Relato Sobre a Customização de um Sistema de Som de Alto Nível

Mais uma vez abordo aqui o tema que me levou a escrever uma série de artigos sobre a personalização de um sistema de som de alta qualidade.

Quando amadureci as minhas experiências sobre a adequação de um sistema de som às particularidades auditivas de cada ouvinte, acrescentando relatos de médicos especialistas no assunto e muitos depoimentos de profissionais e entusiastas de som, acabei concluindo a eficácia do método, o que me levou a escrever um artigo em inglês e distribuí-lo para diversas publicações estrangeiras.

Optei por não enviar o artigo para nenhuma publicação nacional, até porque já identifiquei resistências à idéia em formato de críticas ao tema aqui desenvolvido. Confesso que isso era até esperado por mim, diante de tantos interesses pessoais envolvidos e com o atraso de alguns profissionais da área, o que coloca em risco conceitos ultrapassados e metodologias pouco eficazes criadas para tentar dar uma falsa seriedade a métodos pouco científicos de avaliação, repletos de forte dose de uma perigosa subjetividade.

Mas, me surpreendi com a reação das publicações internacionais, que apesar de aprovarem totalmente o método, se mostraram preocupadas com a divulgação da idéia e suas consequências ao mercado audiófilo.

Tenho muito contato com editores e avaliadores de diversas publicações européias e americanas, e eles se mostraram muito animados com a aplicação do método aqui apresentado, comprovados na prática até por alguns deles.
Mas, além do silêncio inexplicável de alguns, outros mostraram grande preocupação com a forma que as suas avaliações passariam a ser interpretadas depois que a idéia fosse exposta. Disseram que isso colocaria em uma situação muito complicada a metodologia de avaliação realizada por alguns deles, e também poderia provocar reações preocupantes do mercado (ou seria de anunciantes e patrocinadores?).

Dois editores prometeram publicar em breve o artigo, mas sem data certa.
Outros, depois de demonstrarem as suas preocupações, passaram a ignorar o tema em nossas conversas.
Mas, foi um avaliador de uma destas publicações que chamou a minha atenção para algo que eu não havia pensado.
Segundo ele, o conceito de personalização de sistemas de som é real, e que ele também pôde comprovar este fato na prática. Ele acha que isso não poderá ficar desprezado por muito tempo, e haverá um momento em o tema terá que ser abordado.
Mas, ele acredita que quando isso acontecer virá na forma de algo “descoberto” por um destes editores, ignorando as abordagens iniciais que dei ao tema.
Assim, ele me sugeriu divulgar o artigo no maior número de lugares que eu puder, para que a origem desta técnica seja realmente conhecida.

O mais curioso é que não pedi um único centavo por este trabalho, e nem quero qualquer benefício econômico com ele, já que ganho a vida com outras atividades profissionais que ocupam todo o meu tempo disponível para trabalho, e confesso que estou num momento da vida em que desejo conseguir mais tempo para a minhas atividades pessoais, principalmente familiares.

Diante deste fato, resolvi publicar aqui a tradução do artigo enviado para aquelas publicações. Trata-se de um resumo objetivo e básico sobre o tema tratado aqui mesmo no Hi-Fi Planet, e que deverá ser publicado por mim em outros espaços públicos internacionais (fóruns, blogs, etc.), em inglês ou outro idioma.

Quem quiser colaborar na divulgação deste trabalho, pode se sentir autorizado para publicá-lo onde desejar, pois, não almejo qualquer ganho econômico com ele, bastando indicar a autoria e a origem de sua criação.

Customização de um Sistema de Som

Há muito tempo ouço que um sistema de som ideal deveria ter uma resposta plana em toda a faixa de frequência audível.

Mas, um dia conversando com um amigo médico especialista em audição, ele me disse que cada pessoa possui a sua própria curva auditiva característica, e que ela varia em função de vários fatores, como idade, exposição a ruídos, alimentação, costumes de vida, etc. E, além destes fatores, a nossa audição ainda difere por natureza própria, pois os nossos ouvidos não são instrumentos precisos e estão sujeitos a variações de formação biológica.

Após saber disso, solicitei àquele amigo algumas amostras de exames audiométricos realizados em sua clínica. Ele me forneceu um arquivo contendo resultados de milhares de exames realizados, sem nome dos pacientes, mas com sexo e idade.

Fiquei impressionado com a variedade de curvas de audição encontradas ali, parecia que cada pessoa tinha a sua própria “impressão digital auditiva”. Era incrível ver como mesmo jovens saudáveis e até crianças possuíam curvas bem distintas também entre elas.

Na figura 1 abaixo, temos um exemplo da complexidade de uma curva de audição baseada num jovem de 23 anos com hábitos saudáveis e uma vida normal numa cidade grande.  Repare a grande perda que começa a ocorrer nas altas frequências.

audio15Figura 1 – Amostra de exame audiométrico colhida de uma pessoa saudável de 23 anos

Isso me fez refletir sobre o conceito de som ao vivo, e até que ponto buscar numa sala uma reprodução mais próxima possível do som que cada pessoa escuta ao vivo era correta, e até que ponto ter um sistema de som totalmente plano também seria a opção mais correta.

Hoje entendo que se alguém possui um ou mais desvios em sua audição, sofrerá então um desvio de interpretação auditiva numa apresentação musical ao vivo, e acreditará que esse resultado interpretado de forma errada é a sua referência para ajuste de seu sistema de áudio.

Porém, se imaginarmos que em nossa sala de som poderíamos corrigir esta deficiência, por exemplo, ampliando as altas frequências perdidas na audição desta pessoa, poderíamos então recompor esta perda e fazer com que ela escute o som como ele realmente deveria ser, ou seja, o “som real”, e não o “som ao vivo”, me levando a concluir que estes dois conceitos são diferentes.

Resolvi aplicar esta técnica em meu sistema, e nos últimos 2 anos tenho obtido um resultado fantástico em termos de audição musical. Vários leitores de meu blog e muitos amigos têm relatado resultados igualmente interessantes nestas experiências, o que tem agradado muito a todos.

Inicialmente, comecei as minhas experiências realizando um exame audiométrico de faixa ampla, onde passei a conhecer as minhas variações auditivas. Em seguida, busquei conhecer a curva de reprodução do meu sistema de som e de sua interação com a sala, e com estes dois resultados, identifiquei uma “curva de correção” para ser aplicada em meu sistema e adequá-lo às minhas características de audição.

Percebi então que o som que passei a ouvir já não era o mesmo som que eu ouvia em uma reprodução ao vivo, parecendo um som mais “completo”, mais rico em informações e menos fatigante.

Inicialmente comecei os ajustes para adequação desta curva modificando o divisor de frequências de minhas caixas, o que não é um trabalho simples e nem acessível a todos.

Assim, resolvi utilizar um equalizador paramétrico de 10 faixas antigo que eu ainda guardava, mas pelo seu projeto antigo dos anos 80, ele introduziu um ruído de fundo além de outros problemas no meu sistema.

Mais tarde adquiri um dispositivo DSP para correção de sala (DSPeaker Anti-Mode), que por sorte incorporava um equalizador digital de grande precisão e alta qualidade, e facilidades de aplicação de curvas de “loudness”, já que os nossos ouvidos ainda sofrem interferência do volume do som em sua curva de resposta de frequências. Tudo isso facilitou os ajustes, e me proporcionou resultados mais precisos para conclusão destas experiências.

Hoje, posso afirmar que tenho um sistema de som personalizado, adequado às minhas necessidades particulares, entregando um som único e com uma experiência vibrante que jamais experimentei antes.

Entendo agora que mesmo o som ao vivo não poderia ser utilizado como uma referência absoluta para o ajuste de meu sistema de som, porque ele não é realmente verdadeiro para os meus ouvidos.

Continuo trabalhando nestes testes, realizando ajustes em sala de amigos, e obtendo depoimentos de experiências realizadas por outros usuários que leram vários artigos que escrevi sobre o tema em meu site, com o objetivo de ter uma compreensão mais ampla destes resultados.

Apenas para ilustrar este tema, vamos tomar um exemplo bastante simples.

Imagine que alguém possua uma audição com uma perda a partir da frequência de 5 kHz (acredite… as variações são bem mais complexas e muitas vezes mais intensas que isso), como mostrado na figura 2 abaixo:

audio10Figura 2 – Exemplo ilustrativo de uma perda de sensibilidade auditiva em altas frequências

Ao ouvir o som “ao vivo”, o nosso ouvinte sofrerá esta mesma incorreção na audição dos sons.

Imaginemos, porém, que em sua casa ele tivesse um sistema totalmente plano (apenas para facilitar a compreensão), como mostrado na figura 3 abaixo:

audio12Figura 3 – Resposta ilustrativa de um sistema de áudio totalmente plano

Se este ouvinte aplicar uma correção em seu sistema inversamente proporcional à sua perda, ele perceberá um som que poderia ser considerado o som “verdadeiro”, sem aquelas perdas percebidas mesmo numa apresentação ao vivo. Nestas condições o seu sistema passaria a ter uma resposta de frequência como mostrado na figura 4 abaixo, mas ele perceberia uma resposta como a da figura 5.

audio11Figura 4 – Resposta de frequência do mesmo sistema com a aplicação de uma correção oposta à perda apresentada na figura 3

audio12Figura 5 – Resultado percebido pelo ouvinte depois da correção efetuada no sistema para adequá-lo à sua curva de sensibilidade auditiva

Esta forma de ajustar o som seria algo parecido com quem usa óculos para correção visual.  O mundo real também é percebido de forma alterada por quem possui problemas visuais, e a utilização de um par de óculos realizará a “correção” necessária para fornecer uma imagem mais precisa. Se você olhar uma imagem pela TV usando um par de óculos, provavelmente terá uma imagem mais detalhada do que aquela vista no mundo real sem os óculos.

Os exemplos apresentados aqui são meramente ilustrativos para simples compreensão. Nas observações que fiz das amostras das curvas audiométricas, elas se mostraram bem mais complexas e a sensibilidade auditiva pode ainda variar entre os ouvidos esquerdo e direito, complicando ainda mais estes ajustes.

Se tivéssemos um dispositivo para usar em nossos ouvidos que pudesse corrigir com precisão a nossa curva de audição, poderíamos ter uma percepção mais correta do som ao vivo, e até ter um sistema de som totalmente plano (flat), mas, por enquanto, podemos fazer esta correção em nosso sistema de som.

E aqui fica a sugestão: Que tal customizar o seu sistema de som de acordo com os seus ouvidos?
Compartilhe conosco os resultados.

Autor: Eduardo Martins 

Um estudo completo sobre este tema foi publicado no site do autor em: www.hifiplanet.com.br (em português).

29 Comentários

  1. Muito bacana, Edu.

    Quero só deixar aqui o meu depoimento de que testei e aprovei esta técnica relatada aqui.
    Depois de incomodar tanto o Edu com uma enxurrada de emails e telefonemas, posso afirmar que depois de mais de 40 anos buscando o “som ideal” eu o encontrei por este curioso caminho que até então nunca tinha ouvido falar em lugar nenhum. Acho que eles não querem que saibamos que é desta forma.
    Funciona mesmo, e é algo realmente incrível.
    Depois que você entende e experimenta os resultados desta técnica, muita coisa começa a ficar mais clara, como as eternas discussões de opiniões de equipamentos, dos reviews contraditórios ou incompreensíveis de revistas, das reais utilidades de alguns acessórios inúteis e caros como são muitos cabos e tudo mais.
    Aprendi que preço não é tudo, e que podemos ter um sistema realmente maravilhoso sem precisar gastar a fortuna que muitos gastam e obtêm bem menos.
    Agradeço o Mestre Edu pelo maravilhoso sistema que tenho hoje, pela sua paciência e por dividir conosco de forma paciente e dedicada os seus conhecimentos. Posso dizer que hoje eu compreendo o significado de ser um audiófilo.
    Experimentem, vocês não vão se arrepender. Funciona de verdade.

    Abraços

    Jairo Oliveira

  2. Artigo bem apropriado para a nossa realidade atual, onde o conhecimento científico comprova que temos percepções diferentes do mundo.
    Primeira vez que visitei este site foi há uma semana, e me impressionei com a ousadia e qualidade técnica das reportagens.
    O tratamento dado a tecnologia de imagem 3D, a abordagem sobre customização de som e outros artigos sobre cabos, conceitos audiófilos, etc. estão entre os mais interessantes e precisos que já li até hoje.

    Trabalho em indústria de tecnologia que fabrica produtos de áudio, imagem, telefonia e outros.
    Só para comparação, realizamos um teste com uma imagem em 3D onde alguns colegas tinham que mostrar o posicionamento exato do bico de um avião com um efeito de avanço na sala, ou seja, como se estivesse saindo da tela diante do espectador.
    No grupo de 14 pessoas que colaboraram com o teste, ficamos surpresos como cada qual apontava para uma distância diferente.
    A percepção visual varia muito de indivíduo para indivíduo, seja em percepção de 3D, de detalhes e até de cor.
    Nossos mecanismos de percepção não são precisos, variando muito entre pessoas.

    Também não posso admitir como alguém pode avaliar um equipamento de áudio e discutir equilíbrio tonal, extensão de graves e agudos, e outras características de percepção que são totalmente individuais.
    Olhos e ouvidos treinados não existem. Ninguém passa a ter audição ou visão apuradas apenas com treinos. Isso já foi comprovado cientificamente. Muitas perdas auditivas e visuais são permanentes, e inúmeros cientistas estão debruçados hoje sobre pesquisas para um dia tentar reverter estas perdas. Mas, por enquanto, temos que aceitar que correções são necessárias, como citado pelo autor a questão do uso de óculos, de dispositivos auditivos ou cirurgias corretivas. E não falamos só de desvios, mas de características pessoais próprias.

    Mas, mesmo assim, muitas características vão permanecer por muito tempo ainda sem solução. Você pode corrigir uma deficiência visual com uma lente de grau, mas ainda não consegue corrigir como as pessoas enxergam as cores ou percebem efeitos como o 3D, por exemplo.

    A abordagem do autor aqui foi bastante feliz, principalmente no que se refere a subjetividade de interpretação de resultados. Isso causa enorme confusão.
    Já comprovamos na prática a superioridade de preservação do invólucro de um sinal sonoro através da digitalização de um som real, comparado ao vinil que é amplamente defendido por muitos audiófilos. O resultado do sinal digital foi muito melhor preservado, mas a subjetividade pode ainda fazer com que alguém prefira o disco de vinil.

    Vejo muitas discussões sobre qual distorção é melhor para o ouvido, ou qual “assinatura” de equipamento produz um resultado mais “musical”, ou mais “analítico”, etc. Mas, o fato é que nenhuma distorção deve ser admitida, e mesmo a famosa “assinatura” também é uma deformação inaceitável. Um equipamento de áudio deve preservar com exatidão a gravação original, sem criar ou modificar nada. Saiba que este é o maior desafio dos projetistas.
    A única modificação admissível deve ser esta abordada pelo autor, adequando o equipamento a sua audição particular.
    Qualquer coisa fora disso alimenta a confusão provocada pela subjetividade das interpretações individuais, ou pelo mero gosto de cada um.

    Este artigo é o que mais vi chegar perto até hoje da realidade da percepção humana sobre o som.

    Parabéns ao autor pela ousadia e pela visão clara sobre o tema.

    Saudações,

    Igor

  3. Olá Eduardo
    Concordo com você totalmente sobre esta questão da adequação individual, e também percebo uma certa resistência das citadas publicações.
    Em uma delas o autor cita que se ouvíssemos realmente de forma diferente “como afirmam alguns” como poderíamos reconhecer instrumentos e características de cordas violões, por exemplo.
    Para mim foi uma argumentação bastante infeliz e nesta direção que você mencionou.
    Vai ser difícil mudar isso, pois como você disse, há muitos interesses em jogo.
    Te desejo sucesso na divulgação de seu trabalho, e acho que você não pode desistir.

    um grande abraço

  4. Eduardo,

    Gostaria de parabenizá-lo por mais uma publicação de excelente nível. Embora não seja especializado na área de otorrinolaringologia, não tenho dúvidas de que a customização dos sistemas de áudio é a maneira mais racional e barata de se obter os melhores resultados no que se refere à reprodução sonora. A minha pergunta é como fazer essa customização. Se eu fizesse uma audiometria, por exemplo, eu teria que ter o DSP mode para fazer as correções ou poderia fazê-las de outra maneira? Seria possível se criar um guia “passo a passo” no sentido de orientar como fazer a customização?

    Abraços,

    Renato

  5. Primeiro quero agradecer a participação e o apoio de todos que participam de forma construtiva e respeitosa com os seus comentários.
    Poucos podem ter a idéia de quantas tentativas de sabotagem, e de palavras de ameaça e de agressividade recebemos frequentemente.

    Recebo e respondo a muitos e-mails diariamente. São consultas, acompanhamento de experimentos com as propostas apresentadas aqui, revelações, sugestões, comentários, etc.
    Sempre achei que o melhor caminho para estas correspondências seria aqui mesmo no site, seja como “comentário” ou com a utilização da seção de cartas, pois boa parte deste material poderia formar uma referência muito importante para outros leitores do HFP.
    Não sei até quando conseguirei conciliar as minhas atividades de forma a continuar dando a atenção que todos merecem, mas continuo me esforçando para isso.
    Muitas vezes chego a passar o número de um telefone para contato, para agilizar a discussão e ser mais objetivo e preciso nas respostas.
    Acreditem… hoje recebo bem mais ligações sobre o HFP do que de minha própria atividade profissional.
    Mas, gosto de ajudar, e enquanto conseguir administrar todas as minhas obrigações com os meus hobbies, continuarei dando a merecida atenção aos nossos queridos leitores.

    Acredito que durante muito tempo vivemos um período que chamo de “Fraude Audiófila”, onde situações envolvendo o hobby foram bastante manipuladas visando principalmente o interesse econômico de alguns.
    Aliás, este foi o ponto de partida para a criação do HFP, depois de me decepcionar com a “pressão” sofrida em uma publicação e em fóruns que participei com a mesma intenção que tenho no HFP.
    Mas, foram justamente estes interesses econômicos que me fizeram afastar daqueles meios e buscar o meu próprio espaço onde eu pudesse ter a liberdade que precisava para desenvolver este trabalho, que não visa lucro e nunca me rendeu um único centavo.

    Mas, mesmo sem qualquer retorno econômico, por opção própria, sinto que alguma coisa está mudando no mercado, principalmente de áudio. Percebo mudanças de conceitos, de esclarecimentos do que antes eram tabus, de exposição de verdades, de aceitação de fatos mascarados antes pela “magia” inexplicável de algumas “coisas”, e um grande amadurecimento do mercado.
    Não sei exatamente o quanto o HFP participou destas mudanças, mas percebo que ele teve uma participação importante para esse resultado, e isso já é um retorno muito gratificante de toda a dedicação que coloquei neste blog.

    Agradeço a todos pelas manifestações aqui publicadas, e por aquelas que me chegam por outros caminhos.

    Obrigado pelo carinho.

    Abraço a todos.

    Eduardo

  6. Olá Jairo,

    Obrigado pelo seu depoimento.
    Fico feliz que tenha conseguido o resultado esperado.

    Abraço

  7. Igor,

    Obrigado pela sua participação.
    Se quiser, fique à vontade para nos brindar com um pouco mais de conhecimento sobre tecnologia e ciência aplicada ao desenvolvimento de produtos.
    Tenho certeza que seria bem interessante para todos.

    Apenas uma ressalva, não se trata de adequar “equipamento” somente, mas de todo o sistema, que compreende os equipamentos e a sala. Corrigir o equipamento somente não vai trazer os benefícios descritos. É necessário ter o resultado final da curva de todo o sistema para esta correção.
    Tenho certeza que foi isso o que você quis dizer, mas achei por bem levantar este ponto de forma mais clara para maior compreensão de todos.

    Realmente este argumento utilizado por esta publicação que você citou é mais uma demonstração daquilo que sempre procuro alertar em meu blog. Há muito tempo convivemos com absurdos como este.
    Pegue uma foto colorida e uma em preto e branco de um objeto. Estou certo que qualquer um irá confirmar que se trata do mesmo objeto. Pegue a foto deste mesmo objeto levemente desfocada, e novamente as pessoas ainda vão afirmar tratar-se do mesmo objeto. Faça isso com uma foto de um famoso, e todos reconhecerão de quem se trata.
    Mas, veja que cada imagem é diferente da outra.
    Talvez o autor deste comentário prefira aquela com o foco distorcido.

    Um abraço.

  8. Olá Renato,

    Agradeço por sempre participar deste humilde espaço e pelas palavras sempre tão gentis.

    O Anti-Mode é apenas um dos inúmeros recursos que o mercado tem para oferecer.
    Alguns fabricantes também estão oferecendo dispositivos similares e de excelente nível. Além disso, temos os equalizadores paramétricos, que também podem ser viáveis nesta aplicação.
    Mas, além dos recursos de um dispositivo capaz de fazer a correção da curva de resposta de frequência de um sistema, compatibilizando-o com as suas características auditivas específicas, podemos ainda tentar buscar outras soluções, como aquela que tentei inicialmente, ao construir uma caixa acústica com recursos de ajustes no divisor de frequências. Esta é uma forma um tanto quanto complicada já que exige muitos testes, cálculos, ajustes mais complexos, e conhecimentos e habilidades específicas.

    Eu acredito que o primeiro passo é conhecer a sua curva de sensibilidade auditiva dentro do espectro de frequências, identificar os desvio e somente depois pensar numa solução, que pode ser mais simples ou mais complexa dependendo desta avaliação.

    Vou tentar fazer um passo-a-passo como você sugeriu e disponibilizar aqui, logo que possível.
    Enquanto isso, fique à vontade para conversarmos. Tentarei ajudar no que for possível.

    Abração

  9. É por isso que não abro mão de equalização. Dependendo da fonte, é impossível conseguir um sinal “plano” de qualquer maneira. Eu tambem não abro mão do “balance” já que escuto menos em um dos ouvidos.

    Parabéns por mais uma postagem útil e esclarecida!

  10. Parabéns Eduardo pelo artigo. Este é o caminho!
    A analogia do ouvido com a vista está perfeita. Adequar o sistema de som à nossa curva auditiva, é semelhante a colocar uns óculos para aqueles que têm falta de vista. Tudo fica mais claro.
    Já gastei muito dinheiro em equipamento e hoje percebo que não dei atenção ao mais importante: o ouvido.
    Como já referi antes no blog, tenho um Anti-mode 2.0 e vou tentar tirar o máximo partido deste fantástico aparelho. Mas, e antes de mais, vou tratar de conhecer a minha curva auditiva.

    grande abraço, e muitas felicidades para este excelente blog
    JoaoF

  11. Eduardo,

    Muito, mas muito bacana seu artigo! Queria muito ter a capacidade técnica (e paciência pra estudar) pra poder equalizar minha sala. Taí uma coisa boa: vou fazer um bom exame audiométrico, depois vejo contigo o que posso ajustar aqui, mesmo que de maneira improvisada.

    Uma coisa que sempre me perguntei é “por que o povo do mundo audiófilo execra os equalizadores”, uma vez que eles dão a possibilidade de corrigir algumas coisas ou acentuar outras que meus ouvidos “gostam” mais e me dão mais prazer ao ouvir música. E a música, como toda arte, é uma percepção individual que, como você bem disse, depende também das nossas características físicas.

    Quando fizer o exame te mando.

    E, se ainda não postou o estudo no clubehifi, coloca lá. Vai dar pano pra manga, mas já percebi que no mundo de audio o circo pega fogo e os bombeiros sempre estão de folga… Deixa pegar fogo!

    Quero te dizer também que suas orientações foram sempre essenciais para eu poder construir meu primeiro “mundinho” de audio. E vou continuar contando com sua sempre atenciosa ajuda!

    Um grande abraço e obrigado!

    Leo.

  12. Olá Leonardo,

    Essa questão de equalizadores faz parte da “fantasia” da audiofilia, que por vezes me refiro em meus artigos, e que ajuda a manter o misticismo que existe neste hobby.
    Existe, ainda, aquela coisa do “purismo absoluto”, do “menos é mais”, de que quanto menos houver de eletrônica no caminho do sinal, melhor.

    Mas, a verdade é que equipamentos evoluíram muito em termos de projeto e qualidade de componentes. Não se pode comparar um dispositivo atual e de elevado nível de correção de sinais de áudio com outro fabricado há 30 anos para um mercado ainda em evolução de objetivos.
    Poucos conseguem entender a quantidade de componentes que processa o sinal dentro de um simples player de CD. Centenas ou milhares de componentes eletrônicos discretos (ou dentro de chips) contribuem para fornecer o sinal mais preciso possível na saída do aparelho.
    Mas, aí aparece alguém dizendo que o amplificador deve ser o mais simples que puder para não interferir muito neste sinal.
    Interferência pode ser muito útil quando bem implementada, e isso precisa ser aceito pela comunidade audiófila.

    É curioso como os mais conservadores e puristas se negam a utilizar equalizadores, muitas vezes enaltecendo as características “analógicas” sa “simplicidade” de um toca-discos de vinil, um amplificador e um par de caixas. Mas, eles se esquecem que o sinal ao sair da cápsula do TD passa por uma rede equalizadora, pois ele precisa sofrer uma correção muito significativa para poder restabelecer as suas características originais. Eles também parecem ignorar o fato de que caixas acústicas também possuem um sistema de filtragem de frequências, equalizando os sinais para cada alto-falante.
    Esquecem ainda que os nossos ouvidos ainda “equalizam” tudo à sua revelia, nos levando a interpretar um sinal sonoro que não corresponde àquele que foi originalmente gerado pelo instrumento ou pelo cantor.

    Um bom equalizador pode proporcionar resultados bem mais interessantes ao ouvinte, e não deve ser visto como um “vilão” do purismo do som, mas sim como mais um elemento que pode colaborar na busca da melhor qualidade sonora.

    Basta olharmos a quantidade de componentes eletrônicos que existem hoje em computadores, televisores, telefones celulares, automóveis, etc., em quantidades sempre crescentes, visando sempre aprimorar o desempenho e a qualidade dos produtos que usamos.
    Porque no áudio deveria ser diferente?

    Abraços

    Eduardo

  13. Muito inteligente e didático.
    Sou profissional da área médica e pela primeira vez vejo este assunto abordado de forma tão simples, objetiva e precisa.
    A apresentação está excelente, e apesar de eu já ter consciência disso, não consegui enxergar estas soluções práticas para driblar o problema.
    Sou apaixonado por música desde criança. Comecei a tocar piano com 8 anos e desde então estabeleci uma conexão com a música que virou parte integrante de minha vida.
    Não me considero um audiófilo, pois para mim audiofilia tem uma conotação um pouco desvirtuada. Mas disponho de um excelente sistema de som high-end, montado em sala exclusiva e tratada, e uma extensa coleção de discos de vinil, cds, sacds, flacs e tudo mais.
    Vou me dedicar agora a implementar as suas sugestões, e devo incomodá-lo um pouquinho com isso, se me permitir, e claro, tiver disponibilidade para me conceder esta ajuda.
    Parabéns pelo seu blog, realmente incrível e com virtudes pouco encontradas hoje neste mercado.
    Ribeiro

  14. A materia esta tão clara e tão bem explicada que não da para acreditar que alguém duvide ou pense diferente. Parabéns mais uma vez Eduardo.

  15. Meu caro,

    O pior é que recebi outra resposta nesta semana de uma “renomada” publicação americana onde o editor afirma que, apesar de concordar com o teor do artigo, a revista não está preparada para as suas consequências, e por isso este ainda não é o momento mais adequado para a sua publicação.

    Eu tenho um ótimo relacionamento com editores e articulistas das principais publicações de áudio, criado em muitos anos de uma convivência bastante amigável. Mas, sinceramente, estou pensando seriamente em publicar estas respostas, com seus respectivos autores e com os nomes destas publicações. Estou certo que com isso muitas amizades seria terminadas imediatamente.
    Mas, não acho justo que os interesses pessoais e comerciais destas publicações prejudiquem os consumidores e, principalmente, a própria audiofilia como um todo, que merecem bem mais respeito do que isso.

    Abraço

  16. Boa noite Eduardo e leitores do Hi-fi planet

    Gostaria de deixar aqui meu depoimento sobre este assunto por sugestão do próprio Eduardo, e porque o faria de qualquer forma para colaborar com outros leitores que estão em dúvida sobre a aplicação da técnica aqui proposta pelo Eduardo, alguém que aprendi a respeitar pela sua seriedade e conhecimento sobre os temas relacionados ao áudio hi-end.

    Depois de ler os primeiros artigos escritos pelo Eduardo sobre a personalização de sistemas de som, identifiquei uma certa lógica nesta proposta, e de imediato resolvi colocá-la em prática.
    Como tive que ficar fora do Brasil por algum período, somente no início deste ano comecei as minhas primeiras experiências.

    A primeira dificuldade foi encontrar um lugar para fazer um teste audiométrico que atendesse aos requisitos desta proposta. A segunda dificuldade foi conseguir com que este teste fosse bem feito. É lamentável a falta de cuidado com que os laboratórios realizam este exame, de forma muito precária e bem superficial.

    De posse de minhas curvas de audição, num total de 3 por decisão das conversas que mantive com o sempre atencioso Eduardo, parti para a adequação do meu sistema que é resultado de investimentos feitos há mais de 25 anos, buscando sempre aprimorar os resultados para tentar atingir o máximo desempenho.

    Foram 5 meses de experiências, ajustes e implementações desde janeiro deste ano para as primeiras conclusões, que hoje já estão mais maduras depois de mais um período de pura “curtição”.

    Para resumir o que foi feito, apenas apliquei o que considero o objetivo puro e simples destas técnicas, corrigir a curva do meu sistema para adequá-lo à minha audição, lembrando o que o Eduardo sempre insiste em lembrar que o sistema abrange a acústica da sala, portanto, a curva a ser corrigida é aquela final e não somente a do equipamento. Para isso, é preciso conhecer a curva total do sistema, o que exige alguma técnica também, mas o verdadeiro audiófilo adora esses desafios…
    Com a sempre dedicada ajuda do Eduardo, consegui ter todas estas medições em mãos para realizar o ajuste final, através de um dispositivo de correção com equalização e alguns ajustes menores na sala.

    Sendo desnecessário explicar toda a técnica, já que ela foi abordada de forma brilhante e bem detalhada nos artigos publicados pelo Eduardo e principalmente de forma bastante objetiva e didática neste último artigo, vou passar agora para as minhas conclusões finais.

    Há décadas buscando ter um sistema de áudio de nível hi-end e desempenho audiófilo (descobri com o Eduardo que as duas coisas nem sempre andam juntas já que equipamentos hi-end nem sempre garantem qualidade audiófila), e depois de gastar muito indo atrás de avaliações que apresentam soluções milagrosas para aprimorar a qualidade do som, descobri que não sabia nada. Absolutamente nada.
    A fantasia criada pelo mercado editorial e comercial de equipamentos de áudio nos distancia do resultado audiófilo, transformando-nos em “equipamentófilos”, como costuma brincar o Eduardo.
    Nos encantamos com equipamentos com soluções bizarras, aparências elegantes ou futurísticas, cabos e outros acessórios que prometem enormes mudanças nos resultados, e acabamos cada vez mais longe do que realmente é importante que é ter um sistema que proporcione uma “correção” de todos os fatores que afetam a nossa audição.

    Apesar de inicialmente refutar a idéia de cabos não possuírem todas as qualidades e importância que lhe são atribuídas, hoje entendo que estas qualidades podem se traduzir em mais defeitos do que em vantagens práticas.
    Comprovei na prática o que o Eduardo sempre afirma aqui de que que cabos não se prestam para ajustar nenhum sistema de som, e que cabos mais simples e na maioria das vezes bem mais econômicos são bem mais úteis do que cabos exotéricos que custam verdadeiras fortunas, pois somente com a utilização de técnicas e equipamentos mais adequados é possível atuar corretamente e na proporção adequada em cada frequência, o que é impossível de ser obtido com cabos.
    Quem acha que possui um sistema com pouca extensão e coloca um cabo para abrir mais esta extensão, como sugere o mercado, nem sabe que apenas está mexendo na ponta do iceberg, e que o problema é bem mais profundo e jamais poderá ser corrigido com cabos. Pelo contrário, constatei que eles só atrapalham.

    Duas coisas aprendi aqui: não se deve buscar um sistema “flat” como sempre imaginei ser o correto, e a referência ao vivo não serve também para ajustar um sistema de forma precisa. Percebi o quanto nossos ouvidos são imprecisos, e o quanto me parece absurdo hoje as avaliações de equipamentos baseados só em ouvidos. Na verdade, estava ajustando o meu ouvido pelos ouvidos também imprecisos dos outros, o que hoje reconheço ser um grande erro.

    Depois que realizei a minha avaliação auditiva, levantei a curva de comportamento do meu sistema e criei a curva de correção (na verdade o Eduardo porque tive um pouco de dificuldade em algumas interpretações que hoje estão mais claras pelos gráficos apresentados neste último artigo), e afinei todo o sistema, tomei um susto quando o coloquei para funcionar novamente. Num primeiro momento eu não sabia se tinha gostado ou não dos resultados. Parece que eu havia aberto a porta para um novo mundo do áudio, como se tivesse trocado o sistema. Eu não soube responder de imediato de tinha melhorado ou piorado.

    Somente depois de ouvir muitas gravações, realizar diversas comparações com e sem as correções feitas, comecei a entender o que havia acontecido. Parece assustador no começo. Podem achar exagero, mas quando se é audiófilo apaixonado, com bastante estrada e muita dedicação, realmente um nova situação como esta é de assustar.
    Recordo como depois de realizar vários testes com várias gravações me peguei rindo sozinho, tamanha a felicidade.
    É curioso como no começo achei tudo tão complicado, e depois me peguei pensando: – Mas… é tão simples assim?

    É isso mesmo… eu fiquei imaginado como depois que entendemos a técnica a coisa é tão simples e muito lógica.
    É nítida hoje para mim a mudança nos resultados. O sistema parece que se abre. Ouvimos coisas com mais detalhes, mais perfeição, sem aquelas manipulações comuns de “forçarem” situações para ouvirmos as unhas do pianista ou outra bizarrices. Tudo isso é bobagem, sem sentido e criado para nos confundir.
    O detalhamento que ganhamos não é pirotécnico, é muito natural. Aliás se eu tivesse que definir em uma única palavra o resultado que obtive, diria que foi em “naturalidade”. Acho até que naturalidade deveria fazer parte de quesitos de metodologias de avaliação de sistemas, e não daquelas tão subjetivas e inúteis vistas hoje. Percebo que “naturalidade” é algo mensurável, fácil de ser entendido e com resultados reais, basta entender o conceito da técnica aqui proposta.

    É realmente impressionante como hoje tenho mais prazer em ouvir o som do meu sistema do que uma apresentação ao vivo. A sensação que tenho hoje é de que a apresentação ao vivo está “desajustada”, faltando algo.

    Para não me estender mais, quero apenas concluir que depois de aplicar as técnicas propostas pelo Eduardo, finalmente, me sinto realizado e muito satisfeito com o meu sistema de som, e passo muitas mais horas ouvindo os meus discos do que antes, pois parecem outros, muito mais “verdadeiros”.

    Fica aqui meu depoimento e a minha recomendação para que todos os leitores do Hi-fi planet experimentem também estas técnicas propostas pelo seu genial autor.

    Eduardo, muito obrigado por ter me aberto os olhos (ou os ouvidos…. rsrsrs…), pela sua paciência, dedicação, ajuda e principalmente por ter desenvolvido este trabalho e ter compartilhado isso conosco, sem jamais ter pedido qualquer vantagem por isso. Acho que a sua maior recompensa é mesmo o reconhecimento, e isso o faço aqui publicamente. Você é uma pessoal realmente especial.
    E para tentar retribuir um pouco do que gentilmente recebi do Eduardo, me coloco à disposição para ajudar outros leitores no que for de meu alcance, até para auxiliar um pouco o Eduardo.

    Eduardo, um grande abraço deste amigo e admirador, e muito sucesso, saúde a felicidade para você.

    Mais uma vez, MUITO OBRIGADO!!!!!!

  17. Caro Roberson,

    Obrigado pelo seu depoimento.
    Manifestações como esta ajudam muito outros leitores, e compartilhar conhecimentos e experiências é o objetivo maior deste espaço.

    Abração

    Eduardo

  18. Mais uma “cobaia” se apresentado… (risos)

    Tudo bem Eduardo?

    Quero só registrar que também tenho realizado experiencias com a proposta do Eduardo, e estou conhecendo um novo mundo em termos de prazer de ouvir música. A coisa funciona mesmo.

    Tenho mais dois amigos que também estão ajustando seus sistemas de forma pessoal para seus próprios ouvidos. Eles também estão gostando muito. Um deles tinha ouvido a orientação de conhecido “consultor de áudio”, que segundo ele só queria lhe vender cabos. Gastou uma grana e não mudou porcaria nenhuma. Ele disse que agora sim está vendo vantagem e que nunca gostou tanto do som dele.

    Acho que todo mundo deveria tentar. Uma coisa é verdade, fica como se fosse mais real que ao vivo. Esta é a sensação.

    Abraço

  19. Olá Eduardo
    Acho que você não se lembra de mim, mas trocamos alguns e-mails há uns 8 meses sobre a personalização do som para os ouvidos, conforme os seus artigos.
    Eu e alguns amigos conseguimos fazer a avaliação de nossos ouvidos e da sala conforme as orientações que você nos passou. O mais difícil foi encontrar um lugar que fizesse os exames com os critérios que você recomenda.
    Apesar de você ter recomendado pelo menos 3 avaliações e preferencialmente em locais diferentes, esta já foi difícil conseguir mas o médico era bastante sério e foi muito criterioso. Pedi o certificado de aferição do equipamento de teste como você sugeriu, e ele me mostrou tudo certinho.

    Conseguimos somente um equipamento para ajustarmos as salas para realizar os testes. Por isso tudo demorou um pouco.
    Pegamos uma sala por vez, ajustamos cada sala e assim fizemos em todas as salas, mas uma de cada vez.

    O que posso te dizer? F A N T A S T I C O ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
    Você acertou na mosca. Foi impressionante ver, ou melhor ouvir os resultados.
    Aconteceu algo bem curioso. Ao confrontarmos os resultados notamos que as salas ajustadas diferentes apenas agradava ao seu dono, e desagradava os demais. Mas, veja só, conversando mais tarde descobrimos que apesar de cada um ter tido o melhor resultado com a sua sala diferente, todos tinham exatamente as mesmas experiências de percepção, cada qual somente em sua sala.
    Ou seja, por conclusão entendemos que passamos todos a ouvir igual mas cada qual em sua sala ajustada.
    Isso foi muito interessante e foi a prova final de como a sua teoria funciona mesmo.

    Como alguns colegas já relataram, alguns ficam meio em dúvida com os resultados, e foi o que aconteceu entre alguns dos colegas aqui. Dois deles tomaram um choque com o que ouviram, e chegaram a acreditar que não podia ser aquilo. Somente depois eles perceberam que realmente estavam ouvindo um som bem diferente do que ouviam antes, porém muito mais real, detalhado e preciso.
    Houve um ganho em tudo, na formação do palco sonoro, no detalhamento, na extensão das faixas e obviamente no equilíbrio tonal, pois entendemos que aquilo que considerávamos equilíbrio tonal antes estava longe de ser o que realmente deveria ser.
    Não sei se estou sendo confuso, mas é complicado explicar.

    Constatamos também que o som que hoje percebemos ser o correto também é diferente do som ao vivo, como você havia me antecipado lá no começo de nossas conversas, e que para nós soou um tanto quanto estranho, pois para nós o som ao vivo é o que acontece e deve ser copiado pelo sistema. Agora entendemos o que você diferencia como som ao vivo e som real. Hoje temos o som real que mesmo ao vivo se mostrava distorcido porque dependíamos exclusivamente da interpretação de nossos ouvidos.
    Mas,com isso descobrimos um efeito colateral bastante chato. Sempre apreciamos ouvir uma apresentação ao vivo e curtíamos muito isso. Hoje a participação de um show ao vivo perdeu a graça, pois conseguimos agora identificar as nossas limitações e perceber que o que estamos ouvindo não é o real.
    Um colega nosso chegou a comentar que gostaria de ouvir uma determinada passagem de uma apresentação que assistimos em sua própria sala.
    É uma revolução, simplifico assim.

    Você está de parabéns pela sua abordagem, e acho que você deveria divulgar ainda mais esta técnica, talvez conseguindo espaço em revistas nacionais, mesmo que não ligadas a música. Isso é uma revolução na forma de ouvir música. No que depender de nós já estamos divulgando. Enviamos um e-mail para a revista audio e vídeo e vamos publicar estas experiências nos fóruns que participamos. Conte conosco.

    Somente uma dúvida final. Haveria um modo de realizar uma correção similar numa apresentação ao vivo? Você já pensou nisso? Como seria?

    Deixamos aqui nosso grande abraço e nossos sinceros agradecimentos por tudo que você tem feito pela nossa sociedade audiófila.

    Hailton and Friends

  20. Olá Hailton,

    Agradeço por divulgar aqui os resultados que vocês obtiveram. essas referências são importantes para todos os n ossos leitores.

    Fico contente em saber que vocês gostaram das mudanças.
    Acredite que agora vocês estão ouvindo o que vocês deveriam ouvir, sem desvio de equipamentos, cabos, salas e, principalmente, características auditivas pessoais.
    Agora, acredito, você devem estar se perguntando como podemos acreditar em avaliações “subjetivas”, por mais que alguns tentem nos convencer que suas metodologias “subjetivas” são na verdade “objetivas”.
    Percebam o tamanho da encrenca em que estávamos antes.

    Não tenho qualquer ilusão de ver esse conceito publicado em qualquer revista, pois entraria em conflito com tudo aquilo que eles defendiam até hoje, e colocaria em xeque seus ultrapassados métodos de avaliação e conceitos sobre a reprodução hi-end.
    Pelo contrário, já percebo uma movimentação para desmerecer a idéia, e através de críticas sem um mínimo de coerência. Infelizmente é assim que as coisas funcionam quando ego e dinheiro são os principais ingredientes de algo que fazemos. Tudo se perde.
    Mas, tenho a certeza que estas idéias vão se espalhar, e os velhos dinossauros ficarão sozinhos com suas resistências.

    Infelizmente, não há como ajustar uma apresentação ao vivo para um grupo de ouvintes. Como a base da personalização de um sistema é justamente a individualidade, qualquer ajuste seria interpretado de forma diferente para cada ouvinte, com resultados também diferentes.
    Talvez uma solução seria dispositivos auditivos funcionando como elementos de correção do som, mas não acredito que esse tipo de tecnologia seja oferecida ao mercado tão cedo diante de inúmeras dificuldades que teriam que ser vencidas com um projeto destes.

    Um grande abraço

    Eduardo

  21. Prezado Eduardo, a sua descrição me chega bem próximo à recente tentativa de adaptação auditiva de uma prótese auditiva e num momento em que vinha me embalando em nova tecnologia de um HT com o sistema de som HD. Logo mais descreverei melhor minhas novas experiências em meio a tudo isto, mas de antemão concordo plenamente com tudo o que diz
    e quem sabe consiga fazer o ajuste de minha aparelhagem com a minha sala e a minha deficiência auditiva.

  22. Meus parabéns Eduardo pela simples e esclarecedora explanação, me fez lembrar do que muitos sabem, ” só há igualdade quando conseguimos tratar os iguais conforme suas igualdades e os desiguais conforme suas desigualdades”. Porquê no áudio seria diferente?

  23. Eduardo
    Estou há poucos dias com o DSPeaker e neste período só fiz a equalização de sala. Tive uma resposta muito boa com o CD Player e com o USB. Com a audição de vinyl não consegui um bom nível de volume. O som realmente é baixo mesmo quando se aumenta o volume. Curto áudio com um Toca-discos Pionner, cápsula grado, um pré de phono valvulado Yaqin e um amplificador híbrido Yaqin.
    Um grande abraço,
    Paulo

  24. Há alguns dias de posse do meu DSPeaker só tive a oportunidade de fazer a equalização com correção da sala. Notei uma boa melhora na audição USB o que me confirma tudo o que foi dito aqui da qualidade do DAC e da correção. O mesmo ocorreu com a audição analógica do CD Player. Notei por outro lado uma diminuição acentuada no volume da analógica do vinyl. É assim mesmo ou há um jeito de se acertar. Por hora para audio, uso um pré de fono valvulado chinês (Yaqin) que se conecta ao amplificador Yaqin. Os dois têm me proporcionado um volume sonoro muito bom, que ficou apagado quando intercalei o ant

  25. Olá Paulo,

    Por favor, nos mantenha informados sobre as suas impressões e resultados positivos ou negativos com o produto, pois podem ser úteis a todos os nossos leitores.

    Obrigado.

    Abraços

  26. Paulo,

    Não deveria haver esta diferença de volume. Como você fez as ligações?

    Abraço

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*