Ferrofluido: mais um detalhe…

A manutenção periódica de qualquer equipamento é sempre desejável para que ele preserve o seu desempenho e ofereça um longo tempo de vida útil com baixo índice de falhas.
O Ferrofluido é mais um item que requer a nossa atenção.

Por: Eduardo Martins

 

Nossos sistemas de som também precisam de uma manutenção adequada. Já tratamos aqui sobre a limpeza de contatos, os cuidados com temperatura e a umidade, e outras questões, e hoje vamos falar de outro assunto bastante importante que acaba esquecido no meio às discussões sobre formatos, cabos, marcas e outras de menor importância.

A importância de uma manutenção correta e periódica

Os mais antigos nesse hobby da audiofilia já ouviu falar das famosas canetinhas para pintar a borda de CDs para que não ocorresse o “vazamento” da luz de laser, ou do spray “especial” que eliminava ruídos estáticos de discos de vinil e promovia a “lubrificação” dos sulcos aumentando em muitas vezes o “detalhamento”, das pequenas moedas de madeira que coladas na parede melhoravam a acústica da sala, dos anéis com “características especiais” que colocados sobre os equipamentos serviam para “alinhar os campos magnéticos perturbados”, ou dos elevadores (tocos de madeira torneados) caríssimos para que os cabos de caixas acústicas não ficassem próximos do piso, dos fusíveis “audiófilos”, tomadas “audiófilas”, cabos de 12 reais que transformavam sistema de entrada em “top da galáxia”, e o pior é que, a cada dez usuários, dois ou três juravam que percebiam gigantescas melhorias na qualidade sonora de seus sistemas com esses dispositivos milagrosos, resultado na verdade do efeito placebo e de outras equivocadas conclusões. Fabricantes, revendedores e anunciantes, lógico, ratificavam essas impressões e se beneficiavam com os preços e os lucros sempre generosos que esses “voodoos” lhes proporcionavam.

Muitos desses acessórios, que eram até considerados “essenciais” pelas publicações “especializadas”, acabaram esquecidos no tempo, e alguns ainda sobrevivem como verdadeiros “caça-níqueis” para levar o dinheiro do incauto audiófilo.

Por outro lado, é realmente impressionante como uma simples curva audiométrica, que pode mudar todo o ajuste de um sistema e colocá-lo num nível de realismo inimaginável, é desprezada, porque os ouvidos não são tão importantes para alguns, não passando de um mero coadjuvante. O cabinho fake pode custar 10.000 reais que o usuário paga com satisfação, principalmente se vier acondicionado num veludo vermelho dentro de uma caixinha com acabamento de mogno natural ou pintada com 15 camadas de laca black piano.
É impressionante como a grande maioria das salas que eu conheço não tem sequer um controle de temperatura e umidade, e os usuários não se preocupam com a influências destes parâmetros no resultado sonoro dos seus sistemas, ou na durabilidade e na preservação das características  de seus componentes.
Assustador, também, é o fato de que raros audiófilos realizam uma limpeza de contatos em seus equipamentos e cabos, e quando o fazem, é de forma errada.

Estes aspectos são inexplicavelmente esquecidos pelos audiófilos, pelas publicações “especializadas” e pelos “autodidatas” consultores de áudio, que na maioria das vezes sequer tem qualquer formação técnica básica para este papel, confiando apenas em seus “ouvidos treinados”.

Outro ponto que também não recebe a atenção de muitos usuários de equipamentos (nem dá para chamar alguns de audiófilos) é o de entender os componentes que ele possui e como eles devem ser mantidos. A manutenção não faz parte do dicionário (nem do interesse) de muitos audiófilos.
Muitas providências têm características mais técnicas e exigem alguns conhecimentos específicos. Isso é fato.
Eu já troquei alguns capacitores de um amplificador (um tipo de componente eletrônico que faz parte dos circuitos), pois eles apresentavam uma perda de eficiência natural decorrente do uso. Sim, houve uma significativa e esperada melhora do som.
Eu já abri um amplificador e procedi a uma limpeza de todos os seus contatos internos, potenciômetros e chaves, e o resultado foi uma qualidade sonora que eu já tinha me esquecido de que o aparelho era capaz de oferecer, pois nossos ouvidos não são perfeitos, e vão ignorando essas mudanças muito lentas e graduais.

O que vem em seguida todos já sabem, o sujeito ouve um equipamento novo e gasta uma pequena fortuna na troca, imaginando que está fazendo um upgrade de qualidade, quando na verdade o upgrade é de um aparelho novo para um que, com pouco custo, teria o seu desempenho restaurado, podendo até mesmo superar o novo.
É o que acontece também com comparações mal feitas de cabos, de fusíveis, etc.

E agora temos mais uma surpresa para muitos audiófilos que trocam caixas acústicas achando que as novas oferecem melhor desempenho, mais extensão de agudos, etc.
Além dos danos que a umidade e a temperatura descontrolada provocam no domo de seda dos tweeters (aqueles pequenos auto-falantes que reproduzem os agudos nas caixas acústicas) ou na borracha da suspensão dos alto falantes, muitos desconhecem que muitos tweeters da maioria das caixas acústicas do mercado também necessitam de outra manutenção especial que será tratada a seguir.

Tweeter utilizado para a reprodução dos sons agudos de uma caixa acústica.

Ferrofluido ! Você já ouviu falar sobre ele?

Ferrofluido é um fluído viscoso, escuro, composto normalmente de óleo e partículas metálicas. Ele é utilizado no gap (vão) que recebe a bobina do tweeter (e outros tipos de transdutores) que se movimenta dentro dele, e sua função é resfriar essa bobina ao transferir o calor gerado pela potência dissipada à estrutura do falante. Esse calor é enviado para dentro da caixa, e o movimento dos alto-falantes se encarrega de circular esse calor evitando a sua concentração em local indesejado. Sem esse fluído, o tweeter pode sofrer elevado aquecimento e se deformar, mesmo que de forma pouco perceptível, mas o suficiente para provocar mutações sonoras, e numa situação mais extrema, o tweeter pode até se queimar.

Partes de um tweeter. O ferrofluido fica no gap (espaço) entre o núcleo de ferro e o imã, por onde se movimenta a bobina através da interação dos campos magnéticos do imã e aquele gerado pela passagem da corrente elétrica pela bobina, esta que por sua vez é presa ao domo que provoca a movimentação de ar gerando o som.

Além disso, o ferrofluido também exerce influências no amortecimento do movimento do domo (que poderíamos chamar de cone para melhor compreensão) que está unido à bobina que fica introduzida no gap contendo o ferrofluido, e pode provocar outras alterações de comportamento elétrico e mecânico.

Portanto, podemos concluir que o ferrofluido é útil e benigno, certo? Quase…

Quando mantidas as suas propriedades originais, o ferrofluido oferece um bom resultado, mas, com o tempo, ele pode se tornar prejudicial, isso porque as características do óleo se alteram com a umidade, com o tempo e o calor, e o fluído acaba ressecando ou sofrendo mudanças em suas características físicas. A viscosidade pode se alterar e modificar a velocidade de movimento do conjunto móvel, e tudo isso altera o som… para pior.

Apesar de uma abordagem escassa na internet, é possível conseguir, com uma pesquisa mais dedicada, algumas informações mais detalhadas sobre esse assunto. O importante é saber que a substituição do ferrofluido deve ser feita periodicamente, como se troca o óleo do motor de um carro, por exemplo, rodando ou não com ele.
Essa frequência é difícil de ser determinada, pois depende de diversos fatores como o quanto esse fluido aqueceu, a umidade do local, tempo de uso, etc. Alguns falam em 5 anos, outros em dez e outros em quinze anos.

Ferrofluido contido no entreferro (gap).

No meu caso, resolvi fazer uma inspeção em um par de caixas torre B&W CDM7 NT que fazem parte do conjunto do meu home-theater, e trabalham nos canais frontais do sistema multicanal. Essas caixas têm mais tempo de uso do que as demais que compões o conjunto, pois eram de um antigo sistema estéreo que eu possuía antes.

Primeiro eu fiz uma gravação dos tweeters reproduzindo um trecho musical rico em sons agudos (altas frequências) que é a faixa onde os tweeters atuam, e depois reproduzi um sinal senoidal de alta-frequência (12 kHz). Primeira surpresa, já notei uma diferença sensível entre os canais esquerdo e direito, mas, ainda sem elementos suficientes para determinar a causa disso.

Fiz a desmontagem cuidadosa dos tweeters, o que não é muito difícil. A recomendação é um mínimo conhecimento de eletrônica e muita, mas muita paciência e capricho.
Ao desmontar os componentes, tive a constatação de que o ferrofluido havia se transformado numa pasta, inclusive parcialmente ressecada em alguns locais. Portanto, mais uma vez, pude confirmar na prática algo que é motivo de discussões “teóricas e conceituais” entre usuários.
Li um comentário de um audiófilo inglês, com muita “bagagem” no hobby, afirmar que ferrofluido não se deteriora com o tempo e que isso era “besteira” (usando um termo mais… adequado). Para tentar provar isso, ele mandou desmontar um dos tweeters de suas caixas acústicas e, para a sua decepção, acabou constatando o que eu constatei quando desmontei as unidades das minhas B&W, o ferrofluido estava alterado sim, ou seja, ele se deteriora com o tempo, e isso é algo inquestionável.

Procedimento para substituição do ferrofluido

O trabalho de retirada do fluído velho de meus tweeters (que se apresentava como uma pasta praticamente) foi o processo mais demorado e me tomou algumas horas da madrugada, onde tive que desenvolver algumas técnicas e ferramentas improvisadas para poder realizar uma limpeza perfeita, não deixando qualquer vestígio do fluído antigo (a bobina móvel deve ser limpa também).
Fiquei tão focado no processo, adequando iluminação e instrumentos que acabei me esquecendo de fotografar o processo, algo que costumo fazer sempre em minhas experiências, e também talvez porque eu não tivesse a intenção de transformar essa experiência em um artigo até finalizar o processo e realizar as comparações, que me despertaram o interesse em compartilhar essa informação. Mas, nas minhas pesquisas eu consegui achar um bom material ilustrativo que vou incluir aqui neste artigo.

O ferrofluido não é facilmente encontrado no Brasil, e alguns produtos supostamente “similares” não possuem as especificações corretas para essa aplicação.
Depois vou deixar alguns links de onde encontrar esse produto com garantia de qualidade e de aplicação. De qualquer forma, é importante consultar o fabricante de suas caixas para conhecer melhor as características dos componentes utilizados. Eu obtive essas informações através de um amigo que conheci na fábrica quando trabalhava no projeto das minhas caixas acústicas.

Ferrofluido indicado no desenho técnico do tweeter B&W

A colocação do fluído no gap da bobina é bastante simples, injetada com o próprio recipiente (ela escorre facilmente no vão). Apenas aconselho a não preencher totalmente o espaço, pois ao colocar a bobina de volta ela vai ocupar um espaço que fará com que parte do fluido seja expulso do gap. Eu deixei aproximadamente três milímetros livre, e mesmo assim uma mínima quantidade de fluido sobrou no espaço, o que é simples de ser retirado.
É preciso ter muito cuidado com a limpeza, evitando que partículas estranhas caiam neste vão por onde a bobina se movimenta.

Embalagem de ferrofluido para tweeters de 1 polegada (também encontrado em seringas)
Colocação do ferrofluido novo

Apesar de não encontrar nenhum comentário sobre isso, tomei o cuidado de dar umas batidinhas na peça para retirar qualquer bolha de ar que ficasse retida no fluido.
O processo todo é delicado e exige capricho e muita atenção, então recomendo executá-lo quem se achar com habilidades e paciência para um trabalho desse tipo.
Depois de ter trocado uma bateria interna de um smartphone da Motorola (que já foi uma boa marca de telefones celulares) e ter que descolar um a tela de vidro muito fina e soltar minúsculas peças internas (da próxima vez vai para o lixo), até que esse trabalho de reparar os tweeters me pareceu bem mais fácil.

Depois de concluído todo o trabalho de forma bastante satisfatória, instalei os componentes de volta às caixas. Para ter a certeza de que as peças ficariam bem ajustadas e o ferrofluido bem “acomodado”, por precaução, deixei as caixas funcionando por algum tempo antes de realizar novos testes. Sem querer adiantar os resultados, no momento em que coloquei o disco para tocar eu já percebi uma mudança bastante significativa dos agudos, que voltaram a ter aquela clareza, o detalhamento e o timbre típico que sempre me agradaram nas caixas B&W.
Mas, para afastar qualquer “efeito placebo”, fingi não ter ouvido aquilo e saí da sala, mesmo convencido de que não havia dúvidas quanto à mudança de comportamento das peças tendo em vista a alteração física que havia ocorrido com o novo ferrofluido.

Depois de finalizar a reprodução de todo o disco, voltei para a sala e iniciei os testes. Auditivamente não havia qualquer dúvida de que havia ocorrido uma mudança bastante significativa. Os sons agudos, que algumas vezes me pareciam mais estridentes e confusos, ganharam uma precisão que há muito tempo eu não ouvia. Aquela diferença que eu havia notado antes entre as caixas sumiu.
Realizei o teste desligando as caixas acústicas de referência do meu sistema e ligando estas B&W, que é uma operação bem simples em meu sistema. A ideia era ter uma referência de alto nível. Apesar de possuir um sistema de HT também de excelente perfomance, ele não se compara ao sistema estéreo. Lembrando que no meu sistema as caixas frontais do HT são diferentes do estéreo para música, cada qual com o seu conjunto exclusivo de caixas.

Os ganhos em detalhamento e clareza foram bastante perceptíveis. Não foi uma diferença como aquela de trocar cabos e esperar por mudanças sutis (apesar de que alguns irresponsáveis chegam a falar em mudanças da “água para o vinho”), onde muitas vezes a maioria dos ouvintes nem percebe alguma diferença (quando realmente existem). Outra vantagem é que esse “upgrade” é barato para ser feito e com resultados garantidos.

É impressionante como este serviço trouxe uma mudança tão positiva para a sonoridade geral das caixas. Até os médios, influenciados pelos agudos mais precisos, ganharam nova vida.
Gravei novamente o trecho musical e o sinal de referência que eu tinha gravado antes dos trabalhos e os comparei, e não houve dúvida sobre a mudança nos resultados.
Para efeito de comparação da dimensão do resultado, ele é tão perceptível quanto bater uma colher numa taça de vinho vazia e numa taça com metade preenchida (ou um copo com água). Qualquer um pode perceber facilmente a diferença, mesmo sendo leigo nesse hobby.

Depois desse teste mais cuidadoso, testei as caixas no sistema de HT, usando como referência o trecho de perseguição das BMW no filme em blu-ray “Sr. e Sra. Smith”, que tem uma sonoridade que me chama bastante a atenção pela riqueza de detalhes e realismo. Coloquei em seguida um disco de blu-ray de um show da Norah Jones, e ouvi alguns trechos que sempre me chamaram a atenção pelos detalhes. A faixa “Painter Song” sofreu uma diferença realmente emocionante, com uma sonoridade que há muito tempo eu não ouvia.

Aqui a experiência poderia ter ficado um pouco no campo subjetivo, afinal, eu não havia gravado estes trechos antes e não havia possibilidade de uma comparação direta, mas, eu senti uma diferença perceptível em relação ao que eu tinha em memória, apesar de reconhecer que memória auditiva é pouco confiável quando nos referimos a detalhes. Porém, em função da constatação segura das mudanças ocorridas nos testes anteriores, esta percepção já era esperada, objetivamente, e não subjetivamente.

Eu tinha lido a experiência de um usuário no exterior que recebeu a sugestão de verificar as condições do ferrofluido de seus tweeters, mas ele optou por trocar os componentes por unidades novas. A sua intenção anterior de substituir as suas caixas por outro modelo que havia testado se dissipou totalmente depois do ganho obtido com a troca dos tweeters. Depois de desmontados, as unidades que estavam instaladas realmente apresentavam uma alteração do ferrofluido, que estavam praticamente ressecados.

Conclusão

Se você possui em suas caixas tweeters que usam ferrofluido, e já tem estas caixas há pelo menos 5 ou 7 anos, eu recomendo que faça uma avaliação dos tweeters. Não se trata de um “truque” ou de uma melhoria, mas de mera manutenção obrigatória. Se você ouve música muitas vezes ao dia e em volumes altos, talvez (não posso afirmar com certeza) compense reduzir esse tempo.

Limpeza de contatos, desmontagem e limpeza de conectores de cabos, controle rígido de umidade e temperatura da sala, revisão periódica dos equipamentos e, principalmente, a adequação do sistema para a nossa curva de audição (os nossos ouvidos têm um papel muito importante na audição apesar de absurdamente não terem toda essa importância pelos audiófilos) são todas providências essenciais para qualquer outra comparação. Sem um sistema fornecendo o seu máximo desempenho e adequado para compensar as nossas alterações auditivas naturais, qualquer discussão acerca de diferenças de cabos, fusíveis, acessórios, mídias, gravações, ou qualquer outro componente do sistema (incluindo aqui a acústica e a elétrica), perde totalmente o sentido, nos fornecendo conclusões distorcidas e inúteis.

Já cansei de testemunhar uma “mudança” sonora entre cabos que sumiram completamente com a manutenção dos contatos do equipamento e do cabo anterior.

Há muito mais para se preocupar em nossos sistemas do que as velhas abordagens e discussões cansativas, e muitas vezes pouco produtivas, que vemos em fóruns, sites sobre audiofilia e revistas “especializadas” produzidas com conclusões exclusivamente baseadas em “impressões” e subjetivismos. Insisto sempre que os audiófilos, na sua grande maioria e quanto mais “experientes” são, estão sempre buscando direções equivocadas para os upgrades dos seus sistemas. A maioria ainda gasta fortunas tentando fazer os seus sistemas tocarem pelo menos o mais próximo possível do som “ao vivo” (quando poderiam até tocar melhor), e ignoram alguns fatores de maior importância e até de menor custo.

A manutenção de um sistema de som é tão necessária como aquela que fazemos num carro. Se os pneus não tiverem as pressões adequadas, não fizermos o alinhamento e balanceamento das rodas, o óleo do motor não for substituído, o sistema de freios não for revisado, filtros trocados, etc… o carro nunca vai oferecer o melhor desempenho e segurança, por mais que coloquemos o melhor combustível do mundo em seu tanque ou instalemos pneus de elevada performance.
O nosso sistema de som também precisa de uma manutenção periódica, diferente daquela exigida por um automóvel, óbvio, mas que também vai afetar o seu desempenho.

Em breve vou publicar um artigo sobre a recente substituição dos tweeters de duas caixas Tannoy que mantenho em meu sistema de som do escritório, e que, infelizmente, conviveram com condições inadequadas de temperatura e umidade no passado. Acho que será mais uma abordagem interessante e bastante similar a essa.

Espero ter contribuído com uma informação que possa ser útil a alguém que queira conhecer melhor os seus equipamentos e extrair tudo o que ele pode oferecer, mesmo que seja tão somente as suas características originais de fábrica.

Onde encontrar o Ferrofluido (procure por “ferrofluid“):
* a primeira loja tenho certeza que vende para o Brasil pois já comprei lá
* vi alguém vendendo no Brasil mas não senti confiança pela falta das especificações técnicas do produto e pelas referências negativas

Speaker Exchange
www.reconingspeakers.com/

 

www.simplyspeakers.com/

e

https://www.speakerrepairshop.nl/en/

 

11 Comentários

  1. Caramba !!! Isso pra mim era novidade.
    Parabéns pelo artigo, e tenho duas perguntas:

    1. Porque não lemos essas coisas em outros sites, revistas etc? E porque ninguém nos conta isso, só o hifi planet?
    2. Uma dúvida, por ser formado por partículas metálicas, o ferrofluido não poderia causar um curto na bobina? E ela não poderia alterar as características dela?

    Um abraço

  2. Olá Melium,

    Obrigado por mais uma vez prestigiar este espaço. Sabe que não ganho nada financeiramente com o Hi-Fi Planet, mas fico feliz de poder compartilhar algum conhecimento útil.
    Respondendo as suas perguntas:

    1. Porque eles querem só ganhar dinheiro divulgando e vendendo produtos.

    2. Os fios da bobina de um alto-falante, apesar de condutores, são isolados com uma camada de verniz.
    De qualquer forma, o fluido pode alterar as características do meio onde está a bobina, modificando as suas propriedades, Por isso o ideal é utilizar o ferrofluido recomendado pela fabricante, apesar de que se isso não for possível, a diferença pode ser pouco perceptível em relação ao original, mas garanto que será enorme em relação ao fluido ressecado.

  3. Muito interessante. Acho que é o caso dos meus tweeters, eu lembro que eles tinham um som que me impressionavam, hoje não mais.
    Esse produto é acido ou toxico? Posso manusea-lo normalmente?
    Parabens pelo site, bastante informativo.

  4. Dilson,
    Verifique se o seu tweeter usa ferrofluido. Outros fatores também podem causar modificações sonoras, umidade, deterioração do domo no caso de seda, capacitores defeituosos na placa do divisor de frequências, etc.
    Como qualquer produto químico, um pouco de cuidado faz bem. No caso deste produto recomenda-se evitar contato na pele e olhos, podendo causa irritações.
    Segue a ficha química dele: https://www.simplyspeakers.com/assets/images/pdffiles/Ferrofluid-SDS.pdf

  5. Meu caro Eduardo, é uma satisfação falar com você.

    Você salvou a minha vida kkkk….
    Há algum tempo tenho sentido que os agudos do meu sistema pareciam “secos”, duros e sem extensão.
    Conversando com alguns amigos e alguns vendedores de equipamentos, a sugestão foi colocar cabos mais “abertos”, realizar testes com outros cabos mais “refinados”.
    Alguns vendedores me sugeriram caixas novas, e um até me recomendou trocar a amplificação…
    Com essa pandemia e mantendo um distanciamento social bem rígido em função da minha idade e alguns problemas de saúde, fui protelando a visita às lojas para conhecer a disponibilidade de produtos.
    Foi quando me deparei com este seu artigo, e resolvi importar dois tweeters novos para as minhas caixas, pois não encontrei ninguém por aqui que realizasse esse trabalho de repor o fluído velho do tweeter.
    As peças chegaram na quinta-feira passada, mas o meu filho só pode ver no domingo e com suas habilidades técnicas trocou os tweeters pra mim.Ligamos o equipamento e UUUAAAAAUUUUU!!!!!!!! Que som !!! Sem “amaciamento” nenhum os agudos ganharam uma nova vida, aliás, o sistema parecia outro.

    Eu já vi você comentar aqui sobre a enganação dos “upgrades”, que uma manutenção básica e até uma limpeza de contatos faria o sistema apresentar um desempenho muitas vezes melhor do que o próprio upgrade. Eu já tinha conferido isso com cabos. Hoje não mais me deixo enganar pelos tais cabos “audiófilos”.
    Agora só posso agradecer por você compartilhar as suas experiências e conhecimentos conosco, e deixo o meu repúdio aos aproveitadores que só pensam em tirar o nosso dinheiro com suas mentiras.

    Meu filho levou os tweeters. Pedi para ele desmontá-lo e depois te envio mais informações. Mas se você topar, eu envio para você que tem mais prática nisso, e você pode incluir fotos no seu site. Não precisa devolvê-los, e eu pago o custo de envio.
    Final das contas… gastei 3.280,00 em dois tweeters originais, e teria gasto, se fosse trocar cabos ou as próprias caixas certamente muito mais do que isso.
    Na época paguei quase 11 mil dólares em minhas caixas, possivelmente hoje se fossem novas passariam dos 100.000 reais na mão dos importadores, e gastei pouco mais de 3% desse valor para deixá-las como novas outra vez.

    Meus sinceros agradecimentos, meu caro. Eu já estava até desanimado e voltei a ter prazer em ouvir música novamente.
    Quando vier à região de Brasília, o jantar é por minha conta e no melhor restaurante da região kkk…. Já está combinado !!!

    Mais uma vez, muito obrigado e te deixo aqui um forte abraço e vida longa para o Hi Fi Planet.

    Grilli

  6. Olá Girgio

    Fico feliz em ter ajudado.
    Sim, eu gostaria de ter acesso a estes tweeters, pelo menos fotos deles desmontados.
    Vou te encaminhar um e-mail pelo seu cadastro.

    Obrigado

    Abraço

  7. Olá Eduardo, um prazer me deparar com um site tão detalhado e um artigo tão importante.

    Recentemente adquiri um par de caixas exatamente iguais às suas, cdm7nt. São caixas muito bem construídas e de excelente qualidade com toda certeza.

    Como as adquiri sem exatamente conhecer sua história e talvez pela percepção similar à sua descrição no artigo pretendo seguir com esta manutenção preventiva ou corretiva.

    Sou engenheiro eletricista mas não me considero hábil suficiente para montagem de origamis complexos ou barcos dentro de garrafas.

    Enfim, avaliando o desenho da peça, entendo ser relativamente fácil desmontar o tweeter do conjunto. Quanto ao processo para se chegar ao “Back Plate”, ítem 7 da figura, é necessário quais ferramentas? Digo, os itens são encaixados? Não vi parafusos entre a lista de materiais.

    Busquei alguma referência para aquisição do conjunto completo mas aparentemente está esgotado há alguns anos dado a idade do equipamento.

    Agradeço antecipadamente sua atenção e novamente parabéns pelo espaço e pelo compartilhamento do conhecimento.

    André

  8. Olá Andret !

    Você conseguiu fazer o trabalho? Como ficou isso?
    Precisa de alguma ajuda?
    Fico a disposição.

    Abração

  9. Olá Eduardo, recebi há pouco o ferrofluido encomendado. Vou testar o trabalho primeiramente em um par de 602S3 que estão com o domo avariado e na sequencia pretendo executar o mesmo nas cdm7nt. Obrigado pela disponibilidade!

  10. Bo noite, teria mais informações e orientações para a troca do ferrofluido ? Tenho uma par de B&W CDM-1NT que possuem o mesmo twitter mencionado e estou sentido diferença de áudio em uma das caixas ultimamente.
    Acredito que com cuidado e paciência eu consiga fazer essa manutenção sugerida.
    Se puder me enviar detalhadamente o processo e onde adquiriu o ferrofluido ficarei grato.

    Obrigado

  11. Olá Leandro
    Há algum tempo estou tentando fazer um tutorial detalhando esse serviço, mas me falta tempo para isso. Vou ver se consigo fazer.
    O ideal é pedir a um profissional para fazer esse trabalho, mas você também pode tentar. Desmonte com cuidado, limpe todo o ferrofluído velho e coloque o novo retirando o excesso.
    Não é tão complicado.
    Fico à disposição
    Abração
    Eduardo

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