O mercado de Áudio Hi-End está contaminado por interesses onde respeito, imparcialidade, honestidade e outras virtudes são deixadas de lado.
É triste ver tudo isso, e não é fácil manter um espaço sério no meio a tantas críticas e ameaças. Mas, tudo isso faz parte da união daqueles que tentam induzir o mercado a ver o Hi-End sob a ótica comercial deles, uma união que ainda falta surgir entre os que se dedicam a este hobby.
Eu poderia fazer uma coleção das críticas e ameaças que recebo, separando-as por grupos bem distintos, cada qual com seus interesses e razões, mas que não combinam com o hobbista sério de áudio.
O Áudio Hi-End é isso, um hobby. É algo que ocupa nossos momentos de lazer nos trazendo a satisfação de apreciar nossas músicas com a maior fidelidade possível. É um hobby porque ninguém faz disso um trabalho ou um comércio. Mas, obviamente, existem aqueles que transformam o hobby num negócio, e se envolvem entre os hobbistas para faturar sobre eles, e é para estes que escrevo esta crítica.
Tenho 49 anos, e não preciso brincar com as pessoas e nem perder tempo com bobagens. Há 36 anos comecei a me dedicar à eletrônica, e o áudio já era uma paixão. Construí inúmeras caixas acústicas, amplificadores (inclusive valvulados) e tantos outros equipamentos. Nunca vendi um único produto. Todos foram doados aos amigos.
Quando me tornei advogado, atuei junto à comunidade carente que tinham seus direitos violados e não poderiam pagar um profissional para defendê-los. Muitas vezes, participei de ações por meio de um convênio do Estado, e os honorários eram muito baixos. Boa parte destes valores nunca recebi, não porque não me pagavam, mas porque não me sentia bem em cobrar, pois sabia que o dinheiro saia dos bolsos dos contribuintes dos já pesados impostos que pagavam.
Cobrava de quem podia, na maioria empresas, e esta foi a razão de ter me especializado no ramo do direito empresarial.
Mais tarde montei minha própria empresa, e das duas coisas vivo hoje. Tenho orgulho de ser um advogado que jamais perdeu uma ação, e um empresário com o sucesso merecido pelo duro trabalho que fiz.
Nunca, em nenhum momento, misturei meus trabalhos com o hobby do áudio ou vídeo. O único momento em que recebi algum valor com esta combinação foi quando escrevi para uma revista deste segmento. Era um prazer tão grande compartilhar algo com os leitores que certa vez recebi uma bronca do editor porque já faziam meses que eu não cobrava pelos artigos. Para ser sincero, acho que nunca recebi todos os valores pelo que fiz, tamanha a falta de interesse.
Mas, o universo do áudio e vídeo hi-end sofre com a falsidade, a pilantragem, a manipulação e um nojento comportamento daqueles que apenas vêem lucros neste hobby.
Deixei a revista porque critiquei um equipamento que testei, e que apesar de receber uma classificação honrosa de outra publicação que também avaliava equipamentos, o aparelho foi um fracasso mundial diante de tantos problemas que tinha. Saiu de fabricação alguns meses depois, debaixo de duras críticas.
A publicação que o elogiou, chegou a falar bem de um recurso do aparelho que estava desabilitado na unidade de teste, a mesma que testei.
Enquanto isso, recebi uma dura bronca por ter criticado um aparelho de um dos mais importantes anunciantes da revista, e fui intimado a apresentar uma retratação do teste. O fabricante foi muito gentil, me dizendo que se fosse mais “simpático” nos meus testes, eu poderia receber televisores e outros aparelhos de presente, ou até mesmo por um preço bastante acessível, como tentaram fazer neste caso.
Lembro-me do dia em que lhes disse para fazer o que quisessem, mas que eu não participaria mais da publicação, e assim o fiz. Deixei a revista.
Para a minha sorte, e a dos leitores, o texto só foi publicado porque não sofreu revisão, já que o revisor estava viajando. Mesmo assim, foi publicado na íntegra em meu site.
Também participei de alguns fóruns na internet.
O que era para ser um ponto de encontro de apreciadores de áudio e vídeo para a troca de experiências e informações acabou, também, ganhando conotação comercial.
Fabricantes e vendedores começaram a receber privilégios para “colaborar” financeiramente com aqueles espaços. Inconformado, me tornei um duro crítico daquele comportamento. Por vezes, entrava em pesadas discussões com aqueles que prestigiavam determinadas marcas em interesse próprio.
Mas, era uma luta difícil. Quando você não é o “dono”, pouca coisa pode fazer.
Comecei a ver com bastante tristeza o surgimento de dezenas, centenas e depois milhares de usuários “fantasmas”, com o objetivo de valorizar marcas, manipular debates, e “engordar” o número de membros com a intenção de atrair anunciantes e interessados em utilizar o espaço para divulgar seus negócios, em troca de uma “colaboração”.
Hoje, basta uma rápida lida em alguns destes fóruns para perceber que se tornaram lojas disfarçadas, favorecendo interesses de parceiros comerciais ou até de lojas próprias, criadas pelos seus administradores e “fiéis colaboradores”.
Comente em algum tópico que pretende adquirir um determinado aparelho, e provavelmente receberá inúmeras mensagens pessoais de vendedores que frequentam o espaço, além de uma enxurrada de posts elogiando o produto ou tentando desviar sua atenção para outro, também por interesses comerciais.
Desisti, também, de participar destes espaços.
Revistas criaram “reviews”, cursos para defender suas metodologias, se associaram a lojas, e passaram a defender o interesse de seus anunciantes ou patrocinadores, em detrimento daqueles dos seus leitores.
Enviei dezenas de cartas a algumas revistas mostrando erros claros nos textos, favorecimento de marcas em seções de cartas em detrimento a outras sabidamente bem mais presentes no mercado. Nenhuma destas cartas foi publicada ou respondida. Denunciei aqui mesmo no Hi-Fi Planet até montagens fotográficas publicadas nestas revistas, e ninguém sequer se manifestou diante desta situação tão triste.
Deixei, também, de adquirir estas revistas, porque para mim perderam toda a credibilidade. Assino hoje muitas publicações internacionais, bastante confiáveis, mais completas e bem mais baratas.
Decidi então criar meu próprio site, hoje com 6 anos. Preferi não criar um fórum, pois poderia sofrer a mesma contaminação dos outros que participei. Mesmo adotando um formato parecido apenas para facilitar a sua atualização, ele logo foi mudado, depois de inúmeras invasões que a fragilidade do formato permitia. A maior parte destas invasões veio de pessoas incomodadas com o que eu escrevia.
O site foi se aperfeiçoando até chegar a este modelo, bem mais simples de ser mantido.
Aqui não existem patrocinadores, anunciantes ou interesses de ordem comercial. Ninguém, nem eu mesmo, obtém qualquer vantagem econômica com este espaço. Pelo contrário, colho o sucesso financeiro de minhas atividades profissionais, que nada tem a ver com os segmentos de áudio e vídeo.
Portanto, posso escrever o que quero aqui, e quem não gostar, terá que provar o contrário, como aconteceu recentemente com um famoso fabricante de produtos eletrônicos, depois de eu ter criticado um produto pela óbvia existência de um vício oculto (defeito de fabricação que surgia depois de vários meses – normalmente fora do período de garantia). Fui ameaçado de ser acionado na Justiça. Esta é a vantagem de ser um advogado especialista na área. Sugeri ao fabricante que fizesse isso imediatamente, pois pediria a nomeação de um perito para investigar o problema, e aí sim, teríamos uma prova pública da existência do defeito. O fabricante terminou a questão com um “simpático” pedido de desculpas, sugerindo que se eu avaliasse positivamente outros produtos, poderia tê-los com condições muito “especiais” (tenho isso por escrito).
Isso me fez entender porque alguns avaliadores de equipamentos e acessórios colocavam os mesmos produtos testados para vender nos classificados de suas revistas, algum tempo depois dos testes.
Claro que não tenho qualquer interesse de favorecimentos com este site. Ele custa muito barato para ser mantido.
Porém, frequentemente, me deparo com críticas agressivas em relação a alguns textos, cartas ofensivas, ameaças e outras ações cujo objetivo claro é me desmoralizar.
Para estes infelizes “idiotas” (já que não percebem o quanto estão sendo estúpidos) deixo todo o meu desprezo. Se a verdade lhes incomoda a ponto de ter que perder tempo escrevendo, simulando debates em seus espaços e manipulando manifestações com o intuito de me desmoralizar, é porque sua ligação com a verdade é bastante frágil, e a mentira lhes interessa mais do que qualquer coisa.
Frequentemente trago reportagens e testes, inclusive estrangeiros, mostrando verdades que não são ditas aqui.
Se a honestidade é um problema para eles, o leitor encontrará aqui mais facilidade para conhecer a verdade.
O Hi-Fi Planet nunca mudará. Jamais terá anunciantes, patrocinadores ou manipulará interesses comerciais. Não importa o quanto isso incomode os aproveitadores do mercado.
Em recente reportagem sobre cabos, comparando alguns modelos que dispúnhamos para teste comparativo, recebi um e-mail que sequer publiquei. Seu autor chamava o teste de ridículo, que jamais um cabo tão caro poderia ser melhor que outro tão barato.
Obviamente tratava-se de um comerciante de cabos, ou então de mais um “audiófilo” que já havia caído no golpe do convencimento do que o mais caro é melhor, uma tendência que está se revertendo no mundo inteiro.
De forma agressiva, o autor do e-mail me desafiou a excluir o teste se eu tivesse “vergonha na cara”. Afirmou ainda que uma Mercedes de luxo sempre vai custar mais que um Vectra, por melhor que este seja.
Eu respondi ao nosso “colega anônimo” que concordava com isso, mas que certamente a Mercedes não custaria 1.000 vezes mais que o Vectra. Além disso, as qualidades da Mercedes seriam visíveis e bem perceptíveis, e não como um cabo caro, em que o fabricante nunca esclarece o porquê do seu elevado custo.
Esta questão de cabos nos remete ao passado, quando fabriquei um cabo de poucos reais e enviei à um grupo de audiófilos “experientes” que o testou por bastante tempo, e achou que 500 dólares estava barato por aquele cabo maravilhoso. Eu apenas inventei esse preço para que eles não desprezassem o pobre cabinho apenas pelo seu preço.
Claro que eu poderia estar rico hoje vendendo aquele cabo que fazia milagres, mas, não é esta a minha filosofia de vida, e perdi conscientemente a oportunidade de ganhar muitos milhares de dólares para manter a minha índole e o meu caráter.
Esta discussão chegou a ser apagada do espaço onde foi publicada, para atender a outros interesses.
Se este site incomoda a ganância econômica de algumas pessoas, deixo aqui mais um exemplo da minha sinceridade ao responder isso com um simples “Danem-se!”.
Leitores de bem encontrarão aqui um espaço honesto e seguro, enquanto comerciantes e interessados em lucrar na ingenuidade desse mercado, encontrarão aqui motivos apenas para se irritarem, por isso, não frequentem este espaço.
Criamos recentemente um fórum chamado “Clube do Audiófilo”. Novamente, não há espaço neste clube para interesses comerciais, e cada membro é aceito com muito cuidado, normalmente por recomendação de outro membro.
Somente com atitudes como esta conseguiremos preservar espaços “honestos” nesta selva desorganizada e cheia de armadilhas que é o nosso hobby.
Basta observar com mais cuidado o formato que revistas e sites tomaram ao longo destes anos, e facilmente verão que o que escrevo aqui tem muito fundamento. É óbvio demais.
Aos leitores que apreciam este espaço, ficam aqui meus agradecimentos, pois faço isso gratuitamente, mas com muito prazer, pois amo este hobby e este site é uma das fugas da correria estressante do meu dia.
Aos leitores e críticos que me agridem através de e-mails e postagens, aqui ou em outros espaços, deixo aqui meu total desprezo, pois por ignorância ou interesses de ordem puramente pessoais e comerciais, não merecem mesmo a minha atenção, e jamais mudarão o rumo deste site.
O ÁUDIO HI-END NÃO É O MUNDO MISTERIOSO E FANTASIOSO QUE ESTÃO TENTANDO NOS INDUZIR. ELE É BEM MAIS SIMPLES DO QUE ISTO, PORÉM, INTERESSES PESSOAIS E COMERCIAIS TOMARAM CONTA DELE.
VAMOS MUDAR ISSO !!! JÁ É HORA.
Prezado Dr. Eduardo,
Sua coragem, seriedade e esclarecimento são elogiáveis.
Não participo de fóruns, comunidades, listas de discussão ou de qualquer outro espaço na web, pois acho pura perda de tempo. É o mesmo que discutir futebol, não se chega a lugar algum.
Outra razão que me afasta destes locais é justamente essa interferência econômica que o Sr. cita sempre em seus artigos.
Acompanho o Hifiplanet há algum tempo, e me identifiquei muito com ele. Esta é a primeira vez que participo de algo semelhante, e o faço movido pelos mesmos sentimentos que o Sr., o interesse de colaborar com isto que Sr. chama de hobby, mas que para mim é uma paixão imensurável.
E só participo deste blog por suas características, únicas ao meu ver neste gênero.
Tenho 56 anos, sou engenheiro elétrico, e trabalho numa empresa que produz cabos elétricos. Me considero um audiófilo e, como o Sr, pesquiso e leio muito temas conexos, não só no Brasil como no mundo todo.
Que o hiend está sendo motivo para que muitos criem estas fantasias que o Sr. cita e fiquem ricos, isso nunca foi novidade para mim. Apenas não acredito que o mercado estaja acordando. Não compartilho desta posição tão otimista do Sr.
Esta questão de cabos sempre foi motivo de profunda decepção, como especialista em cabos que já fiz cursos em vários países, atuei no desenvolvimento de cabos dedicados, e muito tempo investi em pesquisas e desenvolvimentos.
Desenvolvemos cabos especiais, para transmissão de sinais complexos em frequências milhares de vezes maiores que aquela mais crítica de um sinal de áudio.
Não existe nenhum segredo na transmissão de um sinal de áudio, pelo contrário, é muito menos crítico que transmissões de vídeo, digitais e de telecomunicações.
Já cansamos de analisar e estudar cabos ditos especiais, e nada encontramos de especial em suas construções, seja no material empregado ou na forma construtiva.
Recentemente li numa revista um “entendido” do assunto que dizia que se engana quem pensa que cabos corrigem extensões de graves e agudos, e quem acredita nisso deve queimar dinheiro em praça pública. Deixando de lado a incompreensível comparação, o fato é que muitos cabos de transmissão de sinais de áudio fazem exatamente isso (propositalmente), e ou outros, não fazem nada.
Lembro-me que o Sr. disse certa vez que via os cabos como equalizadores passivos, e concordo neste ponto. Dependendo da forma como um cabo é construído, é possível mudar o comportamento das frequências. E para isso, pouco importa do que o cabo é feito, mas como é feito. Mas, isso não interessa, é uma aberração do cabo, um problema, não uma virtude. É introduzido propositalmente para fazer o ouvinte acreditar que houve uma mudança “misteriosa”.
Quando leio que os “alquimistas” que produzem cabos modificam a estrutura dos átomos, o arranjo da moléculas, o alinhamento dos “cristais” do condutor (isso é ainda mais absurdo), e realizam outras proezas ao nível quântico, fico imaginando a estrutura que eles devem ter para isso, pois muitos dos melhores laboratórios de pesquisa científica do mundo não conseguem ainda realizar tão profundas alterações moleculares em larga escala.
Já desmontei e analisei inúmeros cabos de áudio que chegaram em minhas mãos, e posso afirmar que, se muito, eles possuem características construtivas de atenuar algumas frequências, e isso é fácil de se conseguir até com fios de baixíssima qualidade.
O fato dos tais cristais estarem alinhados, da estrutura molecular estar rearranjada, ou de se utilizar um ou outro componente, nenhuma interferência causa na condução dos sinais de áudio.
Discordo, com todo o respeito, quando o Sr. menciona que tem maior preferência por cabos de prata, que este material lhe apresenta melhores resultados.
Esta diferença que o Sr. nota deve estar relacionada ao cuidado da fabricação do componente, e a outros fatores que poderiam ser obtidos com o cobre e até com o alumínio, um material ainda menos nobre.
Cabos blindados, por exemplo, podem apresentar um resultado melhor pela própria característica de isolar interferências espúrias. Se a blindagem é feita de folha de alumínio, cobre puro, prata ou ouro, isso não importa. O resultado será o mesmo.
Na maior parte dos cabos que analisei, alguns nestas faixas de valores estratosféricos que o Sr. menciona, não houve nenhum ganho real na transmissão do sinal, nem qualquer vantagem de fato, auditiva ou perceptiva (já que alguns parecem ter um sentido especial para perceber coisas que não estão lá).
Há muitos anos o Professor Carlos Dantas, um incansável pesquisador e outro apaixonado por reprodução de áudio, apresentou uma idéia de construção de cabos de caixas acústicas utilizando cabos elétricos. Não citarei a marca pois não acho ser conveniente e nem política deste blog.
Não era um cabo qualquer. Era um produto produzido com qualidade e que atendia perfeitamente a aplicação proposta.
Como aquele cabo, inúmeros outros cabos poderiam ser utilizados até com resultados mais interessantes, interferindo ainda menos nos sinais elétricos da faixa de áudio. E isso não significa que estes cabos seriam ainda mais caros, pelo contrário, pouco se alteraria no preço, e talvez não para mais.
Se o Sr. me permitir, gostaria de enviar um estudo sobre a aplicação de cabos condutores em áudio, feito por verdadeiros especialistas no assunto. Apenas peço que não divulgue marcas ou nomes dos pesquisadores envolvidos, já que não se trata de um estudo de publicação científica, mas tão apenas a nível de curiosidade.
Como o Sr. mencionou, até uma linguiça pode custar mais caro que a outra, se ela for feita de carne de lombo pura, por exemplo, enquanto a outra for feita de miúdos do boi. Mas, a razão é óbvia, não existe “magia negra” nisso, nem nada que não possa ser divulgado e esclarecido.
Os fabricantes de cabos caros nada divulgam, ou fazem divagações com adjetivos curiosos, para tentar justificar o inexplicável.
Para a transmissão de sinais de áudio, não importa se o condutor é de ouro ou de cobre, ou até alumínio. O material, neste caso, não influencia. Quando se mexe com frequências mais elevadas, aí sim, tudo começa a mudar. Em altíssimas frequências a condução da corrente superficial do cabo se mostra mais crítica do que aquela no centro do condutor. Isso não é segredo, e suas razões são conhecidas há mais de cem anos. É muito curioso o fato de alguém conseguir desenvolver tantas teorias e resultados em cabos com recursos tão limitados. Como o Sr. brincou em seu texto, utilizando sofisticados laboratórios em seus quintais.
A maioria dos cabos especiais produzidos no mundo vem de alguns poucos fabricantes. Mesmo cabos de áudio de marcas sofisticadas não passam de produtos de fabricação normal, com uma roupagem nova ou “torcidos” e enfeitados com outras soluções bizarras e que prometem resultados específicos para áudio. Tudo isso é tolice. Não existe esse mundo misterioso de comportamento de componentes de áudio que ninguém consegue explicar.
Isolantes de teflon, de PVC, de PP ou outro qualquer revezam a preferência dos fabricantes, e ao final, não mudam nada também. São utilizados por razões diversas, como anti-chama, flexibilidade, resistência ao tempo, etc.
Este blog está de parabéns por romper com esse misticismo que alguns criam em torno de coisas tão simples, pelas razões corretamente citadas.
Só um detalhe, o Tio Patinhas era rico sim, mas não desonesto. Esta é a diferença para quem quer faturar nas costas dos mais desavisados.
Se alguma coisa nova surgiu no mercado hiend não foi nenhum cabo, nenhum segredo comercial, nenhuma teoria mirabolante, mas tão somente este blog, que certamente vai causar (e já deve estar causando) muita polêmica no mercado, e esperemos que esta polêmica seja proveitosa, e não manipulada para confundir ainda mais os aficcionados por música bem reproduzida.
Se os “audiófilos” passassem a ler mais estudos científicos e textos realmente úteis como este do Hifiplanet e de tantos outros autores mundiais, e dessem menos atenção aos rótulos e aos folhetos promocionais de alguns cabos e de outros produtos, certamente gastariam mais conscientemente o seu dinheiro.
Com satisfação agradeço a oportunidade,
Atenciosamente,
T. Zanutto.
UAuu!! Que choque de verdade!
Nào sei o que é mais impressionante, o texto do Blog ou o comentário do Sr.Zanutto.
.
Ambos estes textos são essenciais p/se entender a situação comercialesca espúria do mercado de audio brasileiro.
Tomem cuidado, o mar não está p/ peixe, está cheio de tubarões.
Eduardo
Você é uma figura !!!!! Admirável, diga-se.
Parabéns pelas suas idéias, por nos brindar com este site (o único sério do gênero que conheço) e também por sua coragem e ousadia.
Não deve ser fácil sobreviver a fúria de certas revistas, sites e fóruns que tentar fazer do mercado de áudio hiend uma armadilha de pega trouxas.
Participei de um famoso curso de percepção auditiva, e nunca vi (e ouvi) tanta bobagem. Como você mencionou, é uma verdadeira lavagem cerebral para convencer o participante de uma única coisa “Gaste… gaste muito”.
Gostaria de ver novos temas abordados no hifiplanet. Sinto falta de seus artigos com maior frequência.
Vida longa ao hifiplanet e ao seu brilhante criador.
Um grande abraço
Devair Souza – RS
Caro Devair,
Desculpe, mas a falta de tempo não me permite manter uma frequência de atualização deste site.
Mas novidades virão em breve.
Um abraço,
Eduardo
O misticismo do áudio Hi-Fi ou High End
Pensando neste assunto de áudio Hi End, amplificadores sem controles de equalização, pois atualmente o que existe de HIGH nestes amplificadores são os preços!
Na década de 60 quando começou o “boom” do áudio Hi-Fi, e com o surgimento do áudio estéreo ( LP’s) , tudo era Hi-Fi, como hoje são os High End.
Até hoje minha mãe guarda gravações de grandes obras em discos de vinil, muitas gravações mono, como BIG BANDS ( Glenn Miller ) e outros,
e todos queriam ter nos seus “estúdios” em casa, um bom Hi-Fi, para ouvir seus LP’s.
A norma DIN 45500 de 1966 surgiu para tentar “unificar e quantificar” o “significado” hi-fi, pelo menos na Europa, pois os americanos, usavam os testes dos laboratórios da Bell como referência de qualidade.
Os equipamentos americanos e europeus, “endeusados”, como os McIntosh, Mullards, Dynaco, Acrosound, e outros, todos usavam só válvulas na época, mas outros sem nome famosos, eram tão bons quanto!
Não entendo o perque de tanto misticismo, sobre os válvulados, já tive oportunidade de restaurar um transformador de saída do McIntosh MC-30, é é um lixo!
Também, com os componentes em “estado sólido”, surgiram muitos equipamentos “Hi-Fi” ou “High End”, que são a mesma coisa, só que como gírias, são usadas em épocas diferentes, mas produzindo sons com excelentes características mesmo assim, levando-se em conta também o tempo, e a tecnologia de cada época.
Então, sobre as gravações, antigamente e atualmente, são feitas em vários e diferentes estúdios, com técnicos HUMANOS, que possuem ouvidos humanos com suas nuances subjetivas.
Todo método de gravação, seja antigo e moderno, não é capaz de reproduzir com fidelidade de 100% um som ao vivo ou de estúdio.
Mesmo a parafernália usada hoje, o áudio passa por compressores, equalizadores digitais de ambiente, e tudo mais, são processados digitalmente por DSP’s, e o resultado pode ser manipulado matematicamente pelas equações em seu programas.
Então, eu não acredito que o som real é este que falam que os “Hi-End” traduzem!
Cada sala, cada ambiente é único, e acredito que um mínimo de ajuste na equalização é necessário.
O interessante, é que como os circuitos minimalistas de hoje, sem vários componentes que atuavam na equalização, se tornaram tão caros!
Capacitores caríssimos, como aqueles que te mostrei os links, e outros items, como, válvulas, falantes, cabos de áudio, que prometem o milagre da ressurreição sonora, e outros mitos, e tabus e papos de gurus.
Existe um mercado por trás disto tudo, que visa lucro, e vejo a coisa como um droga, uma cachaça, que estão sempre em busca do som perfeito!
Mas o SER HUMANO envelhece, e com isso, também sua audição é prejudicada, principalmente os agudos.
Então, vem mais uma questão, como fica a audição desses humanos, sem os controles de correção?
Tem muito sobre este assunto na internet: ” why not longer tonal control hi end amplifier “