Doa-se um convite para o Hi-End Show

Quem estiver interessado em um convite para o Hi-End Show, basta me enviar um e-mail que presenteio o interessado, e ainda pago o correio.

Há alguns meses adquiri o hábito de comprar várias revistas sobre áudio e home-theater nacionais. Preservo ainda as assinaturas de mais de uma dezena de revistas importadas, referências importantes para quem é aficionado pelos temas.

A razão para isso é bem simples. Tenho visto tantas bobagens publicadas em algumas edições, que me sinto na obrigação de tomar conhecimento até para auxiliar as centenas de consultas que recebo todos os meses, abordando, inclusive, dúvidas em relação a algumas coisas divulgadas em sites ou na imprensa escrita.
Aproveito também para deixar as minhas críticas, sempre construtivas sobre o que leio.
Este mês li com desapontamento numa publicação a infeliz frase: “Não podemos ficar convencidos de que um cabo de 40 reais tenha o mesmo desempenho de um cabo de 400 reais.”
Depois de tudo que já vimos nesse universo do áudio e vídeo, e usando as próprias palavras da publicação “Nem tudo que é caro é necessariamente melhor do que a opção mais econômica”, parece que não aprendemos nada.

Infelizmente, não encontramos em nossas publicações algumas observações que muitas revistas têm coragem de publicar lá fora. Quem conhece a What Hi-Fi e a Hi-Fi Choice inglesas, já deve saber do que estou falando.
Elas não têm a menor preocupação com as conseqüências das verdades que publicam.
Vejam um exemplo simples que já ocorreu com as caixas da marca Dynaudio. Em suas avaliações, estas publicações já elogiaram alguns modelos, atribuindo inclusive boas notas. Mas, também, já avaliaram outros modelos do mesmo fabricante com expressões do tipo: “Pelo preço, esperávamos algo melhor, mas nos decepcionamos”, “Existem opções melhores e mais baratas”, “Foi uma das piores do teste comparativo” ou “A Dynaudio parece não estar acompanhando a evolução da tecnologia como deveria, e suas caixas acabam sendo superadas por modelos concorrentes mais baratos e de melhor desempenho”.
Estranhamente, o que observamos aqui no Brasil é que as publicações normalmente classificam tudo como bom, ótimo ou excelente. Nada é ruim.
Nestas mesmas publicações citadas, já vi comentários de que “não recomendamos a compra deste aparelho.”, “O desempenho foi sofrível, e ele não está à altura de que outras marcas oferecem ao mercado.” ou “Você pode encontrar algo bem melhor nessa faixa de preço”. Agora, a surpresa, estes comentários não são sobre equipamentos de marcas inferiores, mas referem-se a marcas como Sony, Philips, Samsung, Toshiba e tantas outras de respeito. Afinal, ninguém acerta sempre.
Recentemente uma destas publicações surpreendeu o mercado a qualificar o blu-ray da Oppo abaixo de outros concorrentes, citando ainda que outros modelos apresentavam resultados melhores por menos.
São atitudes corajosas, e a razão é simples. As revistas dependem diretamente de seus anunciantes, e assim evitam falar mal dos produtos que eles fornecem.
Mas, como podemos ver, isso é possível, porque mesmo quando um determinado modelo de uma marca é criticado o anunciante não deixa de ocupar seu espaço publicitário na revista.
É uma relação sólida, construída com confiança, respeito e seriedade.
Abandonei minhas contribuições para uma publicação (que nem sequer me retribuía financeiramente e também nem me importava com isso), porque um equipamento por mim criticado (e elogiadíssimo por outra revista), causou mal estar com o anunciante, que pediu uma retratação.
Abandonei a publicação, e as duras críticas que o equipamento recebeu no mundo inteiro pelas publicações mais sérias, e que obrigaram o fabricante a tirá-lo de linha prematuramente, provou que eu estava certo.

Dito tudo isto, justifico aqui a minha oferta de presentear um leitor com um convite ao Hi-End Show, que será realizado no Rio de Janeiro. Não que eu não possa ir, pelo contrário, visito muito frequentemente a região por força do meu próprio trabalho. E nem a distância que nos separa da Europa foi suficiente para que, algumas vezes, eu fosse visitar os “super” sistemas do “primeiro mundo”.
O fato é que me decepcionei com estas apresentações. Em eventos anteriores, minha decepção foi realmente muito grande.
Como já retratei aqui, até com foto, cheguei a perder num destes eventos quase 50 minutos numa fila para “trocar o convite por um ingresso”. Enquanto isso, seu “organizador” se dedicava a um bate-papo animado com alguns amigos, próximo da fila.
Depois de conseguir acessar o evento, a decepção foi ainda maior. Salas mal preparadas para receber instalações sérias de áudio e vídeo, e corredores inadequados para o público presente.
Se eu tivesse que decidir pela compra de minhas Wilson Sophia pela apresentação da marca num destes eventos, jamais teria sequer considerado a compra destas caixas. Mas, acreditei nas publicações estrangeiras, e pude ter um retrato mais preciso das qualidades da marca.
As salas de apresentação de sistemas de home-theater era uma verdadeira prova de tortura. As demonstrações se limitavam a brincar de “tremer a sala”, com subwoofers totalmente desajustados em relação ao restante do sistema, parecendo que um home-theater de qualidade se resume ao barulho que um subwoofer faz. Demonstrações falsas, muito longe da capacidade que um bom sistema de home-theater é capaz de proporcionar.

Enfim, minha decepção com o que se escreve e com o que se apresenta é tão grande que acabo perdendo totalmente o interesse.
Para não desperdiçar o convite que recebi de uma publicação (que não é um ingresso), coloco-o à disposição para quem o queira, e ….. boa diversão.

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