Som ao Vivo – Sem Acusações

De volta ao assunto sobre som ao vivo não ser uma referência ABSOLUTA.

 

Podemos receber uma crítica de diversas formas, uma delas seria refletindo sobre o que estamos fazendo e reavaliando e identificando o que pode ser melhorado, a outra é achar que se trata de uma manifestação opressiva que enseja até a alusão à repressão militar.
É óbvio que se queremos aprimorar o que fazemos, devemos escolher a primeira opção, mas, se queremos ignorar a crítica buscando a fácil alternativa da defesa incondicional de nosso ponto de vista, o que alguns chamam de arrogância, a segunda opção parece mesmo mais condizente.

O nosso universo do áudio hi-end é infestado de interesses dos mais diversos e de comportamentos pouco elogiáveis por parte de alguns. Seja uma revista, um site informativo, um fórum ou qualquer outro veículo de comunicação, a responsabilidade daquilo que se escreve é muito grande, pois influencia leitores e muitas vezes lhes causa até prejuízos quando mal orientados.

E é sobre isso que vou, novamente, escrever e tentar esclarecer àqueles que parecem ter alguma dificuldade para interpretar algumas ideias que talvez estejam muito adiante de seus limitados conhecimentos, ou de seus interesses pessoais, seja estes quais forem.

Mais uma vez reforço a informação de que não atuo no mercado de áudio, não tenho qualquer vínculo com comerciantes ou anunciantes, não presto assessorias remuneradas ou qualquer outro interesse econômico no assunto. Minha ligação com o áudio vem apenas do meu conhecimento técnico, da constante leitura e pesquisa sobre os diversos temas que fazem parte deste hobby, e do interesse em ajudar os leitores tentando abrir seus olhos sobre as verdadeiras faces da audiofilia.

Som ao vivo não é referência absoluta

Parece que alguns articuladores e avaliadores de equipamentos têm alguma dificuldade para compreender esta ideia, mas o fato é que, queiram aceitar ou não, o som ao vivo não é uma referência absoluta.
Para distorcer ainda mais esta questão, que levantei há muito tempo e que foi aceita com muitos elogios até por publicações internacionais, alguns indivíduos suprimem a palavra “absoluta”, e disparam críticas sobre o fato de “alguém” não aceitar o som ao vivo como forma de avaliar um sistema de som.
Quando levantei esta questão, amplamente explicada em outro artigo específico, eu ainda tinha menos informações do que tenho hoje para reafirmar a posição acima, reforçando que, novamente, me refiro a inutilidade do som ao vivo como uma referência ABSOLUTA.

As razões são bastante óbvias.
Depois de muito pesquisar sobre o assunto, descobri que as pessoas ouvem de formas diferentes, cada um com suas características perceptivas em relação à sensibilidade, frequências e até à distorção do som captado pelo nosso sistema auditivo.
Mais recentemente, depois de uma longa pesquisa junto a alguns amigos médicos especialistas no assunto, descobri que exames audiométricos completos (não estes básicos feitos apenas para avaliação médica trabalhista) provam que a curva de audição de cada indivíduo se assemelha, em variedade, às nossas impressões digitais, ou seja, cada um tem a sua.
O que isto significa na prática?
Significa que, ao avaliarmos os exames audiométricos (características auditivas) de um universo de indivíduos de diversas idades e de ambos os sexos, constatamos que todos apresentam percepções diferentes dos sons (imaginem ainda em relação aos complexos sons musicais).

É impressionante como cada indivíduo demonstra uma sensibilidade diferente para cada frequência que compõe o espectro de frequências audíveis, com curvas bastante complexas, demonstrando menor ou maior sensibilidade para cada uma destas frequências. É perfeitamente comum encontrarmos indivíduos que apresentam diferenças de 3, 6 ou até 20 decibéis ao longo desta faixa (pessoas normais). Além da idade, de perdas causadas pela convivência direta com sons de intensidades elevadas, de razões orgânicas e de inúmeras outras origens, estas diferenças ocorrem também por meras características intrínsecas de nossos sistemas auditivos, e este é o ponto em destaque aqui.

Ou seja, quem se baseia exclusivamente no som ao vivo como referência para avaliar ou ajustar um sistema de som comete um erro básico, pois está trazendo para o sistema eletrônico os mesmos problemas captados em suas audições ao vivo.
Vejamos um exemplo bastante grosseiro.
Vamos supor que um indivíduo tenha uma perda de sensibilidade nos sons agudos extremos. Este sujeito, ao ouvir o som ao vivo, terá uma percepção limitada dos sons nesta faixa de frequências, podendo até mesmo deixar de ouvir algumas notas de determinados instrumentos (algo que constatei pessoalmente numa experiência com alguns amigos em minha casa).
Nestas condições, este mesmo indivíduo ficará satisfeito se chegar perto desta “referência” ao avaliar ou ajustar o seu sistema de som. Ou seja, transportará a mesma limitação à sua reprodução eletrônica. Se antes de considerar este som ao vivo como referência ele tivesse conhecido melhor suas características auditivas, e então compensado o nível sonoro nesta faixa de frequências, acabaria se afastando da referência ao vivo, mas, aproximando-se do som real, daquele que realmente deveria estar ouvindo.
Alguns diriam: “Mas você está sugerindo equalizar o som?”.
Sim, e porque não? Se para alguns parece um absurdo a ideia de utilizar um “dispositivo equalizador” em seus sistema, segundo eles o que poderia prejudicar a pureza do som, então saibam estes que dispositivos já existem no mercado mundial, e de nível audiófilo, ou hi-end, como confundem alguns.
Mas, não é preciso seguir nesta direção somente. Conseguimos ajustar nosso sistema às nossas características auditivas pessoais utilizando-se de cabos, das variações dos próprios componentes do sistema e até das características dos falantes de uma caixa acústica, por exemplo (tratarei sobre isso em outro artigo que será publicado em seguida).
Mas, para isso, temos que ter a consciência de que o que ouvimos ao vivo pode (normalmente) estar seriamente comprometido.
Não adianta ficar distorcendo este fato com a estúpida ideia de que alguns são contra o som ao vivo como referência.
Os defensores desta ideia envelhecida argumentam algo como, por exemplo, se alguém não conhecer o sabor de uma maçã natural jamais poderá ter uma referência precisa de seu sabor, podendo confundi-la com um morango.
É um argumento bastante fraco, não?
Claro que é importante ter a referência do sabor de uma maçã natural, mas não de forma ABSOLUTA para desenvolver, por exemplo, uma essência sabor maçã.
Do que adiantaria essa referência se ela fosse percebida por nós de forma imprecisa?
Afinal, não é isto que fazemos? Vamos refletir um pouco… nossos equipamentos eletrônicos, cabos, alto-falantes, etc., em nada se assemelham a um piano, ou um violão ou às cordas vocais de um cantor.
Criamos o som artificial, como criaríamos a essência do sabor de uma maçã.

Se, por qualquer razão, nossos sensores do paladar provocar alguma “distorção” na sensação deste sabor, iremos transferir isso para o sabor artificial, não é mesmo?
Se corrigirmos o sabor de nossa essência, aumentando ou diminuindo a acidez do sabor, ou sua característica adocicada que percebemos erroneamente, vamos poder experimentar o sabor natural da maçã, não aquele distorcido da realidade “ao vivo”. Não se trata de mudar o sabor da maçã, mas de afastar os elementos que fizeram ela parecer diferente do que realmente é, enganado por algum desvio de nosso sistema degustativo, temporário ou permanente.

Então, saiba que nosso sistema auditivo, em função da complexidade dos sons musicais, é muito mais afetado por estes desvios perceptivos que o paladar, pois as variações auditivas são muito maiores.
Além disso, nossa percepção auditiva é afetada também pelo nosso estado emocional, pelas nossas condições físicas e até pelo que estávamos fazendo um pouco antes de nos dedicarmos a audição de uma música, além de outros tantos fatores.
Será que esta não seria a explicação para tantas opiniões contraditórias de “especialistas” sobre o mesmo produto avaliado? (claro que existem outras…)

Nem considerarmos ainda as variações de instrumentos, salas, forma de tocar e outros fatores que também afetam a precisão dos instrumentos. A variação da curva auditiva já é, por si só, um motivo muito grande para considerarmos falha a referência ao vivo como absoluta para uma avaliação CRITERIOSA de um sistema de som. E, afinal, não é isso o que busca o audiófilo?

Metodologias de Avaliação

Ao ignorar os fatos acima, alguns “avaliadores” de equipamentos de som se colocam na defesa de seus métodos de avaliação dos resultados, tentando provar que suas metodologias são confiáveis.
Como elas podem ser confiáveis se acabam dependendo exclusivamente dos ouvidos de uma pessoa? Seriam estes ouvidos “calibrados” e “aferidos” periodicamente antes de cada análise?
Claro que não.
Não existem “ouvidos de ouro” ou “ouvidos treinados” para corrigirem as atenuações, reforços e distorções percebidas em cada frequência audível. Se você possui uma perda de 6dB na frequência central de 4KHz, por exemplo, não há nada que possa fazer para “calibrar” essa perda, até porque muitas vezes esse fato nem é conhecido do ouvinte, como já pude presenciar com amigos em minha própria sala, onde cada um ouviu de uma forma diferente um determinado som de uma passagem musical, sendo que um deles nada ouviu, justamente um músico experiente.

Sendo assim, qual metodologia sobrevive a este sistema falho?
Claro que podemos tentar identificar detalhamento de um som, por exemplo. Mesmo com algumas falhas, ainda é algo possível.
Mas, diante dos fatos mencionados acima, falar em timbre, equilíbrio harmônico, extensão de faixa de frequências e outros parâmetros é algo pouco aceitável na avaliação de um equipamento, qualquer que seja o cuidado com esta metodologia que já nasceu com vícios óbvios.

O pior é ver publicações defendendo este método e ainda utilizando-o para pontuar equipamentos, quando em suas duas últimas edições a soma dos pontos de duas avaliações está errada.  Parece brincadeira, mas não é. Se uma simples soma matemática não funciona para eles, o que dizer de uma metodologia “subjetiva”.
Como acreditar na metodologia tão defendida por alguns quando ao avaliar uma caixa acústica YG informa que ela utiliza falante de alumínio quando usa na realidade de celulose? Ou informa que a resposta de frequência de um amplificador MBL vai de 20 a 10KHz? Ou ainda apresenta a avaliação de um equipamento mostrando a foto do equipamento testado como sendo outro? Ou ainda avalia recursos de um equipamento que sequer estão disponíveis?
Que metodologia sobrevive a isso?

Ainda, devemos ter muito cuidado com avaliadores que representam marcas e vendem os produtos avaliados.
Se você, que está lendo este texto, fosse o dono de uma revenda Volkswagen, e tivesse uma publicação que avaliasse automóveis, iria dizer que o Gol foi mal nos testes e não é uma boa compra (ou uma “compra segura”)?
Certamente sendo uma pessoa honesta, teria que colocar de lado a perda econômica que teria por razão de sua sinceridade.

Situação ainda pior ocorre quando o avaliador informa ter avaliado centenas de produtos que não eram recomendáveis, e de nunca ter publicado um deles nas páginas de sua revista cheia de anúncios. Seriam os produtos de alguns fortes anunciantes?
Mas isso nunca saberemos, porque parece que a “metodologia” empregada não funciona para produtos ruins, escondendo-os automaticamente do conhecimento do leitor, que pode assim adquiri-los desconhecendo os seus defeitos.

Existem publicações internacionais que se limitam a dar a “impressão” pessoal do avaliador, assumindo o “subjetivismo” do teste, sem pontuar os equipamentos (The Absolute Sound). Outras, pelo menos, apontam equipamentos ruins, citando imediatamente opções melhores, e sem perdoar as marcas poderosas de seus anunciantes (What Hi-Fi, Hi-Fi Choice, etc…).

Coloco a palavra “subjetivismo” entre aspas, porque no meu modo de ver não existe uma opinião subjetiva baseada em gosto pessoal, mas sim uma avaliação limitada às características orgânicas de cada um, principalmente em relação àquelas apresentadas pelos seus sistemas auditivos.
Poderíamos trocar a expressão “avaliação subjetiva” por algo como “avaliação limitada às condições perceptivas pessoais”, ou ainda “avaliação individual comprometida” ou algo assim, pois é certo que a avaliação de uma pessoa não é igual à de outra.

A avaliação objetiva é mais simples e precisa em muitos aspectos. Se um equipamento (ou um acessório) possui distorção mais elevada, limitação na resposta de frequências, sensibilidade ou potência diferente daquelas informadas, isso é mostrado com exatidão.
Não acontece, como já vi, de um avaliador dizer que “tratam-se de caixas com alta sensibilidade que casam bem com amplificadores valvulados ou menos potentes”, quando depois acabei observando num teste objetivo de uma revista americana que a sensibilidade MEDIDA por eles daquela mesma caixa era muito menor do que aquela informada (precisaria do dobro de potência para obter o mesmo volume), fato assumido pelo fabricante.

O maior argumento contra os testes objetivos é de que aparelhos que são bem construídos, segundo as suas especificações, nem sempre soam bem.
Este é um argumento infeliz de quem acha que o audiófilo de hoje é o mesmo audiófilo mal informado de ontem.
Teste objetivo não tem nada a ver com especificações informadas, mas com medições técnicas e precisas.
Alguém ainda tem dúvidas de que podemos medir distorção sonora, faixa de resposta de frequências, ruído de fundo, velocidade, potência, sensibilidade e inúmeros outros parâmetros com total precisão com os equipamentos de que dispomos hoje?
Será que alguém com ouvidos suspeitos (pelas razões mais naturais do mundo como as apontadas acima) pode afirmar que um determinado cabo possui pouca extensão nos agudos,  e ignorar que um frequêncímetro de áudio ou outro instrumento de medição pode detectar isso com maior precisão?
Será que não evitaríamos as bobagens de “caixas muito sensíveis” (como este caso citado acima), ou erros como de amplificadores que respondem até 10KHz?

Este medo que recai sobre os testes subjetivos obviamente tem os seus motivos. Um deles seria a falta de interesse do avaliador em investir em equipamentos de qualidade, ou então a falta de conhecimento técnico de como utilizá-los corretamente, ou ainda a falta de conhecimento, também técnico, sobre o que deve ser medido, ou ainda o risco de perder a “flexibilidade” para enaltecer certos equipamentos de seus interesses.

Algumas publicações no exterior realizam medições nos equipamentos avaliados, ainda muito limitadas, mas suficientes para esclarecer algumas dúvidas importantes.

Dizer que medir a resposta de frequência e a potência não garante que um equipamento é veloz, é tentar argumentar o óbvio e desviar a atenção dos fatos. Para avaliar a velocidade de um equipamento existem métodos e equipamentos específicos.
Será que a indústria de aviação, de informática, de vídeo entretenimento, automobilística, hospitalar, naval e tantas outras desenvolvem e avaliam seus produtos apenas subjetivamente? Porque só no áudio hi-end encontramos esta frescura?

Para avaliar o desempenho de um automóvel são medidos valores como velocidade máxima, aceleração, torque e outras características. Se o piloto do carro testado tem a “sensação” de que o carro parece estar andando a 100km/h quando está na realidade a 150km/h, isso é uma impressão pessoal, e não um fato. Numa estrada com limite de velocidade de 100km/h ele será multado, pois novamente está sendo avaliado por um instrumento, chamado radar, que não tem nada de subjetivo.
Se quisermos ir mais longe, podemos medir o nível de ruído do motor e dos pneus dentro do carro, a sua estabilidade e aceleração lateral, a dureza da suspensão e outros fatores que lhe causam essa impressão, ou atribuir este desvio a pura falta de percepção do piloto.
Mas, não há como discutir a medição de velocidade com a “sensação” do piloto. Um é fato, o outro, impressão.

No áudio é comum vermos argumentos de que um equipamento é muito “preciso” mas o outro ganha a mesma pontuação não por ser preciso, mas por ser mais “musical” !!!
O que é isso? Estamos brincando com a ciência ou com a inteligência das pessoas?
Aí surgem argumentos do tipo “certas distorções que existem no segundo são agradáveis para os ouvidos” !!!
Distorção (que também pode ser medida através de equipamentos) é algo aceitável num equipamento apenas porque faz “massagem” em nossos tímpanos?
Distorção é distorção, algo que provoca variação de um estado original.
Se for ou não agradável, novamente isso é problema de cada um. Não cabe a um avaliador julgar que um equipamento encontra-se num mesmo patamar de “arte” por conta disso.

Mas, vamos lá, medir tudo e com precisão não é tarefa simples. Isso exige conhecimento científico, equipamentos de alta precisão e pleno domínio do que se está fazendo. Não é algo para qualquer um.
É bem possível que, mesmo chegando bem próximo de tudo isso, ainda não consigamos identificar algum detalhe que possa realmente provocar alguma diferença nos resultados. Mas, uma coisa é certa, chegaremos bem perto, e eliminaremos muitos fatores “subjetivos” provocados pelas limitações humanas naturais. E, a partir daí, precisamos conhecer nossa “impressão digital” auditiva, para fazer a adequação final.
Algumas publicações têm investido nesta direção com resultados muito animadores. Afinal, evoluir é preciso.

Mas, e se não houver condições técnicas, de conhecimento ou de disponibilidade econômica para seguir nesta direção? Então é melhor assumir que apenas pelo sabor não é possível dizer se a comida está envenenada, e ter muito cuidado ao tentar defender metodologias tão comprometidas pelos vícios apontados acima, alguns até lamentáveis e revestidos de interesses pouco elogiáveis.
E que assumam de vez que o que ouvimos ao vivo também não pode ser aceito como único fator de avaliação precisa de um sistema ou de um equipamento de som, pois os meus ouvidos, os seus ouvidos e os ouvidos deles não funcionam da mesma forma.

Enquanto alguns veículos de “informação” não aceitarem isso, continuarão confundindo a cabeça dos audiófilos que querem investir num bom sistema hi-end.
Não é possível prestar uma assessoria segura ao leitor desprezando estas variáveis acima, e o consumidor certamente será induzido ao erro pelos pontinhos (muitas vezes somados errados), pelas estrelinhas e outras firulas sem muito significado prático para as condições individuais deste leitor.

Parece complicado? Não, não é. Basta querer mudar, deixar interesses pessoais de lado, investir em conhecimento e recursos, e parar de querer transformar o áudio hi-end em algo misterioso, inexplicável e confuso, como se estivéssemos tratando de algo de outro mundo.

4 Comentários

  1. ainda nesta linha, li o teste de um amplificador que dizia a “a dinâmica não acompanhou o bom desempenho dos demais quesitos de nossa metodologia, e podia ser um pouco melhor para um equipamento nesta faixa de preço” ….. nota 9,0
    em outro teste de um amplificador na mesma faixa de preço: “mostrou uma ótima dinâmica para a sua faixa de preço, a melhor entre os amplificadores que já testei nesta categoria” ….. nota 8,5

    pois é….

    como você sempre diz, Eduardo, apenas tentam se colocar de vítimas e irem para a defesa, nunca entendem isso como um erro que pode ser corrigido
    virou um catálogo de produtos no interesse dos produtos que revendem, só isso

  2. Sem querer desprezar quem quer que seja, mas sou um apaixonado pelo velho bolachão. Convivo tão bem com o digital como com o vinil, e para mim não há nenhum conflito nisso.
    Porém, me considero um “especialista amador” na arte de ajustar um toca discos de vinil. Sempre li muito a respeito e acabei também adquirindo muita pratica nisso.
    Foi de doer o teste de um toca discos na CAVI onde falou que ele até eliminou os plics e plocs do mau estado de alguns discos.
    Isso não pode ser sério, pois simplesmente não existe isso.
    Foi atribuido ao tração do prato o milagre pelo sistema de tração. parece coisa de doido.
    Claro que uma trilhagem perfeita ajuda muito a boa reprodução do vinil, mas péra lá, isso já é demais.
    Os ruídos de um disco mal conservado vem de arranhoes e outros danos na superfície do disco, e não é tração nenhuma que vai mudar isso.
    Afinal o dano está lá e a agulha vai ler isso, e tem mesmo que ler. É uma variação no movimento da agulha e esse é o papel dela, captar estas variações e transformar em sinais elétricos, e só isso não tem segredo. Se os plics e plocs sumirem, então não não são danos na superfície, mas contaminação de pó e outros elementos que se soltaram.
    Pode ser o sistema de tração que for, se o risco estiver lá será lido, mais ou menos forte dependendo da agulha, da capsula e dos ajustes.
    Fica complicado ler estes teste e ver que tudo que se testa surpreende por isso ou aquilo, parece que há uma obrigação em fazer o leitor ter a sensação que cada produto é especial por um motivo.
    Nunca li algo do tipo: é um bom aparelho, mas não supera outros nesta mesma faixa como X, Y ou Z.
    Isso não parece estranho? Tudoé na base do maior silencio de fundo, um palco mais amplo, alguns detalhes que nunca ouviu antes, e por aí vai. Parece que tudo tem que ter obrigatoriamente um elogio.
    E como foi dito aqui, cade os muitos aparelhos que dizem ter testado e que não prestam para nada. Não temos o direito de conhece-los? Será que temos que levar o prejuíso de comprar uma porcaria que eles sabem que não presta e está sendo vendido no mercado?
    É essa a função de uma revista que se diz informativa?
    Ou será que não podem falar mal de ninguém? e porque?

    Estive numa loja outro dia e me interessei por um aparelho. O vendedor me disse que foi testado pela revista e tirado uma nota boa. Era de pouco uso. Eu demonstrei minha dúvida em comprar algo que foi usado para teste, pois não sei se foi malhado.
    O vendedor me disse para não me preocupar, que tinha nota e que o aparelho havia chegado há pouco tempo e que só ficou na revista por uma semana pois eles tinham pressa.
    O curioso é que o teste falava em uma queima de mais de 400 horas. Ué, como isso? Algo não bate.
    Indaguei o vendedor e ele ficou sem graça, e disse que era confuso mesmo, e que normalmente alguns equipamentos nem voltavam. Será que ficam como presente?
    Diante da minha falta de interesse veio a informação do vendedor que realmente me impressionou. Ele disse que se fosse o senhor eu levava, pois estes são os melhores aparelhos que vem “vitaminados” para ganhar uma nota boa nos testes, e muitas vezes até os componetes internos são de nível superior.
    Pera lá, então os aparelhos testados são previsamente turbinados? e o que compramos não tem nada a ver com o que fou testado? isso é caso sério.
    Li uma vez acho q eu aqui mesmo no planet que não se deve aceitar equipamentos para teste dos vendedores e que o certo é adquiri-los no mercado que muitos avaliadores fazem isso lá fora para evitar aparelhos mexidos pra ganhar nota boa.
    Será que isso não está acontecendo? parece que sim.
    O vendedor me disse que empresta o aparelho para teste. Se eu pegar o aparelho e abrir tirando fotos do interior, o Eduardo consegue ver se é o caso de um aparelho mexido? porque se for isso ferrou. Aí que os testes perdem todo o sentido.

    Parabéns pelo seu site bastante útil, e continue escrevendo seus artigos que nós pobres consumidores agradecemos.
    Abraços,
    Edevan

  3. Olá Edevan,

    Realmente esta é uma falha muito grande. Aceitar equipamentos de testes do próprio fabricante ou de seus representantes e importadores não é uma boa prática. pode acabar existindo algum comprometimento, certas influências e ainda o risco do equipamento ser selecionado de um lote com muita variação de qualidade ou vir ainda “preparado” para o teste.
    Não sei como é hoje, mas houve uma época em que a revista quatro-rodas adquiria os carros para testes de longa duração junto às lojas, em nome de terceiros, e montavam toda uma operação sigilosa para que os veículos não fossem identificados pelas montadoras para evitar que sofressem alterações na revisões, além de um atendimento diferenciado.
    Veja que o problema realmente é bem comum até em outros segmentos.
    Já critiquei isso antes, mas as publicações e os avaliadores acham suas metodologias infalíveis, e dão espaço fácil para que situações como estas ocorram.

    Normalmente as lojas não permitem que se abra um equipamento oferecido para teste ou em período de garantia. Se você vier a fazê-lo, será por sua conta e risco, podendo ser obrigado a ficar com o aparelho e ainda perder a garantia.
    Se mesmo assim desejar fazê-lo, deverá assinar um termo de total responsabilidade pelo ato e me encaminhar juntamente com as fotos.
    Posso tentar avaliar se houve realmente alguma manipulação no equipamento.

    Um abraço,

    Eduardo

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