Depoimento de um leitor sobre a Customização de Sistemas

Depoimento de um leitor sobre a sua experiência com a Customização de um Sistema de Som de alto nível.
Mais um resultado bem-sucedido na busca do som real, apreciado em toda a sua plenitude.

Depois de mais de um ano eu volto a fazer uma publicação aqui no Hi-Fi Planet.

Eu já tinha decidido fazer duas últimas publicações, que aguardavam um pouco mais o amadurecimento do mercado em função da possível polêmica que causaria, mas devo incluir outros trabalhos que considero importantes em função dos temas que abordam.
Desta vez trago o depoimento de um leitor e um amigo que experimentou, como tantos outros leitores já fizeram, a técnica de Customização de Sistemas de Som.
Esse assunto já foi abordado com bastante detalhes em artigos anteriores, e vem ganhando uma importância grande hoje, principalmente lá fora, onde parece haver menos resistência dos consumidores a mudanças de conceitos.

O amigo que nos oferece aqui esta contribuição pediu para ter a sua identidade preservada em sigilo, pelas razões que ele próprio explica no seu texto.
Outros depoimentos mais curtos serão publicados em um artigo separado, alguns traduzidos de seus idiomas originais. Aguardem para breve.

Quero lembrar que o Hi-Fi Planet não vende serviços ou qualquer outro tipo de produto. Dentro do possível eu ofereço consultoria aos leitores que se interessam em experimentar a técnica que venho propondo aqui, e que se resume em adequar os nossos sistemas à nossa curva auditiva, afastando, assim, as distorções causadas dentro do espectro audível, e oferecendo uma experiência mais real e completa da apreciação da música reproduzida em nossos sistemas de som.
Todos os conceitos que abordam esta técnica já foram apresentados, e baseiam-se exclusivamente em fatos científicos comprovados, sem especulações ou elementos de caráter subjetivo que possam colocar em dúvida a técnica proposta.

Após esta breve introdução, apresento o depoimento citado na sua íntegra, que já adianto, é bem longo, mas com um conteúdo bastante interessante.

“Há muito tempo prometi este relato ao Eduardo, criador e gestor do excelente site Hi-Fi Planet. Este é o mínimo que eu poderia fazer para retribuir o que ele fez, de forma totalmente gratuita, não só em relação ao meu sistema de som, mas no meu amadurecimento neste maravilhoso hobby.
Suas contribuições me fizeram perceber que, apesar de muitas décadas e muito dinheiro investidos com o objetivo de obter o melhor sistema de som possível, muitos conceitos e orientações de “especialistas” que eu tinha como direcionadores das minhas decisões estavam incorretas ou ultrapassadas, não por minha culpa, mas pelo mercado de áudio que está muito defasado da nossa realidade atual.

Sou figura pública, com bastante projeção popular, e em razão de problemas que já tive no passado por conta dessa exposição, prefiro limitar a minha identificação.

Conheci o Eduardo, não pessoalmente, há muitos anos, quando eu participava de um fórum (recém fechado) e fui vítima de um lamentável golpe. Como na época ele era moderador daquele fórum, e me parecia bastante confiável pelo comportamento muito sério e coerente que ele adotava ali, busquei a sua ajuda, e lhe sou grato por isso também. Depois disso me afastei totalmente de sites sociais decepcionado com o comportamento de algumas pessoas.
Naquela oportunidade, eu já possuía um sistema de som e de home theater bastante incomum no Brasil, de elevado investimento, e isso chamou a atenção para uma tentativa de golpe depois que minha identidade foi conhecida pelo golpista. 

Muitos anos depois deste fato, eu me deparei com um artigo que me chamou muito a atenção, sobre a customização de sistemas de som, escrito pelo Eduardo. Fiquei contente em ver que ele mantinha um site bastante honesto sobre áudio e sem qualquer ligação comercial, o que tornavam as suas orientações ainda mais confiáveis.
Como eu ainda tinha o número do telefone dele, eu lhe telefonei, isso no final de 2018, conversamos longamente sobre a sua ideia de customização, e fiquei muito empolgado em testar a sua sugestão diante de sua fundamentação bastante realista e científica.

Não sou novo no mundo do áudio de alta performance, e concordo com o Eduardo que o termo “High-End” é bastante infeliz para estabelecer a qualidade do resultado final de um sistema de som. Digo hoje que o “High-End” como conhecemos é uma grande farsa, seja de forma proposital ou por nossa mera ignorância e acomodação em conceitos e padrões ultrapassados.

Ofereço aqui um breve resumo da minha caminhada neste campo da música para melhor entendimento do caminho que fiz.

Peguei gosto pela música (e pelo cinema também) ainda muito criança, por conta de uma forte influência de meu pai que era um apaixonado pela música e pelo cinema e tinha muito contato pessoal com estas artes. Em casa sempre tivemos os melhores equipamentos de áudio do mercado, e essa exigência era uma obsessão para ele que acabei herdando.
Hoje com 64 anos fiz uma longa caminhada pelo mundo audiófilo. A música sempre foi minha vida. Tenho um sistema de alta performance montado em minha casa no Brasil, e outro não menos importante em outra residência em Portugal.

Eu fui o primeiro dono no Brasil de um toca-discos Clearaudio Statement, que na época me custou mais US$ 100.000, e que comprei diretamente, pois não havia ainda representante da marca no Brasil. Eu sempre tive muita facilidade para comprar produtos lá fora por conta do meu trabalho, e a sorte de ter condições financeiras para realizar estes pequenos desejos.
Na época eu trouxe um técnico da Alemanha para instalar e ajustar este toca-discos, pagando as despesas de viagem e hospedagem do rapaz, pois não havia ninguém no Brasil que soubesse ajustar aquele aparelho, ou mesmo que o conhecesse. Depois desse vieram outros dois modelos na busca pela atualização e aprimoramento da tecnologia e do resultado.
A reprodução analógica sempre foi a minha paixão. Não sei se tem alguém com uma coleção tão importante de vinis como eu no Brasil. Não falo só em quantidade (que não é pequena), mas em qualidade de gravações e valor histórico. Sempre fui colecionador de raridades, e tenho gravações que são peças únicas no mundo.
Para mim o digital sempre deixava muito a desejar em termos de naturalidade, e não era só uma impressão ou efeito de saudosismo, pois tive bons equipamentos digitais em casa e sempre comparei as gravações. 

Sempre valorizei caixas-acústicas. Em minha opinião, as caixas sempre tiveram um grande peso na qualidade de reprodução. Fiquei conhecido no fórum citado por possuir um sistema de home cinema com 5 caixas Nautilus da B&W (só haviam mais dois sistemas assim no mundo), e foi justamente isso que me expôs à situação mencionada.
Caixas acústicas têm uma importância muito grande num sistema de som, e essa certeza me foi confirmada com a experiência que tive com o sistema do Eduardo, como será tratado agora.

Depois do contato com o Eduardo em 2018 após ler o seu excelente artigo, eu me convidei para conhecer o sistema dele. O Eduardo não é muito fã hoje de receber visitantes, e mesmo naquela época isso não já era muito comum.
Ele reservava raras oportunidades de apresentação de seu sistema e depois de uma rígida seleção dos participantes, o que eu respeito dada a situação de insegurança que sempre vivemos no Brasil. Pelas razões que eu já expus, eu lhe pedi para que a minha visita não tivesse outros acompanhantes.
Estive duas vezes em sua casa. A primeira vez foi para conhecer o seu sistema e aprender algumas coisas que realmente me surpreenderam. Na segunda oportunidade foi para finalmente nos aprofundarmos na questão da customização de sistemas.
Sem nunca ter me cobrado um único centavo ou ter me vendido qualquer coisa (o Eduardo nunca atuou comercialmente neste segmento), ele esteve ainda duas vezes em minha residência me ajudando nas modificações que fiz.
O Eduardo tem algo que eu aprecio e que é raro hoje em dia: a busca pela perfeição com uma dedicação incansável. Ele parece um detetive querendo achar resposta para tudo, revirando tudo que está disponível ao seu redor. Ele fez um longo estudo das características da audição humana junto com médicos especialistas na área, e juntou uma documentação que não deixa dúvidas de suas conclusões.

Mas, voltando à primeira visita, o impacto que sofri naquele dia foi assustador.
Eu sempre achei que a grande maioria do pessoal envolvido com áudio no Brasil era muito pouco conhecedora do assunto, e muito voltada aos seus próprios interesses como comerciantes ou fabricantes. Havia, ainda, uma grande limitação da disponibilidade de produtos, e os melhores, lógico, eram sempre aqueles que o mercado dispunha para venda, normalmente bem defasado do que havia lá fora.
Houve uma época (nem mudou tanto assim) em que vivíamos infestados de “especialistas”, ou “bruxos” como o Eduardo costuma chamar, induzindo as pessoas a comprar verdadeiras porcarias sem qualquer qualidade. Por essa razão, lamentavelmente, as minhas compras eram quase 100% no exterior. Lá fora o mundo também não era perfeito, mas estava longe de ser a grande bagunça que era por aqui.

Meu primeiro impacto foi com o sistema digital do Eduardo.
Eu nunca tive qualquer limitação para investir no meu sistema analógico, e sempre tive a orientação dos melhores experts no assunto, principalmente da Europa, onde o pessoal realmente entende um pouco mais, enganam também às vezes (pensam que é só aqui?), mas conhecem mais do assunto. Esse meu sistema analógico era a minha referência.

Mas, o que eu ouvi do sistema digital do Eduardo foi algo novo e surpreendente, e ele tocava muito melhor que o meu sistema de vinil. Aliás, o seu sistema dele de vinil, que custava uma pequena fração daquele que eu tinha em casa e que já havia sofrido algumas atualizações, já tinha um desempenho surpreendentemente superior.
Foi uma longa conversa e uma exposição prática detalhada onde eu entendi (e ouvi) as vantagens do digital sobre o analógico. Essa experiência eu nunca mais vou esquecer, pois já conheci muitas salas no mundo inteiro e a minha convicção sempre foi pelo analógico. Mas, essas vantagens do digital exigem uma reconfiguração de sistema e de “ouvidos” para entender, coisa inédita em todas as minhas audições em sistemas de referência que já conheci.

Para se ter uma ideia, quando entrei na casa do Eduardo (onde fui muito bem recebido, diga-se), ele estava reproduzindo um SACD com a gravação de um piano na sala. Eu lhe perguntei quem tocava piano na casa, de tão realista que era a reprodução do piano. A sensação de um piano sendo tocado ao vivo em sua sala era impressionante, e conheço muito bem o som de um piano.
Eu já tinha essa sensação em meu sistema, algo que era comentário de quem já o conheceu, mas esse realismo do piano no sistema do Eduardo era novidade pra mim,  e eu só fui compreender depois.
Já conheci muitos sistemas de som em que se dizia fazer parecer que os músicos e equipamentos estavam ao vivo na sala, mas que hoje percebo que de realismo não tinham nada a ver com o que ouvi nesta visita.

Na sala do Eduardo, duas caixas acústicas construídas pelo próprio dominavam de forma imponente o ambiente “limpo”, sem equipamentos ou cabos espalhados (você não vê um único fio na sala). Entendi depois que essa condição era proposital e se justificava (tudo passa por dutos de cobre aterrados).
Minhas caixas sempre estiveram no topo das principais listas de classificação da mídia especializada, e sempre foram atualizadas sem ter o preço como limitação. Mas, as caixas do Eduardo são de uma construção impressionante. Ele me mostrou alguns detalhes construtivos e de projeto. São verdadeiras obras de arte, sem dúvida, mas o que impressiona mesmo é ver uma qualidade de reprodução que eu jamais ouvi em qualquer outra caixa, estando elas ligadas em amplificadores de menos de 50 mil reais na época, e oferecendo uma experiência de realismo sonoro muito superior ao meu sistema que me custou muito, mas muito mais do que isso.
A genialidade do Eduardo é algo impressionante. Ele domina desde a sala, os equipamentos, e até o funcionamento do nosso sistema auditivo.
Eu ouvi coisas nas gravações que ele me mostrou que não tinha nada a ver com o meu sistema de som. Algumas estavam no meu sistema, mas não daquela forma tão precisa e natural.
E não querendo ser arrogante ou exibido, mas meus equipamentos são superiores a muitas salas de referência que já conheci, e as minhas caixas acústicas atuais ainda são únicas no Brasil, e tudo bem ajustado, inclusive a acústica.

As soluções empregadas pelo Eduardo em suas caixas acústicas impressionam: caixas blindadas e aterradas, o cabeamento do amplificados até as caixas são também blindados em dutos de cobre também aterrados. Os aterramentos aparecem em diversos pontos da sala, que possui ainda controle de umidade e de temperatura, e ventilação dedicada de todo os equipamentos. Tomadas, chaves, soquetes de fusíveis… tudo banhado a ouro que ele mesmo mandou fazer e uma infinidade de outros detalhes também impressionantes. Os equipamentos ficam numa salinha isolada, com tudo controlado por repetidores de controle remoto. Esta saleta é também blindada para evitar interferências magnéticas.
Indicadores de nível de voltagem e de outras características da rede trabalham em tempo real. Indicadores de temperatura e umidade monitoram e controlam as características do ambiente, o que faz com que tudo trabalhe nas condições ideais de projeto conforme as recomendações dos fabricantes (direto dos fabricantes mesmo, não dos manuais).
Piso espesso de concreto, paredes duplas e uma infinidade de soluções de engenharia para reduzir a absolutamente zero todas as vibrações da sala, comprovado por um medidor profissional (depois fui entender a importância desse cuidado em retirar da sala todos os equipamentos desnecessários para a reprodução direta do som).

O resultado disso tudo é uma coisa impressionante, que eu nunca tinha conhecido antes em todas as salas particulares e showrooms que visitei em minhas muitas viagens.
O som era natural e composto de detalhes que eu nunca consegui reproduzir em meu sistema.
Acredito que a soma destes detalhes construtivos e as caixas que ele construiu sejam responsáveis por boa parte desse resultado.
Confesso que eu saí de lá realmente um pouco decepcionado com o vinil. A sensação que eu tive foi que a tão falada qualidade do vinil era na verdade o resultado de uma tecnologia realmente obsoleta e uma referência muito equivocada que temos do que seja o nosso verdadeiro objetivo (vocês vão entender melhor depois).
Eu aprendi muito nesse dia. Vi muitas “lendas” do áudio “high-end” serem derrubadas uma a uma por ele, como verdadeiras farsas. Cada demonstração era um verdadeiro tapa na cara de conceitos amplamente difundidos no mundo da reprodução da música de alta performance.

Ficamos das 15:00h até perto das 24:00h desse dia realizando audições e inúmeros testes, e pareceu que havia se passado algumas poucas horas de “diversão” tamanho era o fascínio vivido naquela sala. O tempo dedicado nesta oportunidade foi um rompimento de conceitos e a abertura de um novo horizonte pra mim neste hobby. Valeu muitíssimo a pena.
Eu já disse algumas vezes para o Eduardo que essa experiência não deveria ficar limitada a poucas pessoas que tivessem a mesma oportunidade que eu tive, e que ele deveria difundir mais isso. Ele precisa mostrar o que ele criou.
Mesmo ele não tendo qualquer interesse econômico neste hobby (ele poderia faturar muito com esse conhecimento), seria importante que ele ampliasse a divulgação de suas experiências e formulações, pois elas representam uma linha divisória ao que eu chamo hoje de o “velho áudio” e o “novo áudio”. O conhecimento do Eduardo vale ouro, e deveria ser ampliado mesmo com a sua compreensível falta de tempo, e até um interesse limitado que eu também compreendo (ele se diz um pouco cansado e com outras prioridades na vida).

Eu já acompanhei o Eduardo tentando expor esse novo conceito, e percebi uma resistência muito grande de alguns “velhos audiófilos” (como eu) e de comerciantes que rejeitam qualquer possibilidade de permitir essa possibilidade criando os mais ridículos obstáculos. Fui convidado por ele a participar de um grupo de apaixonados por música (hoje considero o audiófilo outra classe de usuários), oferecendo a minha experiência no assunto, mas ele mesmo me sugeriu escrever este texto para publicá-lo no Hi-Fi Planet, porque a resistência de “audiófilos” mais antigos e do pessoal envolvido comercialmente com o hobby é brutal e cruel.
Ele chegou a convidar algumas pessoas a conhecer esse novo conceito, fazer uma apresentação para mostrar esse mundo fantástico que criou, mas eu vi claramente que a intenção foi se aproveitar de seu bom conceito no assunto para levá-lo para estabelecimentos comerciais sob as mais frágeis alegações.
Pra mim foi até melhor, pois odeio escrever em mobiles e eu não conseguiria revisar uma gravação de voz do jeito que eu gostaria. Aqui eu consegui readequar o texto para não esquecer de muita coisa (pelo menos do principal pois é bastante coisa mesmo) e tentar oferecer a minha experiência com a maior precisão possível.

Nesta primeira visita à cada do Eduardo, ele me pediu algumas informações e me solicitou para fazer uma avaliação auditiva, com um laudo da minha curva de audição levando em consideração a minha resposta auditiva em função das frequências, algo assim, não sou especialista nesse assunto, mas entendi que ele queria saber como eu ouço o mundo, pois toda a sua ideia se baseia no conceito de que os nossos ouvidos formam o elo final para o resultado que desejamos, que é ouvir a música com o maior realismo possível (que entendi finalmente não ser a comparação com o som ao vivo que escutamos – isso foi outro grande impacto pra mim), e que os nossos ouvidos são imperfeitos e pouco confiáveis. Isso doeu (risos), pois pra mim os meus ouvidos jamais me enganavam.

No segundo encontro, ainda em sua casa, eu levei o laudo auditivo para ele, realizado exatamente nas condições que ele me pediu.
Ele recalibrou o sistema dele para “compensar” ou “corrigir” essa interpretação dos meus ouvidos. Foi uma correção bem básica, porque o processo de ajuste é um pouco mais complexo como pude constatar posteriormente quando ajustamos o meu sistema. E porque eu ajustei o meu sistema? Simples, eu coloquei um “par de óculos” que corrigiu a minha “miopia auditiva”, como o Eduardo costuma comparar. Simplesmente, um mundo novo de sensações e percepções surgiu na minha frente. Nunca ouvi música como daquela forma.
O Eduardo, que já havia comentado na minha primeira visita que eu teria uma experiência auditiva muito mais ampliada do que aquela que eu experimentava ao vivo, nas diversas apresentações que eu frequentava, comprovou bem ali, naquele dia, que o seu conceito de som “customizado” era realmente um enorme achado. Simplesmente inovador.
Eu tive no começo muita resistência quanto a esse negócio de que o melhor som não era aquele que eu ouvia ao vivo, até então minha referência única para afinar o meu sistema de som. Acho que essa resistência é natural, pois é uma grande mudança de conceitos e naturalmente não aceitamos isso fácil. Mas, “não aceitar fácil” é diferente de se “recusar-se a aceitar”. 
Eu já comentei que tive muita experiência com o áudio em muitos lugares onde eu já estive, que eu leio muitas revistas que assino sobre o assunto no mundo todo, e eu confesso que jamais vi algo abordado neste sentido. É realmente uma feliz novidade.

O que eu experimentei nessa ocasião foi algo indescritível. Realmente você tem uma ampliação muito significativa da sua experiência da reprodução sonora ao vivo.
É essa comparação que ele faz é bem precisa mesmo, um “par de óculos” para enxergar mais do que os seus olhos podem ver. É um conceito de ajuste de áudio que te faz ouvir mais do que os seus ouvidos podem ouvir sem ajuda. Ou seja, é o mundo real aperfeiçoado, mais preciso. Se você entender isso, compreende a lógica do conceito e se pergunta: “Porque não percebemos algo tão óbvio antes?” E o mais bacana disso tudo é que isso nasceu na cabeça de um brasileiro, não de um europeu com uma “extraordinária” bagagem no universo do áudio, como muitos se colocam. Isso é motivo de orgulho.

Em todos os meus 64 anos de vida, este foi o fato mais marcante que me aconteceu nessa longa jornada pelos caminhos do áudio de alta performance. É um grande e assustador impacto, insisto nisso.
É descobrir que, mesmo eu me achando muito mais conhecedor do que muitos “entendidos” de áudio no Brasil e fora dele (pelas inúmeras facilidades que eu tinha), eu não sabia nada, pois sempre estive caminhando na direção oposta da que deveria ser. O sistema “plano”, a busca dos melhores equipamentos e acessórios, os inúmeros reviews que li… tudo estava bem distante daquilo que realmente importava: os nossos ouvidos e adequação do nosso sistema de som à eles. Por mais ridiculamente simples que possa parecer, não enxergamos isso.

Lembro-me da pergunta que o Eduardo me fez algumas vezes: “Você quer um sistema “high-end” ou um resultado “high-end”?
Passei a vida correndo atrás dos melhores equipamentos do mundo, os mais renomados cabos, os melhores profissionais de acústica a calibração de sistemas, e o resultado que eu tinha era pífio comparado ao atual, mesmo muitos me dizendo que eu tinha um dos melhores sistemas que alguém poderia possuir. Eu não tinha nada, porque o resultado estava errado. O conceito estava equivocado.
A sensação era de possuir uma Ferrari (muitos equipamentos que tive eram inclusive comparados em qualidade) e ver um fusca me ultrapassar e fazer curvas onde eu derrapava e capotava.
E o mais interessante é que depois que você entende isso, o Eduardo te mostra muitas evidências disso que estavam ao nosso redor e que antes não percebíamos. Os reviews inconsistentes e contraditórios entre avaliadores do mundo inteiro, as opiniões distintas entre diversos audiófilos sobre os mesmos sistemas, as supostas diferenças entre cabos e a inutilidade de tentar ajustar o nosso sistema com eles, o conflito entre vinil e analógico, entre valvulados e transistores… tudo está nas nossas limitações auditivas.
Culpávamos os jovens de trocar a qualidade pela facilidade, mas mesmo não tendo ouvidos perfeitos, eles na verdade chegam mais próximo da realidade do que nós.
É triste saber que aos 30 anos (ou muito antes disso em alguns casos) a nossa audição começa a nos enganar já de forma bastante intensa, dependendo do estilo de vida também. E que mesmo que não aceitemos, a verdade é que aos 50 anos ou mais a nossa audição já é muito falha. Eu constatei isso. É real. 
Mesmo os mais jovens devem reavaliar suas audições, porque pelo que eu vi, os desvios que temos não seguem somente a lógica do envelhecimento.
Um amigo médico me comentou que normalmente a audição é o primeiro dos nossos sentidos a envelhecer, e muito antes que os demais.

Depois dessa segunda visita, o Eduardo esteve em minha casa por duas vezes. A primeira para ajustar o sistema que ele me recomendou, e a segunda para adequar novamente um novo par de caixas acústicas que eu comprei depois de descobrir que as minhas caras, conceituadas e premiadas caixas anteriores limitavam muito o resultado do meu novo sistema digital, que se tornou agora o meu preferido.
Ouço muito vinil, até porque alguns títulos não existem ainda em outro formato, mas a qualidade de um sistema digital bem ajustado é realmente superior ao analógico. Eu não acho isso hoje, eu sei disso.
Entendo ser natural que muitos torçam o nariz para essa afirmação, mas percebam que normalmente são os menos jovens que têm dificuldade para aceitar isso, justamente porque já apresentam limitações que os impedem de acompanhar as vantagens da melhor resposta de frequência, a dinâmica superior, a velocidade das notas e outros detalhes que só o digital consegue oferecer se bem gravado e bem aproveitado num bom sistema ajustado, que não é aquele simplesmente composto de equipamentos caros.
Podem até torcer o nariz para a minha afirmação, mas façam isso depois de fazer este mesmo caminho que eu fiz, de viver a experiência que eu vivi, senão não haverá referência que resista a tantas limitações que eu conheci nas experiências que eu passei. Vão perceber, então, que o que chamam de “áudio high-end”, na verdade, é apenas um empilhamento de equipamentos caros com um resultado muito aquém daquele que podemos ter. Não se culpem tanto, eu também pensava da mesma forma.

Como eu já disse, há muito tempo eu prometi para o Eduardo um depoimento da minha experiência, e até aceitei o convite dele para participar de alguns grupos de whatsapp sobre áudio que ele frequenta, e também deste site, para que eu oferecesse essa experiência. Foi a única coisa que ele me pediu, e até peço desculpas publicamente pela demora em fazê-lo.
Tomei vergonha hoje e parei a minha vida para esta finalidade, que é o mínimo que eu poderia fazer pelo Eduardo.
E este depoimento foi sincero e descompromissado (devem ter percebido isso), até porque não estou vendendo nada aqui, recomendando a compra de nada e oferecendo qualquer serviço. E eu sei que da parte do Eduardo é a mesma coisa, esse conhecimento ele transmite de forma gratuita e não obtém qualquer vantagem com isso. Isso é algo que ele sempre buscou preservar, a imparcialidade e a falta de qualquer tipo de vantagem econômica no que faz, lembrando que ele é advogado e empresário em outro segmento bem distinto.

Suas famosas experiências para derrubar muitas bobagens do mundo do áudio high-end já são bem conhecidas pelo mercado, e algumas muito engraçadas pelo que tomei conhecimento.
Eles fez algumas comigo e me senti enganado, no bom sentido, pois foram experiências muito válidas para o meu amadurecimento no assunto.
Aliás, o que é o amadurecimento? Você fica mais de 50 anos se dedicando a uma coisa, e depois descobre em algumas horas que aquilo em que você acreditava não passava de conceitos ultrapassados e preservados por um conservadorismo e uma ignorância que conspiram juntas para te levar na direção errada.

Este ano era para o Eduardo ter participado de um evento que eu consegui para ele, mesmo diante de muita resistência de sua parte, em Sidney, na Austrália. Era um evento de áudio, e consegui com a ajuda de alguns amigos daquele país para que ele apresentasse formalmente a sua “invenção”, mas, infelizmente, a pandemia do Covid-19 provocou o cancelamento do evento. Parece que a melhor porta de entrada para esta ideia é um evento internacional, porque aqui no Brasil uma boa ideia, apenas por ser nacional, não é valorizada. Aliás, tenho muita experiência com isso.
De qualquer forma, sugeri ao Eduardo gravar alguns vídeos ou fazer algumas lives sobre este conceito, mas até entendo que ele não tenha mais muita vontade e tempo para isso.
Então, espero que o meu depoimento seja um incentivo para quem quer abrir um novo mundo de descobertas fantásticas nesse hobby. No meu caso, os resultados foram realmente muito proveitosos, e os velhos conceitos que foram derrubados não têm mais volta pra mim. Digo hoje que a evolução do áudio não está somente nos equipamentos, mas, principalmente na forma como você os utiliza ou se adapta a eles, ou melhor, eles se adaptam a você. Esse é o ponto, adaptar o seu sistema de som a você, pois somos únicos em nossa forma de ouvir, e que não tem nada a ver com o que o mercado acredita.
O Eduardo até fez uma comparação interessante com os ajustes do banco de um carro, da altura ou profundidade da direção e até de seus espelhos retrovisores em função de cada condutor. Roupas, óculos, calçados, etc… tudo é adequado às nossas diferenças individuais.

Experimentem, tentem, e depois compartilhem também os resultados, mas não julguem antes de conhecer. Já vi gente desmerecendo a ideia sem mesmo conhecê-la, e isso é um grande erro. Eu também julguei e num primeiro momento não acreditei muito, mas, conhecendo um pouco o Eduardo, apostei na sua experiência e seriedade.
O mais curioso é que esse conceito está chegando lá fora, e as reações estão sendo bem positivas. Tenho a convicção de que uma nova geração de audiófilos muito mais conscientes das possibilidades deste hobby vai surgir num futuro não tão distante.

Sei que não fui o primeiro a testar essa ideia, e não fui o último também, e sei que todo mundo que testou até agora não se arrependeu nem um pouco. Tentem. Procurem dar uma chance a algo muito mais próximo da realidade do que as fantasias que ainda sobrevivem sem qualquer base realista. A coisa funciona de verdade.

Se muitas vezes estivemos diante daquela audição crítica tentando saber se um novo cabinho fez ou não diferença, e se o fez, se foi realmente para melhor, ou se fugimos de um teste cego, pois não sabemos se vamos perceber a diferença de verdade (os testes do Eduardo são matadores nisso), ou ficamos naquele eterna discussão se fusíveis “audiófilos” fazem diferença ou o vinil é melhor mesmo que o CD, então, experimentem a mudança proposta pelo Eduardo. Isso sim faz muita diferença, para muito melhor, e não precisamos de uma audição crítica e detalhada para chegarmos a alguma conclusão.

Agora, é preciso vencer o medo, a dúvida e o receio para percebermos que paramos no tempo e que os nossos conceitos estavam muito ultrapassados. Temos que dar um passo para sairmos de onde estamos e percebermos que existe algo melhor adiante, pois se ficarmos insistindo no que conhecemos hoje, realmente não iremos evoluir, e vamos continuar achando que o que ouvimos hoje é mesmo o próximo do tal “topo do pinheiro” como eu vejo o pessoal dizer. Na verdade, atualmente, se cava mais em direção à raiz do pinheiro do que realmente se caminha para o seu topo.
Quando se ouve o som como ele realmente é, e não como os nossos ouvidos nos mostram de forma distorcida, a realidade muda completamente.
Duas coisas aprendi aqui, a primeira que nunca ouvimos a música como ela realmente é, porque não existem ouvidos perfeitos, pois todos sofrem de um grau de distorção menor ou maior, mas o suficiente para mudar muito a nossa percepção. A segunda coisa que aprendi é que a gravação digital nos oferece muito mais do que podemos perceber com o nosso sistema limitado pelos nossos ouvidos, e mais do que o velho vinil consegue.
Mas, as caixas do Eduardo também são fantásticas e não conheço nada similar. As que eu comprei recentemente chegam perto, talvez, mas ainda não são iguais, e, além disso, custam muito mais do que a média das melhores caixas de alto nível high-end. Confesso que até tentei comprar as suas caixas, mas não tive sucesso mesmo oferecendo um bom valor por elas.

Este depoimento foi sincero, mas, se ainda assim alguém quiser jogar pedras, que tenha pelo menos tido a coragem de testar o conceito, porque criticar e criar inúmeros argumentos para desacreditar algo que não conhecemos de fato é a especialidade do ser humano que resiste às mudanças, e teme em aceitar que pode estar errado em suas convicções.

O Eduardo me comentou que o “excesso de elogios” (que eu chamo de “sinceridade e empolgação”) em meu depoimento poderia parecer algo exagerado para alguns. Eu lhe disse que, conhecendo o respeito que ele tem da comunidade audiófila, 80% de seus leitores iriam gostar desse depoimento e de conhecer esses resultados.  Mas, que fosse o contrário, e apenas 20% abrissem suas cabeças para essa nova experiência, ele não deveria se preocupar com os 80% que não querem evoluir, mas sentir-se recompensado em saber que 20% iriam evoluir no hobby de ouvir boa música bem reproduzida.

Muito obrigado, meu amigo Eduardo. Muito sucesso na sua vida porque você merece o melhor.

Este texto foi escrito como base das minhas convicções e experiências, e reflete opiniões que podem não estar de acordo com a linha de produção do Hi-Fi Planet. O material foi enviado ao Sr. Eduardo para publicação, podendo sofrer omissões e alterações que o Eduardo julgue necessárias para melhor adequação ao seu site.”

Minhas considerações (de Eduardo):
– Não foi feita qualquer alteração no texto enviado pelo seu autor, que foi publicado na íntegra como me foi enviado.
– Em nenhum momento tentei convencer o autor do depoimento da superioridade de qualquer formato de áudio. Tenho os dois. O assunto surgiu naturalmente diante do comentário do autor da superioridade do meu sistema digital em relação ao seu analógico. Meu pedido foi apenas em relação à sua experiência com a comparação de seu sistema original com aquele ajustado aos seus ouvidos. Não participo mais de discussões sobre comparações de vinil e CD porque acho essa polêmica inútil e carregada de fanatismos (principalmente do lado do vinil).
– Independente de qualquer opinião, quero lembrar que o objetivo aqui é ajudar, e não provar qualquer valor pessoal. Não preciso provar ou impor nada, pois não vendo nenhum material aqui e a consultoria é gratuita. Apenas compartilho experiências que podem até ser criticadas por que já provou.
– Agradeço a participação com comentários sobre a experiência de customização do sistema de som.


for the serious

19 Comentários

  1. Grande Edú !!!
    Que felicidade ver a sua volta ao Hi-Fi Planet.
    Meu amigo, você faz muita falta. Você é referência hoje no mercado de áudio pela honestidade e conhecimento do que escreve.
    Imagino que comerciantes e fabricantes não gostaram muito kkkk……
    Todo o pessoal aqui ficou contente, logo eles vão te escrever.
    Então, eu acabei dando uma pausa no ajuste do meu sistema por conta dessa bagunça da pandemia na minha vida, mas eu ia recomeçar este ano.
    Os dois colegas que fizeram a customização são da mesma opinião que é um caminho sem volta, e já cobrei eles para escreverem um depoimento porque sei que isso é importante para você dar mais segurança aos leitores.
    Quando eu concluir os ajustes vou fazer o meu depoimento em seguida, mas o pouco que já evoluí nisso me deixou bastante animado.
    Como o colega disse aí no depoimento dele, você poderia ganhar dinheiro com isso, e até escrever um livro com toda teoria e orientação prática, pois também acho que essa é uma grande evolução no conceito de áudio hi end.
    Meu caro, não suma mais daqui, por favor.
    Voltarei a escrever com mais tempo.

    Grande e fortíssimo abraço

    Emílio

  2. Meu querido Emílio
    Obrigado por prestigiar esse site.
    Mudei um pouco as minhas prioridades, e hoje divido a minha vida com outras atividades e projetos pessoais.
    Mas, vou tentar incluir alguns artigos que já rabisquei mas ainda não consegui prepará-los para publicação.
    Abraço

    Eduardo

  3. Eduardo, que boa surpresa !!!!
    Retorno triunfal com três artigos de uma vez. Parabéns pelos texto sempre interessantes e muito acessíveis.
    Confesso que eu cheguei a ficar chateado pensando que o Hi-Fi planet ia acabar. Espero que isso nunca aconteça, porque essa é a única fonte de informação confiável que restou para nós pobres audiófilos.
    Vida longa e próspera para o Hi-Fi planet.

  4. Bom dia Eduardo

    Já ofereci meu testemunho em outra oportunidade mas quero aproveitar essa deixa para reforçar a minha opinião sobre o tema.
    Existem dois tipos de audiófilos, aqueles que gastam fortunas em equipamentos e acessórios hi-end achando que só os equipamentos resolvem tudo, e aqueles que desenvolveram o ajuste do equipamento conforme as suas orientações. Eu estou no pequeno segundo grupo, e muito feliz pela escolha que fiz.
    Agradeço sempre o Eduardo pela paciência e dedicação em responder cada e-mail meu, em atender cada ligação, e me ajudar em tudo que precisei sem nunca ter pedido nada em troca. E destaco também a sua boa vontade, sua educação exemplar e o seu bom humor característico.
    Quando você faz o ajuste do seu equipamento para as condições típicas de sua audição, é como tirar um cobertor que envolvia as caixas. O som brota com um realismo e um nível de detalhamento que você fica impressionado e não volta mais ao que era. Já fiz a experiência de colocar o sistema em modo flat algumas vezes e é como você tirar um sapato confortável que te serve e colocar um apertado que te incomoda.
    Vejo audiófilos discutindo detalhes insignificantes de seus sistemas de som, e ao mesmo tempo desprezar aquilo que realmente faz a maior diferença. Não sabem o que estão perdendo.
    Quanto à questão do vinil, meus amigos sabem o quanto sempre fui defensor do formato, torcendo sempre os ouvidos… ops… o nariz para qualquer coisa que tivesse passado por alguma etapa digital.
    Não sei se foi por conta do ajuste que fiz no meu equipamento, mas vivo uma situação parecida com a do colega que deu seu depoimento aqui, e estou preferindo mais o digital. Um detalhe que você percebe (pelo menos no meu caso) e que o colega não citou aqui, é que depois de ajustado o equipamento, os níveis de ruído são mais perceptíveis, e no caso do vinil hoje me incomodam bastante. Além disso, o digital passou a me parecer mais natural, como notou o colega, com graves e agudos mais realistas.
    Não tenho um super equipamento de vinil, mas meu toda-discos de vinil da Rega custou R$ 18 mil na época e mais R$ 6.200 da cápsula, com o dólar baixo da época, e meu player de CD, na verdade um player universal da Marantz me custou menos 1/3 disso !!
    Meu próximo upgrade agora vai ser num bom e moderno DAC, e acho que vou ter outra boa surpresa.

    Eduardo, sei que não deve ser fácil conciliar tantas coisas que eu sei que você faz, ainda mais administrando tantas frentes profissionais, mas você faz falta para a nossa comunidade. O Hi-Fi Planet é uma fonte de informação bastante importante para nós e torço para que novas matérias ganhem corpo do conhecimento e da coerência que lhe são típicas.

    Parabéns pelos artigos postados, e muito sucesso pra você.

  5. Olá Márcio

    Obrigado pelas considerações e pelo depoimento.

    A maior percepção dos ruídos se deve a maior quantidade de informação que a customização do sistema passa a oferecer. Parte desse ruído fica numa faixa de audição que realmente é bastante crítica, e uma das mais comprometidas com o passar do tempo. Os agudos também ressaltam mais as diferenças também em função disso.

    Talvez por isso tenhamos que ter cuidado ao achar que existe um “saudosismo” por parte dos apreciadores de vinil, normalmente um grupo que já passou dos 40 anos, e entender que na verdade pode existir apenas uma limitação natural que cria uma restrição ao pleno aproveitamento dos sons criados pela música.

    Abraço

    Eduardo

  6. Excelente depoimento !
    Acredito que as suas impressões refletem com precisão as suas experiências.
    Eu estive na sala de som do Eduardo, a antiga, não a atual. Na época ele ainda estava desenvolvendo a ideia do ajuste personalizado, então ouvi o sistema sem ajustes.
    Eu vinha recentemente de uma audição de dois modelos de caixas, a Dynaudio C4 e a Focal Utopia, esta última que já passou dos 300 mil reais aqui, se não me engano.
    As duas perderam qualquer graça depois que ouvi as famosas caixas do Eduardo tocando.
    Elas são realmente fantásticas, e a montagem delas é algo impressionante. Concordo com você. E o pessoal sabe o quanto eu sou exigente e crítico nesta área.

  7. Como vai Eduardo?
    Gostaria de lhe dar os parabéns pelo elevado nível de qualidade de informações do seu blog que tem ajudado muitas pessoas e inclusive a mim a tomar decisões mais acertadas para montar e atualizar o sistema de som.
    Com as suas orientações temos conseguido resultados mais interessantes e com menor custos de investimento, e acho que só temos que agradecer a sua bondade em nos oferecer esses benefícios de forma gratuita.

    Li com muita atenção do depoimento do colega com as experiências que ele viveu com a sua ajuda, e também agradeço ao colega por compartilhar os seus resultados. Não é a primeira vez que vejo algum colega relatando resultados similares. Eu coloquei um equalizador no meu sistema apenas para fazer um teste buscando pelo menos corrigir algumas limitações auditivas que eu sei que tenho. Sei que o ideal é fazer um teste auditivo para determinar a melhor curva de correção, mas inda não tive a oportunidade de fazer este teste. Mas mesmo assim seguindo a sugestão que você me passou um dia por e-mail, talvez nem se lembre mais porque você deve receber muitas consultas, eu deixei o sistema equalizado por 15 dias. Confesso que no começo estranhei um pouco e fiquei incomodado com as primeiras impressões, mas hoje não consigo voltar mais ao que era. Percebo que quando coloco em flat o som perde muita informação, mesmo se distanciando da reprodução natural ao vivo.
    Ainda vou seguir a receitinha de bolo de acordo com as suas orientações e fazer a coisa certa para buscar o melhor ajuste, mas por enquanto vai ficando assim.

    Mas, a verdadeira razão deste contato é que refleti muito sobre esse depoimento do colega e juntei com outras informações que eu já tinha daqui.
    E o que mais me chamou a atenção foi a experiência do colega com a comparação da reprodução de discos de vinil comparado com os discos digitais.
    Eu sempre fui como muitos são apaixonado pelo vinil e defensor do som analógico, mesmo sabendo que na verdade hoje em dia tudo tem manipulação digital. Não sou contra o digital. Nunca achei o digital ruim, apenas preferi sempre o vinil.
    Porém de algum tempo para cá tenho conhecido alguns sistemas de amigos baseado em fontes digitais com resultados bem interessantes. Já investi bastante em toca discos, pré e muitas cápsulas. Tenho uma coleção de cápsulas de todas as marcas, e eu mesmo faço os ajustes com o maior cuidado do mundo.
    Mas tenho vistos alguns sistemas digitais de valor muito menor que o meu conjunto de toca discos e pré que tem me surpreendido.
    Recentemente conheci um sistema cuja fonte era um mini PC e um DAC do tipo pendrive, e uau! que impressionante. Som limpo, detalhado, rico de informações e muito agradável e musical. Entre equipamento (PC, DAC, cabos, etc) e software o colega gastou menos de R$ 10 mil reais. Tenho uma cápsula aqui que com essa subida de dólar custa bem mais do que isso e não extrai a mesma informação tão rica.

    Desta forma, e acompanhando o depoimento do colega aqui, eu gostaria de saber qual o sistema que vocês compararam na sua sala, tanto de digital como de vinil. O texto não fala isso, e acho que seria legal ter esse parâmetro. Entendo que mais importante do que tudo isso é a customização do sistema como você faz, para ter realmente a certeza que os ouvidos não vão limitar a experiência e influenciar os resultados. Mas, mesmo assim, eu gostaria de ter uma ideia de formação de componentes que você usou.
    A comparação na casa dele até que ficou meio explicada, mas eu queria conhecer o seu sistea, pois sei que você é bastante criterioso e sempre está tirando o melhor dele.

    Desculpe o comentário extenso e o pedido que fiz que não sei se pode lhe causar algum tipo e transtorno já que você tem deixado bem claro que tem evitado divulgar marcas e buscado maior privacidade da sua vida e do seu sistema.

    Já antecipo os meus agradecimentos e te desejo tudo de melhor. Você é conhecido por todos nós pela sua generosidade, simpatia, conhecimento e honestidade, e merece nosso reconhecimento e agradecimento.

    Um forte abraço.

    Giomar

  8. Caro Giomar

    Na minha casa foram duas visitas.
    Na primeira eu estava com um toca-discos de vinil de um amigo instalado no meu rack. Ele me trouxe para trocar a cápsula de outro toca-discos que ele tinha para um novo que ele havia acabado de comprar. A cápsula era nova, recém adquirida e ele queria mantê-la no novo toca-discos.
    Eu confesso que não sei ajustar toca-discos. É um amigo que ajusta tudo para mim. E pedi para esse amigo quando ele pudesse vir em casa fazer isso. Ele até que veio rápido, mas o dono do toca-discos acabou demorando quase 3 meses para retirar os aparelhos pois demorou para voltar aqui para a região, e me permitiu ir utilizando o toca-discos dele. Eu nem usei muito, prefiro o digital.
    Mas no dia da primeira visita ele estava montado e operando.

    Nós retiramos a cápsula de um Michell Girodec que ele tinha (e odiava porque só dava problemas), e colocamos a cápsula num Clearaudio Innovation (não lembro o modelo desta série) que ele acabara de comprar. A cápsula era fabricada pela Clearaudio também, mas não me recordo o modelo agora, mas lembro que ele pagou muito caro nela.
    O pré de fono que ele trouxe era um Rega, também não me recordo do modelo, mas era muito bom.
    Na segunda visita já foi com o meu toca-discos da Pro-ject atual e pré Cambridge, com cápsula ainda 2M Red (atualmente com a 2M Bronze revesando alguns testes com uma Audio Technica AT-OC9XSH que comprei recentemente. A 2M Bronze foi testada com a agulha da 2M Black que comprei (já que compartilham da mesma cápsula), mas eu não gostei do resultado.

    O sistema digital é composto por um arsenal mais complexo. São 2 fontes, um player da Marantz DV-7001 que é o meu xodó, usado para SACD e multicanal (exclusivo para áudio), e que recebeu algumas modificações sugeridas por um técnico da própria Marantz. E tenho dois Cambridge 751BD, um exclusivo para vídeo, e outro preparado para uso exclusivo em áudio dois canais. O 751BD está conectado num DAC da Musical Fidelity, o M1-DAC, amplamente modificado com recomendações de uma empresa muito séria do ramo, e ainda conectado ao DSPeaker Anti-Mode 2.0 para as correções da curva de operação para adequação aos meus ouvidos.

    O restante, comum aos dois sistemas, é formado pelo pré Cambridge 840E, e dois amplificadores de potência também da Cambridge, trabalhando cada um em mono, o 840W.
    As caixas são da B&W para o HT, e para o sistema estéreo utilizo as caixas que eu construí, que também trabalham em conjunto para áudio multicanal quando assim quero.

    A sala do amigo que me visitou possui um sistema muito, mas muito mais sofisticado, mas que não estou autorizado a divulgar.

    Na minha sala realmente as caixas fazem muito diferença. Foram construídas sem qualquer limite de verba ou de solução técnica, depois de testar muitas caixas de renome que não me agradaram. E a compatibilização da curva de audição com o meu sistema também é peça chave para qualquer comparação.
    É praticamente impossível fazer qualquer comparação entre, principalmente, vinil e digital sem ajustar o sistema para os ouvidos, e esse é o grande erro do usuário hoje, sempre buscar comparar com o som “ao vivo”, que na verdade de “ao vivo” não tem nada, porque uma parte dele é morta pelos nossos desvios auditivos.
    Também é preciso “preparar” o sistema para conseguir explorar as qualidades do digital, principalmente de alta-resolução, senão também qualquer comparação se perde. O digital tem muito a oferecer na faixa de agudos e graves baixos (extensão e precisão), em velocidade, palco e dinâmica, mas tem que haver um preparo par isso.

    Mas, veja, existem duas comparações, uma entre o digital e o analógico, e outra entre o vinil e o CD, esta última há muito tempo superada na minha opinião.
    O cuidado com as gravações é importante, porque já vi gente comparando CD mal gravado com vinil bem gravado, e o contrário também. Desta forma não se chega a qualquer conclusão. Eu vejo estas comparações que fazem por aí e fico tentando entender onde querem chegar se sequer os ouvidos estão aptos a identificar as diferenças por não estar o sistema ajustado a eles.
    O que eu fiz foi adequar todo o sistema para explorar tudo que o digital pode oferecer a mais, o que ninguém faz. Todo mundo acha que melhorar o sistema digital é fazer upgrades de equipamentos, e isso é um grande erro (os comerciantes e fabricantes agradecem esse equívoco). Você pode tirar um resultado de altíssimo nível de um player de entrada da Marantz, por exemplo, e um péssimo resultado de um sofisticado player de altíssimo nível, o que é muito mais comum de acontecer.

    Espero ter respondido à sua pergunta, porque mais do que isso vou abrir um buraco no teclado… kkkk….

    Abração

    Eduardo

  9. Eduardo, obrigado pela resposta.
    Sim, esclareceu perfeitamente a minha curiosidade.

    Se eu puder te incomodar mais um pouco, gostaria de saber um pouco mais sobre essas modificações feitas em seu M1-DAC. Já ouvi dizer que realmente é outro equipamento com alguns MODs.
    Quem faz esse trabalho? Quanto custa? O que muda em termos técnicos e em resultados audíveis?
    Eu queria conhecer melhor o potencial do digital para a decisão que estou tomando de me atualizar tecnologicamente, mas eu queria fazer isso certo. Como você comentou, eu já vi sistemas bem sofisticados e não gostei do resultado do digital, mas tenho visto alguns sistemas de digital mais simples que colocam o vinil contra a parede. Eu queria entender o porque disso.

    Muito obrigado
    Um forte abraço.

    Giomar

  10. Olá Giomar

    Você me deu uma sugestão interessante para uma nova publicação.
    Aguarde !!!

    Abraço

    Eduardo

  11. Parabéns Eduardo por ter voltado com o blog, ficamos com saudades. Estou neste exato momento em obras, construindo minha casa. A sala dedicada com a ante-sala foi separada. Qualquer dia desses te pertubo no whatsapp. Obrigado pela ajuda. OBS.: Se fosse para chutar quem escreveu o relato, pelas características peculiares q colocou no texto eu chutaria Gilmar Mendes…

  12. Ola Rafael,

    Obrigado pela participação.
    Eu também “chutaria” o Gilmar Mendes… kkkkk…..
    Abraços
    Eduardo

  13. Parabéns pelo belíssimo trabalho em prol do hobby. Você e o Leonardo do Mind The Headphone são, sem dúvidas, dois dos audiófilos mais concientes destas terras tupiniquins. Uma pergunta: poderia elencar alguns modelos de caixas indicadas para um sistema digital, nas diferentes faixas de preço? Consideremos uma sala de 45m2.

  14. Olá William

    Obrigado pelas palavras tão gentis.
    O Leonardo é um grande representante do moderno universo audiófilo, hobby este que ficou muito tempo apoiado em conceitos ultrapassados e em taboos absurdos.
    A tecnologia mudou, o entendimento sobre ouvir música também sofreu mudanças, e hoje temos uma nova realidade que, infelizmente, muitos ainda resistem em aceitá-la.

    45m2 é uma sala grande, merece caixas torres de peso e com boa extensão de graves.
    Fuja de caixas bookshelves. Outro dia li um comentário dizendo que essas caixas evoluíram muito, e que possuem uma extensão de graves que impressionam numa sala grande.
    Até hoje eu não ouvi uma caixa que seja realmente capaz de fazer isso. Fabricantes cada vez mais criam um reforço nas baixas frequências para fazer com que caixas com pouca capacidade de deslocamento de ar pareçam ter resposta extensa de graves, mas esses graves soam falsos, sem naturalidade e com elevada distorção.
    Aposte em caixas com generosos falantes de graves, de 10 a 12 polegadas se quiser “encher” toda a sala. Se for usar a sala para compartilhar um sistema de home-theater, poderá até dispensar o subwoofer dependendo das caixas que escolher. É o caso da minha sala.

    Sua sala é retangular? Você pode ainda criar um espaço menor nessa sala, dividindo o comprimento em dois e fazendo um cantinho mais “íntimo” para seu sistema de som. Desta forma, pode simplificar um pouco o sistema, mas, eu usaria a sala toda, porque o resultado obtido numa sala maior é incrível. Você pode afastar as caixas das paredes de fundo e criar um palco sonoro extenso e bastante realista, e também obter um melhor controle de graves e melhor condição acústica.

    Eu gosto muito das caixas B&W. Sempre fui fã da marca. Mas, também me impressiono bastante com a qualidade das caixas Monitor Audio. Eu começaria por estas duas, mas daria chance para ouvir outras para ver como se adaptam ao seu gosto. Mas, tenha sempre em mente que a sua sala é grande, e ouvir um sistema na maioria das salas de lojas, que costumam ser pequenas, pode não te fornecer uma experiência similar àquela que ouvirá em sua sala.
    Cuidado com as demonstrações. Leve os seus discos. Se o vendedor quiser colocar um disco dele para demonstração, recuse imediatamente, mesmo que isso pareça mal educado.
    Comerciantes escolhem discos para causar efeitos que impressionam num primeiro momento, mas que nada tem a ver com a realidade do que ouvimos.
    Cuidado com o empurra-empurra de acessórios inúteis e cabos “especiais”.

    E, por último, faça o mais importante: um exame audiométrico. Conheça a sua curva auditiva e adeque o som para ela. Só assim você terá a certeza de estar ouvindo as coisas do modo que elas são.

    Boa sorte.

    Abraços

    Eduardo

  15. O depoimento resume o meu sentimento após Lê-lo por completo: óbvio e surpreendente rs

    Como um cabo RCA consegue passar mais dados e com menor interferência do que um cabo HDMI? Como um disco gravado há 30 anos atrás terá maior qualidade e mais informações do que um CD?
    Sei que o conceito passado no depoimento não foi este, mas eram dúvidas que eu tinha que foram sanadas durante a leitura.

    Equalizar o sistema para o seu ouvido é, novamente, óbvio e genial ao mesmo tempo! E o exemplo citado do óculos explica muito bem isso: De que adianta ter o óculos mais caro do mundo se ele não atender o grau que você precisa? É muito bom saber que temos pessoas como você aqui pela nossa terra =)

    Sempre tive paixão por música, mas também um baixo orçamento para investir rs
    A minha pergunta é: Dada toda a sua experiência nesse mundo de áudio, o que você considera um orçamento mínimo para conseguir atingir um sistema de qualidade?

    Agradeço pela atenção e parabéns pela sua caminhada, e por todo o seu estudo!

    Abraços

  16. Depois de ler este depoimento, algumas coisas que eu sabia sobre o mundo do áudio caíram por terra. Eu me considero uma pessoa mente aberta, odeio ficar na mesmice, busco sempre melhorar em todos os aspectos da minha vida, eu procuro chegar o mais próximo possível da perfeição, e não é diferente se tratando do áudio. Uma das coisas que eu já escutava era que você deve calibrar seu sistema para que ele responda às frequências de forma que o som soe plano para os seus ouvidos, porém eu nunca levei isso muito a sério, pois os artigos e vídeos que eu lia e via falando sobre as “target curves”, diziam que elas são baseadas em resultados de testes colhidos de várias pessoas, e alguns também são baseadas na preferência da pessoa, ou seja, o resultado final é uma curva que representa uma média de como o ouvido de um grupo escuta e que ainda contém alterações com base nas preferência de cada um (maior ou menor quantidade de graves, de agudos, etc.), e não dá pra confiar numa média, isso não diz sobre como eu escuto o mundo, então por isso eu nunca dei importância a esse tema, para mim um sistema bem calibrado tem que responder plano, sem nenhuma compensação para mais ou para menos em nenhuma frequência. Depois de ler este artigo, passo a levar mais a sério essa questão, mas não me baseando em médias, e sim, me baseando no meu ouvido, na forma como eu escuto o mundo.

    Agora fugindo um pouquinho do assunto, eu vou ser sincero com você… Quando falam comigo que para aproveitar ao máximo o seu sistema é recomendável ter uma sala tratada, tem que fazer blindagem em cabos e mais outras soluções técnicas do tipo, eu confesso que dá uma preguiça, pois eu quero sim extrair o máximo do meu sistema, mas eu também não quero chegar nesse ponto. Respeito e admiro quem se dedica até esse ponto para extrair o máximo do seu sistema, mas para mim, isso já é demais, deixo isso para quem gosta de levar o hobby mais à sério (risos).

    Eu considero esse site como “a resposta para todas as dúvidas que eu tinha sobre o mundo da audiofilia que ninguém sabia me responder”, e você não tem ideia do quanto isso me deixa mais aliviado, pois agora eu sei onde encontrar as respostas para as minhas dúvidas.

    Obrigado, Eduardo, por compartilhar todo seu conhecimento para nós, e o melhor, de graça e sem influência de nenhuma marca ou empresa! Deixo também meu agradecimento para o autor deste depoimento, seu depoimento foi um divisor de águas para mim, eu passarei a enxergar o mundo da audiofilia com outros olhos à partir disso, ou melhor, passarei à escutar com outros ouvidos (risos).

  17. Olá Thiago
    Estive afastado do site por um curto espaço de tempo em função do trabalho, que nesta época do ano aperta bastante para mim. Peço desculpas pela demora em te responder.

    Infelizmente nesse universo do áudio de alta-fidelidade, temos mais gente envolvida com publicações (com seus rabos presos com anunciantes), com lojas, fabricação, etc… e pouca gente realmente interessada em compartilhar informações sérias sem interesses comerciais próprios. Isso coloca o áudio num emaranhado de informações confusas, contraditórias e contaminadas por estes interesses pessoais.
    Tento manter a imparcialidade do site e evitar qualquer interferência de anunciantes e patrocinadores, sequer dos anúncios do Google, que hoje infestam todo e qualquer site que visitemos. Agrademo muito as suas palavras, que para mim são um incentivo para continuar mantendo este espaço.
    Abraço
    Eduardo

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