Inversão de interesses

Quando vejo alguns testes em uma conhecida revista de áudio e vídeo nacional, e para alguns equipamentos (ou fornecedores) ela insiste em repetir a mesma coisa: “Preço não fornecido”, fico indignado ao ver que o interesse dela está mais direcionado ao vendedor do que ao consumidor.

É impossível alguém receber um equipamento para teste, já à venda no Brasil, direto do importador/distribuidor, e não saber o seu preço. Isto é menosprezar a inteligência de seu leitor.
Seria melhor escrever algo do tipo: “Não nos foi permitido divulgar o preço a pedido do vendedor”, e assumir logo que o compromisso principal da revista é para com o fornecedor.

Se isso não bastasse, fico mais indignado ao ver um comentário publicado de que um evento realizado pela mesma publicação passará a ser encerrado num Sábado, e não mais num Domingo: “Outra mudança há muito solicitada pelos expositores e agora atendida…”
E o visitante? Será que o visitante que trabalha terá que ficar limitado ao Sábado ou à sua restrita disponibilidade à noite? Afinal, quem mora mais distante de São Paulo pode perder algumas horas para chegar até o evento e, dependendo do horário que essa pessoa sai do trabalho, a visita acabará sendo bastante prejudicada.

Será que o consumidor terá que se sujeitar sempre às vontades do comerciante? Será que as publicações também têm que acatar todos os interesses destes comerciantes (ou digamos… dos anunciantes)?

Esperamos que pelo menos a organização deste evento seja mais cuidadosa, pois como já relatamos aqui no Hi-Fi Planet, o último foi decepcionante.

Sabemos que o anunciante tem um peso muito importante na lucratividade de uma revista, mas às vezes é necessário estabelecer limites para isso, para não prejudicar a seriedade e a confiabilidade da publicação, e também em respeito ao próprio leitor ou visitante de um evento, que se diz “Aberto ao público”.

2 Comentários

  1. Uma determinada revista nacional de vez em quando nos brinda com um “Preço Sob consulta”. Ora, o que isso quer dizer: o preço varia de acordo com o cliente, a voz, a hora em que vc pergunta, a roupa que está vestindo? Também me questiono com é possível um produto chegar ao Brasil sem ter preço de venda definido, é mais uma dessas coisas tipicamente brasileiras, onde tudo é segredo, tem que ser escondido, velado…Ou será por que é tão caro que a própria loja tem vergonha de dizer? Talvez seja medo da Recita Federal descobrir que o produto vale muito mais do que o declarado na alfândega, pode ser…

  2. Marcos,

    Também acho isso uma vergonha. Mostra claramente o compromisso da revista.
    O pior é que antes diziam “Preço não informado” !!!! Algo mais ridículo ainda. Até parece que eles recebiam o aparelho, testavam, devolviam e se esqueciam de perguntar o preço, quando qualquer um podia ligar na loja e tomar conhecimento do preço.
    Depois de tanto eu criticar isso, mudaram agora para “Preço sob consulta”. Outro absurdo.
    Aí vem a conversa de que o preço varia pelo dólar, que depende disso ou daquilo. É muito difícil informar que “na ocasião deste teste o equipamento custava X” ?
    Eu acho que a verdade é uma só, forçar o leitor a cair nas “garras” do habilidoso vendedor, que assim terá a chance de exercer sua perícia em convencer o consumidor a comprar o aparelho, muitas vezes com um preço ainda mais vergonhoso.

    É um absurdo !!!

    Obrigado pela sua participação.

    Um abraço

    Eduardo

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