Customização de Sistemas – Depoimento de Outro Leitor

Apresentamos aqui mais um depoimento de outro leitor que realizou experiências no sentido de customizar o seu sistema de som, conforme a abordagem realizada em nossos artigos aqui publicados.

Segue o seu relato (muito obrigado, Jonas):

Meu nome é Jonas, sou diretor de uma multinacional farmacêutica e atualmente resido na Bahia. Não tenho nenhuma conexão comercial com o mercado de áudio, sendo um mero consumidor.

Gostaria de contribuir com o Hi-Fi Planet com este breve relato sobre a aplicação das teorias e práticas da otimização personalizada de um sistema de som. Acho que o nosso querido Eduardo já faz tanto por nós mantendo este espaço e compartilhando as suas preciosas e honestas experiências, que no mínimo devemos contribuir também compartilhando os nossos resultados.

Antes de qualquer coisa, quero dizer que não sou leigo no assunto. Hoje, com 61 anos, desde os 16 me interesso por som, procurando sempre me atualizar tecnologicamente e possuir equipamentos de boa qualidade.
Morei 11 anos nos EUA, e assim pude estar mais próximo deste mercado numa época em que seu acesso no Brasil era muito difícil.
Meu sistema de áudio e vídeo hoje, se comprado novo numa revenda, certamente ultrapassaria os 500 mil reais, está instalado numa sala dedicada de 63m2, e possuo uma coleção de CD, vinil e outras mídias que muitas lojas sequer sonham possuir.

O que faz alguém ter um sistema de som, no meu caso, duas vezes o valor de seu automóvel apenas para ouvir música e ver shows? Primeiro a paixão por este maravilhoso hobby, e segundo: DESCONHECIMENTO !!!
Isso mesmo. Se eu tivesse conhecido algo como o Hi-Fi Planet anos atrás, certamente não teria caído nas já conhecidas armadilhas do mercado que com uma estrutura de distribuidores, revistas, sites, fóruns e os que se acham “consultores e revisores de áudio” alimentam uma cadeia de desinformação tática para confundir o consumidor e levá-lo a um ponto em que a audiofilia se torna um hobby para poucos.
Aconselho a todos que me estão me lendo aqui a tomar muito cuidado com esse mercado, ou viverá de frustrações e gastos intermináveis, pois a cada dia uma novidade “imperdível” é criada por estes “vendedores de ilusão”.

Somente o que já investi em cabos em toda a minha trajetória para chegar onde cheguei hoje soma uma pequena fortuna, e agora pude confirmar que se hoje eu tivesse os mesmos cabos que eu tinha há, por exemplo, 20 anos, o resultado seria o mesmo, mas teria economizado aí um 100 mil de gastos inúteis.
Sim, confesso que sempre fui um comprador (me achava mais um investidor) compulsivo de tudo que surgia de novidade no mercado. Sempre caí na conversa das publicações que a cada novo teste enche a sua cabeça com idéias fantasiosas de que este ou aquele produto é revolucionário, capaz de elevar o patamar da qualidade de seu sistema muitos níveis acima, que tal componente é “mágico”, “imperdível”, que faz isso ou aquilo.

Acho que nem consigo lembrar a quantidade de condicionadores, filtros, dispositivos anti-vibração, racks e tantas outras porcarias que já comprei, só para citar alguns acessórios.
Aproveitando este ponto de meu relato, recomendo a todos que sigam a sugestão do Eduardo de tirar o equipamento de som da sala de audição e confiná-lo em uma saleta anexa. Isso fez uma “sonora” diferença para mim.

O mercado te leva a comprar tudo, menos o que você realmente precisa para ter um sistema hi-end honesto. E isso não é só no Brasil, apesar de menos apelativo no exterior, principalmente hoje na Europa.

Para resumir a minha experiência, posso afirmar que mudei o desempenho do meu sistema, para algo inimaginável para quem gastava fortunas e tentava perceber sutis diferenças, apenas com um exame de audição, um aparelhinho de de 800 dólares, alguns ajustes e algumas trocas de e-mail com o Eduardo, sempre bastante solícito e muito educado.

Consegui, com isso, fazer uma correção de sistema e de sala direcionada às minhas necessidades individuais de audição.
É algo como você usar uma camisa do seu número, um sapato do tamanho do seu pé que não aperte e nem fique folgado, ou como ajustar o posicionamento do banco de seu carro para dirigí-lo melhor.
É como no exemplo do Eduardo, você usa óculos para fazer o mundo real e o mundo retratado serem mais “FIÉIS”.
Acho que essa é a chave de tudo: “Ser FIEL ao REAL”.

Eu poderia hoje colocar um cabinho de 10 dólares no meu sistema, e ainda assim eu conseguiria ajustá-lo para o meu ponto desejado, sem ficar trocando mais uma centena de cabos buscando o ilusório objetivo de fazer o ajuste tonal do meu sistema. Isso realmente não existe, e hoje vejo isso com bastante clareza.
Ninguém consegue “calibrar” o seu sistema de som para o ponto correto usando cabos. É pura ilusão. Mais uma que o mercado criou para vender um pedaço de fio de 1 metro por milhares de dólares.

Não estou dizendo com isso que cabos não façam diferença. Fazem sim. Mas, jamais se prestarão a realizar o ajuste adequado de um sistema de som, pelo contrário, apenas atrapalham. Quanto maior a influência do cabo, maior o problema que ele provoca no seu sistema. Ainda, há a questão da dependência. Troque um componente de seu sistema e todo aquele ajuste imaginário que você achava que tinha obtido se perde, obrigando-o a comprar mais cabos para novamente levar o desempenho de seu sistema para um ponto que nada tem a ver com a realidade.

Podem até me achar maluco, mas hoje sinto mais prazer em escutar um concerto em minha sala de som do que numa casa de espetáculo ao vivo.
Tenho mais detalhes, mais informações, mais equilíbrio e muito mais sensação de “REALIDADE”.
É outro mundo.

Quem não tentou ainda, não perca mais tempo. Faça o ajuste do seu sistema conforme proposto pelo Eduardo.
Esqueça as críticas de alguns metidos a “entendidos” que receiam perder sua fonte de lucro fácil e seu prestígio construído com ilusões e fantasias. Que sequer testaram a idéia.
Mas, mesmo que o façam, certamente dirão que com esta ou aquela solução o som ficou mais “chapado”, o “ar entre os instrumentos” se perdeu, o palco sonoro ficou comprimido ou qualquer uma das grandes besteiras que costuma dizer, e vão dizer, para continuar alimentando o “mistério” e a idéia de exorbitante custo de um sistema hi-end.

Para concluir, quero agradecer ao Eduardo pela ajuda que ele me deu para melhor compreender a sua técnica e aplicá-la de forma correta em meu sistema.
Quero também agradecê-lo por manter o Hi-Fi Planet e por, principalmente, se manter fora deste círculo “viciado” que atrapalha o crescimento deste hobby, tornando-o desnecessariamente elitista e misterioso, um mistério que faz o audiófilo perder muito mais tempo e dinheiro do que seria realmente necessário para conseguir ser feliz.

Abraços e boas audições a todos.

2 Comentários

  1. Muito coerentes , bonitas e sinceras palavras amigo.
    Isso pra mim é uma bela contribuição para essa comunidade e principalmente para neófitos no assunto ” audiofilia “.
    E conforme o nosso Eduardo sempre diz também, não é somente com cabos caros que muitos gastam fortunas, e sim com equipamentos que não justificam o preço para que você possa desfrutar de um sistema HI End.
    Tenho um par de caixas acústicas que têm som semelhante a caixas que custam 20 vezes mais caro. Amplificador integrado com desempenho semelhante a outros 3 a 5 vezes mais caros. O mesmo para players , DACs etc…
    Um abraço amigo!

  2. Não caiam mais nesse de cabinhos e acessórios mágicos para dar um salto gigantesco de qualidade.
    O segredo está na customização do sistema. Ela funciona sim, sou testemunha e vale a pena fazer.
    Você vai descobrir que quase tudo que tentaram te convencer sobre HiEnd nestes anos todos não passa de enganação para vender ilusão.
    Experimentem também e depois me contem.

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