Bicablagem – Combinação de Cabos

A idéia para desenvolver este tema veio justamente do comentário de um leitor, sobre a possibilidade de se usar cabos diferentes para cada via da bicablagem.

A bicablagem é utilizada em muitas instalações de caixas acústicas, e consiste em ligar um amplificador à caixa através de um par de cabos para cada via da caixa.
É possível notar que muitas caixas acústicas oferecem esse recurso, o que é facilmente confirmado pela existência de mais de um par de bornes para conexão de cabos em cada caixa.
O objetivo aqui é separar o encaminhamento da componente do sinal elétrico em duas faixas de frequências para evitar a interação entre elas, e assim obter um resultado sonoro melhor.

A idéia é mostrada abaixo, onde na figura 1 temos a ligação convencional, com apenas um cabo saindo de um dos canais do amplificador e alimentando uma caixa acústica.
Na figura 2 podemos ver a aplicação da bicablagem (bi-wiring), onde cada via da caixa recebe um cabo dedicado vindo do amplificador.
Há muita informação sobre ligação bicablada de caixas na internet, tornando desnecessário explorar estes aspectos aqui.

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Fig. 1
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Fig. 2

 

Leia atentamente o manual de suas caixas e pesquise com cuidado o tema antes de fazer esta ligação, para evitar danos ao equipamento.

 

Alguns usuários percebem diferenças, outros não, Algumas caixas se beneficiam deste recurso, outras parecem não conseguir mostrar qualquer ganho. Algumas caixas sequer permitem esse recurso, tirando do usuário a possibilidade de escolha.

Bicablagem é diferente de biamplificação (bi-amping). Neste caso, temos um amplificador para cada via da caixa.
Algumas caixas permitem a tricablagem (tri-wiring), ou seja, oferecem três vias diferentes, uma para os graves, outra para os médios e outra para os agudos. O projeto “A Caixa”, apresentada na seção DIY deste site, utiliza este conceito.

O objetivo deste tratado não é discutir as teorias e práticas envolvidas neste processo, nem os seus benefícios, mas explorar outra possibilidade que esta configuração oferece.

Normalmente os cabos para bicablagem são fornecidos já com os dois pares dentro de uma única capa, ou unidos, prontos para uso e na maioria das vezes com cabos idênticos. Mas, recentemente, um leitor me questionou sobre a possibilidade de usar cabos diferentes para cada via, buscando otimizar cada faixa de frequências com o cabo mais adequado.
Esta é uma possibilidade que eu levantei há muitos anos em um fórum virtual de discussões sobre áudio, e poucos deram a devida importância. Eu acabei me aprofundando no tema e descobri coisas interessantes sobre isso.
Na época, a minha intenção era justamente otimizar a conexão de cada via com o cabo que apresentasse o melhor desempenho para a finalidade.

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Exemplo de bicablagem

Alguns cabos surgiram com a propaganda de justamente oferecer dois pares de fios ou cabos internamente, específicos para extrair o melhor desempenho de cada via.

Mas, já sabemos que os fabricantes muito anunciam, porém pouco oferecem de fato, e em uma conversa que tive com um engenheiro no exterior, que trabalhou numa fábrica que apresentava este como sendo o grande argumento de diferenciação de seu produto, fiquei sabendo que na verdade o cabo das altas frequências era apenas mais fino, justamente por conduzir uma corrente de menor intensidade, gerando assim uma redução de custos na sua fabricação.
Naquela época, testei dois cabos que apresentavam esta “suposta vantagem”, mas não vi de fato qualquer ganho real.

Alguns críticos desta idéia diziam que cabos possuem “assinaturas sônicas” diferentes, e na transição das duas faixas de frequências havia uma variação abrupta de “assinatura”. Não foi isso que constatei na prática, aliás, nem a teoria sugeria isso, já que essa transição não é abrupta e, portanto, as características individuais de cada cabo também se juntavam e realizavam uma variação suave e sem efeitos colaterais neste ponto.

Meus experimentos se concentraram então na escolha dos cabos para realizar a bicablagem, selecionando diferentes modelos e diferentes marcas para cada via.
Os resultados foram bem interessantes, e se mostraram ainda mais consistentes quando passei a utilizar a tricablagem em minhas novas caixas.

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Caixa com opção de tricablagem.

Alguns podem pensar que isso é loucura, já que acreditam que um bom cabo de caixa custa uma fortuna, e o que dizer então sobre utilizar três pares de cabos por caixa?
Na realidade, o fabricante, o distribuidor/revenda e as revistas querem que acreditemos que cabos de alto rendimento custam muito caro, mas isso não é verdade. Para eles, esta sugestão é bem conveniente sob o aspecto financeiro, mas para o consumidor isso é um desastre, o que pode mesmo dificultar muito a opção pela bicablagem ou pela tricablagem se o consumidor acreditar que ele deve realmente comprar aquele cabo caríssimo, que, supostamente, representa o “grande salto” da tecnologia “mágica” que eles afirmam desenvolver.
Obviamente, você ainda gastará o dobro ou o triplo em cabos, mas, acredite, sabendo fazer as escolhas certas, o custo final será ainda bem menor do que o que eles normalmente sugerem, e o resultado bem mais animador.

Parei de realizar novos experimentos nesta direção no ano passado, quando tive que testar alguns cabos para algumas comparações com amigos e para publicação aqui no Hi-Fi Planet, e nestes casos eu não poderia utilizar outros modelos associados àqueles que foram testados.
Atualmente estou ajustando outros aspectos da minha nova sala, mas em breve retomarei as minhas experiências.

O que eu recomendo é que o leitor que se interessar pela idéia faça um teste, e observe os resultados por sua própria conta, sem levar isso a debates que normalmente terminam de forma inconclusiva. Garanto que esta é uma daquelas soluções interessantes que proporcionam um resultado muito superior àqueles que  muitos falsos “especialistas” prometem, tentando criar a idéia do “ajuste fino” de um sistema através de cabos que custam o preço de um carro semi-novo ou zero quilômetro.

Faça o seu próprio teste, mas livre de qualquer opinião preconcebida ou influenciado por quem quer que seja, e depois nos conte o que achou.

 

Para prefixos  numéricos (bi, tri, tetra, penta, hexa, hepta, etc…), de acordo com o novo acordo ortográfico, nós não devemos usar hífena menos que a palavra seguinte se inicie pela mesma vogal com a qual o prefixo termine ou por (h). Portanto, o correto é escrever “bicablado, tricablado, etc.”

“Cablado” é uma flexão do verbo “cablar”, que significa instalar cabos (para transmissão de energia, dados, etc.).

 

13 Comentários

  1. Este site Hi Fi Planet sempre me surpreende positivamente.
    Artigos interessantes, atualizados e muito claros de fácil compreensão.
    Este foi mais um exemplo que destaco. Nem sabia que era possível a tricablagem.
    Parabéns por mais esse artigo.

    Felicidades a todos.

    Josito

  2. Olá Eduardo
    Como sabe tenho utilizado a bicablagem com cabos diferentes nas minhas B&W CDM 7NT e com resultados melhores para os meus ouvidos do que com apenas um par de cabos, até porque se consultar o site oficial da B&W eles recomendam vivamente esta solução dizendo que as melhorias em toda a gama de frequências é mais do que evidente. Eu subscrevo na íntegra.
    Agora surge-me outra questão, o par de cabos que uso para as baixa frequências medem 3 metros enquanto que o das frequências mais altas medem apenas 2 metros.
    O Eduardo vê inconveniente nesta combinação em termos técnicos? É que em termos sonoros não noto qualquer desajuste.
    Já agora sabe-me dizer se nas B&W CDM 7NT iguais às suas as ligações inferiores são para os graves e médios deixando as ligações superiores para os agudos ou as ligações inferiores são apenas para os graves e as superiores são para os médios e agudos?
    Mais uma vez deixo o meu agradecimento pela sua atenção e profissionalismo.

    Cumps

    José Santa

  3. Prezados amigos do Hi-Fi planet

    Me dirijo aos mantenedores deste espaço e aos seus leitores para parabenizar a todos pela manutenção deste espaço, seja contribuindo ou lhe dando a audiência necessária para prestigia-lo.

    Um dia eu tentava entender porque tanta mesmice de informação sobre áudio hi-end no Brasil, seja da única revista tendenciosa e suspeita que circulava na época, ou de fóruns com debates repetitivos e inconclusivos e suas típicas batalhas de egos.
    Procurei por informação lá fora e conheci alguns sites e revistas que tinham uma coluna ou alguns participantes que contribuíam de forma inteligente e construtiva para o áudio hi-end, coisa que eu não via no Brasil.
    Tirando a genialidade de alguns projetistas nacionais, eu não via mais nada inteligente por estas terras.

    Quando conheci o Hi-Fi planet investi muito tempo na leitura de seus artigos e testes. Digo que investi porque foi realmente algo produtivo que me deu um retorno de conhecimento muito grande. Não gastei tempo, como costumava desperdiçar com as fontes de informação até então disponíveis.

    Lendo este novo artigo, eu tiro a mesma conclusão de alguns colegas que já se manifestaram aqui sobre a habilidade deste site em dar uma cara de simplicidade a temas que até então pareciam complicados e envoltos de um mistério que nunca existiu.
    Quando digo site, deveria talvez me referir ao Eduardo Martins, que não tenho certeza se desenvolve este projeto sozinho, mas a sua clareza de entendimento e a sua facilidade de transformar isso numa linguagem muito acessível parece ser o ponto forte do site.

    Os temas são dissecados aqui com uma facilidade muito grande, e rapidamente são compreensíveis até pelo mais leigo, como noto entre meus amigos de áudio.
    Cansamos de frequentar fóruns e daquelas cansativas temáticas sobre cabos fazerem ou não diferença, se o mais caro era sempre melhor, se tal produto é superior ou inferior a aquele outro, se o vinil é pior ou melhor que o CD ou se o valvulado supera o estado sólido, entre tantas outras inúteis discussões que nunca chegam a qualquer conclusão, senão numa briga generalizada de torcidas.

    Cansei também daqueles repetitivos elogios e conclusões da revista que distribuía diamantes até para equipamentos que deveriam estar em bancas de camelôs, mas que ganhavam um tratamento especial por ser revendido pela loja da revista ou pelos anúncios de página que faziam. Aqueles exageros de cada edição onde sempre surgiam novos equipamentos que proporcionavam, segundo os avaliadores, um salto abismal de qualidade sobre tudo o que já haviam testado antes. Teve o fim esperado que ela mesmo criou.

    Curiosamente, a verdade é que poucas mudanças foram vistas de fato neste segmento.

    O Hi-Fi planet desnudou o fantasiado mundo do áudio hi-end, mostrando a sua verdadeira face e provando por a+b como as coisas funcionam.
    Quem ainda não experimentou a sugestão desenvolvida aqui sobre a customização de sistemas deveria fazê-lo imediatamente, pois vai cair num mundo muito mais real e fiel daquilo que buscamos de verdade.

    Eu sou testemunha viva de que a teoria e a prática desenvolvida pelo Eduardo realmente funciona brilhantemente. Outro dia um amigo nosso comentou que o seu médico também acompanha o Hi-Fi planet, e ele lhe disse que finalmente apareceu alguém honesto nesta área, pois ele se perguntava se as pessoas eram tão ingênuas daquela jeito ou se lucravam com as bobagens que afirmavam, e descobriu por alguns caminhos que era o lucro fácil que alimentava aquelas bobagens. Segundo este médico, a variedade de audição é algo conhecido pela medicina há muito tempo, e a conclusão apresentada pelo Eduardo era óbvia demais.

    Eu não diria que o Eduardo descobriu algo, já que este fato parece que já era conhecido pela medicina, mas foi ele quem juntou as peças e organizou as idéias para tornar teoria e prática algo compreensível e acessível no nosso segmento.

    Eu fui um dos estúpidos consumidores que caiu no conto do cabo caro como solução de tudo e para ajuste do sistema. Hoje ajusto tudo o que eu quero através de um dispositivo filtrante que atua nas diversas frequências de áudio colocando tudo nos seus devidos lugares. Talvez este seja o primeiro dispositivo surgido depois do desenvolvimento da idéia pelo Eduardo, mas antes que me perguntem, ele não é comercial, foi desenvolvido sob encomenda por um amigo e funciona como atenuador passivo, ou seja, não é um DSP ou um equalizador, que talvez sejam a solução mais versátil, mas eu queria evitar muita interferência do dispositivo por opção pessoal. Talvez hoje eu faria diferente.

    Garanto apenas uma coisa: Funciona e é o grande segredo para o tão perseguido topo do pinheiro. Ponto para a clareza de idéias e a dedicação do Eduardo, a quem muito devemos por sua contribuição gratuita ao nosso segmento.

    Fico imaginando o valor de todo esse conhecimento transformado em palestras, que certamente seriam muito mais valoradas do que as palestras de um certo político brasileiro que ganhou milhões para não dizer merda alguma.

    Parabenizar a todos por este projeto parece um gesto pequeno diante da contribuição que foi feita aqui, mas é um ato recorrente dos leitores e do qual participo.

    Espero que este trabalho continue existindo por muito tempo, pois cada nova contribuição deste site vale por um aprendizado que não se encontra a muito tempo, se é que algum dia existiu de fato aqui.

    Parabéns ao Eduardo e seus eventuais colaboradores pelo brilhante projeto que é mantido aqui. Nota 10 para todos. Um site que é verdadeiramente um Diamante Lapidado de verdade.

    Vanderlei Ribeiro
    São Paulo – SP
    Audiófilo e admirador do Hi-Fi planet

  4. Como curiosidade, transcrevo aqui uma postagem feita pelo mesmo Eduardo deste site no fórum htforum, quando ainda era um fórum sério.
    Há pouco tempo fiquei sabendo que se tratava da mesma pessoa, que deixou o fórum por não concordar com a linha comercial que estava sendo adotada, e deixou saudades em todos.
    Fiquei muito feliz de reencontrá-lo aqui.

    Vejam que curioso e que atual, e como naquela época, em 2003 (há 14 anos), o Eduardo já apresentava uma lucidez que iria amadurecer e estabelecer as bases do que são hoje as suas contribuições.
    A postagem foi publicada em 30 de março de 2003 no endereço https://www.htforum.com/forum/threads/audiofilia-lazer-ou-doenca.798/

    Percebam como ali o Eduardo já começava a questionar o mundo à sua volta, e já dava os primeiros passos para se tornar respeitado como é hoje.

    Daquela boa época ainda lembrei com alguns amigos de outras coisas fantásticas de seus feitos, como aquela vez do cabo de 12 reais (se não me engano) que ele fabricou e emprestou para um grupo de audiófilos dizendo ser um cabo de milhares de dólares, e que foi elogiado por todos que até queriam pagar caro por ele e jogar seus cabos caros no lixo, quando então ele revelou que se tratava de um teste para provar algo.

    Lembro quando desmascarou uma montagem de fotos uma revista de áudio e de ter feito um teste cego em sua casa que deixou todos com cara de bobos (infelizmente eu não participei).

    Segue a postagem em questão. O título do tópico criado por ele era “Audiofilia – Lazer ou Doença?”

    —————————————————————————————————————
    “Pessoal, as vezes fico me questionando se a sistemática busca pela perfeição em áudio não seria um exagero, um vício, uma questão pessoal de pouco significado prático. Gasta-se uma fortuna em cabos e aparelhos e sequer existe um consenso sobre este ser melhor do que aquele, ou sequer ocorre uma melhoria real em muitos casos. Eu mesmo já citei o fato de viver ajustando posição de caixas e procurar entender melhor este negócio de palco sonoro para corrigir a falta de palco do meu equipamento, mas, normalmente me pego ouvindo o som deitado no sofá ou no tapete da sala apenas apreciando a música e não estes detalhes.

    Ontem à noite estava lendo a CAVI (ed. 74, pag. 136) e encontrei um artigo muito interessante do Andrette, onde cita entre outras coisas:

    ‘…O mercado audiófilo pouco se preocupa com a qualidade artística. Ele ainda aceita que o instrumento esteja desafinado, ou seja, tocado mediocremente, comendo partes, com arranjos grotescos, etc…
    Para muitos, o importante é o efeito pirotécnico, a sensação do instrumento ou da voz da cantora estar na sua sala. Muitos audiófilos não tem “ouvido” para a música em si, somente para o resultado sonoro de um determinado trecho, ou de uma determinada música, que pode se resumir a alguns segundos…”

    Sem entrar no mérito se este texto é em parte contraditório com a postura de seu autor às vezes (acho que não até pela sua formação musical), qual será a verdade disso?
    Já ouvi comentários de que, em determinada situação, “pôde-se ouvir as unhas do pianista tocando as teclas do piano”. Isso me incomodaria, mas a maioria acha isso o máximo da alta fidelidade.

    Certa vez conversávamos aqui mesmo sobre o fato de alguns colegas estarem deixando de ouvir alguns Cds porque seu equipamento havia adquirido a “maravilhosa capacidade de mostrar os defeitos da gravação”, o que as deixou insuportável. Estranho, pois antes estas mesmas gravações lhe causavam alguma emoção, e eram um prazer ouví-las, mas hoje se tornou um sacrifício.
    Numa comparação bem extrema, qual prazer teríamos em viajar num carro que transmitisse ao motorista todas as irregularidades do do solo com extrema precisão? Será que não é necessário “amortecermos” um pouco a música para que se torne uma experiência mais agradável?
    Há pouco tempo ouvi um comentário interessante de um colega do escritório. Ele disse que não apreciava muito a música ao vivo. Preferia a gravação de estúdio, pois esta, ao contrário daquela, soava mais perfeita, resultado do cuidado para realizar uma boa gravação, o que significava as vezes a gravação de dezenas de vezes da mesma faixa, até chegar num resultado aceitável. Ao vivo, segundo ele, a música se tornava muitas vezes desagradável, ora alta de mais, ora influenciada pelas condições acústicas ou pela posição do ouvinte.
    Vocês sabiam que a imagem da TV é um pouco desfocada propositalmente, e este “problema” pode ser corrigido em alguns casos pelo controle de nitidez? Acontece que se a nitidez for muito grande, a imagem se torna muitas vezes desagradável, com o evidenciamento de suas falhas, até por características inerentes ao sistema. Por isso a maioria das pessoas regula a nitidez no médio ou bem baixa.

    O que vocês acham de tudo isso? a sensação que tenho aqui é que ninguém está satisfeito com o que tem, sempre justificando esta insatisfação por causa de um “simples detalhe”, e não pela falta de prazer proporcionado por um trabalho artístico.

    Será que não somos em parte doentes? Perfeccionistas exagerados sem razão prática de o ser? desnecessariamente exigentes sobre algo que não tem tanta importância assim?

    Qual a opinião de vocês sobre esta questão? mas, que seja sincera, resultado de uma reflexão, como a que fiz ontem a noite enquanto esperava o sono chegar. Não uma simples resposta imediata após ler esta mensagem, com o único intuito de se auto justificarmos porque gastamos tanto e vivemos numa busca constante e interminável por preciosismos técnicos.”
    —————————————————————————————————————-

    Brilhante, não?
    É ou não é uma antecipação da sua visão futurista?
    Vale a pena ler os comentários que vieram depois e que já demonstravam uma real perturbação sobre o tema.

    Mais uma vez, parabéns Eduardo ! Você é merecedor do nosso reconhecimento por tudo que já fez e continua fazendo neste segmento.
    Imagino quantos problemas já não teve por ter adotado esta honestidade e pela coragem de publicar estes textos.
    Um forte abraço para você.

    Vanderlei Ribeiro

  5. Olá José,

    Mais uma vez, obrigado pela sua participação.

    Não vejo qualquer problema quanto à diferença de extensão dos cabos, até porque, como sugiro em meu texto, o importante é ajustar cada via de forma que melhor desempenho apresente, e mudar o tipo de cabo ou seus comprimentos cabem perfeitamente nesta equação.
    Devemos evitar apenas cabos com comprimentos diferentes para a caixa esquerda e a caixa direita, pois aí podemos provocar alguns desequilíbrio entre os canais.

    A ligação superior é apenas para os agudos. Se você desconectar esta via, perceberá que somente o tweeter deixa de funcionar.

    Grande abraço

    Eduardo

  6. Olá Vanderlei,

    Agradeço muito o seu comentário, o seu e-mail e o do colega Geremias. Vocês dois foram muito gentis.

    Apesar de achar que houve um exagero de sua parte nesta homenagem, eu confesso que fiquei bastante emocionado.
    Agradeço de verdade.

    Sinceramente, eu nem me lembrava mais desta postagem naquele fórum. Que boas lembranças…

    Um forte abraço para você, para o Geremias e todos os amigos por aí. Valeu pelo carinho de vocês.

    Eduardo

  7. Grande Edu !!!

    Faz algum tempo que não escrevo aqui mas você sabe que acompanho tudo, e ainda não te dou muito sossego pelos emails e zaps da vida rsrsrs…

    Parabéns pelo site. A mesma qualidade de sempre num formato muito bacana.

    Eu li e achei muito legal a homenagem do leitor Vanderlei, que também me trouxe boas lembranças.

    Vanderlei, meu querido, você foi muito sincero e justo em sua homenagem que ora complemento.

    Conheço o Eduardo há muitos anos também, virtualmente e pessoalmente. Aprendi muito com ele, e posso estender esse aumento de conhecimento aos amigos que conheço.
    Sempre honesto, dedicado e justo, buscando ajudar a todos que lhe procuram.
    Acho que a maior qualidade do Eduardo está justamente em seu caráter. Um homem de caráter constrói coisas boas, e é o que ele faz no momento em que não obtém qualquer benefício econômico com o que faz. E olha que se ele quisesse ganhar dinheiro com o áudio ganharia, pois é muito respeitado e competente neste hobby, muito mais que alguns consultores que tem por aí, que também podem até conhecer do traçado, mas advoga em seus interesses.
    Não tem como separar o interesse econômico pessoal da informação isenta e imparcial quando você vive dos valores obtidos dos anunciantes, patrocinadores, clientes de loja, etc.
    Sei disso porque vi isso de muito perto, e acompanhei coisas que infelizmente o Edu não me deixa divulgar aqui, e até entendo o seu ponto de vista já que o seu objetivo aqui é outro.

    O Edu é hoje um amigo por quem tenho muita consideração e respeito.
    Participei de um teste que ele fez em sua casa, como convidado, pois sei que ele também me respeita bastante e sabe que sou muito sincero na hora de abrir a boca.
    Vi coisas fantásticas naquele dia que me mudaram a forma de ver o áudio hi-end. Foi ali que tracei um novo plano para o meu sistema que até hoje é mantido, acabando com o troca-troca que eu fazia de cabos, eletrônicos e caixas.
    Atingi um grau de desempenho no meu sistema que hoje ele é referência entre os amigos que estão iniciando e outros já bem iniciados.
    E não pensem que gastei fortunas com isso, pelo contrário economizei muito. Tirei cabos caros do meu sistema que foram substituídos por outros muito mais baratos, inclusive um que o Edu montou e me presenteou num sorteio naquele dia do teste, sempre de grátis…

    Aprendi que o universo do áudio hi-end é propositalmente complicado, e que na realidade as coisas são muito simples e fáceis de implementar.
    Sempre muito paciente, ele me ensinou bastante coisas, inclusive me ajudando a personalizar o meu sistema para os meus ouvidos, outra experiência fantástica que me deixou com cara de bobo quando vi o que eu estava perdendo e achando que eu estava no caminho certo.

    Se o Edu não foi o maior contribuidor em quantidade de informação para o nosso hobby, ganhou disparado em qualidade de conteúdo.
    Eu sempre li muito, e apesar do Edu respeitar algumas publicações internacionais, eu acho que todas estão no mesmo barco. Algumas adotaram soluções interessantes para evitar a contaminação de interesses econômicos, mas falta aos seus colaboradores mais conhecimentos sobre o assunto. A maioria nem conhecimento técnico possui.
    Eles parecem papagaios repetindo sempre as mesmas coias e erradas. Sei que em alguns casos não existe má intenção pois ainda acham que aprenderam certo.

    Este caso relatado pelo leitor Vanderlei foi um exemplo de como todas as velhas regras devem ser questionadas.
    Para quem não acompanhou, ele estava na época inconformado com a importância exagerada que se dava a cabos caros, ou de grife como ele costuma chamar.
    Ele montou um cabinho de áudio feito com fio de antena coaxial, se não me engano, destes que compramos de rolo a preço de banana. Colocou dois conectores baratos e revestiu tudo com uma capa bonita, tendo o cuidado de colocar ainda uma marca famosa da época.
    Ele enviou para um amigo seu audiófilo, que por sua vez compartilhou o cabo em testes com outros audiófilos de seu círculo. Todos muito experientes e do mais alto nível com sistemas muito avançados na época.
    Apesar do cabo ter custado 10 ou 12 reais, perto disso, o pessoal queria de qualquer jeito comprar o tal cabinho abrindo mão de seus cabos de milhares de dólares, justificando a “maior extensão”, o “maior palco sonoro”, o “aumento de dinâmica”, e outras virtudes que o cabo apresentava. Lembro que na época o Edu disse que o cabo valia 1.000 dólares mas ele estava sendo vendido por 500. Não faltaram propostas de gente querendo comprar aquela peça e as do fornecedor que o Edu disse que tinha.
    Se o Edu fosse malandro, teria faturado uma boa grana nesta brincadeira pois a fila de interessados já estava grande. Mas, na sua velha e conhecida honestidade ele não se aproveitou da situação e revelou num fórum a “armadilha” feita com o intuito de provar o quanto as pessoas podem ser enganadas neste meio.
    Funcionou, e acho que foi o primeiro passo para uma mudança de conceitos que até hoje tentam manter nos interesses pessoais de alguns.

    Um teste na casa do Edu feito com um grupo bem diversificado deixou todo mundo perplexo. Provou o quanto somos enganados há anos com a transformação que fizeram de algo tão simples em um mistério sem fim.
    Era um golpe atrás do outro.
    Testes de cabos foram os que mais nos impressionaram e provaram o quanto existe de pilantragem nesta área e a união por trás disso para valorizá-los e gerar muito lucro com isso.
    Um triste imagem de nosso país que conhecemos cada vez mais.
    Posteriormente cheguei a gravar uma conversa de um distribuidor de como um cabo era divulgado no mercado para que se tornasse uma jóia preciosa, mesmo feito de plástico e cobre.

    Eu acho que o áudio hi-end ganhou uma nova conotação com o Edu, principalmente depois da criação do hi-fi planet que virou uma referência entre os bobbistas.
    Compartilhar todo o seu conhecimento, suas idéias e experiências só foi possível com sua independência neste site, pois até fóruns foram contaminados pela estupidez e pelos interesses pessoais de alguns e se tornaram insuportáveis

    É impressionante a dedicação do Eduardo pelos temas de áudio, mesmo não tendo nada a ver com a sua vida profissional de advogado e empresário em outro segmento.
    São muitos livros, revistas de toda parte do mundo, engenhocas montadas para testes, ensaios e até uma quantidade incrível de emails de amigos que fez pelo mundo todo, ligados ao áudio, desde fabricantes, projetistas até editores e articulistas de revistas renomadas. Só os emails davam um livro muito interessante.

    Sei que não foi fácil para ele, pois até hoje ele é considerado “inimigo” de alguns que não queriam que certas verdades fossem a público.

    Para o Edu o áudio é uma paixão, e compartilhar conosco o que ele aprende, é uma sorte para todos nós.

    Fica aqui o registro de complementação da justa homenagem feita pelo colega leitor Vanderlei.

    Grande abraço Edu

    Emílio

  8. Emílio,

    Como você é exagerado. 🙂

    Obrigado pelas palavras. Depois te envio o cheque… (risos)

    Te vejo no mes que vem. Não falte !!!

    Abração

    Eduardo

  9. Pessoal, até o momento ainda não encontrei tópico referente a Bi-wiring considerando um Amp Integrado que possui as conexões Speaker A + B, pois é comum que um cabo Bi-Cablado tenha uma saída do Amp para 2 entradas na caixa. No manual do meu Marantz permite que eu use as conexões A para Agudos e B para Graves, como bem entender, porém normalmente vejo à venda os cabos com a saída do Amp unidos, bem como feito no meu cabo Audioquest Rocket 44, minha pergunta é: Me aconselham a desmembrar as saídas e separá-las, ou isso é bobagem?

  10. Não, não é bobagem.
    Pode ser feito sim. Meu receiver Marantz utilizado em meu HT também possui essa característica, e é assim que eu costumava fazer.
    Pode desmembrar os fios e ligá-los assim sem problemas.

    Abraços

  11. Eduardo, boa tarde! Descobri seu blog recentemente e gostaria parabenizá-lo pelo espaço e pela isenção com a qual trata o assunto da alta fidelidade. Realmente existem muitos aspectos que vc está ajudando a desmistificar e isso é muito importante para quem, como eu, se interessa pelo assunto, mas não possui tanto conhecimento na área. Retomando este tópico sobre bicablagem, gostaria de sua opinião ou conselho. Tenho um integrado Gradiente Model 160 que está como novo. É um equipamento modesto, mas que para estéreo, me proporciona prazer em ouvir minhas músicas e álbuns preferidos. Esse integrado tem saídas para dois pares de caixas (A e B). Q

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