A importância da alimentação elétrica do sistema de áudio e vídeo.
Jorge Knirsch
A pequena regra geral universal vale aqui também: menos é mais, ou seja, em caso de dúvida e falta de conhecimento do que fazer com a energia elétrica, é melhor não fazer nada, não acrescentar nada à rede elétrica, pois o risco de se aumentar o conteúdo harmônico da energia elétrica é muito maior do que reduzi-lo, sem um conhecimento detalhado da situação. Em seguida, colocamos um guia prático, em ordem simples e econômica, para ser seguido na otimização de instalações elétricas.
A utilização de uma fiação dedicada e exclusiva, saindo do quadro geral elétrico de entrada do estabelecimento para os equipamentos de áudio e vídeo é recomendável, pelo fato de reduzir um pouco a contaminação de harmônicos no sistema de áudio/vídeo a ser alimentado.
Como disjuntores e fusíveis são componentes de proteção utilizados em série com a rede elétrica, os que tiverem menor impedância, ou seja os fusíveis, deverão ser empregados nas aplicações de alimentação elétrica para áudio e vídeo. Portanto, em todos os circuitos destinados ao áudio e vídeo deveremos dar preferência ao emprego de fusíveis. Isto é muito pertinente, principalmente em estúdios. A razão para isto é que os elementos interruptores nos fusíveis, normalmente chamados de elos-fusíveis, possuem impedâncias menores do que a soma da bobina de curto-circuito e das resistências dos bimetais dos disjuntores.
A fiação dedicada para a alimentação dos equipamentos deverá empregar fios sólidos, também chamados de fios rígidos, para a fiação das fases e do neutro e fiação flexível para o aterramento. Os fios sólidos, em comparação com os cabos flexíveis de mesma bitola, apresentam um aumento maior da impedância em altas freqüências, devido ao efeito Skin, também chamado de efeito pelicular. Esta característica dos fios sólidos corrobora na redução do fluxo dos harmônicos pela rede elétrica.
Os contatos elétricos realizados por pressão dos elementos apresentam resistências mais baixas do que os contatos soldados. Portanto, nas emendas da fiação elétrica da rede, é recomendável se evitar soldas com estanho/chumbo.
É importante melhorar o aterramento do neutro da nossa rede elétrica, pela razão de ser preponderantemente uma rede elétrica aérea e, por isto, com aterramento do neutro insuficiente!. A confecção de uma malha de aterramento na superfície do estabelecimento é muito recomendada, para abaixar a impedância do neutro, o que colabora com a estabilidade da tensão elétrica e reduz o ruído drasticamente.
O aterramento do terra deverá ser feito conforme a norma NBR5410 em TT, por dentro do aterramento do neutro, para aumentar a segurança e reduzir o ruído. No quadro geral de entrada, principalmente de estúdios, onde estão o neutro e o terra, poderemos montar um sistema que permita transformar o aterramento TT em TN, quando o estúdio não estiver sendo usado, com objetivo do aumento de segurança.
Recomendamos que seja evitado o uso de transformadores, filtros de linha, estabilizadores de tensão, nobreaks, ferrites envolvendo cabos de força, pelo fato de serem os maiores introdutores de harmônicos na rede elétrica.
Quando necessário, o melhor é usarmos somente extensões neutras e minimalistas, evite filtros de linha com componentes em série.
Para a filtragem, finalmente, o ideal é utilizarmos condicionadores de energia com todos os componentes em paralelo.
Boa tarde Eduardo.
Comecei a acompanhar seu blog na semana passada (2/10/12) e é difícil parar de ler.
Textos interessantes, agradáveis, técnicos sem serem maçantes, com polêmicas que eu particularmente gosto, sem medo de desagradar ninguém.
Bom, após esse introito, pergunto.
No artigo acima você informa que não se deve usar núcleo de ferrite em cabos de força, para evitar harmônicos na rede elétrica.
Porém, em seu artigo para a construção de cabo de força DIY, você recomenda o uso, ou estou errado.
Mudaste de opinião, ou eu que não entendi?
Abraços.
Olá cllm,
Obrigado pela participação e observação.
Uma das características deste blog é a liberdade de opiniões.
O texto acima é da autoria do competente engenheiro Jorge Knirsch, que enviou esta colaboração para nós.
Nesta questão da utilização de ferrites em cabos de força, temos uma divergência de opiniões.
Isto é natural, pois neste hobby parece que resultados variam muito, e até mesmo fabricantes se dividem no uso dos ferrites, onde alguns adotam este recurso e outros evitam.
Eu fiz uma grande pesquisa sobre o assunto, e acabei optando pela utilização do ferrite em meus cabos, onde obtive bons resultados.
Mas, nada impede de se fazer um teste e optar por aquele que lhe parecer mais conveniente.
O ferrite é amplamente utilizado em aplicações onde a transmissão de sinais elétricos e alimentação são críticos para o funcionamento de equipamentos, e podemos vê-lo em cabos de conexão USB, em cabos HDMI e outras aplicações.
Em meus testes não ocorreu a indução de harmônicos, mas pode ser que com outros cabos, em outras montagens e utilizando outros componentes isso possa ocorrer, por isso o alerta do Jorge.
Um abraço,
Eduardo
Boa tarde Eduardo.
não tinha me atentado para o autor do texto.
Como havia escrito, sou novo em seu blog e achei que todos os textos fossem de vossa autoria.
Estou iniciando nesse novo (e caro) mundo.
Apesar de você aparentemente não gostar de fóruns, recebi algumas opiniões, a meu ver, bem isentas para me ajudar a escolher meus equipamentos.
Começaram indicando Pionner, Marantz, passando por Yamaha e Onkyo.
Aliás, acabei escolhendo essa última marca, modelo TX-NR616, com caixas Klipsch HD 500.
Como vou para os EUA no começo de 2013, irei comprar esse equipamento.
Caso possa abusar um pouco de você, o que você acha desse equipamento. É de entrada, mas com filha adolescente não posso me dar ao luxo de ficar “preso” na alfândega por ultrapassar a cota.
Abraços e, mais uma vez, excelente blog.
Não se preocupe…
Eu gosto muito da marca Onkyo, e o mercado internacional tem elogiado muito os seus produtos.
As quatro marcas são excelentes, e minha preferência é Onkyo e Marantz, sem dúvida. A Pioneer tem lançado ótimos produtos também, assim como a Yamaha.
Acho que suas escolhas são boas sim, apesar de eu não ser um grande fã das caixas Klipsch, mas são caixas bastante elogiadas por muitos audiófilos. Como som tem muito disso de gosto (que acho estar mais relacionado às características auditivas pessoais), seria bom se você pudesse testá-las antes de comprar, se possível já amaciadas e na sua casa. Caso isso seja difícil, o que imagino, guarde a embalagem delas e trate-as com muito cuidado, e caso não te agrade, você pode vendê-las depois para quem aprecie a marca.
Abraços