Temperatura e Umidade – Pequenos Detalhes, Grandes Mudanças

Como a temperatura e a umidade de um ambiente podem afetar o desempenho de um sistema de som de alta-fidelidade?

Por: Eduardo Martins

 

1. Introdução

Muitas vezes o audiófilo investe muito tempo e dinheiro em soluções pouco ou nada úteis, movido pelas muitas bobagens criadas pelo mercado de áudio que cria ilusões que são vendidas muito caras, mas, algumas providências realmente efetivas para fazer com que um sistema de som forneça a sua máxima capacidade em fidelidade de áudio são simplesmente abandonadas ou ignoradas pela maioria da comunidade audiófila.

Quando eu falo em sistema de som, é importante ressaltar mais uma vez que não me refiro somente aos equipamentos, mas incluo a sala (e sua interação acústica), a instalação elétrica e tudo aquilo que possa interferir no desempenho de um sistema de som de alto nível (até os nossos ouvidos). E, acreditem, pequenos detalhes de grande importância fazem muito mais diferença nos resultados do que trocar um equipamento ou um acessório por outro muito mais caro.
Mesmo equipamentos de som sofisticados, intitulados (muitas vezes de forma distorcida) de “high-end“, não conseguem apresentar um bom resultado quando alguns fatores importantes são desprezados.
Vou relatar aqui apenas um exemplo mais recente e que me motivou a escrever este artigo.¹

No final do ano passado, visitei um audiófilo que já havia me queixado de sua decepção com o seu sistema de som, de elevada qualidade e preço.
Ele afirmava que o seu sistema algumas vezes lhe causava muita “fadiga auditiva”², um termo inadequado para expressar uma reação de nosso cérebro com arranjos de sons que lhe incomodam.
Ao ligar o seu sistema e colocar um disco para tocar, o som me pareceu muito agradável, correto e próximo ao meu gosto (nossos sistemas auditivos são diferentes, e o que é perfeito para um indivíduo não necessariamente é para outro). Medi os níveis de distorção e o espectro de frequências, e tudo estava dentro do aceitável.
Ficamos ali ouvindo música e conversando, quando num certo momento, depois de uma hora com os equipamentos funcionando, percebi que realmente a qualidade do som havia se alterado um pouco. Depois de duas horas já era possível sentir uma deterioração sensível do som.
Confesso que percebo isso na maioria dos sistemas que já conheci, mas poucos conseguem identificar essa deterioração. O colega em questão tem ouvidos bem treinados e percebia a mudança.
Diante disso, realizei nova medição da distorção, e constatei que ela havia aumentado muito, atingindo uma faixa já inaceitável para os meus critérios.
Eu já desconfiei das causas, comuns em quase todos os sistemas de som.
Os equipamentos ficavam instalados numa estante na sala, em prateleiras até bem espaçosas, mas, isso ainda não era o ideal.
Era um dia quente, e o seu amplificador apresentava bastante aquecimento. Ele argumentou tratar-se de um modelo “Classe A”, e que achava isso normal.
Pedi um ventilador emprestado para o colega e afastamos o amplificador do fundo da estante, colocando, ainda, calços sob seus pés para erguê-lo mais um pouco. Em seguida, improvisamos  o ventilador de tal forma que o seu fluxo de ar atravessasse pelas laterais do amplificador, e pelas partes superior e inferior.
Menos de trinta minutos foram necessários para que o som recuperasse a qualidade inicial com a redução dos níveis de distorção.

Há muitos anos eu já tinha vivido a minha própria experiência neste sentido. Na época, o meu amplificador Creek, depois de algum tempo ligado, apresentava agudos mais estridentes e isso me incomodava um pouco. Naquela oportunidade, os costumeiros curiosos de plantão culparam os tweeters das minhas caixas B&W, que segundo eles muitas vezes se mostravam mesmo estridentes. Mas, isso não me convenceu, pois na Europa aquelas caixas eram referência de qualidade nos agudos. Alguns sugeriram trocas de cabos, que também não proporcionaram nenhum resultado real, quando muito atenuando um pouco os agudos e camuflando ligeiramente o problema.
Foi depois de muitas pesquisas que acabei concluindo que a temperatura do amplificador era a causa do problema. Mesmo instalado em um local bastante generoso em termos de espaço, a ventilação natural não era suficiente.
É importante lembrar que o resfriamento nestes casos ocorre pela dissipação de calor proveniente dos componentes eletrônicos internos através de aberturas no gabinete do aparelho, que fazem a troca desse calor com o meio externo. Muito diferente de um sistema de ventilação forçada, como possuem alguns amplificadores. Vejam que até hoje muitos players de discos de áudio e vídeo dispõem de ventoinhas internas para garantirem o seu pleno funcionamento. Mas, ainda nestes casos, isso seria suficiente?

Quem tem conhecimento em projetos eletrônicos sabe que os fabricantes de equipamentos de áudio, vídeo e outros sempre se preocupam com a temperatura dos componentes que fazem parte do circuito. Dissipadores de calor são utilizados principalmente em componentes de alta potência como transistores de saída e de fonte, alguns circuitos integrados e outros elementos que apresentam aquecimento elevado (já vi até diodos semicondutores e transformadores receberem esse tratamento). Os objetivos destes cuidados são vários: fazer com que os componentes não se queimem pelo excesso de calor, aumentar a vida útil destes e dos demais componentes instalados dentro do gabinete, reduzir falhas, prolongar as características dos componentes que se alteram muito com o tempo quando muito aquecidos, mas também fazer com que o equipamento funcione dentro de sua melhor faixa de trabalho, muitas vezes definida pelo projetista. Ou seja, o projetista sabe que o seu equipamento vai aquecer, e assim define melhor os seus ajustes para que nessas condições ele apresente o seu melhor desempenho.
Sendo assim, o ideal é que o equipamento trabalhe nesta faixa de temperatura de projeto, preferencialmente mais frio, mas nunca mais quente. O desempenho piora muito mais quando o equipamento está sobreaquecido do que quando está mais frio do que a temperatura ideal de trabalho. As curvas características dos componentes definem isso.

O fato é que, quando instalei um ventilador atrás do meu amplificador da Creek, não experimentei mais qualquer incômodo com os agudos. Havia, nesta faixa de altas frequências, uma distorção alta por conta do aquecimento elevado dos componentes do amplificador.
Costumo sempre recomendar que os equipamentos sejam instalados fora da sala de audição (não existe ainda nenhum dispositivo que elimine as vibrações “aéreas” provocadas pelos sons gerados pelas caixas acústicas), em um rack com prateleiras bem espaçadas, com os equipamentos elevados das prateleiras, com ventilação forçada, e com temperatura e umidade controladas.
A maioria dos audiófilos não imagina a diferença que estas providências fazem. Gastam fortunas em cabos e acessórios inúteis, mas instalam seus equipamentos em racks ou estantes colocadas entre as caixas acústicas ou em cantos da sala onde a energia dos graves reforçam as vibrações, e não se preocupam com a temperatura e a umidade do ambiente. Seus sistemas, nestas condições, jamais conseguirão apresentar o melhor desempenho.

Mas, alguém pode me perguntar: devo me preocupar com a umidade? Componentes eletrônicos sofrem com umidade? Depois de aquecido, a umidade não é dissipada? Sim, sim e sim.
Vejamos, quando ligados, a maioria dos equipamentos geram quantidade de calor suficiente para dissipar a sua umidade interna e, portanto, operar sem a presença de umidade.
Mas, saibam que essa umidade é muitas vezes condensada, e alguns manuais de players até alertam que a leitura de discos pode se tornar impossível nestas condições, justamente pela condensação de umidade na lente de leitura do canhão de laser. Imagine, agora, o que mais essa umidade pode fazer ao restante do circuito.
Componentes eletrônicos e elétricos possuem recomendações quanto à sua estocagem, e umidade é um dos parâmetros a serem observados. Portanto, a umidade também pode provocar danos aos componentes, principalmente em chaves e conectores. Contatos de interruptores (dos botões dos equipamentos) e dos seus conectores internos e externos são prejudicados com o tempo.
Sabe aquele problema de mau contato no seu aparelho (quem tem ou teve um Creek 5053SE que usa aqueles cabinhos com conectores internos conhece bem isso) que faz com que o som sofra variações de volume e até suma algumas vezes? Ele é o menor dos seus problemas. A oxidação dos contatos pela umidade e os danos que ela causa nos componentes são muitas vezes “silenciosos”, mas “silenciosos” no sentido de aumentarem gradualmente sem chamarem muito a atenção (mas muito perceptíveis pelo audiófilo mais atento e experimentado).

Saiba que a umidade é prejudicial não só aos equipamentos da sua estante , mas também às suas caixas acústicas. Sim, a maioria (digamos 99,9%) dos audiófilos desconhecem as interferências da temperatura ambiente e da umidade em suas caixas acústicas. A rigidez dos cones dos alto-falantes de uma caixa acústica e a mobilidade destes cones (inclusive os domos e as fitas dos tweeters) são bastante afetadas em razão destas variáveis e, acreditem, a diferença é muito significativa.
Curiosamente, os audiófilos ignoram estes problemas. Parece haver muito mais emoção em comprar, desembalar e instalar um novo cabinho que vai lhe proporcionar pouca ou nenhuma diferença no som (diferença esta muitas vezes discutível), do que dar atenção ao que realmente interfere intensamente no resultado final.
Poderíamos enriquecer ainda mais o tema falando do aterramento de caixas acústicas, da blindagem de seus divisores de frequência e do arranjo dos seus cabos de ligação em tubos de cobre, etc…, mas isso ficará para outra oportunidade.

 

2. Soluções para o controle da temperatura e da umidade

OK, entendemos agora como os níveis de temperatura e de umidade são importantes para o nosso sistema de som (não nos esqueçamos do pó… mas… fica também para outra oportunidade…), mas, o que devemos fazer então para controlá-los?

Se até agora falamos em problemas, a boa notícia é que temos soluções para eles.
Podemos separar os problemas da seguinte forma:
a) Temperatura dos equipamentos
b) Temperatura da sala
c) Umidade do ambiente
Vamos às sugestões:

a) Temperatura dos equipamentos

Apesar de ser projetado para funcionar numa ampla faixa de temperaturas, é na sua temperatura ideal que um aparelho fornece o seu melhor desempenho, e como estamos falando de extrair sempre o melhor de cada elo do sistema, faz sentido conhecermos a temperatura ideal dos equipamentos e mantê-los nesta condição.
Mas, qual a temperatura de trabalho ideal de cada equipamento?
Essa é uma resposta difícil, pois sabendo que componentes eletrônicos como transistores, capacitores e tantos outros variam as suas características em função da temperatura, os fabricantes ajustam o equipamento para uma condição “normal” de trabalho, e esta condição pode mudar caso a caso.
Mas, podemos levar em consideração alguns pontos para compreendermos melhor esta situação.

Componentes eletrônicos são mais estáveis em temperaturas mais baixas. Ruído, principalmente em semicondutores, se eleva bastante com o calor, já a capacitância e a corrente de fuga em capacitores, principalmente eletrolíticos, também se alteram de forma mais prejudicial em altas temperaturas. Portanto, a queda de desempenho de um equipamento não está associada somente à temperatura de trabalho mais elevada adotada num projeto, mas também à uma condição de trabalho menos desejada de seus componentes.
Além disso, é preciso lembrar que, mesmo suportando uma temperatura de funcionamento mais elevada, os componentes se deterioram muito mais rapidamente nestas condições do que em temperaturas mais baixas, e isso ocorre muitas vezes gradualmente, fazendo com que o usuário não sinta uma diferença imediata ou mesmo em nenhum momento, já que ele vai se acostumando com estas variações. Portanto, a velha máxima de que certos equipamentos devem trabalhar quentes, pois foram projetados para operar normalmente nestas condições, não é assim tão verdadeira.

Conversando recentemente com alguns engenheiros da Marantz e da Krell, eles foram unânimes em me afirmar que o ideal é trabalhar na condição mais fria possível, e explicam o por que:
os componentes eletrônicos que mais aquecem, principalmente transistores, devem funcionar sempre com uma temperatura mais baixa. Para tanto, são utilizados dissipadores de calor que são formados por perfis bem complexos, normalmente em alumínio, que tem a função de aumentar a área de dissipação térmica dos componentes. Assim, cada componente vai trocar temperatura com o dissipador, e este com o ar externo. Numa condição ideal, a troca de temperatura do dissipador com o ar é máxima, e os componentes operam assim numa temperatura muito baixa.
Na prática, por uma série de fatores, essa máxima transferência de temperatura entre os dissipadores e o ar não ocorre como desejaríamos, e boa parte do calor ainda é mantida nos componentes. E, além disso, a temperatura ao redor dos dissipadores é bastante elevada e acaba transferida para os demais componentes.
Estes fabricantes informam que os seus equipamentos são ajustados em bancada, e não em estantes. As distâncias livres mínimas exigidas dos equipamentos são informadas para permitir o mínimo de ventilação necessária, mas a condição ideal de resfriamento normalmente é outra bem diferente. Na opinião destes dois fabricantes, a condição ideal é aquela onde a temperatura ambiente fosse normal, os aparelhos estivessem instalados em local aberto e houvesse uma contínua renovação de ar.

Já os técnicos da Cambridge sugerem que a máxima transferência de calor é o objetivo a ser perseguido, e assim defendem a ventilação forçada, como, por exemplo, a utilização de um ventilador junto aos equipamentos. Confirmo isso, já que utilizo um pré-amplificador e dois powers da Cambridge, e a diferença entre operá-los frios ou quentes é bastante significativa, com melhor separação de canais, maior detalhamento e mais suavidade dos agudos quando ele está mais frio. Normalmente meus amplificadores da Cambridge funcionam levemente mornos com o sistema de ventilação forçada, e bastante quentes sem essa providência.

É preciso lembrar que, principalmente equipamentos europeus, o clima mais frio e seco favorece a sua condição de trabalho, bem diferente daquela situação de um país tropical.

Além disso, temos outro agravante, já que a maioria dos aparelhos importados são projetados para funcionar em 110 Volts, e a nossa rede elétrica pode fornecer tensões acima dos 130 volts, como já medi nas tomadas de minha sala. Não adianta reclamar para a companhia de força, eu já fiz isso. Agora, adivinhem o que acontece com essa tensão adicional? Sim gera mais calor do que aquele para o qual o equipamento foi projetado para suportar.

Portanto, para conseguirmos a melhor dissipação térmica com a máxima transferência de calor dos componentes para o ambiente, a ventilação forçada que envolve os equipamentos, passando pelos seus dissipadores de calor externos ou pelas aberturas do seu gabinete, apresenta-se como uma solução muito bem-vinda.
Para conseguirmos esse resultado, é possível instalar unidades dedicadas de ventilação, como aquela já apresentada aqui no Hi-Fi Planet (Resfrim), utilizar ventiladores e circuladores de ar silenciosos (de marcas confiáveis e com filtros na tomada), ou uma ventilação central (única) com intensa e ampla movimentação de ar.
Inicialmente, eu utilizei a solução do Resfrim para retirar o ar do interior dos equipamentos, e um ventilador para circular o ar ao seu redor. Essa solução foi suficiente, e manteve todo o sistema bem resfriado.

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http://hifiplanet.com.br/blog/resfrim-resfriando-seu-equipamento/

Mais tarde, ainda em minha antiga sala, e agora na nova, adotei a solução do ventilador central.
Trata-se de um ventilador de qualidade industrial, com hélices metálicas (mais finas), e extremamente silencioso. Utilizo, ainda, um variador de velocidade linear, que permite encontrar o ajuste ideal.

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Em destaque, o ventilador que provoca a circulação de ar forçado pelo rack dos equipamentos.

Seu posicionamento permite fazer com que o ar circule por todos os equipamentos, renovando-o em volta do rack também. A saleta dedicada para os equipamentos facilita essa solução. Em muitos casos o Resfrim acaba sendo a única opção viável, mas que também funciona muito bem. Eu diria que o Resfrim sozinho resolve 80% do problema e já oferece bastante tranquilidade. O Resfrim com o ventilador, ou somente o ventilador central (bem instalado) já oferecem 100% de circulação de ar.

Portanto, as soluções aqui apresentadas permitem aumentar a circulação de ar pelos equipamentos, extraindo o calor interno e dissipando-o para o ambiente, evitando que se concentre em torno do rack também.

b) Temperatura da sala

Como já comentamos aqui, os componentes eletrônicos devem trabalhar numa temperatura ambiente adequada.
Desta forma, não adianta extrairmos o calor deles e trocá-lo por uma temperatura ambiente elevada. Da mesma forma, as soluções aqui apresentadas não funcionam para caixas acústicas.

Poucos sabem que alto falantes e divisores de frequência podem aquecer muito e afetar o desempenho das caixas.
Fabricantes de caixas parecem preocupar-se pouco com alguns pontos que mereciam mais cuidado. Normalmente o que fica aparente recebe uma atenção especial, pois isso seduz o comprador que, na grande maioria das vezes, acredita que a aparência justifica o conceito de “high-end”.
Certa vez, comentei numa discussão em um fórum que “high-end” deveria ser o resultado, não as partes (equipamentos e acessórios) isoladas. O resultado final não depende da aparência do equipamento.
Esta afirmação foi copiada posteriormente em outros fóruns e até por uma antiga publicação nacional, o que mostra que, finalmente, o consumidor (o audiófilo também é um consumidor) começa a entender o significado disso.

Os projetistas de caixas acústicas, normalmente, instalam os divisores de frequência no interior do compartimento dos alto falantes das caixas, salvo raras ou caríssimas exceções. Se acertam de um lado, erram do outro. Tirar o divisor de frequências do interior das câmaras dos alto falantes é bem interessante, já que isso elimina muitos problemas que são causados nesta condição. Mas, tanto uma solução como outra normalmente não contemplam a blindagem dos componentes. Manter os divisores em uma caixa blindada e aterrada é uma providência necessária e que oferece um resultado bastante positivo, e em muitos casos a diferença é realmente surpreendente.
No projeto de minhas caixas eu criei um gabinete exclusivo para os divisores, blindado magneticamente para impedir interferências destrutivas de RF, e providenciei saídas de ventilação.
Mas, as saídas de ventilação não são suficientes para proporcionar um controle efetivo da temperatura dos divisores, e é aí que entra essa discussão sobre uma solução para o controle da  temperatura da sala.

Para que o ar quente gerado pelos componentes tenha uma troca ideal de calor com o ambiente, é preciso que o ar do ambiente esteja numa temperatura controlada, e aí não tem jeito, a utilização de condicionadores de ar se faz obrigatória.
Não temos aqui uma solução tão acessível e econômica como aquelas sugeridas na abordagem anterior, pois aparelhos de ar-condicionado silenciosos e de bom desempenho custam caro.
O vendedor sempre virá com um cálculo ou uma tabela, perguntando o volume do ambiente a ser resfriado, quantidade de pessoas, janelas, paredes que recebem sol, etc. Mas, estes cálculos são fornecidos por fabricantes como um ponto de partida para permitir o mínimo desempenho aceitável do equipamento, porém, o ideal é utilizar aparelhos mais potentes. Ambos conseguirão manter a temperatura ideal da sala, pois esta é ajustável no aparelho, mas o segundo conseguirá atingir essa temperatura mais rapidamente, justamente por ter um poder de resfriamento maior.
Se o fabricante lhe sugerir um aparelho de 7.000 BTUs, por exemplo, pense em outro com no mínimo 9.500, 10.000 ou mesmo 12.000 BTUs.
Em salas grandes, pense em algo bem mais potente. Normalmente, quanto mais potente o aparelho, maior o seu ruído. Escolha modelos silenciosos e de boa qualidade. Sei que as opções hoje são poucas, mas tente fugir dos modelos de marcas com origem chinesa. E, cuidado, grandes e tradicionais marcas foram adquiridas pelos chineses, e com isso a qualidade caiu bastante também (exemplo: Springer).
Procure marcas sérias e confiáveis, e dê preferência aos aparelhos split com serpentina de cobre. Deixe a unidade externa condensadora o mais distante possível das janelas da sala e use sempre borrachas para isolar a vibração das paredes ou do forro onde for instalada a unidade.

Para quem utiliza saleta dedicada, existem modelos que possuem uma unidade externa e duas internas, o que facilita bastante o trabalho. Também é possível fazer o ar mais frio da sala principal circular na saleta por meio de interligações entre as duas salas ou exaustores estrategicamente instalados.

É um investimento caro, mas necessário, e tenho a certeza que muitos gastam muito mais do que isso em soluções “mágicas” que fornecem ganhos muito inferiores de resultados.

c) Umidade do ambiente

O controle da umidade do ambiente não é mais uma dessas frescuras do universo audiófilo.

Como eu já demonstrei acima, a umidade é prejudicial para o equipamento e para o seu desempenho. Ela danifica componentes, aumentando, inclusive, a resistência elétrica das conexões e contatos de chaves pela oxidação, e afeta diretamente o desempenho das caixas acústicas. Até salas com projetores sofrem com fungos nas lentes e telas em razão da umidade.
Acreditem, a influência da umidade é muito maior do que muitos imaginam e, mais uma vez, afetam o desempenho de forma muito mais intensa do que cabos elétricos.
Essa preocupação é tão grande que até componentes externos à sala de som são afetados.
Na minha sala atual, até a caixa dedicada de distribuição elétrica e de fusíveis (evite disjuntores) é hermética e possui absorvedor de umidade.

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Indicação em amarelo mostra o absorvedor de umidade para evitar oxidação dos contatos e parafusos, mesmo todos tendo sido banhados a ouro sob encomenda.

A umidade é inimiga dos amplificadores, players de disco, DAC´s externos, cápsulas de toca-discos e muitos outros componentes, e também afeta o funcionamento dos alto falantes das caixas acústicas, alterando substancialmente o seu desempenho e até danificando-os permanentemente.

Eu já utilizei por muito tempo potes especiais para absorção de umidade que montei com generosas quantidades de cloreto de cálcio que eu comprava aos quilos todo mês. Estes potes eram espalhados pela sala em pontos estratégicos, mas o resultado ficou bem abaixo do desejado. É preciso lembrar que o controle da temperatura ambiente também auxilia muito na eliminação da umidade.
Depois de várias tentativas, inclusive utilizando a função de desumidificar do ar-condicionado, cheguei a conclusão que o melhor é utilizar equipamentos específicos para isso. Eles usam tecnologia similar à do ar-condicionado mas apresentam melhor desempenho, e normalmente custam mais caro.

Existem muitos desumidificadores no mercado, mas a maioria é pouco eficiente. Os modelos mais indicados são aqueles que trabalham continuamente, controlando a umidade do ambiente e mantendo-a em condições ideais (em torno de 50%).
Estes aparelhos utilizam compressores, e custam na faixa de R$ 1.800,00 a R$ 4.000,00, dependendo do tamanho do ambiente, da marca e da qualidade dos mesmos.

Desumidificador Plus 1000 da Thermomatic. www.thermomatic.com.br

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Uma solução mais econômica, não tão eficiente e menos prática, seria a utilização de lâmpadas de alta potência espalhadas pelo ambiente.  O problema em aquecer e eliminar a umidade do ambiente com lâmpadas é conseguir controlar com precisão as faixas de temperatura e umidade desejadas. Além disso, temos a questão do consumo elétrico, pois as lâmpadas precisam ficar continuamente ligadas, e como o seu desempenho é baixo, já que devem ser usadas lâmpadas incandescentes para este fim que geram mais calor, o consumo é alto.
Aquecedores de ambiente também fornecem algum resultado interessante, mas caem nas mesmas desvantagens das lâmpadas.

Se a umidade muito elevada é bastante prejudicial ao sistema de som, a baixa também não é recomendada. Ambientes muito secos provocam o ressecamento dos componentes e afetam mais intensamente o desempenho dos alto falantes das caixas acústicas. A faixa de umidade ideal nestas condições é de 50 a 60% (máximo).
Por essa razão, um desumidificador associado a um umidificador, que funcionem continuamente e que monitorem e controlem a umidade, seriam a solução ideal para a nossa aplicação.

 

3. Medidores de temperatura e umidade

Alguns desumidificadores fornecem uma leitura da umidade e da temperatura do ambiente, mas uma monitoração dedicada se mostra interessante quando desejamos ter um domínio maior sobre as condições de nossa sala. Medidores instalados em unidades desumidificadoras podem sofrer interferência pela própria proximidade do equipamento.

Existem no mercado muitas opções para monitorarmos a umidade e a temperatura do ambiente. Eu já utilizei algumas, inclusive de nível profissional para aferir os medidores, já que faço uso destes instrumentos certificados. Certificar um equipamento de medição de temperatura e de umidade do ar não custa caro e inúmeras lojas que vendem instrumentos fazem isso, até fornecendo os instrumentos já aferidos. O ideal é realizar uma aferição a cada doze meses.

Utilizo hoje um instrumento da Digoo, encontrado no ebay. Seu preço é bastante acessível e ele fornece uma boa precisão de leitura. Já vi algumas reclamações sobre a sua precisão, mas elas partem de usuários que não sabem utilizar o instrumento.
Ele pode monitorar simultaneamente até quatro pontos da casa ou de um mesmo ambiente, já que possui sensores remotos sem fio que se comunicam com um painel touch screen que fornece as leituras.

medidor-umidade

Acima, podemos ver o medidor que utilizo. Observe que o canal 1 faz a leitura da sala de som, abaixo à esquerda. Ele pode fazer a leitura de vários ambientes.
Do lado direito, dentro do símbolo da casa, ele mede as condições do ambiente onde está instalado, no caso o meu escritório. Hoje, um dia frio e bastante úmido, é um exemplo dos resultados obtidos com os trabalhos realizados na sala de som. Enquanto no escritório temos uma temperatura de 20,5 graus e uma umidade relativa do ar em 71%, na sala de som temos uma temperatura de 25,2 graus com uma umidade de 55%.

 

4. Conclusão

Controlar as condições ambientais de uma sala de áudio e vídeo é essencial para garantir o pleno desempenho dos componentes do sistema, sua precisão e durabilidade.
Para tanto, é preciso controlar a temperatura interna dos equipamentos e do próprio ambiente externo, além da umidade da sala.
As diferenças no desempenho do sistema são bem notáveis, fazendo com que esse investimento seja mais efetivo do que a troca ou instalação de equipamentos ou acessórios que pouca ou nenhuma vantagem oferecem, e que muitas vezes são vendidos por preços mais caros que as soluções aqui apresentadas.

Se existe uma intenção séria de extrair o melhor desempenho de um sistema, cuide primeiro do ambiente, da sua temperatura e umidade, da instalação elétrica, acústica, etc.
Faça as suas próprias experiências e compartilhe conosco os resultados obtidos. Tenho certeza que irá se surpreender.
Além disso, lembre-se que um ambiente controlado também oferece mais conforto e saúde para você.

 

 

¹. Para mim o áudio de alta-fidelidade é um hobby sério. Assim, procuro aliar o meu conhecimento técnico com as minhas pesquisas e as minhas experiências, buscando, desta forma, as minhas próprias respostas e fugindo dos velhos e ultrapassados conceitos prontos de publicações, comerciantes e “entendidos”, ditados por “verdades distorcidas” que foram divulgadas por anos. Tento compartilhar o que aprendo como forma de disseminar as informações adquiridas, e tentar ajudar outros hobbistas que também buscam extrair o máximo de seus sistemas sem cair nas inúmeras armadilhas do mercado.

 

². Assim como sons musicais agradam ao nosso cérebro, uma infinidade de sons que percebemos todos os dias lhe provoca incômodos, seja pelo seu volume ou pelas suas características harmônicas. Não se trata de uma “fadiga auditiva”, como se costuma dizer no meio audiófilo, pois nossos ouvidos não sofrem de fadiga nestes casos, eles apenas comunicam os sons do meio externo com o nosso cérebro que irá interpretá-los e provocar as sensações que sentimos.
O livro “Música, Cérebro e Êxtase”, de Robert Jourdain, é uma leitura obrigatória para quem quer entender com bastante profundidade como funciona a nossa percepção auditiva, desde a captação dos sons até o seu processamento pelo nosso cérebro.

 

Atualização em 23.06.2018

Recebi um e-mail de um leitor dizendo que o problema dele é o contrário, ou seja, a sala dele é muito seca, e me pergunta se ele pode usar umidificador de ar para estabilizar as condições de ambiente e ter as mesmas vantagens apontadas aqui neste artigo.
Sim, pode e deve. Comentamos isso aqui neste artigo. O importante é manter temperatura e umidade controladas.
Existem excelentes umidificadores de ambiente no mercado, mas cuidado com a escolha dos modelos. Alguns concentram muito a umidade ao seu redor, e isso pode danificar algum objeto mais próximo. Dê preferência aos modelos que fornecem uma nebulização bem difusa, não muito concentrada, e instale o umidificador longe dos objetos da sala.
Novamente, vale aqui a recomendação de monitorar a umidade para ajustá-la adequadamente. Alguns umidificadores fornecem essa medição e controlam a intensidade da umidade, mas vale a mesma observação que fiz para o desumidificador, de fazer a leitura com sensores dedicados e em vários pontos da sala.

 

 

for the serious

20 Comentários

  1. Como vai Eduardo?
    Acompanho com bastante interesse os seus artigos, e continuo me surpreendendo com a qualidade técnica e editorial. Parabéns por mais esta nova contribuição.
    Como sabe, pois já comentei em outra oportunidade, sou engenheiro.
    Sou bastante crítico em relação ao que leio, e por vezes fico horrorizado com tantas bobagens que leio por aí, tanto em sites como em fóruns, e até revistas especializadas, que de especializadas não tem nada, como aquela nacional que foi tarde.
    Nesta abordagem, me surpreendi com a sua capacidade de desenvolver um tema novo, fugindo das velhas abordagens do mercado, e colocá-lo com uma importância fundamental para o pleno desempenho de um equipamento.
    Suas observações sobre o audiófilo gastar muito com bobagens e ignorar coisas realmente importantes são de uma precisão absoluta. Vejo isso constantemente, e chega a desanimar como há uma preocupação exagerada com a troca de equipamentos e a tentativa de salvar o que foi mal feito com cabos depois.
    Acústica, elétrica, vibrações, temperatura e umidade como foi abordado agora, e até comprimento de cabos e outros detalhes são desprezados e fazem toda a diferença.
    A idéia de isolar os equipamentos da sala é algo que acompanhei desde sua participação no antigo fórum, e que copiei na minha sala atual. Sou testemunha da diferença bastante significativa dessa mudança. Ter os equipamentos instalados na mesma sala não é realmente a melhor solução.
    Tenho sempre acompanhado as suas sugestões e obtido sempre um ganho em meu sistema. Economizei muito com as suas dicas.
    Amigos que vem em casa ficam surpresos com a qualidade sonora do meu sistema, e chegam a dizer que meu sistema custou muito caro, ou que uso valvulados de última geração ou isso ou aquilo.
    Quando abro a saleta para lhes mostrar o meu sistema, eles ficam surpresos, e dizem que é simplesmente impossível meu sistema tocar mais do que aqueles que eles pagaram uma fortuna.
    O pior é que não aprendem, e gastam em cabos esotéricos, fusíveis “audio grade”, tomadas “audiófilas” e uma infinidade de itens inúteis. Quando implementam uma de suas dicas publicadas no hi-fi planet, ficam envergonhados de ver o quanto poderia ser ganho em qualidade e ignoravam.
    Mais uma vez, parabéns por este mais novo trabalho. Muito bem escrito e com base técnica de um colega também engenheiro que une conhecimento com prática, as bases de qualquer progresso tecnológico.
    Fiquei curioso com algumas passagens de seu artigo, como os “contatos e parafusos banhados a ouro sob encomenda”. O fornecedor da base de fusíveis e da chave geral atendeu este tipo de solicitação?
    Sobre o comportamento dos alto-falantes em temperaturas diferentes, eu já tinha lido isso em um post que você fez uma vez, e constatei que realmente há uma grande mudança na borracha dos alto-falantes das minhas caixas, que ficam mais duras ou mais macias conforme a temperatura ambiente, e claro que percebo uma mudança nas características sonoras. Já ouvi dizer que é bom passar óleo nestas borrachas para evitar o ressecamento. O senhor concorda com isso?

    Muito obrigado pelas suas contribuições. Um forte abraço.
    Danilo

  2. Parabéns, meu caro mestre. Mais um show de informação que só você é capaz de nos proporcionar.
    Forte abraço meu amigo.
    Emílio – RJ

  3. Olá Danilo,

    Obrigado pelas considerações. Fico contente em saber que tenho ajudado o colega.
    Não, nenhum fornecedor de disjuntores, porta fusíveis, fusíveis, chaves (como esta que uso) disponibilizam a opção com contatos banhados a ouro, que oxidam menos e fornecem uma conexão melhor.

    A chave que uso foi modificada por mim. É uma chave muito bem construída, com base cerâmica (se já não mudou), um sistema de alavanca robusto e com grande precisão e pressão de contato, e outras características bem interessantes para quem, como eu, prefere ter todos os equipamentos desligados da energia quando fora de uso.
    Esta chave vem com elementos fusíveis que devem ser eliminados. Os contatos, parafusos dela, assim como a base dos fusíveis e contatos do mesmo não são fornecidos banhados em outro, mas você pode mandar banhá-los com facilidade.

    Tinha uma moça que trabalhava com jóias que sempre fez esse tipo de trabalho para mim. Ela faleceu num acidente, mas acredito que qualquer pessoa que faça banho em jóias pode lhe fazer isso. Eles fazem uma decapagem e depois o banho, e fica perfeito, mais bem acabado e brilhante do que os conectores e plugs dos cabos hi-end que compramos no mercado, que muitas vezes nem ouro é.
    Além disso, não fica caro, pelo contrário, não dá para entender como fabricantes cobram tão caro um produto só porque ele é banhado a ouro.
    Apenas cuidado com alguns parafusos e roscas, pois o banho pode engrossar um pouco mais a peça do que deveria e dificultar sua montagem depois. Raro acontecer, mas é bom ficar atento.

    Não recomendo passar nenhum produto nas borrachas em volta dos cones dos alto falantes, principalmente a base de petróleo.
    Se você cuidar da umidade e da temperatura, elas vão durar muito.
    Se o seu problema for o contrário, de excesso de umidade, o uso de um umidificador de ambiente é bastante recomendado também.
    Qualquer produto químico aplicado numa borracha pode alterá-la permanentemente e danificá-la para sempre. Eu tinha um amigo que passava silicone na borracha do alto falante dele e ela ficou estufada.
    O ideal é manter os equipamentos nas condições para o qual ele foi projetado, ou seja, de temperatura e umidade.

    Abraços

    Eduardo

  4. Grande Edú !!
    Parabéns por mais essa excelente matéria. Sempre aprendo algo novo por aqui.
    Já vou encomendar o meu Digoo. O modelo do seu é o DG-TH8380 mesmo? É isso? Ele vem com 3 sensores? Estou muito curioso para saber como anda as coisas aqui pela minha sala.
    Outra dúvida, a temperatura ideal seria essa mesmo, em torno de 25ºC com umidade de 55%? Esse é o objetivo?
    Obrigado.

  5. Olá Josito,

    Obrigado pelas considerações.
    O modelo é esse mesmo. Uma dica, compre duas unidades. É bom ter uma reserva e você pode ampliar as medições incluindo outros ambientes da sua casa.

    A umidade recomendada seria em torno de 50 a 60%. Alguns sugerem entre 40 a 70% como algo razoável, mas se você vai controlar, porque não ser mais rigoroso?
    Eu uso um sistema de controle de umidade e temperatura para minhas máquinas e lentes fotográficas, e mantenho uma faixa de 45 a 55% de umidade relativa com uma temperatura média de 21 graus sem nunca ter tido problemas bom bolor nas lentes ou ressecamento de borrachas. Minha região é normalmente úmida.
    Este índice de umidade também é bastante razoável para a nossa saúde.

    Quanto à temperatura, pode ser mais baixa. Meu objetivo é estabilizar em algo perto de 22 ou 23 graus. Mas veja, tudo isso é relativo, por isso a própria umidade é chamada de relativa. Deixe o sistema controlar isso.
    Se você quiser incrementar um pouco mais, pode usar um desumidificador e um umidificador, comandados um umidostato para ligar e desligar cada um quando necessário e se você tiver muitas variações. É isso o que estou testando hoje.
    Mas o medidor é essencial, pois não dá para adivinhar. Não é porque chove que a umidade na sua sala vai aumentar, e quando a chuva parar não significa que a umidade vai diminuir.

    Abração

    Eduardo

  6. Parabéns, Eduardo !
    Outra ótima abordagem de seu blog.
    Como eu disse no meu comentário anterior no artigo do Philips, sua profundidade de conhecimento e a facilidade de desenvolver o tema são exemplares.

    Muito interessante o seu artigo.
    Saiba que essa preocupação existe nos EUA. Algumas lojas que frequento mantém em suas salas de audição controladores de umidade e temperatura.
    Eu achava que isso era para conforto humano, mas um lojista me disse uma vez que era essencial para se obter o melhor desempenho dos equipamentos e com uma argumentação semelhante à sua.
    Ele me comentou que caixas acústicas, principalmente, apresentam sonoridades distintas de acordo com as características do ambiente.
    Vale uma aprofundada neste assunto por parte dos leitores. Recomendo.

    Grande abraço.

  7. Grande mestre Edu,
    Parabéns por esse texto. Excelente.
    Estou sempre de olho em seu primoroso trabalho.
    E grato como sempre.
    Go on velhão.

    Abraço,

    Gilberto

  8. Muito bom.
    Li um artigo sobre essa mesma questão numa das últimas edições da stereophile, umidade x temperatura, mas nem passava perto da profundidade e da competência com que este autor abordou.
    Parabéns.
    Sempre tocando com maestria nos pontos sensíveis do nosso hobby maluco.

  9. Meu caro Gilberto

    Sempre bom encontrá-lo por aqui.
    Obrigado por prestigiar este humilde espaço.

    Abração

  10. Olá Jair

    Obrigado pela participação.
    Leio periodicamente a Stereophile e não vi esse artigo.
    Em qual edição saiu?

    Abração meu caro

  11. Eu já tinha confirmado esse fenômeno no meu sistema, e agora vejo que não estava doido.
    Tudo tem sempre uma explicação científica mas a maioria prefere mesmo é ignorar a ciência.
    Vamos em frente. É disso que precisamos, e não de achismos que é o que mais tem no hi-end.

  12. Um tema bem interessante e tratado com bastante competência.
    Gostaria de incluir apenas uma informação de quem trabalhou com borracha praticamente a vida toda (não sou eu, mas meu irmão), a umidade, por mais estranho que isso pode parecer, pode provocar um efeito parecido com o ressecamento em borrachas, principalmente em alto falantes.
    Com a exposição contínua à umidade, a borracha pode se esfarelar como se estivesse quebradiça, mas isso é decorrente do ataque de mofo ou bolor, que nada mais é do que fungos.
    Eu tive problemas com dois alto falantes da minhas caixas Dynaudio por conta disso, e já soube de vários outros casos iguais ao meu.
    Fica aqui a observação e a minha contribuição para a importância de cuidar bem dos nossos caros brinquedos.
    Gostei muito deste site. Ele aborda muitos temas interessantes e com seriedade.
    Percebo uma dureza nos textos para as pilantragens do mercado de áudio, e acho isso bastante positivo. Passei por muitas situações muito incômodas pela má fé de comerciantes, fabricantes, revistas, sites e fóruns, e hoje sou muito mais cuidadoso com a informação que me chega.
    O Hi-Fi Planet tem sido uma experiência bastante positiva para mim, com informações que tem me ajudado bastante. E o fato de não tem propagandas é um ponto bastante positivo.
    Parabéns aos idealizadores deste site. O Hi-Fi Planet ocupou um espaço vazio que havia neste segmento do áudio hi-end com informações corretas e úteis, e isso sem misturar interesses pessoais que sempre contaminaram outras fontes.
    Muito sucesso a todos e mais uma vez obrigado por nos proporcionar este ótimo espaço.
    Paulinho

  13. Como vai Sr. Eduardo

    Já lhe escrevi uma vez, e elogiar o seu excelente site seria repetir o que eu já disse antes, porém, merecidamente.

    Parabéns por mais este excelente artigo.

    Quero compartilhar contigo o fato de que eu também uso um desumidificador em minha sala, e além de assinar embaixo de tudo o que o Sr. mencionou sobre o assunto, gostaria de acrescentar que em salas tratadas acusticamente os painéis absorvedores, além de absorverem o som, também absorvem muita umidade. Foi essa uma das razões da minha aquisição deste equipamentos. Além disso, já tive que trocar o tecido da minha tela motorizada uma vez por conta do amarelamento causado pela umidade também. A minha localização aqui é complicada…

    Recomendo aos leitores as sugestões do Sr. Eduardo, deixando aqui o meu testemunho da importância do tema.

    Forte abraço a todos e parabéns mais uma vez pelo seu excelente trabalho a frente deste site.

    Fernando Nobre
    Nobre Grill – Recife

  14. Eu perdi os dois tweeters de seda das minhas caixas-acústicas Tannoy por conta da umidade. A umidade chega a desfazer a seda.
    Sempre tive problemas com as conexões oxidadas dos meus equipamentos e cabos. A umidade onde moro é bem forte.
    Eu não sabia que era possível controlar isso, vou pesquisar um desumidificador como sugerido aqui. Sai mais barato que os tweeters.
    Bastante útil essa postagem do Hi-Fi Planet. Sempre aprendo muito por aqui. Obrigado.
    Paz e saúde a todos.

  15. Bom dia Amigos

    Não gosto de deixar de agradecer ou responder aos emails e comentários que recebo, mas vida corrida é assim mesmo.

    Benitto, Paulinho, Fernando e Dagoberto, muito obrigado pela colaboração e pelas gentis palavras.

    Muita paz e saúde para vocês

    Abração

    Eduardo

  16. Olá Eduardo
    Como não podia deixar de ser só lhe posso dar os meus sinceros parabéns por mais um excelente artigo de demonstra bem a forma séria e desinteressada como continua a encarar o audio na sua vida.
    Como já aqui referi aqui em Portugal o audio e o video é tratado de uma forma muito entusiasta e muito profissional, ao nivel do que de melhor existe no Mundo.
    Mas acredite, nunca ninguém o tratou com a objectividade e profundidade com todos os parametros adjacentes ao seu desempenho como o Eduardo.
    Voltando ao tema em questão, o meu amplificador integrado, Roksan Caspian M2, tem ventoinhas internas que são activadas caso a sua temperatura interna ultrapasse os niveis ideais ao seu desempenho.
    Os meus equipamentos estiveram durante algum tempo sobrepostos dois a dois por motivos de falta de espaço para os instalar. Comecei a notar pequenas alterações no espectro sonoro com a consequente alteração na qualidade sonora. Ao separar os componentes num móvel dedicado cada um na sua plataforma com espaço alargado até à plataforma de cima, o seu desempenho voltou a estar ao nivel desejado.
    Isto para dizer que o desempenho dos equipamentos melhorou considerávelmente a partir do momento em que lhes reservámos espaço para respirarem, como foi aqui explicado maravilhosamente.
    Muito Obrigado e aquele abraço.

    José Santa

  17. Meu caro Jose Santa

    Mais uma vez te agradeço pelas suas considerações. São depoimentos como o seu que me motivam a continuar escrevendo.
    Obrigado, também, por contribuir com a sua experiência no assunto.

    Muito obrigado.

    Abraços

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