Equalizador… sim ou não?

Qual a vantagem da evolução tecnológica se as pessoas continuam vivendo no passado? Audiófilos ainda resistem ao uso de equalizadores e controles de tonalidade mergulhados em velhos conceitos que há muito tempo já deveriam ter sido enterrados.

Eduardo Martins

Já recebi várias consultas de leitores que me questionam sobre a validade de se realizar ajustes tonais em seus sistemas, seja através de dispositivos DSP, equalizadores gráficos ou paramétricos, ou mesmo pelos controles de graves, agudos e até de médios que acompanham alguns equipamentos.

A preocupação deles reside no fato de alguns “antigos e experientes” audiófilos afirmarem que é quase como um sacrilégio alterar a curva de resposta de frequência original de um sistema de áudio “high-end”, e que o correto seria sempre buscar um resultado “plano”, ou “flat”, sem qualquer alteração do sinal.
Estes “sábios” audiófilos são os mesmos que afirmam que “todo audiófilo experiente sabe que o vinil é superior ao digital”, ou que o “válvula supera o transistor”, ou que “cabos são capazes de mudar drasticamente o som e corrigi-los”.
Curiosamente eles não usam TV de tubo preto e branco, máquina fotográfica de filme de rolo, telefone de disco, máquina de escrever e fax no lugar de computadores, e não são avessos à tomografia computadorizada, a TV digital, etc… mas no áudio… a evolução parece ser bem mais lenta.

Na verdade, eles já possuem limitações auditivas tão profundas que comparações meramente subjetivas como estas perdem totalmente o sentido. Do que adianta uma nova tecnologia te fornecer uma amplitude de faixas de frequências mais extensa e real se o ouvinte já não possui mais sensibilidade auditiva nestas faixas? Do que adianta uma tecnologia oferecer menor distorção sonora se o ouvinte já não consegue mais perceber algumas sutilezas do som?
A justificativa para eles sempre reside num “resultado mais musical”, ou “no algo mais” que eles não conseguem explicar, ou ainda no “realismo” que eles desconhecem porque mesmo o “som ao vivo” já está comprometido pelas suas perdas auditivas.

Aí nos deparamos com outras bobagens do tipo “experiência e ouvidos treinados”.
Há muitos anos eu ouço falar dessa coisa de “ouvidos treinados”, e esta é uma condição facilmente desmistificada por qualquer profissional especialista em audição, e pela própria ciência, por uma questão lógica.
Você não pode treinar ouvidos. Você não consegue recompor todas as perdas auditivas através de “exercícios auditivos” e nem melhorar a sua audição por este meio, pelo contrário, quanto maior a frequência de uso da audição, mais rápido ocorrerão estas perdas auditivas. Não sou eu quem afirma isso, que fique bem claro, é a comunidade científica.

No máximo, você consegue condicionar o seu cérebro a buscar as informações que lhe interessam numa audição mais crítica de uma apresentação musical.

Você aprende o que deve ser ouvido, o que não tem nada a ver com ouvir melhor.

É como o sujeito que consegue identificar visualmente (nem sempre) indícios de colisões em veículos.
Alguns dizem: “Ele tem olhos treinados para isso”. Isso não é verdade. Ele vai enxergar exatamente o que enxergamos, talvez até menos, mas ele sabe o que deve procurar… deformações superficiais, vincos refeitos, soldas não originais, tonalidades de cor diferentes, marcas de lixa, etc.
Ele condicionou o seu cérebro a coletar essas informações, como qualquer pessoa faz, amadora ou profissional. Como ele fez isso? Aprendendo o que deveria ser visto.
O dentista não tem olhos treinados para encontrar problemas em seus dentes. Ele apenas estudou para saber quais são os sinais de problemas, que apesar de visíveis para todos os olhos (inclusive os leigos), são melhor compreendidos pelo profissional.

No caso da audição crítica isso é ainda pior, pois, por mais que o “experiente ouvinte” saiba interpretar o que ouve, suas limitações naturais e irreversíveis pode lhe conduzir a conclusões errôneas.
Se o “treino” e a experiência fossem determinantes para o sucesso independente de nossas perdas pelo envelhecimento, teríamos atletas competindo com 70 ou 90 anos, ou pilotos de fórmula 1 com 80 anos.
Mas o tempo não perdoa. A idade vai nos tirando as forças, a concentração, a nossa audição, a visão, os reflexos, e nos provocando outras perdas que, apesar de toda nossa experiência e conhecimento, são limitantes para o pleno exercício de nossas habilidades.

O universo audiófilo sobrevive de lendas e conceitos vencidos, e alguns “puristas” ainda insistem que, se você quiser chegar ao tal do “topo do pinheiro” na reprodução eletrônica de música, não deve jamais alterar o sinal elétrico original da gravação.
Isso é uma grande bobagem que chega a me causar uma enorme decepção, pois muitas vezes é dita por pessoas que já deveriam ter aprendido algo neste hobby.
Independente do que eu ouço, a verdade é que a realidade é uma só.

Normalmente os críticos do ajuste tonal são aqueles que se identificam como “conservadores” e “puristas”, muitas vezes defendendo que o vinil é um exemplo de reprodução perfeita sem interferências no sinal.
Eles só não perceberam ainda que, ao gravar um disco de vinil, o sinal é alterado, equalizado, e o tal de pré de fono não é só um amplificador prévio do sinal, mas um corretor, que fornece uma equalização através de uma curva “padronizada” (isto também não é real) que vai alterar a curva de resposta de frequência do que foi gravado. Ou seja, o tal do “purismo da gravação intocável” do vinil só existe de fato na cabeça deles.
Tente reproduzir um disco de vinil sem equalizar o sinal antes de enviar para amplificação, e descobrirá que o que está ali gravado não é real, mas algo fruto de uma manipulação prévia.

Impostante salientar que não sou contra o vinil. Tenho um sistema de vinil em casa e o utilizo com alguma frequência.

Sempre que me perguntam se é admissível o uso de equalizadores e controles de tonalidade numa reprodução de alta qualidade, eu respondo tranquilamente que sim. Com alguns cuidados e certos critérios, a correção da curva de frequências pode, e deve, na grande maioria das situações melhorar muito o resultado final.
Não devemos sentir qualquer culpa nisso, porque na verdade os nossos ouvidos já fazem algo parecido ao modificar o som pelos seus desvios naturais.
Lembrando que, quando falo em som real, não me refiro ao som “ao vivo”, pois estas nossas deficiências auditivas também existem, logicamente, na audição ao vivo, ou seja, o que ouvimos também não é real, mas resultado da captação de nossos ouvidos, e que não é nada confiável como a ciência já nos mostrou.
Sobre isso, em meus artigos sobre Customização de Sistemas abordo este tema com muito mais profundidade e amparo científico, demonstrando que a correção da curva de resposta de frequências de um sistema de som não é só bem-vinda como também necessária. Portanto, esta abordagem da real necessidade destas correções e da forma de implementá-las não será feita aqui. Vou me limitar à resposta simples da pergunta título desse artigo.

Um equalizador, um DSP ou mesmo controles de tonalidade poderão ajudar muito na melhoria daquilo que ouvimos. Apesar de não ser algo tão preciso e cirúrgico como a proposta que faço na abordagem sobre Customização de Sistemas, eles podem auxiliar muito na qualidade do que ouvimos.

Há quem alegue que qualquer elemento no caminho do sinal provoca algum prejuízo.
Lentes de óculos ficam no caminho de nossa visão, mas seus resultados nos trazem, ao final, um realismo muito maior com o seu uso, e sem ele muitas vezes nada enxergamos.
Não importa o que colocamos no caminho do sinal elétrico (não existe sinal de áudio – e sim uma onda elétrica complexa) do nosso sistema, desde que seja para melhorar o que ouvimos.

Nossos ouvidos quando envelhecem, ou mesmo ainda jovens e dependendo de nosso tipo de vida (alimentação, exposição a ruídos, etc.), perdem significativa sensibilidade para os agudos, principalmente, e isso interfere na nossa experiência auditiva, seja do mundo real, seja do nosso sistema de som.
Um simples controle de agudos pode oferecer uma experiência muito mais agradável e bem mais realista na reprodução do som real gravado.
Então porque temer o ajuste de agudos neste caso? Porque os “velhos puristas” tem tanto receio de utilizá-lo e preferem aceitar as suas limitações, ouvindo um som mutilado e ainda, mesmo com essas deficiências, se arriscando a tecer comentários comparativos sobre tecnologias e equipamentos?

Sem um sistema de som ajustado aos  nossos ouvidos, realizando a necessária correção da curva de sensibilidade auditiva, ninguém pode tecer comentários críticos sobre resultados sonoros, seja de gravações, de equipamentos, de tecnologias de mídias ou sobre qualquer outro componente da cadeia de reprodução musical .

Sendo assim, não há qualquer razão para temer o uso de equalizadores na melhoria da nossa percepção do que foi gravado.
Mas, não paramos aqui.
Alguma vezes recebo consultas me perguntando se o ajuste “pessoal”, sem ter certeza da curva de correção necessária, seria algo temeroso.
Aqui entra o componente “gosto”.
Para responder a isso, vou fazer uma comparação bastante ilustrativa.

Eu sou um apreciador de café, e invisto em máquinas de alta qualidade e grãos selecionados de linhas “gourmet” (outra expressão de modismo), que são resultados de produções mais cuidadosas.
Muitos apreciadores de café consideram um grande erro adicionar açúcar na bebida, sugerindo que esta deve ser consumida sem qualquer adoçante para não interferir no seu sabor.
Mas, eu não consigo tomar o café sem açúcar. Juro que já tentei por diversas vezes, mas o amargor me incomoda.
Então o que eu deveria fazer? Tomar sem açúcar não gostando do resultado, deixar de tomá-la, ou adicionar o açúcar e ter o prazer de saborear uma bebida que agrada o meu “gosto”?

Neste caso, não temos sequer uma distorção como a que vimos quando reconhecemos as nossas limitações auditivas. Trata-se, simplesmente, de gosto pessoal.
Claro que quem prefere o café adocicado deve colocar açúcar ou adoçante ao seu gosto e ponto final, pois é o que lhe agrada.
Muitos dirão que isso então foge ao conceito de som “high-end”, de alta fidelidade e da busca pela perfeição.
Sinto muito informar a estas pessoas que faz tempo que, com os seus conceitos limitados, eles se afastam cada vez mais do resultado que buscam. Estas pessoas só enxergam equipamentos, cabos, salas, e ainda uma equivocada referência do “som ao vivo” como o objetivo a ser alcançado. Seus ouvidos distorcem essa experiência que eles acham ser a “real”, e colocam seus sistemas numa condição de operação também equivocada.
Além disso, eles acreditam ainda que o tal do “som analógico” é mais perfeito que o “som digital”, mas não existe “som digital”. Todas as músicas que ouvimos estão no âmbito analógico. Uma música reproduzida digitalmente seria irreconhecível.
E para a tristeza destes “puristas”, como já comentei, o som que eles ouvem do vinil já foi alterado (ou “equalizado”) no mínimo por duas vezes, a primeira equalização para atender à uma curva específica, e a segunda para voltar ao sinal original. Alguém acha que essa conversão é pura? Se acha que sim, então está muito enganado. Neste ponto, o digital (não estou falando o CD porque este também já está ultrapassado apesar de ainda superar o vinil em muitos aspectos) ainda consegue um resultado mais interessante, mas isso é discussão para outra oportunidade.

Outro detalhe… as gravações que ouvimos, mesmo a maioria daquelas ditas “audiófilas”, sofrem diversas equalizações durante a sua produção, por mais que alguns engenheiros de som neguem isso.

Os mais antigos costumam dizer (canso de ouvir isso) que os carros antigos eram melhores, mais fortes e mais seguros que os carros modernos. Não adianta tentas lhes convencer do contrário porque lá vem os argumentos da lata mais grossa, parafusos no lugar de soldas, para-choques de ferro no lugar do plástico, painéis também de metais, etc…
Eles pararam no tempo, e os seus argumentos também.
Há um vídeo no YouTube mostrando o resultado da colisão frontal entre um Chevy Malibu 2008 e um Bel Air 1959 (vou deixar o link ao final), onde é possível ver claramente o resultado da tecnologia de segurança que já era empregada em 2008.
Freio ABS, controles de estabilidade e de tração, airbags, deformação controlada da carroceria em caso de colisão, barras de proteção estrategicamente instaladas, vidros de segurança que não soltam cacos e estilhaços, ausência de partes pontiagudas e quinas no interior da cabine, sistema de corte de combustível em caso de acidentes, e muitas outras tecnologias fornecem hoje um veículo muito mais seguro, salvando vidas todos os dias.
Na época do colégio, perdemos dois colegas em acidentes de carros, um teve o motor de um Opala invadido na cabine, esmagando-o, e o outro teve uma barra de direção de um Dodge Dart enfiada em seu peito em outra colisão. Atualmente, os projetos contemplam esses riscos, com barras de direção que se retraem em caso de colisões frontais, e motores que são deslocados para debaixo do carro se atingidos na colisão.
Mas não adianta insistir, porque a teimosia dos velhos experientes é poderosa… “a lata é mais grossa, os para-choques são de ferro, os vidros eram mais espessos, etc…

Eu até entendo algumas dificuldades de alguns em aceitar a realidade.
Há, ainda como exemplo no segmento automobilístico, uma grande resistência dos mais velhos ao câmbio automático, um certo medo pelo novo (nem tão novo assim).
Argumentos novamente não faltam… “é mais caro para consertar, você controla o carro melhor no manual, é mais complexo e mais suscetível a defeitos, sem os movimentos de troca de marchas o risco de pegar no sono é maior”… mas eles não percebem que muita coisa mudou nestes anos de evolução tecnológica.
Por mais que o câmbio manual tenha evoluído, ele só existe por uma questão de custos e de medo do novo no caso de alguns compradores, mas eles são hoje muito mais duráveis, confiáveis, com manutenção bem menos custosa, e com um funcionamento inteligente, capaz de extrair o melhor desempenho do motor em qualquer condição, seja de economia ou de esportividade, se comportando até de formas distintas de acordo com a forma de condução do motorista. Se você acelerar levemente, ele vai usar melhor as marchas para uma condução mais suave e econômica. Se você acelerar fundo, ele vai reduzir a marcha buscando a mais forte para aquela velocidade, aproveitar melhor os giros elevados e fazendo com que o veículo tenha uma condução mais veloz, mais esportiva.
Até jipes e esportivos usam o câmbio automático hoje, pois ele permite se adaptar com perfeição em qualquer condição de uso.
Mas, isso não basta para convencer algumas cabeças.

Mas, concluindo, ninguém deve se sentir culpado por fazer uso de correções na curva de resposta de frequências do seu sistema, acertando algumas deficiência (e todos têm uma ou mais) ou buscando agradar o seu mero gosto pessoal.
Eu falei em critérios antes. Eles são bem simples: tentar escolher bons componentes para evitar induzir ruídos e distorções no sinal, e ser coerente nos ajustes, sem excessos que possam descaracterizar muito o som original.
Pode até passar um pouco do ponto, no caso de gosto pessoal, mas eu acredito que exageros vão provocar uma deterioração profunda do som, e aí perde-se o sentido de se investir tanto em equipamentos de alta precisão para termos um resultado completamente distorcido da realidade.

Evoluir é preciso. Aprender é necessário. E questionar os velhos conceitos é uma obrigação para quem quer atingir os melhores resultados nesse hobby.

Teste sempre, experimente tudo, e extraia as suas próprias conclusões.

Desde que eu entrei nesse hobby, é assim que costumo agir.
Já derrubei muitos mitos, descobri aspectos que até hoje alguns resistem em aceitar, já economizei muito não gastando em bobagens, e já fiz muitos inimigos, principalmente fabricantes, comerciantes, articulistas, donos de publicações “especializadas” e muita gente que ganha muito dinheiro vendendo ilusões e cultivando mentiras por razões óbvias e lucros pessoais.
Como eu não ganho um único centavo nesse segmento, já que a minha atividade profissional não tem qualquer ligação com o áudio, me sinto à vontade para ser honesto e sincero, e compartilhar o que aprendi neste que foi mais que um hobby pra mim. Além de gostar de ouvir música, minha formação técnica sempre me impulsionou para o conhecimento sobre esse assunto.

Experimente sempre, e vai descobrir que você pode ter muito mais com bem menos (custo principalmente).

Segue o vídeo mencionado no artigo.

15 Comentários

  1. Assino embaixo de suas palavras Eduardo e acrescento que percebi que a audição em dias distintos de um disco, seja CD ou LP, soa diferente. Não sei dizer o motivo exato disso mas desconfio que possa ser nosso estado de espírito.

  2. Olá Eduardo

    Há algum tempo acompanho o seu site, e já até conversamos uma vez por email.
    Continuo apreciando muito a qualidade técnica e a linguagem acessível dos seus artigos, sempre de forma direta e honesta.
    O segmento audiófilo no Brasil perdeu muito tempo com as bobagens que víamos escritas em publicações impressas e fóruns, com cada um querendo ser mais esperto que o outro, e com comerciantes sem escrúpulos que manipulavam as informações para fazer o leitor acreditar que para ser feliz na audiofilia ele deveria trocar de cabos a cada mês, equipamentos a cada dois meses, e usar um monte de acessórios inúteis em seus sets.
    Uma vez conversando com um ex-dono de uma conhecida loja de produtos hi-end, ele me disse que o consumidor de produtos audiófilos é um dos mais ingênuos e manipuláveis que existe, e que todo o mercado trabalhava no sentido de convencê-lo a gastar em seus sets mais do que precisava, e na maioria das vezes de forma desnecessária. Até as publicações faziam reviews direcionados a expor os produtos e despertar o desejo do audiófilo de fazer um “upgrade”.

    O segmento mudou muito, mas ainda temos velhas ideias ainda rodeando grupos de whatsapp, sempre carregados de comerciantes, fóruns e até roda de amigos, hoje menos comuns em razão da pandemia.
    Essa sua abordagem deste seu novo artigo é perfeita, e vem mais uma vez afastar uma dessas ideias plantadas pelo mercado e repetidas pelos audiófilos, que apresentam alguma dificuldade para romper com esse período e conhecer melhor o mundo audiófilo na sua face mais real.
    Eu faço uma correção no meu set até influenciado pelos seus artigos, e realmente consigo uma riqueza bem maior de informações e sensações do que quando ouço o sistema sem correção ou ouço a obra ao vivo.
    Eu tenho minhas maiores perdas auditivas em frequências mais altas, e faço uma compensação destas perdas, não na sua totalidade, mas em torno de 50%, pois mais do que isso o meu equipamento apresenta um chiado chato de fundo. Minha ideia é fazer isso no campo digital, como você já sugeriu, e buscar um resultado mais preciso para os meus ouvidos.

    Senti neste seu novo artigo um certo sentimento de irritação com algumas posições em relação a formatos de gravação.
    Acho que sei até de quem você falou, e realmente chega a ser cansativo a insistência de alguns em enaltecer exageradamente e apaixonadamente uma tecnologia que tem inúmeras limitações, e vários problemas ainda não solucionados, que aliás nunca serão.
    Eu ingressei no mundo do digital de alta resolução, e realmente é um degrau acima no digital que tínhamos antes. Impressionante a quantidade de informação que o arquivo digital consegue preservar.

    Eu gostaria de conhecer um artigo seu com as suas experiências e opiniões sobre os formatos de gravação analógico e digital.
    Sei que não é qualquer sistema que consegue extrair tudo o que o digital pode oferecer, que o mercado de equipamentos parece pouco investir nisso se não for para uma venda mais maciça.
    Eu também disponho dos dois formatos em meu set. Não abro mão da minha coleção de vinis porque é histórica, muitos títulos não sairam em mídia digital, mas, é inegável o que se consegue de superioridade com um bom sistema digital e uma correção da curva de resposta do equipamento.

    Parabéns pelo trabalho que você faz aqui no HiFi Planet. Eu sei que muita gente se inspira nos seus artigos para melhorar seus sets, e sei que faz isso de graça, o que já nos trás mais confiança.
    Continue nos presenteando com o seu conhecimento que sempre lhe seremos muito grato.

    Obrigado

    Suez

  3. Boa noite Eduardo
    Parabéns, mais um excelente artigo.
    Meu amigo, você acredita que um professor da faculdade do meu irmão recomendou um artigo seu para os alunos, justamente um que trata sobre a adequação de um sistema de som aos nosso ouvidos?
    Está fazendo “escola”, literalmente, meu amigo.
    Um abraço

  4. Obrigado a todos pelas gentis palavras.

    Caro Márcio, estas diferenças podem ser muitas coisas, e, sim , também variações de nosso corpo e espírito.

    Caro Suez, obrigado pelo seu relato. Certamente vai animar outros leitores a buscar o caminho certo para ter o resultado que tanto desejam.

    Caro Melium, obrigado. bacana saber disso. Onde foi isso?

    Abração a todos

  5. Edu, sempre caprichando…
    Concordo com você, o maior problema dos audiófilos mais “conservadores” não é a ignorância, pois informação não falta e algumas vezes é até óbvia. O que pela mesmo é a rejeição em evoluir, em romper os paradigmas e enxergar ( ou ouvir…kkkk….) mais longe.
    Agora, em alguns outros casos o problema chama-se “Dinheiro”. Tem muita gente ganhando bem com essa desinformação, e quanto maior ela for, maior o lucro.
    Imagino como muita gente deve te odiar … kkkkk…..
    Meu caro, você está de parabéns.
    Mauricio (desde do tempo do fórum da Revista Home-Theater… do HTforum… faz tempo…)

  6. Prezado Eduardo,
    Já completei os 68 anos.
    Sempre gostei do vinil e ainda hoje compro alguns bolachões para um toca discos e um pré de phono de respeito. Mas, eu reconheço que a tecnologia digital vem evoluindo a passos largos, e pode evoluir ainda mais. É como a máquina de fotografia digital. Se quiserem fazer um sensor se 500Mp já se pode construir um facilmente, mas já se provou que mesmo um sensor de 8Mp de uma boa câmera com uma lente de qualidade já é suficiente para oferecer uma imagem suficiente de qualidade, até para os mais exigentes olhos.
    Eu já achava o CD bastante satisfatório, mas a resolução digital aumentou tanto que hoje supera o vinil sem sombra de dúvida. Mas eu tive que seguir nessa direção de ajustar algumas características do meu sistema para compensar as perdas de meus ouvidos tão idosos quanto eu, e foi com a sua ajuda e paciência que consegui atingir esse resultado.
    Acho que sua caixa de emails deve ter mais emails meus te incomodando com tantas perguntas do que todos os emails que você já recebeu até hoje rsrsrs
    É impressionante que quando você escreve um artigo como esse eu me identifico bastante, entendo exatamente o que você quer dizer e aonde quer chegar mesmo lendo apenas o seu título. Eu assimilei essa ideia de uma tal forma que hoje eu consigo entender as ideias que você coloca como estando em torno de um núcleo principal, e esse núcleo é o casamento de nosso ouvido com o meio externo, assim como os nossos óculos nos proporcionam um efeito similar ao trazer para os nossos olhos a imagem real que sem eles seria apenas uma imagem “ao vivo”, mas não verdadeiramente real, como você costuma dizer.
    Veja que fui um bom aluno rsrss..
    Não perca a fé.
    Pode parecer que nada mudou, mas está mudando sim. Cada dia mais eu percebo mais gente se envolvendo com o maravilhoso universo do áudio e com uma outra mentalidade, com mais informação, e muitas delas vindas aqui do Planet.
    Um grande abraço deste seu amigo, aprendiz e admirador do seu trabalho.
    João Ribeiro

  7. Ótimo artigo, só acrescentaria o balanço que não vem mais nos integrados “hi end”. No meu caso, que já estou com 66 anos, noto que faz falta. Lendo este artigo, me faz lembrar dos emails e zaps que recebo enaltecendo tudo que é antigo. Esmiúço um por um, mostrando que a realidade é bem outra.

  8. As únicas coisas que não envelhecem em nosso caso, são as músicas. Essas duram uma eternidade.

  9. Eduardo, bom dia. Foi um prazer ver novos temas no site. A respeito do uso de equalizador no sistema: na última edição eletrônica daquela revista, o editor (sempre ele) questiona de forma categórica que equipamento de alto nível não precisa de equalização. Eu lhe fiz a seguinte pergunta: por quê a McIntosh, um dos ícones da indústria usa botões de equalização para várias faixas de frequência em seus prés e em seus integrados? Claro que não obtive resposta. Na penúltima edição- de abril- o editorial dele parece que foi endereçado a você, para tentar derrubar tudo o que você publica. Só que ele utiliza argumentos muito frágeis e fáceis de serem contestados, principalmente por quem entende muito de eletrônica, como você.

  10. Boa tarde, Luiz !
    Obrigado pela sua participação. Sempre bom encontrá-lo aqui.

    Será que alguém ainda se importa ou acredita nas coisas que ele publica?
    Pelo que eu vejo no meu dia a dia, ele hoje está mais desacreditado do que Papai Noel…

    Abração

    Eduardo

  11. Eu acredito que exista um grande preconceito com os equalizadores. Para usar um sistema sempre em flat, seria preciso ter um sistema caríssimo, rede elétrica condicionada, ter uma sala com tratamento acústico perfeito e escutar só gravações de elevadíssimo nível técnico, o que para certos gêneros musicais é muito raro. Um equalizador pode melhorar gravações ruins, atenuar falhas na acústica e até adequar algumas características ao gosto pessoal do ouvinte, já que em última análise, o que conta mesmo é o prazer na audição.

  12. Libertador. Usei muito equalizador quando adolescente (quando eu menos precisava). Os da Pioneer eram considerados os de melhor custo/benefício e era muito usado até mesmo entre as músicas. A gente ouvia música com os amigos e de uma faixa pra outra alterava algumas frequências porque determinada música soava melhor daquele jeito.

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