar de ser, presenteou-nos com mais um excelente artigo com um tema que demonstra bem a importância que deve ser dada aos cabos num sistema de alta fidelidade.
Há na internet vários videos que demonstram o que está no interior de cabos para audio que mais parecem cordas de navio e custam verdadeiras fortunas. Autênticas fraudes.
Eu no meu sistema só utilizo cabos QED. O importador e distribuidor da QED em Portugal tem todos os cabos abertos e respectivas terminações para que possamos ver como eles são feitos.
A QED segundo ele, é o unico fabricante de cabos para audio e video que possui laboratório de investigação e desenvolvimento. Aliado a isso todos os seus cabos são vendidos a preços realistas e acessiveis.
Podemos ver nas criticas da What Hi Fi práticamente todos os cabos QED com 5 estrelas.
Gastar fortunas em cabos é a coisa mais absurda do universo da alta fidelidade, conforme foi por si mais uma vez demonstrado e provado neste artigo que é sem duvida o melhor que alguma vez li.
Um grande bem haja para si Eduardo.
José Santa
Caro José Santa,
Obrigado por participar mais uma vez deste humilde blog, e muito obrigado pelas suas considerações.
Eu gosto muito dos cabos da QED. Normalmente recomendo esta marca justamente pela qualidade dos seus produtos e pelos preços honestos.
Já comparei muitos cabos caríssimos com modelos da QED, e as opções da QED sempre se mostraram mais interessantes.
Ainda mantenho cabos desta marca no meu sistema, na saída do meu toca-discos de vinil para o pré de fono, e um cabo ótico no DAC. Os cabos de caixa do meu sistema de HT são da QED também, e a fiação interna das minhas caixas de estéreo também.
Parabéns pela escolha e por compartilhar conosco suas experiências e conhecimento acerca desta marca.
Grande abraço
Eduardo
Olá Eduardo,
Artigo muito elucidativo. Parabéns.
A partir da leitura conjunta deste texto junto ao artigo sobre cabos de força, me veio a seguinte questão:
De que adianta comprar cabos caríssimos para a conexão entre o amplificador e as caixas acústicas, se a fiação interna destas últimas, do crossover aos drivers, também não é trocada?
Ou seja, se a fiação interna de um caixa é ordinária, adiantaria mesmo trocar os cabos externos?
No final não teríamos uma espécie de “cabo composto” ou emendado, onde um anularia as qualidades do outro? (se é que de fato existem).
Faz sentido esse raciocínio?
Abraço
Olá Caio,
Obrigado por participar.
Sim, são muitas questões e poucas respostas. Para os fabricantes e revendedores quanto mais nebulosa for esta situação, melhor. Mas, quando começamos a pensar e a fazer perguntas, chegamos a algumas conclusões que desanimam.
Você tem razão, nem sempre a troca de um cabo entre amplificador e caixas vai proporcionar uma panorama totalmente diferente de desempenho do sistema.
É preciso lembrar que quando você emenda cabos em série, como no modelo que você criou interagindo com o restante da fiação do equipamento, você está criando um circuito série, ou seja, a corrente (ou o sinal, como preferir) que vai circular em cada trecho do cabo é exatamente a mesma. Isso é física, mundo real, ciência experimentada, e ninguém pode mudar este fato.
O curioso é que você acaba vendo longas teorias e retóricas sobre o tal do “elo mais fraco”, mas ninguém estende esse conceito para o que está dentro dos equipamentos.
Fico feliz em ver que os leitores do Hi-Fi Planet começam a refletir e a questionar alguns pontos de nosso hobby, percebendo que as coisas não são exatamente como querem nos fazer acreditar.
Essa reflexão é importante para o amadurecimento do mercado.
Parabéns !
Abraço
Eduardo
O Hifi planet é a coisa mais inteligente que surgiu na área do áudio hi end nos ultimos tempos. Até então convivíamos com uma represa de bobagens emburrecendo as pessoas que já estavam acreditando até em duendes e pó de pirlimpimpim.
Parabéns aos administradores e colaboradores deste site.
Eu é agradeço Eduardo. Aprendi muito com o seu site. Inclusive, inspirado no Projeto Caixa, hoje conto com a minha própria par de torres DIY.
** Eduardo, enviei sem querer a mensagem ainda incompleta, por favor publique apenas esta.
Eduardo e demais leitores:
Acabei de me informar que o kilo do ouro de 24k custa U$38.380 no mercado mundial.
Cem gramas de ouro, portanto custam U$3.838 (três mil oitocentos e trinta e oito dólares)
A partir desta informações, pode-se concluir que muitos dos caríssimos cabos hi-end não são apenas vendidos a preço de ouro no mercado: CUSTAM MAIS QUE OURO!!
Assumindo que o metro do material bruto de um cabo não pesa mais que 100 gramas (na verdade, dificilmente passa de 80-90g), e que o custo dos conectores, mesmo caros, é insignificante perto do resto, analisemos mais de perto um modelo da Kimber para caixas acústicas:
– Kimber Loudspeaker cable KS6065 de 1,8m – U$10.500.
Custo de U$5800 por metro (100g), ou 50% mais caro que o preço do ouro!
Seguindo a mesma marca, temos cabos que saem pelo mesmo preço do ouro, enquanto um número enorme de cabos Kimber e de outras marcas, incluindo modelos digitais, seguem custando não muito mais barato que o ouro.
A farsa se revela na medida que não existe no mundo – e jamais existiu – qualquer liga de metal fabricada pelo homem, não importa por qual processo ou custo de mão de obra (industrial ou artesanal, na Alemanha ou na China) que custe 1/100 ou 1/200 o preço do ouro.
A prata de alta pureza, por exemplo, sai ao preço de U$480 o quilo, cerca de 1/80 o preço do ouro.
É estarrecedor.
Na verdade, o cálculo nem leva em conta os materiais baratos que revestem o cabo e que compõem o seu peso – o que joga o preço por grama ainda mais para o alto…
Prezado Eduardo,
Ainda sou muito “jovem” no mundo do áudio, acabei de me cadastrar em seu site e estou impressionado com a quantidade de informações de grande utilidade.
Descobri que os cabos Belquen são ótimos cabos, me livrando das garras da mafia dos cabos.
Vou para a Florida em Junho e vou trazer na mala o Parasound HINT6 e já comecei a comprar na HiFi Collective os componentes para construir a caixa EKTA GRANDE do Troels Gravissen pois percebi que caixas de marca são extremamente caras e que muitas delas usam drivers ScanSpeak e por essa razão comecei a pesquisar caixar DIY Scan e achei essa EKTA GRANDE.
Olá Geovane
Obrigado pela sua participação.
Todos nós começamos “jovem” nesse hobby e vamos aprendendo com o tempo. O importante é não cairmos nas armadilhas.
Quando eu comecei, cometi muitos erros. Haviam muitas lendas neste hobby, e a única publicação sobre o assunto também não seguia uma linha editorial correta, trabalhando no interesse de fabricantes e anunciantes.
Hoje o mercado está mais consciente, mais informado, e muita coisa mudou.
Eu não conheço a caixa Ekta Grande. Essa é novidade para mim.
Se quiser, abro um espaço para você abordar esse projeto aqui no HFP.
Abraços
Eduardo
Boa noite Eduardo,
Estou prestes a confeccionar meu próprio cabo para caixas acústicas – já havia feito um cabo de interconexão de prata usando a marca Neotech.
A ideia seria de confeccionar um cabo misto, usando fiações independentes de prata e de cobre. Devido as propriedades particulares de condução de cada material, você acha que isso poderia representar um problema?
Abs
Caio
Olá Caio
Problema nenhum. Você pode fazer essa experiência.
Normalmente se usam ligas de materiais. Como você vai usar condutores independentes, talvez fosse interessantes isolá-los individualmente. Depois você pode até trançá-los ou acomodá-los na mesma malha, mais para evitar que a oxidação superficial de um cabo possa interferir no outro.
Depois me conte sobre os resultados.
Abraços
Obrigado!
Fios condutores de eletricidade
Ilustríssimo Sr. Eduardo Martins. Estou plenamente de acordo. Nos cabos RCA, XLR e de força, os fios devem conduzir a eletricidade de forma neutra. A eletricidade deve passar por eles sem sofrer qualquer alteração. E os cabos também devem ter o menor comprimento possível.
Mas veja. No website da Wikipedia consta que:
“Na temperatura ambiente, no planeta Terra, o material melhor condutor elétrico ainda é a prata. Relativamente, a prata tem condutividade elétrica de 108%; o cobre 100%; o ouro 70%; o alumínio 60% e o titânio apenas 1%. A base de comparação é o cobre. O ouro, em qualquer comparação, seja no mesmo volume, ou na mesma massa, sempre perde em condutividade elétrica ou térmica para o cobre. Entretanto, para conexões elétricas, em que a corrente elétrica deve passar de uma superfície para outra, o ouro leva muita vantagem sobre os demais materiais, pois sua oxidação ao ar livre é extremamente baixa, resultando numa elevada durabilidade na manutenção do bom contato elétrico. Entre os citados, o alumínio seria o pior material para as conexões elétricas, devido à facilidade de oxidação e à baixa condutividade elétrica da superfície oxidada. Assim, um cabo condutor de cobre com os plugues de contatos dourados levam vantagens sobre outros metais. Uma conexão entre superfícies de cobre, soldada com prata constitui a melhor combinação para a condução da eletricidade ou do calor entre condutores distintos”.
Um vendedor do ebay oferece: Pair occ copper silver plated audio Interconnects cable with WBT-0144 RCA plug por US$ 24.oo.
A foto do produto mostra o que eu acredito ser: um cabo feito com fios Litz.
O que é um fio Litz? Segundo este website https://www.netinbag.com/pt/manufacturing/what-is-a-litz-wire.html
“Os fios Litz são cabos de energia compostos por vários fios isolados individualmente. Esse tipo de fio foi projetado especificamente para uso com corrente alternada (CA), a fim de reduzir os efeitos indesejados de dois fenômenos diferentes. Esses fenômenos, conhecidos como efeitos de proximidade e pele, podem resultar em uma diminuição da eficiência na energia CA de frequência mais alta. A maneira como um fio litz lida com o efeito de pele é fornecendo um perfil de seção transversal menor em cada fio individual. Como cada fio do componente também pode ser torcido, também é possível minimizar o efeito de proximidade.
Um dos principais problemas com o uso de corrente alternada de alta frequência é um fenômeno conhecido como efeito da pele. No caso de frequências de corrente alternada muito altas, esse efeito resulta na maior parte da eletricidade sendo conduzida perto da superfície de um fio, em vez de ser distribuída uniformemente por toda parte. A parte do fio que realmente carrega a corrente é conhecida como profundidade da pele. Como a maior parte do fio não é utilizada para transferência de corrente, essa é uma situação desperdiçadora que também pode resultar em uma redução de eficiência. Uma maneira de lidar com o fenômeno do efeito de pele é escavar o fio para que a parte não utilizada não esteja mais lá, mas o fio litz pode ser uma solução mais compacta.
Para lidar com o efeito de pele, cada fio litz é composto de muitos fios menores. Cada um desses fios tem um diâmetro com cerca de uma profundidade de pele, para que todo o material possa ser usado para conduzir eletricidade. Os fios individuais podem ser agrupados e, em alguns casos, vários pacotes serão transformados em um único fio. As frequências mais altas exigem fios individuais mais finos, portanto, pode ser importante conhecer as características da corrente alternada em uma aplicação específica para escolher o fio litz correto.
Outra questão com a qual o fio litz pode lidar é o efeito de proximidade. Esse é um fenômeno que resulta em uma resistência geral mais alta quando vários fios transportam eletricidade muito próximos um do outro. A corrente pode ser restringida a uma área menor que o normal, resultando em uma situação conhecida como aglomeração atual. Para lidar com esse problema, cada fio do componente pode ser torcido. Muitos tipos diferentes de isoladores podem ser usados, embora o poliuretano seja frequentemente escolhido porque não precisa ser removido antes de soldar o fio”.
Cabos RCA, XLR e de força, feitos com fios Litz são melhores?
Por que OCC? (Segundo um vendedor de cabos RCA de US$ 120 do ebay):
“Usados na indústria de áudio de ponta, os cabos OCC (Ohno Continuous Cast) são equipados com cobre e prata de qualidade superior, a melhor possível hoje.
OCC é o nome dado ao processo de fundição desenvolvido para ajudar a superar os problemas de recozimento e virtualmente eliminar todos os limites de grão em cobre ou prata com um processo patenteado exclusivo. O método de fundição OCC usa moldes aquecidos especializados para desenhar um único cristal de até 125 metros de comprimento. Com apenas um único cristal de comprimentos muito longos, há um caminho livre desimpedido para a melhor transferência de sinal possível. Junto com esta estrutura de cristal único longo superior, OCC fornece cobre e prata com o mínimo possível de óxidos e outras impurezas.
Em alto contraste com o OCC, existem outros cobres de grau inferior, como ETP e OFC, com uma infinidade de contornos de grão e outras impurezas. ETP (Electrolytic Tough Pitch), também conhecido como. TPC (Tought Pitch), também conhecido como. Na verdade, o CDA110 tem cerca de 1400 limites de cristal por pé, com conteúdo de oxigênio em torno de 235 ppm. ETP é o cobre mais comum disponível hoje (conhecido simplesmente como grau elétrico). OFC (Oxygen Free Copper) tem cerca de 400 cristais por pé e, apesar do nome, tem um teor de oxigênio de cerca de 10 ppm. Tendo menos conteúdo de oxigênio e menos impurezas gerais em comparação com o ETP, o OFC é popular em cabos de áudio de nível médio. Independentemente disso, tanto o ETP quanto o OFC têm uma infinidade de limites de grãos por metro que o sinal deve rotear e passar. O OCC oferece a solução que elimina todos esses problemas que envolvem os condutores de cobre baseados em ETP e OFC.
OCC litz cable
A questão, em última análise, se resume ao seguinte: Você prefere que o seu sinal flua em um caminho com muitas rachaduras, solavancos e obstáculos no caminho (OFC / ETP) ou flua ao longo de um caminho livre completamente desimpedido com o mínimo de impurezas possíveis (OCC). Do nosso ponto de vista, a escolha é simples, e o resultado final é que a maioria dos projetos de cabos de topo utilizam OCC, pois oferece a plataforma de base mais pura para chegar muito mais perto da verdadeira transparência absoluta.
Cryo OCC: O cobre e a prata mais puros do planeta Terra.
Litz: O melhor design para eliminar a pele e o efeito de proximidade. O design de condutor mais forte e durável. O melhor design para eliminar qualquer degradação por oxidação
Cryo OCC + complexo de cadeia fina Litz
O cabo mais dominante e sonoramente o mais transparente”.
Isto é verdade?
Afinal, qual é o melhor tipo de fio que pode ser empregado em um cabo RCA?
E em um cabo XLR?
E em um cabo de força?
Desde já lhe parabenizo pelas explicações bem detalhadas que encontrei em seu website. A respeito das minhas perguntas devo lhe dizer que não encontrei, até agora, alguém que possa explica-las com clareza, principalmente para os que pouco entendem deste assunto, como eu. Conto com a sua inestimável ajuda. Muito obrigado mesmo. Jorge Alvariza.
Caro Jorge, obrigado por prestigiar este humilde espaço.
Sua pergunta merecia um artigo, pois oferece um longo espaço para comentários e abordagens técnicas, mas vou tentar reduzir a minha resposta de uma forma mais didática e objetiva.
Se formos entrar na questão do efeito de “pele”, ou efeito peculiar ou skin, como é mais conhecido, essa é uma característica de condução elétrica já bastante conhecida e presente em inúmeras situações, não só em áudio. Mas, suas implicações na faixa de áudio (até 20kHz nominalmente) são tão pouco importantes que mesmo em aplicações muito, mas muito mais exigentes em computação, transmissão de vídeo, etc… onde as frequências atingem os MHz ou GHz não existe toda essa preocupação exagerada, e estas aplicações funcionam perfeitamente com cabinhos maciços de baixa pureza. Em áudio, teve fabricante que inventou cabos de caixas acústicas bicablados com fios “ocos” para a faixa de alta-frequência (agudos) em função deste efeito.
Importante salientar que a divisão de baixa, média e alta frequência tem um objetivo apenas de “organização” em áudio para efeitos de projetos de divisores de frequência e seleção de drivers. Mas, na prática, os agudos não estão numa faixa real de altas frequências com a atual evolução. Imagine que os 20.000 Hz de “altas frequências do áudio” está muito longe dos mais de 3.600.000.000 Hz da velocidade de clock de um computador ou dos 5.000.000.000 Hz do seu roteador de internet, e eles funcionam muito bem sem essas “frescuras”, e transportam sinais muito mais complexos e precisos.
Esse ponto do você preferir “que o seu sinal flua em um caminho com muitas rachaduras, solavancos e obstáculos no caminho (OFC / ETP) ou flua ao longo de um caminho livre completamente desimpedido com o mínimo de impurezas possíveis (OCC)” é algo que fez a alegria de muitos fabricantes de cabos que venderam produtos caríssimos com esse tipo de argumento.
A impressão que se sugere é que a corrente elétrica corre pelos cabos e quando encontra um “cristal” de cobre ela passa por ele como um “fantasma”, mas se tiver uma partícula de alumínio no caminho ela vai tropeçar e cair de boca…. kkkk…
Isso não existe.
Quanto a condutividade dos materiais, acredite, no caso do áudio não faz a menor diferença. Se estivéssemos falando de dezenas ou centenas de metros de cabo, poderíamos até ter esse parâmetro em maior atenção, mas não interferindo no sinal elétrico da forma como sugerem os fabricantes de cabos.
Em relação à oxidação, é o que eu comentei num artigo recente: não é o material de fabricação do conector que mudará o sinal elétrico que passa por ele, mas o estado dessa conexão. O ouro oxida menos com o tempo, o cobre oxida mais, mas o cobre limpo ou polido periodicamente (pelo menos a cada um ano ou seis meses dependendo das características do ambiente) oferece EXATAMENTE o mesmo resultado.
É impressionante como os audiófilos valorizam características como estas que praticamente nenhuma diferença provoca e não controlam a umidade do ambiente, não substituem o ferrofluído de seus tweeters ou adequam o sistemas para os seus parâmetros de audição (que aliás a maioria desconhece).
Existe aí aquela coisa de pagar caro num cabo e ter o prazer de ver aqueles cabinhos bonitos, com conectores dourados cheio de detalhes que mais lembram uma joia, dentro daquela caixinha de mogno forrada com veludo e revestida com dez camadas de verniz polidas uma a uma… Isso acabou se tornando um “fetiche” para os audiófilos.
Cabo bom é cabo bom, e não um cabo exotérico cheio de frescuras estéticas.
Vamos agora numa outra direção…
Se realmente o fabricante desse cabo tivesse razão, e a prata fosse o melhor condutor, o ouro o melhor revestimento de contato e a configuração Litz aquela perfeita para o áudio, não teríamos então todos os cabos com essas características construtivas? Todos os cabos seriam iguais, mudando apenas a cor, um conector maior ou menor, um fio mais grosso ou mais fino, etc…
Mas, não é isso o que acontece. Cada fabricante adota uma tecnologia diferente, chegando a extremos de um fabricante usar esse tipo de “recurso” e outro defender que o cabo simples de cobre com conector de cobre é o ideal pelas suas características “simplistas”.
Eu desafio qualquer fabricante de cabos a me mostrar que essas características realmente provocam mudanças na corrente que circula pelo cabo. Um cabo de cobre comum sólido, que nem tenha uma “pureza” elevada, com um simples conector “cromado” conduz a corrente elétrica do mesmo jeito, e é isso que interessa para o alto-falante que vai transformar essa corrente elétrica em campo magnético, e que vai movimentar os cones. Simples assim. Os alto-falantes não vão enxergar questões “místicas” num cabo. E acredite, as distorções provocadas pelos alto-falantes são muito, mas muito maiores do que aquela “muitas vezes supostamente” provocada por um cabo que usa cobre absolutamente puro em relação à outro que usa cobre comum.
Seria algo como você pingar uma gota de tinta vermelha em meio copo de água, ou pingá-la numa piscina olímpica. A diferença de cor nessa piscina será totalmente desprezível, e nem colorímetros de altíssima precisão vão detectar a influência dessa gota em um milhão e novecentos mil litros de água. Mas, se for alguém como um “audiófilo”, ele vai notar diferença. Ele pode ser incapaz de notar dois graus de diferença de temperatura da água, mas vai notar essa diferença de cor. Quando você lhe sugere um teste cego, ele foge com os mais diversos argumentos porque sabe que nem ele mesmo tem certeza da subjetividade de suas impressões.
99,9% dos argumentos utilizados pelos fabricantes de cabos são puramente comerciais (pelo menos tem algo “puro” nessa história… rsrsrs…). São criados para dar um diferencial fantasioso ao seu produto. E aí você acrescenta a participação de vendedores e revistas “especializadas” em áudio que faturam com vendas e anúncios, e temos a receita pronta para o “cabo inovador”, “o lançamento do ano”, “a surpresa revolucionária”, o “diamante lapidado” e todos aqueles adjetivos utilizados há tantas décadas que teriam feito o cabo de hoje ter uma “diferença sonora” tão grande de um cabo produzido há 30 anos que ninguém passaria vergonha num teste comparativo de cabos, como já cansei de ver acontecer (até com editor e avaliador de publicações do ramo).
Recentemente vi uma foto de um sistema de áudio em um dos grupos de whatsapp que participo, onde uma caixinha bookshelf era conectada com um cabo que mais parecia uma mangueira de incêndio !!! O que era aquilo? Quando o audiófilo vai evoluir na mesma velocidade em que eles acreditam que os cabos evoluem?
E o dono do sistema se orgulha de ter um sistema “neutro”. Nem os nossos ouvidos são neutros, aliás, nenhum é, mas ele não se preocupa com isso. Nunca fez um teste de audiometria e insiste, de forma equivocada e ultrapassada, em ajustar o seu sistema pela curva de audição “ao vivo”, cometendo o maior erro que um audiófilo pode cometer hoje.
A culpa dessa confusão criada no mercado, e que faz o audiófilo pagar fortunas por coisas que não valem, é desses fabricantes inescrupulosos, destas revistinhas tendenciosas, de revendedores gananciosos e manipuladores, sempre com raras ressalvas (cada vez mais difícil de lembrar de alguma), mas, principalmente, culpa do audiófilo que se acha “experimentado” e consegue identificar diferenças sempre “subjetivas” que sequer existem em cabos, fusíveis, “elevadores de cabos” ou acessórios bizarros que desaparecem na mesma velocidade que surgem.
Mas, quando você lembra que os alto-falantes reagem magneticamente de acordo com a corrente recebida, e sugere medir ou analisar a “tal diferença” que teria ocorrido com essa corrente, então chovem argumentos de que instrumentos não são precisos, não conseguem captar com a mesma sensibilidade de nossos ouvidos, sofrem interferências “cósmicas”, etc… O que interessa para eles é alimentar o fetiche, e, novamente, desprezando características importantes que realmente fazem diferenças sensíveis, objetivas e identificáveis por um instrumento até bem vagabundo. Mas, aqui eles não percebem essas diferenças, porque a manutenção de contatos, o ajuste de adequação do sistema aos ouvidos, a simples substituição de um tweeter que perdeu as suas características ao longo do tempo não chegam numa caixinha de mogno forrada com veludo ou seda.
Desde que ingressei no hobby de áudio, há quase 45 anos, eu uso meus conhecimentos em engenharia elétrica e especialização em eletrônica, junto com minhas práticas em montagens de cabos, de amplificadores, toca-discos, etc. para entender melhor o áudio de alta-fidelidade. E eu te digo uma coisa: é uma bagunça e uma total falta de informação.
Até fotos manipuladas de salas com caixas remontadas digitalmente eu já identifiquei e até mostrei aqui no Hi-Fi Planet.
Fiz muitas amizades com técnicos e fabricantes de componentes “Hi-End” do mundo todo que, para a minha pouca surpresa, me mostraram um mundo de manipulações e mentiras que se aproveita da ingenuidade de muitos audiófilos. É algo que dá nojo.
Eu sou muito crítico para escolher um chocolate, uma cerveja, um vinho e até um celular novo, mas no áudio as diferenças são alimentadas de formas artificiais.
Você percebe nitidamente a diferença de uma cerveja feita de puro malte e uma de “suco de milho”, mas, no áudio, tudo é simplesmente subjetivo, e na grande maioria das vezes com percepções totalmente equivocadas.
Desculpe o longo texto para lhe resumir que: “cada fabricante vai inventar argumentos dos mais fantasiosos para destacar o seu produto da concorrência”.
Então, se o cabo é bem feito e tem qualidade, pode comprar, mas tão somente se ele tiver um preço justo, não o preço de uma joia.
E, parabéns pelo cuidado que você demonstra no entendimento desse hobby. Tenha muito sucesso com as suas mudanças no seu sistema e aproveite a vida.
Abraço
Eduardo
Obrigado Eduardo. Aproveitando o embalo, gostaria de saber se isso também se aplica aos cabinhos das cápsulas para toca-discos.
Também gostaria de saber se cabos ópticos são melhores que os coaxiais digitais.
Por fim, o ilustre Sr. Moyses Tenenblat, proprietário da Sound Advice / Sound Stage, em Brasilia, vendia os cabos de caixa DNM Solid Core Resolution, que utilizam condutores de cobre sólido montados em paralelo. É o único cabo, que eu conheço, que utiliza fios rígidos na sua construção. Já vi, também, alguns internautas dizerem que já utilizaram fios rígidos, comumente utilizados em residências, em suas caixas acústicas.
Eu lhe pergunto: são melhores que os cabos flexíveis?
Mais uma vez lhe agradeço muito pela atenção. Obrigado mesmo. Jorge Alvariza.
Olá Jorge
Eu não tenho experiências com cabinhos de cápsulas de toca-discos. Gostaria de ter tido para te responder com segurança.
Eu cheguei a trocar um cabinho de um toca-discos que eu tinha, mas na época a comparação foi prejudicada pois não foi uma troca com esse objetivo, e não me preocupei em criar um padrão comparativo.
Mas, eu acho que deve seguir o mesmo caminho que comentei acima. Deve ter muito exagero.
Não há uma regra para qual cabo digital, o óptico ou o coaxial, é melhor.
É preciso levar em conta que são dois circuitos eletrônicos diferentes, não sendo só o cabo que muda. Internamente o aparelho recebe cada sinal com um circuito de entrada distinto.
Então a implementação do circuito pode ser diferente para cada caso.
Em aparelhos bem construídos não se nota qualquer diferença, pois ao final as informações digitais são preservadas nos dois casos. Lembre-se que mesmo o óptico é muito confiável, sendo usado por instalações que levam sinais muito mais complexos a distâncias gigantescas.
Minha sugestão: teste e compare em seu equipamento.
Grande Moyses Tenenblat !!! Um dos raros comerciantes em que eu pude confiar nesse hobby. Era o meu principal fornecedor. Comprei CD player da Arcam com ele, meu integrado Creek, caixas 12L da Quad e muitas outras coisas, sempre por preços honestos e sem propaganda enganosa. Deixou saudades… uma grande perda para todos nós.
Eu comprei os cabos de caixa da DNM com ele, e se quer saber o que eu achei… estou com eles até hoje. Parecem aqueles fios de antena paralelos, mas são cabos honestos, totalmente neutros, não manipulam o sinal.
Tem cabos que custam 10 vezes ou mais o valor dele que nenhum benefício te dá. Veja só, é um cabo muito elogiado, ganhador de prêmios e com uma construção mais simples do que se pode imaginar… fios sólidos bem afastados um do outro… para que mais?
Tente fazer um teste com fios rígidos de boa qualidade, mesmo usado em instalações elétricas. A Pirelli fabricava bons cabos e fios para instalação elétrica. Não sei sobre as marcas atuais. Mas acho que você pode ter uma surpresa bastante positiva. Um dia farei esse teste também.
Não deixe de relatar as suas experiências e resultados aqui.
Abração.
Eduardo