Teste do M1DAC da Musical Fidelity – Review – Atualização

Atualização do teste publicado aqui no Hi-Fi Planet deste excelente DAC.

(publicação original em ( http://hifiplanet.com.br/blog/?p=1861 )

Normalmente publico as atualizações de um artigo no post original, porém a inclusão de imagens e outras informações podem tornar a página muito lenta para carregar.
Neste caso, prefiro iniciar um novo post, para facilitar e tornar menos incômodo o acesso.

O M1DAC da Musical Fidelity, um DAC que me surpreendeu muito pela sua excelente qualidade sonora, continua sendo bem avaliada pelas publicações especializadas. Aqui incluímos um review publicado pela revista especializada inglesa Hi-Fi Choice de Junho de 2011, e os comentários da americana Stereophile, além de outras informações.

Comparação com o DacMagic

Na semana passada conseguimos realizar uma comparação direta com o famoso DacMagic da Cambridge Audio, um DAC que até então vem sendo um dos preferidos de muitos consumidores audiófilos.
Gentilmente emprestado pelo amigo Daniel, o DacMagic foi instalado no sistema para avaliação dos amigos presentes, que foram fundamentais para a certeza das impressões sobre o comparativo.

Aqui não tivemos dúvidas. Foram quase quatro horas de testes, com troca de cabos, escolha de inúmeras gravações e, o mais importante,  na maior parte das vezes sem identificar o DAC utilizado (teste cego), com a facilidade de não ser possível ver os equipamentos, já que a estante possui uma porta e todo o controle é feito por um repetidor do controle remoto (não é preciso manter a porta da estante aberta para controlar os equipamentos). Ao final, concluímos que o M1DAC venceu o comparativo.
O DacMagic é um excelente equipamento, mas num bom sistema, comparado com o M1DAC, mostra algumas limitações.

O M1DAC se mostrou mais natural, detalhado e com extremos (graves e agudos) mais agradáveis. Foi nítida a superioridade do M1DAC, principalmente nas altas frequências.
Os graves também foram um pouco mais controlados e naturais.

O Daniel, que estava muito mais acostumado com as características do DacMagic, reconheceu as diferenças, e já ficou inclinado a fazer um upgrade do seu DAC.
Vejo isso como um mero capricho, pois o DacMagic também é muito bom, e a escolha pelo M1DAC somente se justifica para quem realmente quer extrair um pouco mais de seus discos, para aquele audiófilo bastante exigente ou para quem ainda está para adquirir um DAC.

O M1DAC realmente surpreende, mas sempre com a recomendação de se usar um bom cabo digital e, se possível, suas saídas balanceadas, se o seu amplificador integrado ou pré dispuser deste recurso. Quanto melhor o nível do equipamento e a sua atualização, mais perceptíveis se tornam as diferenças.

Como já comentei no artigo original, eu já havia testado outros DACs como o V-DAC da própria Musical Fidelity, o premiado Benchmark, e vários outros modelos da NuForce, Bel Canto entre outros, mas o M1DAC foi o único capaz de aposentar meu velho (porém atualizadíssimo) MSB. Sou um fã da utilização de um DAC no sistema, mas muito exigente em relação ao seu desempenho, em função de seu importante papel no resultado final.
O MSB recebeu inúmeras modificações sempre  sob orientação do próprio fabricante, mas chega um momento em que não se consegue melhorar significativamente o resultado.
Muitos DACs do mercado poderiam receber alguma atualização, mas algumas vezes isso requer grandes mudanças como, por exemplo, naqueles que utilizam as fontes externas de parede, lamentáveis… Aqui o primeiro passo é instalar uma fonte de qualidade, o que muitas vezes custa mais que o dobro do próprio DAC, e se formos pensar também nos cabos de alimentação, da tomada para a fonte (esqueça ligá-la diretamente  na tomada) e da fonte para o DAC, aí os valores podem ser muito mais altos.

Na maior parte das vezes, quando sou consultado, recomendo apenas um CD (ou melhor ainda, um SACD)  player para um sistema “normal”. O uso de um DAC deve ser feito com bastante cuidado. A escolha do componente e dos cabos é muito importante. O transporte (player) também requer um mínimo de cuidado. Não é necessário nada rigorosamente sofisticado, mas pelo menos um player sério, com uma qualidade razoável. Neste sentido, recomendo que se esqueça a utilização de DVD ou Blu-Ray players que fazem “milagres”. Nas inúmeras experiências que já fiz, um bom CD ou SACD player sempre superou um tocador de vídeo do tipo “universal”, por mais que alguns avaliadores (por razões diversas) insistam em “glorificar” alguns equipamentos bastante suspeitos.
Um player dedicado para áudio possui uma construção e um compromisso de projeto bem diferentes de outro que ainda tem que reproduzir vídeos.

No meu sistema continuo utilizando o SA8001 da Marantz (também melhorado) para esse papel, e que já está sendo substituído  (a contínua evolução tecnológica não perdoa…).

Avaliação da Hi-Fi Choice

A edição de Junho deste ano da Hi-Fi Choice testou o M1DAC, conjuntamente com o transporte M1CDT, também da Musical Fidelity.
A qualidade sonora da dupla recebeu a máxima pontuação, sendo bastante elogiada. As ressalvas ficaram mesmo com o transporte, que incomodou o avaliador por “engolir” o CD caso o usuário demore em retirá-lo do transporte depois de ejetado. Uma característica que não é particular deste equipamento. Muitos players, de forma realmente irritante, têm o costume de, depois de aberta a gaveta ou ejetado o disco, após um determinado tempo voltar a carregar o CD para dentro do equipamento. Se por um lado positivo isso evita alguns acidentes, por outro lado pode pegar o usuário distraído e  lhe causar algum incômodo.

Abaixo, fornecemos na íntegra o teste publicado pela revista.
Clique sobre as páginas para ampliá-las.

Avaliação da Stereophile

A publicação americana Stereophile também avaliou o M1DAC em sua edição de Março de 2011.
O respeitado  Sam Tellig, que realizou o review, ficou muito satisfeito com o seu desempenho, chegando a afirmar que se tratava de  “uma extraordinária barganha”.

Na edição de Junho da mesma publicação, na seção “Follow-up”, onde o aparelho continua recebendo um acompanhamento de avaliação (algo que poderia ser copiado por outras publicações), o não menos respeitado avaliador John Atkinson, depois de submeter o M1DAC a uma bateria de testes, inclusive medições objetivas, concluiu que: “ele (M1DAC) pode ter um preço acessível, mas em quase todos os aspectos o M1DAC da Musical Fidelity oferece desempenho próximo ao estado de arte”.

Conclusões finais

Há quase dois meses em testes, posso afirmar que o M1DAC tem me surpreendido muito positivamente.
Nenhum outro DAC que testei me deixou tão satisfeito em todos os aspectos da reprodução musical.

Atualmente ele está ligado ao pré com um cabo balanceado de prata (não se trata de cobre revestido ou banhado – é prata pura), e também com um cabo digital de prata.
O cabo de força é um Shunyata Venom 3 ligado ao Powerline Audiófilo (versão atualizada).
Esta combinação pode ser considerada a melhor que obtive até agora, e muito superior àquela do primeiro teste. Seu desempenho hoje é surpreendente.

Não gosto de usar os estúpidos jargões de alguns avaliadores como “…este aparelho vale mais do que custa…”, ou então “…seu desempenho é de um equipamento três vezes mais caro…” e tantos outros que merecem total desconsideração.
O fator preço no universo do áudio hi-end está muito ligado ao prestígio (nem sempre merecido), grife, ganância, oportunismo e outros fatores deste mercado.
Afirmo aqui, para a ira de alguns avaliadores, que existem aparelhos com preços honestos, e desempenho bem superior a modelos mais caros.

O que, lamentavelmente, acontece no mercado, é que alguns equipamentos mais acessíveis são julgados inferiores, obviamente para preservar interesses de anunciantes, além de outros de ordem pessoal.
Ouvimos dizer de um caso onde um avaliador entrou em contato com o distribuidor de uma conceituada marca, e disse que gostou muito do amplificador integrado testado, mas o preço sugerido (US$ 1.500) era muito baixo para qualificá-lo na faixa merecida, e que se o valor não fosse revisto, ele teria que ser classificado em faixa inferior, para não prejudicar outras marcas que, mesmo com produtos inferiores, forneciam equipamentos com preços bem superiores. É uma vergonha, e por isso minha revolta de não querer participar de mais nenhum espaço onde existam conexões comerciais.
O fato é que o Creek 5350SE se tornou um fenômeno mundial, recebendo a classificação máxima de muitas publicações pelo mundo todo. E, mesmo não concordando muito com muitas metodologias de avaliação, os inúmeros usuários que investiram neste equipamento comprovaram suas qualidades fenomenais (ainda utilizado como referência por alguns avaliadores).
Um dia, em um teste que realizei em casa com alguns amigos, eles não acreditarem que o amplificador que havia tido o melhor desempenho era o Creek 5350SE, e não o modelo que estava sendo comparado de quase U$ 9.800, este sim que havia recebido uma pontuação elevada da mesma publicação que desmereceu as qualidades do Creek. Neste ponto, um teste cego mostra suas vantagens.

Esperamos que o mercado amadureça, e que aos poucos algumas “metodologias” apregoadas como perfeitas, e defendidas em disfarçados cursos de percepção auditiva, sejam definitivamente banidas deste universo.
Afirmo isso como quem realmente viveu estes fatos, e não os imaginou somente.

O M1DAC é um equipamento exemplar, e sabendo utilizá-lo não há porque gastar mais em equipamentos que de fato oferecem menos.
Recomendo esta opção para quem busca um DAC sério, de excelente desempenho, e por um preço oficial justo (pelo menos lá fora).
Não vejo hoje no mercado outra opção similar.

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Atualização em 26.06.2011

Atualizando este teste, estamos acrescentando duas novas avaliações feitas com opções similares ao M1DAC.

A primeira opção é o lançamento da Eletrocompaniet, o PD-1, que foi testado pela publicação inglesa What Hi-Fi de Julho de 2011.
Mais uma vez restou comprovado que preço e grife não diz nada. Esta marca, que normalmente apresenta preços mais altos que seus concorrentes de mercado, não tem se saído muito bem nos comparativos feitos contra equipamentos com preços bem inferiores.
Aqui, o DAC da Eletrocompaniet recebeu apenas 3 estrelas, e uma dura crítica, com observações como:  “DAC decepcionante carece de sinergia para brilhar”, ou ainda concluindo que: “… o PD-1 é falho demais para ser um sério rival”. Seu som foi considerado tosco, e seu preço bastante elevado pelo que oferece.

A segunda opção vem da Rega. Conquistando cinco estrelas pelas suas qualidades na edição de Junho da What Hi-Fi, o Rega DAC custa menos da metade do modelo da Eletrocompaniet.
Com construção e desempenho bastante elogiados, a publicação inglesa concluiu que se trata de “Algo de superstar.”
Nesta mesma avaliação, ainda é recomendado outro ganhador das 5 estrelinhas, o Arcam rDAC, com preço ainda inferior, menos de 1/4 do preço do Eletrocompaniet.

Para quem procura um bom DAC para o seu sistema, opções não faltam, mas é preciso cuidado para não pagar até 4 vezes mais por algo muito inferior.
Além do M1DAC, temos estas outras boas opções mostradas aqui, exceto o modelo da Eletrocompaniet, que não merece recomendação pelo seu alto preço e baixo desempenho.

Clique nas figuras abaixo para ver os testes completos em tamanho maior.

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Atualização em 05 de outubro de 2011

Continuo utilizando e avaliando o M1DAC.
Recentemente fizemos um novo comparativo  com o PD-1 da Eletrocompaniet e com o DacMagic.
O M1DAC continua surpreendendo. Ele apresenta um palco sonoro superior, com mais profundidade e largura. A riqueza de detalhes também é superior no M1DAC, que também apresenta absolutamente “zero” de fadiga auditiva. É possível usá-lo por horas, sem perceber qualquer cansaço auditivo, desde que o restante do equipamento seja capaz de pelo menos manter o nível do DAC.
Continuo recomendando este DAC como sendo o melhor que já testei, e o único que ganhou lugar definitivo em meu sistema.

Seguem mais dois reviews de publicações inglesas deste excelente equipamento (em formato pdf – o download pode ser demorado)

Review da Hi-Fi News:

M1DAC-review-hifi-news

Review da Hi-Fi World:

review-hifi-world

9 Comentários

  1. Porque vocês insistem tanto em DACs?
    Qual a vantagem? Vou ter algum ganho se utilizar um no lugar do meu CD player de 3.500 doletas?
    O cabo de força original do m1dac é bom? Já vem com um cabo digital?
    Já tive um amplificador desta Eletrocompaniet quase quatro vezes mais caro do que o que eu tinha. Foi uma decepção. Além de pior em qualidade de som, pifou com apenas 2 meses de uso, bem na hora quando testava para vender para um amigo. Tive um péssimo atendimento do fabricante e acabei resolvendo numa oficina particular. Nunca mais.
    Como posso encaminhar um artigo para publicação neste blog? Gostaria de colaborar com um trabalho que fiz sobre instalação de projetores.

  2. Olá Marco,

    Obrigado pela sua participação.

    Muitas escolhas que fazemos na vida são de ordem pessoal. Neste mundo do áudio hi-end a situação não é muito diferente.
    Particularmente, sempre obtive resultados melhores com o uso de DACs. Fiz esta a minha escolha.
    Não sei que ganho você pode obter com relação ao seu player atual, pois nem a marca você citou. Mesmo assim, é sempre bom testar e comparar. Somente você pode decidir se valeria a pena a mudança.
    Veja o exemplo que você próprio deu em seguida. O fato de um equipamento custar mais caro que outro não é garantia de melhor resultado. Infelizmente, em nosso hobby, o oportunismo fala mais alto.
    Nunca, em nenhum outro momento do passado, vi tantos equipamentos de excelente qualidade custar menos que aparelhos de “grife” com desempenho bem medíocres.
    Há muita safadeza por trás disso.

    Não considero o cabo de força original do M1DAC a melhor opção. Acho que vale a pena usar um cabo de melhor qualidade. Não precisa ser caro. Em breve vou publicar algumas dicas bem interessantes sobre cabos.

    O M1DAC não vem com cabo digital. Aliás, não me recordo até hoje de ter visto um DAC acompanhado de cabo de interligação digital.
    Aqui vai a mesma sugestão sobre o cabo de força. Use um bom cabo digital, não necessariamente caro.

    Para colaborar com este site enviando um artigo, basta encaminhá-lo por e-mail. Toda colaboração é bem-vinda.

    Eduardo

  3. Bom dia!
    O DAC II do Luis Flugue vem acompanhado de um cabo digital de boa qualidade, fica aqui o reparo.
    Falando em cabos, vc considera o Van den Hul Digicoupler um cabo de boa qualidade? Quais os cabos digitais vc recomendaria para DACs de até US$1000?
    Conhece o modelo de cd player da Music Hall cd25.2?
    Abraço

  4. Olá Marcos,

    Sim, este VDH é um bom cabo.
    Estou para publicar um teste de cabos que vai, certamente, causar bastante desconforto a muitos fornecedores de cabos caríssimos.
    Em primeiro lugar, esqueça as bobagens que escrevem por aí que um cabo deve custar ” x% ” do preço dos equipamentos. Isso é muito ridículo.
    Existem excelentes cabos digitais por preços muito interessantes.
    Você tem facilidade de comprar pelo e-bay? Te recomendo dois cabos que testei e deram um baile em outros bem mais caros: QED Performance Digital Audio 75? Coax Cable 1m (aproximadamente US$ 50) e Monster Cable M850DCX Hi Res Digital Coaxial Cable 4′ (aproximadamente US$ 40). Experimente, e depois nos conte quais foram suas impressões.

    Conheço esse player só de nome. Me parece bem respeitado lá fora.

    Abraços

    Eduardo

  5. Eduardo,
    Tenho comprado muito na internet, na verdade deixei de adquirir produtos de áudio em lojas físicas brasileiras faz tempo, o seu recente artigo sobre os preços cobrados no Brasil explica o por quê.
    Atualmente uso o VDH Digicoupler no meu sistema, antes utilizava um cabo de prata sem marca, achei que ganhei definição nos graves e melhora geral dos médios e agudos, o som ficou mais contido, porém, sem distorções.
    Estou aguardando a chegada pelos correios de um cabo digital da Acoustic Zen que comprei, vamos ver…
    Obrigado pelas dicas, já namorei o QED, mas acabei não comprando, pena.
    Quanto ao Music Hall (modelo cd 35.2) li que utiliza o famoso e ultra-preciso transporte austríaco Blue Tiger, de baixíssimo jitter.
    Abraços

  6. Boa tarde Eduardo!
    Sei que o post é antigo, mas agora que tive um problema com o meu DAC e Amplificador, estou querendo investir um pouco mais num equipamento de mais qualidade (comprar algo pior que tinha, não!). Consegui um M1 Dac a um preço convidativo, versão assíncrona, para utilizar com umas caixas monitoras ATIVAS que possuo (Caixas BI Amplificadas de 3 vias). Gostaria de saber se pelo fato das caixas já serem amplificadas eu poderia, inicialmente, comprar somente o DAC (pois é o que posso agora) e deixar que a amplificação delas cuide do resto. Isso é possível? Ou sou obrigado a comprar um amplificador agora?
    Muito obrigado!!

  7. Fred,

    Desculpe, mas somente agora vi a sua mensagem. Perdoe a minha distração, mas essa vida corrida…
    Conseguiu a reposta para a sua dúvida? Posso ainda te ajudar?

    Abraço

  8. Bom dia Eduardo.
    Estou a procura de 01 DAC da Musical Fidelity (M1 ou V90 – tenho as duas opções usadas para compra, sendo o M1 um pouco mais caro).
    Vi que você testou o M1 na revista. Você conhece o V90?
    Peço sua ajuda sobre qual deles seria a melhor opção, considerando meu set: WIIM Mini, pré e power mccormack.

    Antecipamente Grato.

  9. Olá João
    Os dois são excelentes. As diferenças tonais são ligeiramente diferentes, o que pode influenciar o gosto pessoal, mas você estará muito bem servido com qualquer um dos dois.

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