No mundo inteiro é assim, audiófilos afirmam que cabos caros provocam melhorias significativas nos sistemas de áudio, outros afirmam que eles apenas alteram algumas características, não representando isso necessariamente uma melhoria, e um terceiro grupo defende que cabos não fazem nenhuma diferença. Afinal, quem está certo?
Porque cabos podem alterar as características de um sinal?
Sabemos que um cabo elétrico é um componente que tem a função de transportar um sinal elétrico.
Um cabo (e incluímos aqui os seus conectores) pode influenciar algumas características deste sinal em função de suas características capacitivas, indutivas e resistivas. Não entraremos aqui em detalhes sobre os aspectos científicos de cada uma destas características, sob o risco de termos que ministrar um pequeno curso de eletrônica para esclarecimento daqueles que não possuem familiaridade técnica com o assunto. Basta saber que é possível “manipular” estas características em um cabo utilizando-se de diversos artifícios bem simples, assim como é possível isolá-los tornando o cabo verdadeiramente neutro (o que é preferível), e com isso até mais econômico.
Da mesma forma, conectores também podem modificar estas características.
Mas, o que faz com que um fabricante adote características diferentes em seus cabos? Resposta: O fato de introduzir “assinaturas sônicas”, fazê-los parecer diferentes um do outro.
Podemos afirmar que um cabo de áudio faz diferença?
Sim, como explicamos acima é possível fazer um cabo interferir nas características do sinal elétrico, que por sua vez possui as informações que irão recompor os sons gravados em sinais acústicos no final da cadeia de equipamentos.
Porém, é importante mencionar que estas características não são tão “gigantes” assim como propalam algumas publicações e até usuários.
Cansamos de ler em revistas absurdos do tipo “este cabo aumentou a extensão dos agudos do meu sistema”, “me mostrou detalhes que eu jamais havia notado antes”, “pude ouvir as unhas do pianista tocando as teclas”, etc. Se um sistema de referência de uma publicação sofrer alterações tão profundas assim (se verdadeiras), demonstrará apenas que possui problemas sérios que já deveriam ter sido resolvidos há muito tempo, antes de “julgar” os equipamentos em testes.
Por isso, mais uma vez, fica claro porque testes auditivos sem qualquer medição não possuem grande valor, e normalmente é contaminado por falsas impressões. O correto é dizer “gostei mais deste”, “gostei menos deste”, e jamais dizer que “este cabo é muito superior ao outro”, “trata-se de um cabo magnífico”, “compre e não se arrependerá”, etc.
Como foi o nosso teste comparativo de cabos?
Em nosso comparativo de cabos, realizado pelo Hi-Fi Planet, usamos o método subjetivo (pura impressão). Portanto, as impressões são únicas, e não podem ser generalizadas, mesmo diante de conclusões parecidas. Não foi um teste científico, objetivo, como seria o ideal, tratando-se, portanto, de mera referência de impressões sem conclusões precisas, como todo teste subjetivo.
Muitos me perguntam como um cabo caro pode ter tido uma nota tão mais baixa que outro mais barato.
Primeiro: nenhum cabo foi maravilhoso e o outro péssimo. As diferenças sempre foram sutis, e isso num sistema com menos de 3 anos e verdadeiramente hi-end (alguns utilizam caixas com mais de 10 anos e querem avaliar alguma coisa…). Já afirmei em outras oportunidades que um cabo com uma nota mais alta não foi “absurdamente” melhor do que outro. Estes adjetivos só existem em algumas publicações que precisam vender os produtos de seus anunciantes.
Na maior parte das vezes as diferenças eram tão sutis que foram necessárias várias trocas de cabos para aceitá-la.
O que os testes realmente comprovaram é algo que o mundo inteiro vem descobrindo, principalmente através de publicações muito sérias, de que um caríssimo cabo é um gasto totalmente desnecessário, já que cabos muito mais baratos são capazes de conduzir os sinais sem lhes causar qualquer prejuízo. Sim, é isso mesmo que você leu. Um cabo caro é totalmente desnecessário no melhor dos sistemas.
O que me leva a afirmar que gastar muito num cabo é uma bobagem?
Diversas razões.
Já citei aqui um caso que ocorreu num curso de percepção auditiva, onde o “consultor” tentava convencer os ouvintes de que um cabo mais caro era muito melhor que um simples cabinho de força destes usados em computadores baratos. Houve um momento, depois de várias trocas, em que o apresentador, já irritado e bastante agressivo, afirmou: “vejam, parece que tiraram um véu de frente da cantora, que ela antes parecia mais velha, impossível um ouvido normal não perceber isso. Pode ser algum problema com seus ouvidos”. Porém, ao término do curso, alguns participantes aproximaram-se do sistema e perceberam que o último cabo conectado pelo palestrante com “ouvidos de ouro”, era justamente aquele de computador, que ele tanto criticara. Nas diversas trocas e no nervosismo em que se encontrava, o palestrante esquecera de colocar o cabo que ele deveria elogiar, mas continuava mostrando as suas “supostas virtudes”.
Em outra oportunidade, numa sala de apresentações, conta-se que um visitante curioso abriu um conector de um cabo de interconexão para ver qual o condutor utilizado, e lá dentro encontrou um pequeno capacitor ligado (um componente eletrônico que pode limitar a passagem de determinadas frequências do sinal, deteriorando-o). O cabo estava ali como um exemplo de cabo ruim, para efeitos comparativos com os cabos que estavam à venda. Imediatamente, o visitante dirigiu-se ao responsável pela apresentação e lhe indagou sobre aquilo, sendo que aquele desconversou imediatamente, retirou-lhe o cabo de suas mãos e disse que terminaria outra conversa com uma pessoa que estava ao seu lado (um outro demonstrador), e então lhe daria as explicações. Quando o apresentador a ele se dirigiu, estava sem o cabo, e, convenientemente, não se lembrava de onde o havia colocado. Em seguida lhe disse que não havia nenhum capacitor no cabo. Porém, o curioso visitante era um técnico em eletrônica, e sabia muito bem o que tinha visto, mas, ao perceber o que tinha acontecido, retirou-se da sala desapontado com tudo aquilo. Dizem que este é um artifício comum entre comerciantes de má fé.
Eu mesmo já tive a oportunidade de pegar emprestado um cabo em uma conceituada loja de produtos hi-end para um teste em meu sistema. O vendedor me disse que os conectores eram caríssimos, pois eram especiais e banhados a ouro. Quando fui instalar o cabo em meu sistema, um dos conectores estava bem mais justo que os demais, e até estranhei um produto de “tão excepcional qualidade” possuir um erro de fabricação tão grosseiro. Ao forçar seu encaixe, o conector simplesmente quebrou-se. Resolvi trocar o conector e devolver o cabo do jeito que o encontrei, e como trabalhava próximo ao centro eletrônico de São Paulo (na rua Santa Efigênia), fui lá à procura de um conector igual. Em uma das lojas o vendedor confirmou que tinha a peça e foi buscá-la. Fiquei assustado quando ele voltou e me disse que o componente custava R$ 3,00. Eu disse que era um conector especial, e não poderia custar só isso. O vendedor riu, e disse que o conector tinha o corpo de uma liga barata de zinco, e o dourado não era ouro, mas um produto que o deixava com aquele aspecto. Ele pegou um polidor de metais e passou no conector original, retirando com facilidade o “banho de ouro”. Mais tarde descobri que a loja montava os cabos e comprava os conectores ali mesmo. Devolvi o cabo e nunca mais voltei à loja.
Semanas depois vi este mesmo cabo recebendo enormes elogios num teste de revista. E se não tivesse acontecido aquilo comigo, eu jamais saberia da verdade.
Em testes no mundo inteiro, não só cabos mas muitos equipamentos e acessórios caros passam pela mesma situação, mostrando-se piores opções que os similares mais baratos. Esta é mais uma razão para a minha afirmação acima.
E, por último, insisto num velho ponto: porque o fabricante não diz claramente o que seu cabo tem de tão especial e não prova as suas virtudes? Afinal, uma caixinha de mogno aveludada, com um lindo emblema banhado a ouro, e outros adereços dourados no cabo não justificam o seu valor, nem funcional, nem em termos de preço.
Os fabricantes alegam que usam conectores banhados a ouro. Muitos cabos baratos também o usam, e afirmo que muitas vezes de melhor qualidade. Certa vez pedi para um amigo que produzia jóias que me informasse quanto custava banhar um conector RCA com ouro. Ele me pediu R$ 8,00 !!! Imagino um fabricante que faça esse serviço em sua própria fábrica, ou o encomende em forma de atacado, o quanto pagaria por este mesmo serviço. Talvez uns R$ 4 ? Só que os conectores banhados a ouro, justificam os fabricantes, agregam um valor elevado no custo do cabo. O ouro é um material amplamente utilizado na indústria eletrônica. Muitos equipamentos em sua casa o utiliza, principalmente em conexões. Mas, computadores e TVs custam menos que muitos cabos… já pensaram nisso?
Outros fabricantes alegam que empregam processos especiais de “alinhamento dos cristais condutores”, “tratamentos térmicos especiais”, “envelhecimento demorado dos cabos” (logo dirão que este envelhecimento é feito em barris de carvalho…) e tantos outros argumentos bastante fracos para tentar explicar os preços praticados. Note que nenhum deles prova qualquer vantagem destes procedimentos.
O fato é que um simples cabo de cobre de boa qualidade, e conectores bem feitos arranjados numa construção cuidadosa, mas simples, são capazes de transportar fielmente os sinais elétricos de áudio, que sequer são tão exigentes assim. Basta lembrar que cabos utilizados em sinais complexos, de alta frequência e bastante sensíveis, são muito baratos e vendidos em rolo em qualquer loja, e estes sistemas não falham por causa de cabos. Até cabos espaciais e militares, de altíssima exigência e confiabilidade, custam, por rolo, o mesmo preço de meio metro de um cabo de “grife”, este feito para transportar sinais de áudio infinitamente menos exigentes.
Lembro-me de um teste que fiz com um amigo de Brasília há muitos anos, que insistia que somente cabos caros eram bons. Comprei um pequeno cabo de antena (inadequado para aplicação de áudio) numa loja, dois conectores daqueles que citei de poucos reais, e montei um par de cabos de interconexão (RCA). Porém, imprimi e fiz uma bonita plaqueta de identificação de uma famosa marca hi-end da época, e lhe enviei para testes dizendo tratar-se de um cabo que me foi oferecido por uma loja, que o preço de tabela era de mil dólares, mas o vendedor me oferecia por 500 dólares por ser a última peça.
O amigo, que se dizia experiente audiófilo, quis compartilhar os testes com alguns amigos que ele afirmou serem também “experientes e respeitados senhores audiófilos” da região. Ao final, veio o veredicto: o cabo, na opinião deles, era genuinamente hi-end, e se eu não quisesse o cabo, qualquer um deles pagaria os 500 dólares pelo cabo, inclusive ele, que substituiria outro que possuía de mais de dois mil dólares.
Quando contei o quanto havia gasto (se me recordo bem algo perto de 12 reais) para construir o cabinho, todo mundo que tomou conhecimento do fato se espantou. O próprio amigo ficou muito tempo sem falar comigo, apesar de que o objetivo comprovar definitivamente uma teoria, e não ofender o ego de ninguém
Se eu quisesse ganhar dinheiro com este cabo, aproveitando a ânsia dos audiófilos que gostam de gastar muito, acreditando que alguns “apetrechos” melhoram realmente seus sistemas, eu hoje estava rico. Mas, não era esse o objetivo, e nem faz parte de meu caráter obter vantagens desta forma.
O fato causou polêmica na época, e ficou bastante conhecido. Porém, a discussão sumiu de onde foi publicada, talvez porque o espaço hoje vende cabos. Quem sabe não reaparece agora?
Outra coisa importante, e que deve ser mencionada, é o fato do mercado tentar “empurrar” o mais caro para quem ele sabe que pode gastar mais. Isso acontece em qualquer segmento, mas no universo do áudio hi-end chega-se ao cúmulo de alguns “gurus” afirmarem que se deve gastar 10, 15 ou 20% do preço do sistema em cabos. Afinal, de onde nasceu essa idéia absurda? Essa é uma informação tão ridícula como afirmar que você deve gastar num copo 20% do preço da garrafa de whisky que você vai beber. Não existe essa relação absurda, senão na cabeça daqueles que querem mesmo fazer o mais abonado gastar mais, independente de que resultado o incauto comprador obterá com isso.
Outra bobagem é dizer que quanto melhor o sistema mais importante é o papel dos cabos. Posso afirmar, com toda a minha imparcialidade e honestidade que norteia cada linha do que escrevo, até mesmo chateando alguns amigos ligados ao comércio de produtos de áudio, que quanto melhor o seu sistema, mais independente de cabos ele se torna.
Não se assuste, isso é uma novidade até para mim. Depois que construí as minhas novas caixas de som, mudei todo o meu sistema para equipamentos do melhor nível hi-end (não estou dizendo caros) e ajustei corretamente todo o sistema, cabos com “assinaturas” começaram a atrapalhar mais do que ajudar, e um cabo de boa qualidade, porém bem econômico em relação às opções de cabos de nível hi-end, se mostrou mais adequado para o meu sistema.
Porque isso acontece? Veremos em seguida.
Porque alguns insistem em pagar caro num cabo e dizem ter uma melhora perceptível?
Como já foi dito acima, um cabinho de mínima qualidade (não um cabo mal feito) é suficiente para conduzir com toda a perfeição qualquer sinal elétrico de áudio.
Então porque alguns insistem que obtiveram alguma melhora só com um cabo caro? Aqui vai mais uma resposta que certamente vai entrar nas críticas deste artigo: A melhora ocorreu porque o sistema estava desequilibrado, ou porque o ouvinte prefere um som desequilibrado.
Todo o sistema de áudio deve integrar-se adequadamente com a acústica, a elétrica, a sala, com cada um de seus equipamentos, com a posição do ouvinte e até com os ouvidos deste mesmo ouvinte.
Na prática, isso não ocorre.
Nas minhas experiências com áudio, há mais de 30 anos, percebo que hoje a diferença entre bons players, amplificadores e outros componentes são pequenas, mas, entre caixas acústicas são enormes.
A caixa acústica é o componente que mais sofre com a interação do ambiente, e é o equipamento crucial de um sistema de áudio. Depois de testar inúmeras caixas acústicas, das mais simples às mais caras do mercado, descobri que as diferenças entre elas são muito grandes, facilmente perceptíveis. Isso acontece porque cada caixa é produzida considerando os parâmetros particulares de cada construtor, muitas vezes afinadas pelos seus próprios ouvidos em suas salas. Isso explica porque caixas possuem diferenças sonoras tão evidentes e claras. De onde vêm estas diferenças? Basta observarmos as curvas de resposta de frequência de cada caixa para perceber que não existe um padrão. Durante toda a faixa de sons, dos mais graves aos agudos extremos, existe uma oscilação muito grande. Não existe uma caixa plana, apesar de muitos fabricantes apresentarem informações contrárias em suas especificações.
Quando decidi construir minhas próprias caixas acústicas foi com a intenção de ter um conjunto que pudesse ser “ajustado”, ou seja, otimizado para as minhas condições de uso.
Depois de construídas, as caixas foram ajustadas continuamente com o XTZ Room Analyzer, os resultados comparados com um decibelímetro Minipa e um gerador de áudio também de aplicação profissional. É impressionante a diferença de resultados que se obtém a 1 metro das caixas ou na posição ideal de audição. A mudança é brutal, e qualquer sala é assim, por melhor que a tratemos acusticamente.
Costumo dizer que outro grande erro são os cursos de percepção com estudos práticos, onde os participantes devem ouvir as qualidades destacadas pelo apresentador do curso. Cada um irá perceber um resultado diferente, e isso é bastante óbvio e lógico.
Um curso destes, para ter alguma validade prática, teria que ser feito com um número bem menor de pessoas, e ainda assim se revezando nas posições de audição. Caso contrário, melhor ater-se apenas à parte teórica.
Ao final, quando se faz uso de um cabo desequilibrado pelas razões apontadas no início deste artigo, acaba-se corrigindo algum desajuste do próprio sistema, fazendo parecer que o cabo melhora o som, quando na verdade ele o corrigiu pelo seu próprio erro.
Por exemplo, se seu sistema sofre com agudos excessivos, um cabo desequilibrado que atenua um pouco as altas freqüências vai “melhorar” seu sistema. Aí vamos ler coisas do tipo: “este cabo foi o único capaz de mostrar os agudos como realmente são, como nunca vi antes”.
O inverso também pode ocorrer, como já vi acontecer. Um cabo que proporciona um destaque maior dos agudos, pode causar a falsa impressão de “uma extensão nas altas frequências jamais vista antes”.
Reconhecem estas frases? São muito comuns entre os avaliadores, e hoje entendo bem o porquê.
Afinal, devo ou não usar um bom cabo?
Sim, deve. Um bom cabo (e com bons conectores) faz diferença, mas, a boa notícia é que eles não precisam ser caros para isso. Hoje é possível encontrar cabos com ligas de cobre e prata (ou até prata pura) e conectores banhados a ouro por preços muito acessíveis, como vimos no teste de cabos que fizemos.
Hoje, quanto mais ajusto as minhas caixas e o restante do meu sistema, menos importância tem os cabos. Pelo contrário, cabos caríssimos e que tendem a interferir mais no som para provocar “alguma diferença” são os que justamente prejudicam o sistema como um todo.
Talvez, por esse motivo, é comum encontrarmos dois reviews de um mesmo cabo feitos por avaliadores diferentes, mas, um lhe atribuindo o “Oscar” dos cabos, qualificando-o como “Categoria do Editor Escolha do Ano Referência Absoluta”, e o outro review lhe atribuindo três estrelas de um total possível de cinco. Já repararam nisso? Essa é outra questão que ninguém gosta de responder. Fingem que não acontece.
Não querendo sem polêmico, nem magoar alguns amigos, cabos não são tão importantes como apregoam por aí, e as razões estão fundamentadas acima.
A dica é: fuja dos cabos caros. Há muitas formas de melhorar muito mais seu sistema do que gastando fortunas em cabos. Se um dia você colocar um cabo caro demais e que aparentemente melhora o seu sistema, desconfie, e comece a avaliar melhor todo o conjunto.
Consultores de áudio que dizem melhorar seu sistema com seus “ouvidos de ouro experientes” não vão ajudá-lo. Equipamentos, nesta hora, são importantíssimos para avaliar o que realmente está acontecendo com o seu sistema. Consultores “subjetivistas” vão ajustar seu sistema pelos ouvidos dele, pelo que acham melhor para eles, mas não pelo que deve ser. Tem que ser um ajuste real, e não subjetivo.
É preciso avaliar como cada frequência está se comportando em seu sistema e em sua sala, sem esse cuidado inicial tudo o que vier depois se perde.
Conclusão
Use cabos de boa qualidade em seu sistema, mas não pague caros por eles, porque não custam caro.
Antes de investir num cabo caro acreditando que ele vai melhorar o seu sistema, invista um pouco mais em caixas acústicas, em equipamentos mais atuais, em acústica, na posição de audição, no posicionamento de suas caixas, e outros.
Se dinheiro não for problema pra você e gastar lhe é um prazer, então contrate um bom consultor de áudio, com sólida formação em eletrônica para ajustar seu sistema, até mesmo reajustando o divisor de frequências de suas caixas. Você não imagina a diferença que essa providência faz. Recentemente fizemos isso com uma caixa acústica de um amigo, depois de trocarmos os tweeters originais, e o resultado foi surpreendente. Depois disso o sistema ficou bem mais equilibrado com cabos mais baratos. Em tempo, não vendo consultorias.
Se, ainda assim, gastar muito for uma obsessão para você, então compre um caríssimo cabo de boa grife, destes que vem com estojo de madeira nobre, com verniz de alto brilho com 15 demãos polidas à mão por um habilidoso artesão, forrada com aquele veludo vermelho escuro, cheio de adornos em ouro, envelhecido 10 anos em barris de carvalho, com certificado de garantia de 20 anos assinado pessoalmente pelo “Bill Gates” dos cabos de som, e siga as orientações ao utilizá-lo, não fazendo mais do que duas curvas, nunca fechadas mais do que 90 graus, amaciando-o por 500 horas e a 15 centímetros afastado do piso (claro que vão tentar lhe vender os suportes de cabo), e seja feliz, imaginando que fez realmente algo útil para o seu sistema.
Aos críticos que, enfurecidos, certamente vão aparecer e dizer que tudo isso é loucura, que contradiz coisa que eu já disse, que estou ficando chato, que quero chamar a atenção, lhes digo apenas uma coisa: aguardem o tempo mostrar a verdade, ou então diga ao seu anunciante que não mais vai testar seus cabos.
Aos falsos membros criados em fóruns que também surgirão com suas críticas, lhes digo… melhor… não lhes digo nada, afinal vocês nem existem.
Mas, quem puder, realize as experiências que citei aqui, e depois escreva comentando suas observações. Não tenha medo de ser criticado ou mal visto. Seus motivos serão mais nobres.
Fabricantes de cabos, se resolverem provar o contrário, é uma oportunidade de sair da zona obscura e mostrar afinal o que de tão especial tem os seus cabos. Mas, mostrem isso de forma científica e realista. Sabemos bem como funciona um televisor, um computador ou uma nave espacial. Não existem “coisas inexplicáveis” nisso. É um amontoado de componentes, cada um com características bem conhecidas, e instalados de forma a fazer com que determinadas reações ocorram. Mostrem que os cabos possuem algo de tão especial para custarem o que custam (sem as caixinhas, é claro), como eles se comportam e o efeito que provocam diante deste comportamento, tudo cientificamente comprovado, de forma objetiva, porque de subjetividade (e “enrolação”) o áudio hi-end não aguenta mais, nem os seus consumidores.
Eduardo
Parabéns!!!
Estava aqui com alguns amigos “audioloucos” e entrei no seu site para eles conhecerem.
Acabamos lendo este post juntos, e ficou um silêncio total depois até que um amigo disse: “Esse cara existe mesmo?” rsrsrs….
Impressionante ! Muita clareza, coragem e perspicácia da sua parte. O pior é que tudo isso está na nossa cara e não enxergamos. Parece que esse hobby maluco nos cega.
Acabamos conversando muito depois, e um amigo nosso que está há anos nesta estrada comentou que também já participou de palestras, testes e inúmeras demonstrações, e o que acontece é exatamente o que você comentou, senão pior.
Continuo fã deste site, que para mim já é o melhor que vi até agora em qualquer país. Talento brasileiro rsrsrs…
Forte abraço
Mauro
Grande Eduardo!!! Como de praxe um texto esclarecedor, muito bem fundamentado e com argumentações muito bem estruturadas. Parabéns mais uma vez pela coragem de expor os teu pontos de vista de forma muito equilibrada. Forte abraço amigo.
Dakir
Uma abordagem fantástica !!!!!
Parabéns ao autor.
É uma verdade que ninguém quer ouvir, nem quem vende, nem quem compra. Quem vende quer faturar, e quem compra não aceita o fato de que gastou tanto por tão pouco.
Estive na Inglaterra recentemente, onde conheço diversos audiófilos com sistemas de som super atuais e sofisticados, e eles também já tiraram conclusões parecidas sobre cabos. Uma delas que achei uma grande coincidência pois não tinha visto nada aqui sobre o assunto ainda, foi justamente sua abordagem de que quanto melhor o sistema menos dependente de cabos ele se torna. Lá eles usam cabos de cobre de boa qualidade, mas que não são caros, pelo contrário, achei até muito barato em relação aos preços daqui, inclusive nossos nacionais que não justificam seus preços.
O mercado de acessórios se tornou uma grande jogada. Vende-se até bloquinhos de madeira para se colocar embaixo de aparelhos ou sob cabos para afasta-los do piso (como você citou também) por preços irreais, e sem nenhuma utilidade prática.
Comprei uma vez um spray de limpar contatos que li um review maravilhoso, e além de sua composição ser pior que os WD da vida, ainda acabou com meus conectores. Tive que limpá-los um a um depois de algum tempo, pois ficaram piores do que estavam. E o precinho…
É bom encontrar pessoas que ainda escrevem coisas úteis e honestas, e perceptivelmente capacitadas para isso. O hiend carece disso.
Obrigado
Vladimir
Grande Edú !!
Quem não se lembra da pegadinha do cabo com o super Mmartins (muito gente boa também)?
Aquilo foi histórico. Uma jogada genial. O famoso Madrigal, não era isso? kkkkkkk
Realmente eu procurei a discussão mas não encontrei mesmo. Uma pena, foi muito divertida.
Faz tempo que deixei de dar ouvidos a muita coisa que leio por aí. Tudo é manipulado segundo os interesses pessoais, e você já percebe isso fácil hoje. Já cansei de ver inúmeras vezes um determinado “revisor crítico de áudio” dizer que o equipamento dele deu um salto enorme com isso ou aquilo que ele testa. Pela quantidade de vezes que ele já disse isso o sistema dele deveria ser capaz de materializar de fato os músicos na sua sala, pois não é possível tantos saltos assim. Mas, a verdade é que quem já ouviu o sistema dele sabe que não é nada disso. É um bom sistema, mas falta muita coisa. Não emociona. Naõ sei se pela questão das caixas que você citou ou pelo desgaste de muito uso. Mas já ouvi sistemas que me fizeram perder o fôlego.
Pois é, eu também caí nessa de curso de audição, e passei por uma situação bem parecida com essa que você descreveu. Só que o instrutor falava da formação de palco do sistema, e não percebia que uma caixa não estava funcionando. Tiveram que falar pra ele. Tinha um fio solto. Foi hilário.
Meu caro, que falta você faz nos debates sobre áudio. Tem alguns fóruns por aí que ainda não se perderam, e o pessoal é nota 10. Entre em um deles e nos avise. Será um prazer participar daquelas boas e vehas discussões que tínhamos antes, com seus pontos de vista brilhantes e sempre muito coerentes, e sem nenhum interesse senão ajudar os amigos. inclusive esse que você nem sabe o quanto já ajudou.
Muita saúde e alegria,
Nico (BH)
Como vc é cruel.
Que maldade !!!!!!!
(risos)
Muitos merecem esse puxão de orelhas, tanto que ganha com a ingenuidade alheia, como o ingênuo que alimenta esses ganhos.
Tá na hora de questionarmos mesmo. Ou é ou não é.
Esse negócio de que um diz que é e o outro que não, um testa e diz que sim e o outro testa e diz que não, um ouve e o outro não, um diz que é diamante e o outro que é barro. Parece coisa de malucos.
Muito bom. Gostei.
Edu, show de bola!
Ja fiz vários testes com cabos de áudio e me frustei todas a vezes por ingenuamente esperar uma mudança da água pro vinho diante de tantos elogios a este ou aquele cabo! hoje percebo que as mudanças realmente são muito sutis e só!
Parabens pelo espaço e pelo seu objetivo que é bem nobre!
Grande abraço!
Não vejo crueldade nem maldade neste artigo. Acho que algumas verdades precisam ser ditas, e foram muito bem colocadas aqui. Há muitos anos me dedico ao aúdio de alta fidelidade, ou quem preferir com o chique nome de hi-end. Já vi tantas coisas absurdas que se me fosse permitido eu gostaria de incluir alguns relatos interessantes que reforçariam a idéia do autor. Também presenciei manipulações absurdas de testes, e já peguei alguns demonstradores no flagra. Esses senhores com “ouvidos de ouro” a que se refere o texto (não seriam de diamante referência?) obviamente vivem numa outra realidade, seja ela comercial, pessoal ou imaginativa. Eles defendem a subjetividade com unhas e dentes, ignoram a ciência e a realidade, mas, já repararam como fogem de testes cegos? Quando questionados sobre testes cegos, eles rapidamente apresentam argumentos para invalidá-los. Cansei de ver “especialistas” se contradizerem durante testes e demonstrações. No penúltimo hi-fi show presenciei uma das mais bizarras situações neste sentido. O demonstrador apresentava um player “modado” (como costumam dizer), e segundo ele o custo da modificação era maior que o player novo. Ele citava vantagens, me mostrava qualidades e inúmeras virtudes “facilmente perceptíveis”, segundo ele. Na confusão, comecei a conversar com outro funcionário (ou sei lá o que) que estava na sala, e num dado momento ele me disse que aquele player era original, não tinha sido “modado” e que havia sido instalado um pouco antes para comparação, e era de um visitante que havia aproveitado levar o player para um upgrade. O rapaz comentou que o “demonstrador” havia se enganado. Enfim, todas as qualidades tão especiais que ele valorizara estava saindo de um player original. Um amigo que estava comigo ficou irritado e quis tentar tumultuar a apresentação, mas pedi que não fizesse aquilo. Em todas as atividades acontece a mesma coisa. Tive uma experiência parecida com um vendedor de carros que ligou o sistema de ventilação do carro e comentou “olha que agradável ter a opção do ar condicionado”, mas na posição que ele havia ligado não era do ar condicionado mas apenas circulação de ar. Má fé? Ignorância? Sei lá, mas acho que não vale a pena qualquer confusão por causa disso. Cada um deve ter cuidado com o que faz. Há dezenas de anos o mundo inteiro diz, e prova, que o cigarro faz mal, milhões de pessoas morrem e morrerão por causa dele, mas os fumantes estão aí, e não são poucos. Então, dizendo o que está errado não é suficiente para alguns se convencerem, imagine algo que ainda é etiquetado por eles como “subjetivo”, ou seja, você não vê, não explica, não prova, mas ainda assim dizem que existe, mesmo que você não perceba ou o próprio “especialista” também se equivoque ao tentar provar. Vamos ficar espertos, e torcer para que tenhamos capacidade de identificar o que é pilantragem a tempo, antes de desperdiçar nosso dinheirinho, como tantaz vezes eu mesmo já fiz.
Agradeço todas as manifestações, que me pareceram bastante sinceras.
Infelizmente, tive que excluir uma. Este espaço é bastante democrático, e todos os pontos de vista são respeitados, porém, manifestações puramente agressivas e utilizando-se de palavras de baixo calão não são aceitáveis num espaço onde o respeito e a educação são primordiais para a manutenção de seu bom nível. Seu autor pode novamente enviar o comentário, que será publicado, desde que não seja chulo, desnecessariamente ofensivo, rude ou obsceno.
Não pretendo criar polêmicas calorosas com este artigo, mas apenas apresentar uma abordagem sobre esta questão segundo minhas próprias experiências e observações, o que não impede que outros se coloquem em posições contrárias. Opiniões contrárias serão respeitadas, e estas diferentes posições contribuem para enriquecer ainda mais o tema. Jamais alguém será tratado com qualquer adjetivo depreciativo, pois este é o pior dos artifícios para desmoralizar uma opinião. Sintam-se à vontade para comentar e enviar relatos das suas experiências.
Este é um espaço democrático, porém, sério e de respeito.
Sem dúvida esta brilhante matéria ajuda a desmistificar o segmento audiófilo, não condeno o comércio milionário de cabos e equipamentos, quem é abastado tem direito de gastar como quiser, afinal tem gente que compra Ferrari, Lamborghini e MacLaren, quando um carro mais modesto e bom atenderia perfeitamente bem, mas não precisa necessariamente ser enganado com as mentiras que andam espalhando por aí, lendo este magnífico texto pelo menos as pessoas vão comprar com mais sabedoria. Apesar de tudo ainda não consegui entender como podem existir cabos custando US$3.000 o metro (!!!) e caixas acústicas de R$200.000,00, como saiu na última edição de uma revista nacional, o preço de um apartamento!!!!
Dito isso, gostaria de fazer dois apartes: O percentual ideal para se gastar em cabos, como alguns apregoam (10%, 20%, 25%…), não acho um disparate tão grande assim, pelo contrário, tem bastante lógica, por exemplo, se vc compra um painel de plasma por R$5.000,00, tem sentido comprar um cabo hdmi de R$1.500,00? Ora, compre um excelente cabo de R$500,00 (10%) e com a diferença adquira uma plasma de maior tamanho e melhor, eu pelo menos penso assim. Não faz o menor sentido comprar um amplificador de R$3.000,00 e ao mesmo tempo um cabo de força de US$2.500, ou faz?
Em segundo, acessórios como elevadores de cabos, na minha opinião, não afetam o resultado sonoro em nada, acho uma enganação achar que o “palco sonoro” cresceu quando o cabo da caixa ficou longe do chão. A função deles é proteger o cabo, pois ficam longe do contato frio do chão, que pode estragar ou acelerar a deteriorização do revestimento, sujam menos e servem para guiar o fio sem torcer, enfim, a finalidade deles, para mim, é outra, não é para melhorar o som, mas protegê-los e ajudar a harmonizar o ambiente, até porque fica bonito e bem arrumado. Eu mandei um marceneiro fazer para mim, em vez de comprar os importados, copiei o desenho e fiz aqui mesmo, custaram só R$10,00…
Abraços a todos
Caro Eduardo,
Como sempre, mais um belo texto, onde a relatividade é focada, já que ouvimos de forma diferente. Não é mesmo?
Gostaria de comentar algo baseado num dos trechos acima, onde você cita que fez recentemente uma atualização no seu sistema incluindo alguns componentes Hi-End. Correto? Que não se traduz em preços astronômicos mas que também não são baratos.
Com cabos, pela experiência que tenho, pouca por sinal, não acredito que seja diferente. Apenas para exemplificar: Fiz um teste com um cabo da Signal Cable, o Magic Power Digital Reference, e um outro que montei utilizando o cabo NEOTECH NEP-3001 com conectores da mesma marca. Ambos sem contar com o frete e os impostos custam respectivamente US$ 69.00 e US$ 310.00 . Não tenho dúvida quanto a superioridade do NEOTECH no meu sistema, na minha sala, pro meu gosto… Deixando de lado decaimento, extensão, equilíbrio tonal, qualquer pessoa facilmente nota de imediato um aumento na profundidade de palco. A mudança é assustadora? Proporcional ao desembolso? Não, mas há uma melhora perceptível. Acredito que se mudarmos os conectores originais do Magic Power para outros supostamente melhores, e que serão provavelmente mais caros, teremos um aumento na performance. Qual seria o resultado dessa alteração? Será que chegaria junto da performance do NEOTECH? Ficaria equivalente? Passaria? Devo concluir novos testes em breve, pois também não podemos esquecer a tal da sinergia. Neste caso, especificamente, o mais caro saiu-se melhor. Agora, o NEOTECH NEP-3001 é o melhor dos cabos? Certamente que não. Quão maior é a performance dos cabos melhores? E o custo envolvido vale a pena? Isso cabe a cada um analisar.
Veja que a idéia que tento passar não é de que “se é mais caro é melhor”, mas que há uma tendência de equipamentos/componentes melhores serem mais caros. Talvez haja um patamar de excelência, um ponto de equilíbrio, onde os produtos se equivalem em qualidade e preço. Mas a nossa constante insatisfação ou ânsia de termos “uma sonoridade melhor”, isso sem falar nas aquisições tão somente por status, alimentam o “mercado”. Seria muito bom se os preços fossem honestos, assim a escolha seria baseada pelas nuances determinadas pelos nossos ouvidos e não pelos $$ envolvidos. A psicologia deve explicar o fato da influência dos preços nas nossas escolhas e certamente isso é de conhecimento por parte do mercado. Se a base é feita em estudos acadêmicos ou em praticidade eu não sei, mas os vendedores aproveitam-se muito bem disso. Aí é onde aparecem os açougueiros com cutelos banhados a ouro, cujo brilho das lâminas já nos deixam cegos. Existe um nível a ser alcançado e um preço para isso, só que não deveria ser da forma que estamos assistindo. Deve haver muita enganação, mas acredito que haja cabos/equipamentos muito bons e que tenham performances superiores, justificando-se assim um preço um pouco maior, ou seja, compatível com o desempenho, face ao material e tecnologia empregados.
Forte abraço.
Carlos Simões
P.S.
Descrição dos cabos:
——————————-
– Magic Power Digital Reference ( http://signalcable.com/digitalpowerHC.html ), de US$ 69.00 , que acredito usar na sua fabricação o Belden 83803.
( http://www.takefiveaudio.com/mall/shopexd.asp?id=344 )
– NEOTECH NEP-3001 (cabo de 6 pés) : US$ 35,00 x 6 = US$ 210.00
( http://www.soniccraft.com/products/wire/ac/neotech/nep-3001.htm )
Conectores NEOTECH …………………..: US$ 50.00 x 2 = US$ 100.00
( http://www.partsconnexion.com/ac_neotech.html )
Excelente texto Eduardo.
Cansei da retórica audiota do “quanto mais caro melhor”, e das velhas e putrefatas metáforas: “o áudio é uma corrente, e o elo mais fraco…” e a mais cretina de todas, “não existe almoço grátis”, referindo-se à pseudo necessidade de torrar algo como 10 % do custo do sistema em cabos…
Como bem disseste (e como dizem os verdadeiros conhecedores de áudio), a real diferença em qualidade sonora começa com as caixas e sua interação com a sala; todo o resto vem muito depois.
Mas o que fazer quando a fé cega? Cada um tem o direito de professá-la, mas sem querer impô-la ao resto da humanidade…
Grande abraço, e continua com o excelente trabalho!
Caro Eduardo
Seus textos são dignos de serem publicados pelas mais importantes revistas especializadas do mundo, não devendo ficar limitados ao seu site somente. São temais geniais e que mostram a verdade nua e crua que ninguém quer enxergar.
Neste contexto, lamento o desserviço que prestam alguns fóruns, sites e revistas sempre “contaminadas” com os “interesses difusos” que o Sr. constantemente comenta em seus artigos.
Tive o sabor amargo de ver isso de perto, depois de acreditar num teste de um equipamento feito pela única opção de publicação nacional que temos, e descobrir que o avaliador era um dos vendedores da loja que o distribuía. O equipamento, mais tarde, fiquei sabendo que não havia sido avaliado tão positivamente por outras publicações internacionais, mas ganhou um diamante aqui. Ao final, poderia ter comprado algo bem melhor por muito menos. Nunca mais caio nessa. Agora sou mais um dos que foram mordidos por cobra, e agora fujo de qualquer linguiça.
Para se ter uma idéia de como é… digamos… “ingênua” (para não usar um adjetivo bem mais forte) algumas posições dos articulistas desta revista, na última edição, a de número 173, um leitor na seção de cartas pergunta sobre as qualidades entre alguns cabos USB de marcas muito prestigiadas como Wireword, Kimber e Audioquest.
Além da resposta totalmente evasiva comentando sobre outro cabo que sequer estava em questão, o articulista conclui que: “Não posso emitir nenhuma opinião em relação aos demais que você cita, pois não os testei, e atualmente utilizo um cabo bem mais sofisticado do que qualquer um deles.” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Meu caro Eduardo, se fosse uma revista de humor até que seria engraçado, mais não existe a menor graça em tratar um leitor dessa forma.
Por aí vemos a contradição de idéias ao afirmar, o pobre articulista, que usa algo melhor do que outros que ele sequer testou, e ainda de marcas acima de qualquer suspeita e que ganham prêmios no mundo inteiro. Uma contradição das mais absurdas.
Estaríamos mesmo abandonados neste hobby, se não fossem iniciativas como a sua, expondo verdades doendo a quem doer e… dane-se!!! Muita coragem de sua parte, mas ao mesmo tempo imagino o que você não passa com os ataques destes “consultores de áudio”.
Particularmente, deixo definitivamente de comprar esta revista. Prefiro ler menos, mas com qualidade.
Há muito tempo esta revista deixou de ser confiável com muitos erros, excesso de subjetividade em testes onde os “ouvidos de ouro” de seus articulistas são infalíveis, e outras situações bastante suspeitas.
Agora nem mesmo fotos de alguns testes são publicadas, ou são utilizadas da internet como já vimos, até com qualidade sofrível. É difícil imaginar que durante um teste destes não exista uma máquina fotográfica disponível, com todas as facilidades e baixo custo desta tecnologia.
Isto é decepcionante.
Vida longa ao HIFI PLanet, pois se um dia ele acabar, não sobra mais nada.
Parabéns pelo seu trabalho.
Mario Fonseca
Amigos,
A Clube do Audio (Audio Video Magazine como se chama agora) merece nosso respeito, afinal, além do pioneirismo, foi a única opção que tivemos por anos antes do surgimentos de sites e fóruns em portugues. Mas, ela se perdeu e isso é muito ruim.
Porém nem mesmo os fóruns são mais confiáveis. É nitida a manipulação das mensagens em favor das lojas anunciantes ou loja do próprio administrador do fórum. Atualmente, nem de fóruns participo mais, e a cada dia notamos mais uma “molecada leiga” participando, já que eles não percebem muita coisa. E se tentarem falar algo são expulsos.
O hifiplanet é muito legal, pois aparentemente não tem o rabo preso com ninguém, ao contrário, bate em todo mundo rsrsrs.
Mas voltando a revista em questão, perdi a confiança. É tanta contradição e atrapalhada que você não sabe mais o que é verdade ou não.
O objetivo da revista parece ser elogiar equipamentos dos anunciantes, vender assessoria e defender a metodologia que como já disseram aqui morreu faz tempo. Três coisas recheadas de suspeitas (ou fatos para quem é mais atento).
Recentemente, li o que pareceu uma bronca a aqueles que tentam desfazer as lendas exageradas sobre cabos e questionam o método de pontuação em testes. Em vez de fazer comentários de testes, fazem longas introduções cansativas e inúteis, quando não estas defesas embutidas no artigo.
Uma das mais recentes foi absurda e aconteceu na edição 170.
Na seção de cartas o Diretor da revista comenta em resposta a um leitor na seção de cartas que no teste do cabo Chord Signet ele faz um comentário a respeito de avaliação e metodologia.
O mais cômico é que o teste e o comentário existiram, mas assinado pelo editor da revista como de comentário dele e não do Diretor. Ou seja, você nunca sabe o que é verdade ou o que não é. Tem que ficar com um pé atrás em tudo que lê.
Vamos torcer para que apareça alguma nova opção ou talvez a revista seja vendida para alguém que siga noutra linha editorial.
É isso aí Eduardo, alguns audiotas poderão ser salvos.
Grande Abraço.
André.
Nos EUA o código de conduta abaixo, é seguido à rísca, mas na revista mencionada acima, a coisa é + no chutòmetro ou outro padrão sem lógica, para confundir o leitor público alvo(acima de 50, rico, crédulo e desinformado sobre audio).
Já q esta revista somente publica cartas de ”membros do Clube” ou seja assinantes, e qual assinante fará críticas dos erros da revista, quando esta tem todas as informações do cadastro do assinante, inclusive endereço, CPF e cartão de crédito.
http://www.high-endaudio.com/magaz.html
THE (SECRET) RULES OF ‘AUDIO REVIEWING’
1. Never anger any protected audio industry entity, such as:
A. An important current, or potential, advertiser; including manufacturers, distributors or retailers, or…
B. Any other audio establishment which has a “personal relationship” with you.
2. Delay acknowledging any serious problems with a “protected” component until you give another rave review to the “updated” model which replaces it and “corrects” the problems.
3. Avoid making any direct comparisons with a “protected” component, but if you have to, follow these “Solutions”:
A. Compare the component only to older and/or obsolete models, especially from the same manufacturer. (See Rule #2 above).
B. If Solution “A” is not possible, compare the component to “competitors” costing either MUCH more or MUCH less.
C. If both Solutions “A” or “B” are not possible, “neglect” to mention the actual names and model numbers of the rival components that you compare it to in the review.
D. If Solutions “A”, “B” or “C” are all not feasible, and you must compare the model to a current, similarly priced (and “protected”) competitor that you must name, then you must be:
1. As ambiguous as possible, and you must also…
2. Never describe any problem as “serious” (See Rule #3.E)
3. Never proclaim one model to be clearly superior to the other(s). In short…
4. Both (or all) of the components must be seen as equally desirable and of similar value.
E. Problems or imperfections that aren’t obvious (such as no bass below 40 Hz with small speakers), may be described as “serious” (easy to hear) only when using Solutions “A”, “B” or “C”.
However, any problems described when using Solution “D” must always be “subtle” and “difficult to hear”, or even described as an “advancement” if possible.
4. You must never inform readers if an “audiophile” accessory or tweak is also available in a generic form at a fraction of the price that the “protected” manufacturer is charging (Blue Tac and RFI rings etc.).
5. Any and all “transactions” between you and any of the parties mentioned in Rule #1 must always be kept strictly Confidential. Accordingly…
A. You must never divulge the actual price, if any, you paid to “purchase” your reference components or accessories, or any extra costs you paid, if any, to have those same components updated, modified, repaired, replaced etc.
B. You must never divulge any “gifts”, “favors” or “perks” that you received from the “protected” audio entities, or those with whom you have a “personal relationship”.
6. You must never mention the actual costs, even at retail prices, of the parts that are used to manufacture the component.
7. Further to Rules #4 & #6, you must never state, or even imply, that any component or accessory is “over-priced”.
8. The more corrupt your magazine is, the more you shall proclaim your honesty.
9. Magazines shall never divulge the actual percentage of their advertising revenues to their total revenues.
10. OVERRIDE CLAUSE- Some of the preceding rules (#1, #2 & #3) may be ignored only in the event of either a serious (and apparently indefinite) breach of the “personal relationship” between the audio company and reviewer/magazine, and/or the termination, or non-payment, of their advertising contract.
Prezado Eduardo,
Tomei conhecimento do seu “Desabafo” no Fórum Hi-END, e preferi responder ao comentário aqui já que não tenho intenção em criar debates sobre o assunto lá naquele fórum.
O “outro fórum” mencionado em seu comentário é um espaço igualmente tranquilo e que igualmente respeita os demais espaços. O que acontece, e é o que acontece em qualquer outro fórum, existem sempre os baderneiros (essa palavra está na moda agora com as manifestações que estão ocorrendo) que sempre buscam tumultuar algumas discussões, e muitas vezes em forma de agressão a outros fóruns ou pessoas.
Saiba que naquele outro fórum você é tratado com muito carinho e respeito, pois a sua importância para o engrandecimento do áudio hi-end no Brasil é talvez maior que muitos daqueles que se colocam como os verdadeiros desbravadores deste campo.
Seus textos são honestos e claros, e vão em direção do que pensa a maioria dos que participam do outro fórum, do qual sou membro mas ainda não participo do Fórum Hi-End.
Não tenha a menor duvida sobre a existência deste grande respeito por você e de muita solidariedade com os seus sentimentos de decepção com alguns fatos que ocorrem por lá mas também no Fórum Hi-End, afinal, muitos destes baderneiros frequentam os dois espaços, e você mesmo já demonstrou intolerância para estes tipos de comportamentos. As pessoas que contaminam os dois espaços são na maioria as mesmas, e acho até que esta intriga recente foi propositalmente causada por estes membros que gostar de polemizar discussões e de aparecer a qualquer custo, pois não possuem outras virtudes para mostrar.
Se você está desapontado com o outro fórum, peço que reconsidere, pois tirando os elementos prejudiciais daquele fórum e que nós participantes conhecemos também muito de perto, a maioria do grupo é formada por pessoas que lhe admiram e lhe respeitam, e que sentem muita falta de suas grandes participações como membro e moderador daquele fórum que realmente mudou muito.
Acredito que o Fórum Hi-End tenha muito futuro, e poderá vir a ser o espaço que muitos desejam, livre de anuncios, revendedores, participantes suspeitos e outros problemas que nenhum de nós quer.
Mas se quer uma sugestão minha digo que tome cuidado com alguns participantes que possuem a enorme competência de prejudicar o ambiente amigável de todos os espaços que frequenta, e são capazes de estragar qualquer lugar em que estejamos.
Já percebi que a sua paciência é curta e suas reações são rápidas, o que tem incomodado os participantes que buscam aparecer ao custo de polemizar qualquer discussão.
Sua habilidade em tratar estes problemas pontuais é muito grande, mas se quer uma sugestão minha exclua estes membros antes que seja tarde, é o que eu gostaria que fosse feito no outro fórum.
Mais uma vez saiba que você e seus artigos são admirados e respeitados lá no outro lado sempre muito referenciado, e que qualquer coisa diferente disso é a exceção e não a regra. Cuidado para que não seja algo articulado.
Vi que você agiu bem e já afastou a polemica de cabos do seu desabafo. Posso estar errado mas acho que a intenção ali está bem clara.
Por isso sugiro que não julgue a situação de uma forma generalizada, mas pontual. Você tem todo o apoio e a admiração dos membros do Htforum (pronto, falei!) que te querem bem e com muito carinho, saiba disso.
Já sugeri uma vez à moderação daqui para criar dois grupos de membros, um com acesso restrito para discussões mais sérias para que os baderneiros não tenham acesso e não fiquem criando confusões. Acho que isso funcionaria bem, mas a moderação daqui não funciona e nem resposta tive.
Se você conseguir colocar estes “donos da verdade” num lugar e as pessoas mais ponderadas e sérias do outro tenho certeza que a coisa fluiria melhor.
Confie em mim, o problema não está somente aqui, mas no Fórum Hi-End também.
Também não concordamos com o efeito “comercial” e com as retaliações que possam partir daqui, não apoiamos isso e nem queremos que pense que este tipo de coisa é aprovada pelos membros. Torcemos pelo sucesso do Fórum Hi-End, e tenho certeza que em breve nos veremos lá, e toda essa gente boa que leva o hi-end a sério.
Um abraço ao amigo dos membros que são “maioria” do “outro” fórum, e que também ficaram indignados com essa situação.
Força !
Grande Eduardo,
O colega “Mediador” disse tudo, e assino embaixo também.
Você é muito querido por todos, e a minoria que se incomoda é porque tem o rabo preso com o que não deve, que é justamente o que você tanto combate.
Você faz falta no htforum. Gente como você jamais deveria tem saído de lá, e outros jamais deveriam ter entrado (ainda bem que alguns já se foram pois o lugar estava ainda pior ultimamente). Não conhecia o Clube Hiend. Logo farei parte da ”’tchurma”’ também.
Fiquei chateado com tudo isso, mas sou da opinião do colega aí de cima… tem coelho nesse mato… cuidado com alguns que estão lá no Clube. Gostam de criar confusão.
Torço para que o Clube Hiend seja um sucesso. Estamos precisando mesmo de uma opção menos saturada de comerciantes, usuários fabricados e gente que só faz arrumar confusão.
Um abraço e o apoio dos amigos de cá, que em breve estarão lá…
rsrsrs…
Márcio
Edú,
Você já esteve do “lado de lá” e sabe como funcionam os fóruns, revistas e reviews com vínculos comerciais. Isso não vai mudar.
Admiro a sua dedicação em querer mudar esta situação, mas afirmo que esta é uma batalha perdida, porque os leitores, consumidores e usuários são muito ingênuos na sua maioria e acreditam mais naqueles que lhes enganam do que naqueles que lhe esfregam as verdades na cara.
Dizer para um cara que o cabo que ele comprou por milhares de reais não é nada daquilo que escreveram num teste ou num fórum, que ele foi enganado, e ainda mostrar provas ou evidências disso só vai deixar o cara irritado, mais nada. Ele não vai admitir isso. Não vai assumir que se deixou ser enganado por um review escrito por um avaliador de uma revista cheia de anunciantes e que ele próprio representa comercialmente aquela marca, ou por alguém que ninguém conhece mas que elogiou um produto num fórum e que coincidentemente é marca do dono do mesmo fórum.
Você espera amadurecimento deste mercado? Eu não.
Já sofri com isso também, e nada muda.
Não se preocupe com críticas e outras bobagens que você lê, preocupe-se apenas em levar seus conehcimentos e deixar que cada um interprete-os ao seu modo. Muitos destes que te criticam você sabe bem que nem existem.
Te conheço há muitos anos. Sei que é uma pessoa honesta e com uma personalidade muito elogiável, e que gosta de ajudar todo mundo.
Muitos te admiram, principalmente no outro fórum.
É para estes que você direciona as suas mensagens, acredite em mim.
Os mais tolos vão sempre acabar como cordeirinhos defendendo aqueles que ganharam nome pela exposição exagerada em defesa de seus próprios interesses.
Não desanime. Seu recado chega em quem vale a pena.
Forte abraço meu amigo,
Maurício
Eduardo, não conhecia este seu artigo. Apesar de bem atrasado, gostaria de parabenizá-lo pelo excelente conteúdo. Textos como este podem ajudar muita gente a se livrar da loucura consumista que impera no meio da audiofilia. Concordo com você que os cabos fazem apenas diferenças sutis. Eu mesmo quando troquei um cabo inferior por um mais caro senti uma “enorme” diferença no som. Achei que tudo tinha melhorado 300%. Depois de bastante tempo, resolvi retornar o cabo mais barato para o sistema só pra ver o que ia dar, e o resultado foi que não deu nada……..hehe. Fiquei horas escutando para encontrar novamente “a enorme” diferença e ela não apareceu. Fui enganado pela expectativa e pelo valor investido no brinquedo. Mas é isso aí: antes tarde do que nunca. Hoje eu adoto um critério simples para avaliar um upgrade: seu eu ACHAR que fez diferença, então não fez. Só considero upgrade consistente quando ouço mudanças muito claras.
Um abraço.
Rodnet,
Obrigado pelo seu depoimento.
Já vi inúmeros casos assim, depois de algum tempo volta o cabo anterior e confirma que não houve mudança alguma.
Muitas vezes isso está relacionado à movimentação dos contatos que provoca uma limpeza de suas superfícies, o que causa uma melhoria significativa no som. Por isso uma manutenção periódica dos contatos é recomendada, e uma limpeza prévia no momento de testar os cabos também.
Abraços
Eduardo
muito bom o artigo, minha resalva seria que já que os cabos são fabricados para modificar a sonoridade do sistema td bem, é valido pois tem gente que não pode trocar o sistema por N razões, mas acho que é obrigação do fabricante informar isso ao consumidor final e cobrar o valor que quiser pelo “grande” estudo que ele fez para construir o cabo com estas caracteristicas.
e pela engenharia na criação destas belissimas caixinhas de madeira e selos dourados…
ai pelo menos eu ia comprar um cabinho Genuine made in china com as mesmas caracteristicas por $5,00 uns poucos meses depois.
agora a colocação está totalmente correta pois o que os fabricantes vendem é que os seus cabos tem a pureza da pureza que são fabricados com os melhores componentes do mundo , supercondutores de material nanotecnologicos, blindagem de titanio e conectores de platina banhados a ouro puro com particulas de diamantes.
toda vez que vejo um cabo de R$ 3000,00 o metro eu paro e penso que não é possivel que eu tenha ouvido para escutar a diferença miraculosa que esse cabo faz no sistema.
paro e olho pros meus cabinhos feitos em casa com Fio eletrico de cobre de 2,5mm que sobraram da obra e outros daqueles de 0.5mm de espessura que achei largados dentro de uma sacola velha e penso como sou pobre kkkk.
não acompanhei a polemica do cabo coaxial de R$ 12, mas gostaria de saber se esse cabo fabricado por você tem um desempenho legal mesmo.
se tiver será o que adotarei para o meu sub só pra dizer que tenho um cabo avaiado em $500 kkk.
abraços e continue com esses artigos polemicos mas necessarios para abrir os olhos tanto dos Hi-enders como dos Novatos como eu.
Bom dia Eduardo, excelente explanação.
Também nunca pude entender como um cabo de interligação elétrica custasse tanto!
É óbvio que deverá haver algum cálculo para o correto dimensionamento deste, levando em consideração a distância, a potência do sinal, etc.
Não estamos tratando de sinais de rádio-frequência!
Os cabos de entrada (coaxiais) têm sua necessidade, blindar o sinal das interferências eletro-magnéticas induzidas inerentes, pois são de muito baixa tensão (mV). Já os cabos de saída tem seus potenciais muito mais elevados (V), não sofrendo distorção.
Para um ambiente limitado em alguns metros cúbicos (uma sala) não há nada que justifique!
Só para se ter uma idéia, existem cabos industriais para transporte de sinais elétricos, na ordem de miliVolt, oriundos da diferença de potencial gerada pela mudança de temperatura, chamados “cabos de compensação”. Estes cabos transportam os sinais de termopares por quilômetros, sem perdas significativas. Existem inúmeros tipos deles (chromel-alumel, ferro-Constantan, platina-rhodio-platina, etc) dependendo da faixa de temperatura que irão atuar, caríssimos. Mas é sabido que no interior do laboratório, onde se vai calibrar o indicador de temperatura, eles não fazem falta, pois não afetam significativamente a leitura, exatamente por estarmos num ambiente restrito, pode-se usar pontas de provas comuns, blindadas (bons condutores, não extensos), com boas conexões.
Me parece que estes restritos fabricantes de cabos de áudio tentam trazer para estes “pequenos ambientes”, mas refinados, as característica dos grandes (teatros, estádios), onde as caixas acústicas estão posicionadas a dezenas, centenas de metros do amplificador de potência. E, muitos acreditam!
Estou contigo, recentemente inscrito, passei a lhe respeitar e somos audiófilos com os pés no chão!
Parabéns!
Olá Alexandre,
Obrigado pela participação.
Este é um hobby que vende ilusões, e como estas ilusões são vendidas a peso de ouro (na verdade o ouro em muitos casos custa até menos), há quem vê nele uma possibilidade de faturar muito com isso.
O que você disse é verdade. Sempre comento isso.
É incrível como equipamentos industriais, espaciais, médicos, de informática, robôs e até de vídeo, entre outros, funcionam tão bem sem frescuras, mas, quando se fala em áudio, parece que toda a ciência deixa de ter validade.
Meu caro, trabalhei com eletrônica industrial, incluindo controle de temperatura em máquinas injetoras e extrusoras. Como técnico em eletrônica, eu justamente reparava e calibrava estes instrumentos que você comentou, principalmente pirômetros com sondas de termopar.
Conduzindo sinais extremamente sensíveis, estes cabos funcionavam perfeitamente, e eram ainda inseridos nas condições mais adversas possíveis de temperatura, ruídos, fadiga mecânica, etc…
Não é preciso muitas frescuras nem muito dinheiro para se construir um sistema hi-end no que se refere à qualidade de áudio, mas certamente é preciso muito dinheiro para se ter um sistema hi-end no que se refere à aparência, status, fama de marca (produzida na maioria das vezes no “laboratório” de marketing) e, principalmente, para sustentar as ilusões que criam na cabeça do consumidor.
Abração
Eduardo