Ótimo Debate com o Ilustre Ethevaldo Siqueira sobre TVs de Plasma e LCD

Tive o prazer de discutir com o Sr. Ethevaldo Siqueira, respeitado jornalista sobre tecnologia que, dentre outros trabalhos, apresenta um quadro na CBN. Esta discussão teve como razão a reportagem que foi ao ar nesta emissora no dia 24.05.2012.

De Eduardo Martins

Dia 14.05.2012

Prezado Sr. Ethevaldo Siqueira,

Sou seu ouvinte de todas as manhãs, e admiro seus comentários. Mas, hoje pela manhã fiquei realmente chateado com a sua posição categórica de não recomendar a TV com tecnologia de plasma, e acredito que o Sr. incorreu em grande erro, perdoável até, pois nem sempre somos precisos em nossas avaliações.

Deixe-me me apresentar.
Já estou completando 50 anos. Sou advogado e empresário na área de resfriamento industrial. Desde os 12 anos me dedico à eletrônica e à tecnologia, inicialmente como profissão e atualmente como hobby. Fui moderador de um dos maiores sites de HT do Brasil, atualmente criador e mantenedor dos sites hifiplanet e clubehiend, dedicados hoje exclusivamente ao áudio hi-end, uma de minhas paixões tecnológicas. Escrevi muitos artigos para a revista DVD News, e realizo inúmeros testes de equipamentos de áudio e vídeo, inclusive com abordagens já comentadas em revistas estrangeiras. Fui construtor da primeira sala de home-theater dedicada com compartimento independente para equipamentos, usando os mais sofisticados produtos, instalações elétricas dedicadas e acústica totalmente tratada. A sala foi um projeto exclusivo, totalmente idealizado por mim, contrariando muitos projetistas tradicionais do mercado, e tornando-se referência, inclusive em reportagens de revistas. Fui projetista e construtor de uma das primeiras caixas acústicas artesanais verdadeiramente hi-end do Brasil. Nunca comercializadas. São peças únicas. Sou totalmente contra receber qualquer centavo por este meu hobby, por qualquer motivo, pois isto poderia prejudicar a minha imparcialidade. Enfim, não sou um especialista na área de áudio e vídeo, mas um humilde aprendiz que se dedica para conhecer sempre um pouco mais de seu hobby. Já tive oportunidade de testar inúmeras TVs, não só no Brasil, mas no exterior também.
Posso lhe afirmar que, em minha humilde opinião, a TV de plasma ainda é um produto muito superior aos modelos comerciais de LED, que na verdade nem são de LED, mas de LCD retroiluminado por diodos emissores de luz. Em todos as comunidades que participo, a TV de plasma é unanimidade em qualidade de imagem. Pode ter maior consumo, ser mais pesada, etc…, mas é um produto voltado ao consumidor mais exigente, que busca uma TV com qualidades de produto hi-end. A evolução das TVs de plasma, principalmente da Panasonic, é impressionante. Não compro outro produto. As TVs LCD LED estão próximas em termos de qualidade de imagem, mas ainda não podem ser descartadas para o consumidor que quer a melhor qualidade de imagem.
Por isso, dizer que não recomenda uma TV de plasma é correr o risco de informar erroneamente um ouvinte que deseja adquirir um produto premium.
Colaboram com a minha opinião as mais respeitadas revistas européias, dentre elas a What Hi-Fi Sound and Vision inglesa, e a que mais respeito em termos de seriedade e confiabilidade de testes e outras reportagens.
Sou assinante desta e de inúmeras outras publicações estrangeiras, todas impressas, pois leio até os anúncios, raramente encontrados em publicações digitais.
O Sr. sabe qual foi a reportagem de capa da última edição que recebi? Uma chamada para uma TV de plasma da Panasonic, onde diz “Panasonic´s killer TV”. Uma avaliação de um produto premium, com virtudes imbatíveis em termos de imagem, e alguns outros recursos de interatividade de menor importância para mim.
O Sr. sabe qual a TV que os europeus consideram a que melhor desempenha o papel de 3D? A plasma.
O Sr. sabe qual foi a melhor TV de 46-47 polegadas de 2011 segundo a What Hi-Fi? Uma TV de plasma.
E a melhor TV de 50-52 polegadas de 2011? Outro modelo de plasma.
A melhor TV acima de 52 polegadas de 2011? …plasma !!! A melhor tecnologia 3D de 2011? Plasma também.
As escolhas do editor? Todas para os modelos de plasma. A tecnologia de plasma ainda representa o que há de melhor comercialmente ao consumidor exigente, que busca produtos hi-end. Digo comercialmente por tratar-se de uma avaliação de produtos já firmados no mercado, não considerando o que está vindo por aí, mas que ainda carece de amadurecimento e evolução tecnológica, como a TV de laser e outras tecnologias ainda mais ousadas.
Peço que não entenda isso como uma crítica ofensiva. Pelo contrário, continuarei acompanhando suas reportagens com bastante interesse e respeito. Mas, peço que reavalie sua posição de não recomendar um TV de plasma hoje, sendo esta uma opção séria comercialmente para aquele consumidor que, como eu, quer um TV com excelente imagem (se bem que ainda sou mais adepto do projetor, que uso com muito mais frequência), sem se importar com outros recursos de conectividade e interatividade, por exemplo, que pertencem à outro tipo de usuário.
Por isso, gostaria de sugerir que sempre faça uma recomendação, ou “não recomendação” considerando outras variáveis de acordo com o perfil do consumidor.
As publicações européias já iniciaram o ano com o mesmo destaque para a tecnologia de plasma, e acredito que ela será ainda por algum tempo a referência a ser alcançada.

Continuo seu fã, e acredito que por mais perfeito que acreditamos ser, sempre podemos cometer um equívoco, resultado de um segmento que não pára de nos apresentar novidades, e chega a ser mesmo bastante complexo.

Lhe deixo um forte abraço e meus parabéns pelas suas reportagens e suas excelentes colocações. Muito sucesso !!!

P.S.  Fica o convite para participar do fórum CLUBE HIEND , um espaço dedicado à reprodução de música com qualidade e sistemas hi-end.

Eduardo Martins


Resposta do Sr. Ethevaldo Siqueira

Eenviada no dia 15,05,2012

Caro Eduardo Martins

Estou em viagem curta e vou responder-lhe tão logo chegue em casa.

Obrigado por seu e-mail.

Abraços

Ethevaldo

Resposta do Sr. Ethevaldo Siqueira

Enviada no dia 16.05.2012

Prezado Eduardo Martins

Jamais duvidaria de sua competência em eletrônica. Respeito seus pontos de vista, suas preferências e suas opiniões, mesmo não se considerando especialista em áudio e vídeo (talvez até por modéstia).

Há fatos, entretanto, que estão acima de nossas preferências pessoais – e nós acabamos ficando quase sempre com as preferências. Em diversos testes feitos no NAB Show deste ano, em Las Vegas, vi pessoas que preferiam um televisor de HDTV de 1080p a outro de 4K com quatro vezes mais pixels do que o primeiro. Se apanhássemos uma lupa e observássemos bem de perto a tela de um e de outro televisores notaríamos a diferença. Só quando a imagem era projetada em ampliada para grandes dimensões é que se percebia a superioridade da 4K.

Mas, insisto, eu respeito o seu ponto de vista e daqui a algum tempo voltarei a tratar do assunto com maior consideração pela tecnologia de plasma (Neoplasma).

Outro ponto essencial de meu comentário: eu emiti uma opinião pessoal sobre o futuro da tecnologia de plasma, ao desaconselhar sua compra, com base no futuro de tecnologias concorrentes, indiscutivelmente superiores ao plasma.

Talvez daqui a dois ou três anos, eu desaconselharei a compra de televisores com tecnologia LED-LCD. E, é claro, estes também serão, certamente, superados pela tecnologia de LED orgânico (OLED). Em cinco anos, teremos novas opções, com a tecnologia Mirasol, que, não apenas na minha opinião, mas da maioria esmagadora das pessoas que viram suas imagens, será superior a OLED.

Repito: eu respeito sua opinião, da mesma forma que entendo a preferência de 95% dos usuários de PCs pela plataforma Windows, quando eu, como usuário apaixonado de Macintosh (OSX, Apple), sei que esta família é muito superior. A preferência esmagadora dos usuários nem sempre é prova de superioridade. Lembra-se do formato VHS, que, embora inferior ao Beta, acabou triunfando de forma arrasadora, no passado?

O fato de algumas revistas promoverem o plasma (neoplasma) nem sempre significa que a reportagem não contenha muito da preferência pessoal de quem a escreve – mesmo sendo especialistas e honestos. Não há verdade absoluta nessa área. Mas há indicadores objetivos, especificações técnicas que – por mais precisas que sejam – podem não agradar a nossos ouvidos ou nossos olhos.

Outra coisa é emitir uma opinião pessoal, um conselho, como eu fiz. Qualquer pessoa, especialista ou não, pode discordar de minha opinião. E eu aceito, até porque, embora seja um jornalista especializado na área (apenas porque cubro o setor de eletrônica há 45 anos), não sou dono da verdade, nem

Eu também leio diversas revistas estrangeiras sobre eletrônica de entretenimento, áudio e vídeo, e, como o senhor, não me considero nenhum expert, mas, mas um humilde aprendiz que se dedica para conhecer sempre um pouco mais do assunto. seu hobby.

Muitos artigos que apresentam uma TV como “a melhor do mundo” – talvez tenham muito de subjetivismo e de gosto pessoal. O que é o mesmo que opinião.

Transcrevo abaixo o texto exato do que disse ontem na CBN, destacando em amarelo os pontos e aspectos objetivos que, suponho, o senhor não leva em conta:

1. a tecnologia de plasma está perdendo a corrida para outras (LED-LCD), OLED e Mirasol.

2. Respeito sua opinião sobre o plasma da Panasonic, que mencionei, em meu comentário, como uma evolução positiva dessa tecnologia.

3. Não vejo nenhuma razão, a não ser de ordem subjetiva, como seu gosto pessoal, para contestar minhas afirmativas.

4, O fato de eu emitir uma opinião pessoal – como destaco abaixo – não significa que esteja condenando a tecnologia de plasma nem, como destaco, que ela esteja obsoleta.

5. Desculpe-me se me alongo demais.

6. Finalmente, agradeço sua atenção e reitero meu respeito por sua opinião.

Atenciosamente

Ethevaldo Siqueira

DIÁLOGO ENTRE MILTON JUNG E ETHEVALDO:

Mundo digital, terça-feira, 15 de maio de 2012

MILTON – Bom dia, Ethevaldo, como vai?

ETHEVALDO: Bom dia, Milton, bom dia ouvintes. Tudo ótimo.

MILTON – Ethevaldo, qual é a sua avaliação dos televisores de plasma? Eles se tornaram obsoletos?

ETHEVALDO – Eu não diria que eles são obsoletos, Milton, mas que estão perdendo a corrida contra as tecnologias de LCD e LED – e logo contra o LED Orgânico OLED.

É essencial que a gente reconheça que a maior virtude das imagens de plasma é o contraste do negro profundo. Mas esses televisores ainda consomem mais energia que os de LCD ou LED. E exigem ambientes com pouca iluminação para produzir sua melhor imagem.

MILTON – Mas a tecnologia de plasma também não evoluiu nos últimos anos?

ETHEVALDO – Evoluiu muito, Milton. Um exemplo disso é a tecnologia denominada NEO Plasma, da Panasonic, que conseguiu melhorar as imagens e reduzir o consumo de energia.

MILTON – Você, pessoalmente, aconselharia alguém a comprar um televisor de plasma?

ETHEVALDO: Não, Milton. Minha opinião pessoal é de que há muitas opções de novas tecnologias, que proporcionam melhor imagem, com menor consumo de energia, com telas mais finas, mais leves e mais duráveis.

MILTON – E quanto ao futuro, quais são as tendências?

ETHEVALDO: São muitas. Teremos televisores de LED orgânico, com projeção a laser e uma tecnologia inspirada nas asas das borboletas.

MILTON – Asas das borboletas? Como será essa tecnologia?

ETHEVALDO: Num futuro próximo, Milton, teremos a tecnologia chamada Mirasol, que vão revolucionar as imagens das smartphones, tablets e televisores, que terão cores mais belas, mais nítidas e mais brilhantes.

A tecnologia Mirasol cria monitores formados por milhares de minúsculos componentes microeletromecânicos, que produzem as cores com qualidade excepcional por um processo reflexivo semelhante ao que ocorre nas cores das asas das borboletas.

MILTON – E qual são as vantagens dessa nova tecnologia?

ETHEVALDO: Além da beleza das imagens que produzem, a tecnologia mirasol tem duas outras vantagens extraordinárias.

A primeira delas é manter a qualidade das imagens e a legibilidade dos textos mesmo sob a incidência direta da luz do sol.

A segunda é economizar energia, porque essas telas dispensam luz de fundo (backlight).

MILTON – Até amanhã.

(Sobre essa tecnologia Mirasol, estou anexando artigo que publiquei em minha coluna no Estadão, há pouco mais de um mês.

De Eduardo Martins

Em 17.05.2012

Prezado Ethevaldo,

Agradeço a sua atenção e a disponibilidade de emitir uma resposta com intenções sinceras, e não uma breve mensagem apenas para mostrar atenção.

Essa é uma grande virtude. Parabéns !!!

Porém (e sempre existe um porém… :-)), não concordo, de forma respeitosa, com a sua seguinte colocação:

3. Não vejo nenhuma razão, a não ser de ordem subjetiva, como seu gosto pessoal, para contestar minhas afirmativas

Desculpe, mas acho que não fui claro no meu ponto de vista.

Entendi perfeitamente sua idéia em relação ao assunto, mas veja este trecho da entrevista:

MILTON – Você, pessoalmente, aconselharia alguém a comprar um televisor de plasma?

ETHEVALDO: Não, Milton. Minha opinião pessoal é de que há muitas opções de novas tecnologias

Perceba que a pergunta do Milton e a sua resposta têm tudo para confundir o consumidor, e fazê-lo acreditar que a TV de plasma não é uma opção aceitável. Qual outra ele teria, já que as “novas tecnologias” não estão disponíveis nas lojas do mercado? Certamente, o consumidor, diante desta informação, optaria por um TV de LCD, pela falta de outras opções e por mera interpretação de que: plasma=Não!!!

Além disso, me desculpe, não existe qualquer razão de ordem subjetiva, nem de minha parte e nem dos inúmeros avaliadores das citadas publicações européias, ao citar a TV de plasma como a melhor opção disponível atualmente no mercado (principalmente no brasileiro para onde acredito foi direcionada a entrevista), em termos de qualidade de imagem.

Não se trata de subjetividade mas de mera constatação prática das vantagens que a tecnologia de plasma proporciona na qualidade final da imagem.

Perceba que não considero aqui variáveis como consumo, peso, espessura de tela, etc., somente a melhor qualidade de imagem.

O LCD tem a característica de chamar a atenção do consumidor mais leigo, pelo brilho e uma certa saturação muito “viva” de cores, que causa um efeito artificial, que chamamos de “plástico” em nossa comunidade, muito longe da imagem mais natural e equilibrada de um bom televisor de plasma.

Caro Ethevaldo, desculpe minha insistência neste ponto, mas há uma questão temporal, pois nenhuma nova tecnologia está comercialmente disponível em nosso mercado hoje que supere as qualidades do plasma, entendendo perfeitamente que o Sr. de referiu a estas novas opções, e, portanto, a pergunta e a resposta acima citadas conflitam com essa idéia. Ainda, não se trata de gosto pessoal ou de preferências pessoais minhas ou dos avaliadores europeus, que são muito bem preparados (mais do que nós certamente) para realizar testes confiáveis e imparciais para publicações tão sérias.

Sou um árduo crítico dos interesses “obscuros” que existem nas reportagens publicadas em revistas e sites, tanto que isso já me causou algumas inimizades. Deixei de escrever para a ***** quando fui pressionado a mudar as minhas conclusões de um teste que realizei de um player híbrido de HD-DVD/Blu-ray da LG, então uma importante anunciante da revista. O mesmo recebeu uma avaliação da publicação, também nacional, ******, que o classificou como “Produto Diamante”. Porém, veja, o produto apresentava problemas tão graves que foi rapidamente tirado de produção, e esta última revista elogiou um recurso que, veja só, estava desativado na unidade testada !!! Depois que fui pressionado a me retratar das “qualidades” do equipamento, preferi deixar de colaborar com aquela revista, jamais aceitando colaborar com uma mentira apenas para satisfazer interesses comerciais.

Eu posso lhe garantir que as citadas publicações são confiáveis, e conheço pessoalmente alguns de seus articulistas e reviewers. Se fosse a americana Home Theater, por exemplo, eu não faria essa afirmação, mesmo mantendo uma certa amizade com o editor.

Consigo identificar textos contaminados com algum interesse “pessoal” com mais facilidade hoje do que há alguns anos, antes de conhecer de perto o universo editorial.

Quanto à questão do Betamax e Apple, fico contente em saber que vivemos e compartilhamos opiniões semelhantes de uma época que muitos não conheceram. Tivemos o privilégio de viver um período de grandes transformações importantes para a existência do que temos hoje. A vida passa rápido, não?

Um forte abraço,

Eduardo Martins

De Ethevaldo Siqueira

Em 17.05.2012

Prezado Eduardo Martin

Mesmo com opiniões divergentes, acho que podemos dialogar respeitosamente. Esse é o ponto mais importante desta troca de ideias. O respeito mútuo é algo extraordinário nos dias atuais. Tenho recebida tantas manifestações agressivas, verdadeiras explosões de grosseria, de uma garotada ou de ouvintes imaturos que ao ler suas opiniões fico admirado e feliz.

Voltando ao tema de nossa conversa, tenho apenas um conceito a mencionar: avaliar qualidade de imagens sem subjetividade é algo quase impossível: só um robô hi-tec seria capaz de fazê-lo.

Tenho sempre recomendado as versões mais avançadas de LCD-LED e não do “velho” LCD. Da mesma forma que você se refere às formas mais avançadas de plasma – como a da Panasonic.

Diante de suas convicções – que eu respeito profundamente – poderíamos dialogar durante semanas ou meses.

Atenciosamente

Ethevaldo

De Ethevaldo Siqueira

Em 19.05.2012

Prezado Eduardo Martins

Sem nenhuma motivação para polemizar, apenas como subsídio para sua reflexão, envio o artigo anexo, de uma publicação que considero séria (CE Pro), com o link abaixo:

http://www.cepro.com/article/value_electronics_hdtv_shootout_which_tv_is_best

Trata-se de uma competição entre televisores de plasma e de LED-LCD, conduzida em 2011 por entidades independentes, e cujo resultado final foi a vitória de um televisor luxuoso da Sharp (LED-LCD). Esses resultados foram analisados pelo articulista especializado Jason Knott (e divulgada em 27 de abril 2012).

Na abertura do artigo, o autor lembra que a versão 2012 dessa competição (shootout – que é algo como tiroteio ou duelo) está sendo realizada neste fim de semana (maio 19 e 20), em Westchester, estado de Nova York, incluindo televisores de ambas as tecnologias (LED-LCD e plasma). Estou curioso para ver o resultado deste ano. Voltaremos a falar.

Veja isso e o anexo. Um grande abraço — Ethevaldo

Value Electronics HDTV Shootout: Which TV is Best?

Value Electronics will crown the “King of HDTV” during its eighth annual HDTV shootout. ISF technicians will test LEDs and plasmas from Panasonic, Samsung, LG, Sony, and Sharp Elite for contrast ratio, peak brightness, black level, color accuracy/saturation, motion resolution and energy efficiency.

That’s exactly what Value Electronics, an independent flat panel retailer in Westchester County, N.Y., will be doing for the eighth year in a row on May 19-20, 2012 with its Flat Panel Shootout.

The company has contracted with a charter member of the Imaging Science Foundation (ISF) and other well-respected video engineers. Together they will evaluate the newest flagship HDTVs from LG, Panasonic, Samsung, and the new Sharp Elite. The models being evaluated are 55- to 65-inch high-end LEDs and plasmas.

http://www.cepro.com/article/value_electronics_hdtv_shootout_which_tv_is_best

De Eduardo Martins

Em 20.05.2012

Meu Caro Ethevaldo,

Não recebi este email do dia 17… coisas da tecnologia…

Certamente, o respeito deve prevalecer, assim como uma discussão saudável, pois só assim afastamos as emoções prejudiciais que podem afetar um debate racional.

Meu caro amigo,
Continuo achando que não estou conseguindo me fazer entender.

A questão aqui não é  “ PLASMA X LCD “. Longe disso.

Aliás, estas manifestações agressivas e grosseiras que o Sr. informa ter recebido, nasce justamente de questões colocadas dessa forma, onde pessoas acabam defendendo suas convicções com unhas e dentes, como quem estivessem defendendo suas próprias vidas.

Um exemplo disso é o próprio site que o Sr. mencionou que divide as TVs testadas em dois grupos, enquanto as que citei simplesmente avaliam o resultado final, independente da tecnologia em si.

Mas, usando este mesmo exemplo que o Sr. citou, perceba que, apesar do modelo escolhido ser um LCD (primeira vez que vejo alguém elogiar uma Sharp que normalmente sempre apresenta os piores desempenhos), num panorama geral, os modelos de plasma, além de chegarem perto do modelo escolhido, foram os únicos que obtiveram notas acima de 8, ou seja, foram bem melhor pontuadas que os modelos LCD, exceto a LG, que me desculpe, na minha opinião, nunca foi um grande exemplo na fabricação de qualquer produto eletrônico (a maioria dos testes lá fora sempre colocam a LG em posição bem inferior às demais, e minhas experiências com esta marca sempre foram péssimas).

Portanto, mais uma vez, a superioridade do plasma pôde facilmente ser percebida aqui.

Note que a “poderosa” Sony não obteve o mesmo desempenho dos líderes do teste. Perceba, também, que a Samsung obteve melhor resultado com o seu modelo Plasma do que com a sua LCD (numa diferença bastante significativa).

Observe ainda que, ao contrário das fontes que mencionei, este teste comparou uma Sharp de $ 4,700 conta uma Panasonic de $ 2,333 (preços no mercado americano segundo a CNET), sendo que a Panasonic apresentou uma precisão de cores e resolução em movimento superiores à Sharp. A própria Samsung plasma também foi muito superior na precisão de cores.

Perceba que um dos comentários que segue o artigo justamente questiona o teste, pois seu autor acredita que deveria ter sido levado em conta o melhor equilíbrio da Panasonic sobre a irregularidade de desempenho desta Sharp, o que também acredito.

Considerando-se que o comparativo apontou claramente que os modelos de plasma ainda obtém melhores colocações, quando a comparação é justa, que o modelo vencedor custava mais que o dobro da “questionável” segunda colocada, e que a vencedora apresentou alguns aspectos de desempenho infriores às concorrentes de menor custo, me desculpe, acho que o plasma não está tão morto como anunciam alguns “gurus” da tecnologia.

E é este ponto que venho insistindo com o Sr., não o fato de quem é melhor, LCD ou PLASMA, mas tão somente o fato de sua colocação na referida entrevista em não recomendar o Plasma, considerando apenas fatores como peso, consumo e espessura de tela.

Por favor, Sr. Ethevaldo, o ponto é tão somente este.

O consumidor brasileiro, ao entrar numa loja, não vai encontrar este modelo da Sharp, estará com o seu orçamento já definido, e deverá escolher o que o mercado dispõe hoje. Afinal, acredito que seu comentário foi feito aos ouvintes do Brasil, ou pelo menos, também para estes.

Ao se lembrar de seu comentário de não recomendar a compra de uma TV de plasma, o consumidor certamente, por tudo que já conversamos aqui, poderá descartar a opção que lhe proporcionará a melhor experiência visual por conta de fatores que, quem busca qualidade de imagem, não deveria se preocupar.

Eu, pelo menos, quando assisto à TV, tenho como resultado mais desejado a qualidade de imagem, e se o televisor possui 1 ou 2 centímetros de profundidade, se pesa 17 ou 27 kilos, ou ainda se vai me custar 8 reais a mais na conta de energia elétrica no final do mês, sinceramente, não tem qualquer importância.

Obviamente, para quem busca uma TV fininha para impressionar ao amigos, leve pois sua parede ou estante são fracas, e que seja econômica pois é um tremendo “pão-duro”, o LCD poderá ser a melhor opção para ele.

Mas, desaconselhar a compra de uma TV de Plasma, sinceramente, na minha opinião, foi um equívoco.

Não existe uma vencedora nesta “briga”, mas tão somente duas opções para dois públicos distintos.

Sempre que alguém me questiona sobre LCD x Plasma, Vinil x CD, Apple x Android, me limito a comentar as particularidades de cada tecnologia, deixando para o consumidor a escolha do que mais lhe convém às suas necessidades.

Não quero debater qual tecnologia é a melhor, pois isso parece disputa sobre o melhor time de futebol (e nem de futebol eu gosto…), mas apenas insistir que, ao descartar o plasma como opção, o Sr. acabou causando uma certa confusão na cabeça da maioria dos consumidores brasileiros, que correm o risco de cometer um equívoco por não ter a mesma facilidade que eu, o Sr., e uma pequena parcela de consumidores têm para ampliar nossos horizontes com informações mais detalhadas para fazer uma escolha que, aí sim, será de ordem bastante pessoal, tendo em conta os valores que buscamos em nossa aquisição.

Mas, deixando tudo isso de lado, quero parabenizá-lo pela sua atenção e interesse nesta discussão.

Também costumo responder com carinho a cada email ou consulta que recebo através de meus sites, algo que uma grande maioria não o faz.

Ou, como tive a tristeza de ver este mês numa publicação nacional, apenas alimenta o interesse em vender “assessoria” para algo que se mostra incapaz, já que seus artigos já estão deveras contaminados pelos interesses de seus anunciantes e “parceiros”.

Um forte abraço,

Eduardo Martins

De Ethevaldo Siqueira

Em 22.05.2012

Alô, Eduardo

Sugiro a leitura do artigo sobre a competição de HDTV entre televisores de plasma e LCD. O vencedor foi um televisor de plasma, Panasonic TC-P65VT50.

Na conclusão, o autor destaca:

And the Winner Is…?

Overall, given the material and test patterns, and assuming that the calibrations were all performed fairly and that none of the sets were defective, my favorite-looking set this year was the Panasonic VT50 plasma.  Only the Samsung plasma put up a real fight here. Of the LED sets, the ELITE was still the best-looking with inky black levels (but virtually no haloing or spotlighting).  As far as LED/LCD sets, the ELITE model is an impressive piece of gear.

Se tiver interessa na leitura da íntegra do artigo: eis o link:

http://www.bigpicturebigsound.com/LED-TV-vs-Plasma-TV-2012-Value-Electronics-HDTV-Shootout.shtml

Abraços

Ethevaldo


Texto encaminhado pelo Sr. Ethevaldo no email do dia 16.05.2012

A inspiração da natureza

Imitar a natureza sempre foi um sonho do homem. Nos tempos bíblicos, se dizia que nem Salomão, em toda a sua glória e esplendor, se vestia com a beleza dos lírios do campo. Nos tempos modernos, uma das mais caras aspirações dos cientistas era, até recentemente, criar telas de televisão capazes de reproduzir a beleza das cores das asas das borboletas, da plumagem dos beija-flores, das conchas de madrepérola, das bolhas de sabão ou das gotículas de água que formam o arco-íris.

Nos últimos anos, aprendi, sem muita poesia, que toda essa riqueza cromática da natureza decorre de um fenômeno típico de nanotecnologia, que tem o nome de iridescência e que se baseia na reflexão das cores brilhantes. Mas, para nossa alegria, o sonho da imitação das cores mais belas da natureza se torna realidade, com a tecnologia dos novos painéis mirasol, que superam tudo que a eletrônica havia criado até aqui.
Num futuro próximo, com essas telas, nossos smartphones, tablets e televisores poderão exibir cores ainda mais belas, mais nítidas e mais brilhantes. Além da beleza das imagens que produzem, a tecnologia mirasol tem duas outras vantagens extraordinárias. A primeira delas é manter a qualidade das imagens e a legibilidade dos textos mesmo sob a incidência direta da luz do sol. A segunda é economizar energia, porque essas telas dispensam luz de fundo (backlight).
A iridescência. Entre as pesquisas mais avançadas desenvolvidas no mundo sobre o fenômeno da iridescência, estão os estudos feitos ao longo da última década pelos cientistas de várias universidades do mundo, em especial os estudos do Instituto Tecnológico da Geórgia, nos Estados Unidos. No Brasil, as pesquisas mais avançadas nessa área são realizadas pela equipe do professor Henrique Toma, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
Com base no conhecimento científico das universidades, diversas indústrias no mundo têm desenvolvido pesquisas com o objetivo de reproduzir nos painéis e monitores a reflexão das cores brilhantes com a mesma beleza, contraste e nitidez da natureza, que vemos na iridescência.

A primeira empresa a alcançar esse objetivo e utilizar a nova tecnologia em bases comerciais é a norte-americana Qualcomm, com seus painéis formados por milhares de minúsculos componentes microeletromecânicos, que produzem as cores com qualidade excepcional por um processo reflexivo semelhante ao que ocorre nas cores das asas das borboletas.
Esses painéis foram batizados com o nome poético de mirasol. Ao longo da última década, a Qualcomm conseguiu desenvolver um sistema completo de monitores e telas que já são utilizados em e-readers ou leitores eletrônicos.
Os novos chips . As cores emitidas por essas telas são produzidas por milhares de minúsculos chips ou sistemas microeletromecânicos, conhecidos pela sigla MEMS (do inglês, microelectromechanical systems) que constituem hoje o coração ou componente-chave dos painéis mirasol.
Os MEMS são, na verdade, componentes complexos que associam os efeitos da corrente elétrica e contatos mecânicos e recriam o efeito óptico-visual da iridescência, utilizando a tecnologia do modulador interferométrico, também conhecido pela sigla IMOD, do inglês Interferometric Modulator.
Por suas numerosas aplicações, não apenas nas telas e monitores, mas, também, em sensores e acelerômetros, os MEMS se tornaram recentemente a grande estrela da indústria microeletrônica. Esses componentes têm a dupla função de associar não apenas os efeitos da corrente elétrica, mas também movimentos e contatos mecânicos.
Ao longo dos últimos anos, os MEMS se transformaram em um componente vital para os smartphones e tablets, bem como para impressoras, picoprojetores, câmeras digitais, microfones e centenas de outros produtos no mundo da eletrônica de entretenimento. Eles são, a rigor, chips ou microprocessadores associados a um sensor fixado sobre uma placa que detecta movimento, orientação ou outras mudanças no ambiente em torno do qual eles atuam.

Um dos melhores exemplos de MEMS é o acelerômetro, usado para detectar qualquer movimento dos tablets e smartphones. Alguns desses dispositivos podem conter ainda um magnetômetro, que atua como uma bússola minúscula.

MEMS barômetros. Outros tipos de MEMS são embutidos em celulares e podem funcionar como barômetros, pois são capazes de detectar minúsculas flutuações na pressão do ar, o que lhes permite calcular as mudanças relativas da altitude, como, por exemplo, à medida que uma pessoa sobe ou desce uma escada. Com isso, os smartphones poderão identificar em que andar de um edifício está o usuário, ampliando, assim, a cobertura dos serviços de localização do tipo GPS (Global Positioning Systems) até dentro de edifícios.

Serviços como o Google Maps têm incluído planos interiores para museus e shopping centers, de modo que os smartphones em breve serão capazes de direcionar as pessoas a uma loja específica ou a uma sala de reunião.

Outro segmento emergente é o dos chamados MEMS de radiofrequência (RF MEMS), para comunicação móvel, que permitem a mudança rápida da conexão para uma estação radiobase com a finalidade de checar se um celular está transmitindo ou recebendo eficientemente.

=================FINAL================


3 Comentários

  1. Sr Eduardo Martins

    Parabéns ao senhor e ao nobre Ethevaldo, quem tanto admiro também.
    Foi um brilhante debate.

    Sr Eduardo, parece que não é só o áudio que o senhor dá um show de conhecimento, mas em vídeo também. Parabéns pela sua perfeita e confirmada exposição.

    Faça um grande favor a todos nós mortais consumidores e jamais abandone este site.

    Obrigado meu amigo.

    Sds.

    Aron.

  2. Caro Aron,

    Exageros à parte, não sou nenhum profundo conhecedor destes assuntos, mas, como um apaixonado pela tecnologia, procuro acompanhar de perto o que acontece, pesquisando e lendo muito a respeito.

    Se cada consumidor tivesse o cuidado de informar-se cuidadosamente, entender as tendências e tecnologias, filtrar principalmente as bobagens que muitas publicações escrevem por aí, perceberia que não é tão complicado parecer um “conhecedor” do assunto. 🙂

    Um abraço

  3. Caro Sr. Eduardo,

    Me chamo Daniel Bracher. Possuo entre os meus “brinquedinhos” uma Panasonic 50″ e um sistema Audiopax (pré, power e caixas). Não consigo entender o porquê da mídia em geral considerar o plasma uma tecnologia obsoleta. Há sites como o Olhar Digital que afirmam categoricamente a superioridade do Plasma em relação aos LCD-LED ( http://www.youtube.com/watch?v=MnDvATqGylM ), mas são uma raridade. Pelo que pesquisei na internet, essa tecnologia Mirasol usa a luz do ambiente para gerar imagens. Um televisor com a tecnologia Mirasol precisaria ser visto só em ambiente iluminado ? Acabaria com o “cinema” em casa ?

    Abraços.

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