Ignorância ou Medo?

Há sempre aquele que tenta desmerecer o óbvio, e que insiste numa direção que sabidamente não é a correta.
O que faz alguém defender aquilo que se mostra contrário às mais claras razões?

Burro

Recebi um longo e-mail do leitor Alberto Novaes, onde, entre outras coisas, ele pede a minha opinião sobre um texto que leu em uma publicação de áudio, onde o autor relata uma experiência supostamente vivida com o seu pai, onde ele, ainda menino, lhe questionou sobre a possibilidade das pessoas ouvirem de formas diferentes. A conclusão do relato é óbvia, e se mantém na direção de negar a todo custo tal fato.
Sim, fato !!!
A narrativa mais parece uma das histórias do mestre e do gafanhoto tirada dos antigos filmes de Kung Fu, onde o experiente ancião ministra conhecimentos ao aprendiz, tudo envolto de um certo clima filosófico.

A conclusão do texto é bastante superficial e infeliz, pois remete o leitor à uma resposta bastante simplista longe da importância e da complexidade do tema.
Essa, aliás, foi mais uma investida daqueles que tentam a qualquer custo desmerecer a conclusão de longos estudos que eu fiz nos últimos anos, e que já venho compartilhando com os leitores do Hi-Fi Planet há algum tempo, que relatam resultados bem animadores em suas experiências.
Nesta atitude desesperada de tentar derrubar esta tese que já restou provada em inúmeras oportunidades, estes teimosos combatentes de uma batalha perdida frequentemente caem em contradições e demonstram pouco ou nenhum conhecimento do assunto.

Curiosamente, eu senti certa resistência inicial de alguns colegas de publicações internacionais deste segmento, mas, essa desconfiança durou pouco, e foi acompanhada de algum receio de como este fato poderia comprometer o trabalho de avaliação de produtos que eles realizam de forma bastante subjetiva, baseado principalmente em seus ouvidos que agora tinham as suas eficiências colocadas em xeque.
Hoje a conversa mudou, e o tema já começa a ser abordado cuidadosamente em publicações internacionais como a The Absolute Sound e a não menos conceituada Stereophile.
Mas, por aqui, a resistência continua grande.

O que leva alguém a negar com todas as suas forças um fato amplamente comprovado? Neste caso, eu só consigo enxergar duas respostas: Ignorância ou Medo.

Quando rascunhei algumas linhas do que seria este novo texto, a minha intenção era simplesmente voltar a abordar o tema, aproveitando o gancho oferecido pela carta do leitor. Mas, eis que me chega a informação de que, novamente, tal recusa em aceitar o trabalho que fiz se fez presente na narrativa da avaliação de um produto feito pelo articulista de uma revista.
O amigo Luiz Carlos, do fórum Clube Hi-End, comentou alguns trechos realmente lamentáveis da postura do articulista, já bem conhecido pelas suas opiniões contraditórias que mudam ao seu bel prazer.

Naquilo que deveria ser mais um teste subjetivo de um produto, o citado articulista, que não declinarei o seu nome pois ele não merece este destaque, viaja pelo tema de forma totalmente desconexa ao assunto que deveria tratar, e de forma evidentemente ofensiva contra o fato de que o som ao vivo não é uma referência absoluta, justamente porque os nossos sistemas auditivos não são instrumentos de alta precisão e por isso estão, obviamente, sujeitos a variações de interpretação.

Eu realmente não entendo como o editor da revista permite esse tipo de manifestação em suas páginas, o que contribui para enfraquecer ainda mais a confiabilidade já tão abalada da sua publicação.
Mas, comenta o cidadão, que se acha um profundo conhecedor do tema, que há quem conteste a referência ao vivo, seja da cor, do sabor e do som, e que isso é absurdo e imperdoável.
Imperdoável, em minha opinião, é o autor ter opiniões contraditórias sobre os temas que aborda, citando numa oportunidade que a alta-resolução do som lhe parece tão artificial como a imagem de uma TV de alta definição, e depois afirmar que o som produzido em alta-resolução é bastante superior às gravações convencionais que conhecemos, e que ele ficou surpreso com a qualidade de reprodução de arquivos gravado neste formato. Pior do que isso foi tentar abordar este tema usando informação equivocada sobre formato de arquivos de áudio em alta-resolução, e que jamais recebeu um espaço de “errata” para que a informação absurda não resistisse ao tempo levando os seus leitores a mais um grave erro.

O pior é que a publicação que abrigou tão malfadado texto já foi alvo dos bem informados leitores do Hi-Fi Planet, que fizeram uma busca cuidadosa em edições anteriores da publicação e encontraram inúmeras citações comprovando que ela própria reconhece que ouvimos de forma diferente.
Então, a pergunta que fazemos é: Porque uma publicação que já assumiu indiretamente e até diretamente um fato lógico e incompreensível na época, se volta para uma posição contrária quando o fato é elucidado cientificamente e provado na prática?
Porque a mesma publicação que já escreveu em outras oportunidades com todas as letras que “ouvimos de formas diferentes”, agora nega essa realidade?
Porque esse articulista insiste em cutucar este tema em artigos que nenhuma relação tem com o assunto? Apenas para liberar o seu “devaneio ácido do mês”?

devaneios

A resposta para tentar explicar tão absurdas contradições, em minha opinião, se restringe a duas interpretações que podem até se fundir numa única resposta: Ou o autor deste absurdo texto ignora conhecimentos básicos ou especializados sobre o tema, ou tenta preservar interesses pessoais ou corporativos em sua própria vantagem, o que não é nada positivo para uma publicação que derrapa diante de um mercado bastante exigente e que não acredita mais nas ilusões que cercam o “misterioso áudio hi-end”, e que servem, apenas, para alimentar um mercado que investe em anúncios e patrocínios para publicações do gênero. Ainda, pior do que isso, alguns “avaliadores” destas publicações ainda são revendedores das marcas julgadas (sempre elogiadas) por eles mesmos.

É óbvio que a falta de formação adequada impede um sujeito de encontrar respostas para as suas pesquisas. Poderia alguém discutir detalhes de uma cirurgia cardíaca se não tiver uma formação científica específica? Seria possível alguém projetar um carro se não tiver conhecimentos mecânicos profundos? Pode alguém querer discutir características auditivas humanas baseado em sua experiência em dar “assessoria de áudio” a clientes que muitas vezes nada conhecem sobre o assunto?

Eu tenho uma longa experiência na área técnica, inclusive em áudio, e as minhas formações acadêmicas neste segmento são bastante extensas, apesar da mesma publicação já ter desmerecido a profissão de engenheiros, o que causou grande revolta a inúmeros leitores da publicação.
Mas, será que eu seria tão estúpido e leviano em apresentar as minhas conclusões apenas de ouvido (como fazem estes “avaliadores” em seus testes subjetivos), mesmo com o conhecimento científico que tenho na área?
Claro que não!!!
Entendo a responsabilidade que tenho quando publico um artigo aqui, e sei que as minhas opiniões vão influenciar pessoas, inclusive financeiramente, já que manter este hobby não é barato. E é por essa razão que não admito anúncios, comércio ou patrocínios neste espaço, pois a dependência comercial é algo bastante perigoso para a confiabilidade de qualquer veículo sério de informação.

Quando comecei a desenvolver este tema, procurei amigos médicos que conheciam o assunto, especialistas em audição que possuíam a formação científica e a prática profissional que eu não possuía. Investi muito tempo estudando casos concretos de avaliações auditivas, realizando experimentos e juntando conhecimentos sobre o assunto. Por várias vezes estes profissionais que me ajudaram me diziam que era engraçado eu estar tentando provar o óbvio, algo que lhes parecia até muito natural. Mas, eu explicava que a finalidade para qual era destinado aquele trabalho haveria uma resistência muito grande, pois surgiria um choque de interesses que culminaria com o rompimento de anos de conceitos errôneos, alimentados justamente por formadores de opinião que desconheciam totalmente o assunto.

Entendo o choque que estes “especialistas em hi-end” tomaram. Afinal, faltavam-lhes conhecimentos para muitos enunciados que propalavam aos montes em suas publicações. Além disso, o “mistério” fazia parte da “bruxaria” que envolvia o áudio com as suas infinitas soluções mirabolantes. E, pior do que tudo isso, como pode um “avaliador de equipamentos” aceitar que o que ele ouve pode estar distorcido da realidade?

Falar em referência para estes assustados “doutores autodidatas” era algo de difícil compreensão. Como poderiam admitir que aquilo eles ouviam “ao vivo” poderia também estar comprometido pelos desvios comprovadamente naturais do sistema auditivo humano? O que nos parece tão óbvio hoje parece ser o retrato de um filme de terror para estes “especialistas”.
A partir daí, em total desalinhamento com pronunciamentos anteriores, eles passaram a tentar confundir os seus leitores com comparações, no mínimo, superficiais e tendenciosas.
Diziam coisas do tipo: “se ouvimos diferente, como as pessoas podem identificar o som de um violão sem confundí-lo com o de um piano de cauda?
Porém, o que eu defendo é a conclusão de que o som ao vivo não é uma referência absoluta, pois mesmo ele está, obviamente, sujeito às variações de interpretação de nosso sistema auditivo. Jamais afirmei que poderia haver um equívoco de interpretação do som (ou do ruído, para melhor entendimento). Mas, tentam distorcer esse enunciado para provocar confusão ao tema, e assim levar o leitor à uma compreensão equivocada do mesmo.

Eu dei muitos exemplos no desenvolvimento deste trabalho. Até usei um que me lembro até hoje, onde a mesma publicação que afirma (hoje) que a experiência ao vivo é a única real, durante o teste de uma TV publicou a observação do avaliador onde este afirmava que a imagem daquela TV era melhor que a imagem ao vivo, impressão essa, segundo ele, compartilhada por outros amigos presentes ao teste.
Mas, afinal, poderia a imagem da TV ser então a referência para o mundo real? Ou estaria ela corrigindo distorções que a nossa visão proporciona na percepção ao vivo?
Vejam que absurdo, num momento a regra é uma, mas depois ela muda conforme a conveniência.
Isso se tornou corriqueiro nesta publicação que por inúmeras vezes sugeriu ou afirmou com todas as letras que nossos ouvidos eram diferentes, mas que hoje, convenientemente, nega isso a todo custo. Afinal, qual das duas posições é a verdade para eles?

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Portanto, quando vejo o retorno das mesmas provocações sobre este tema, acabo me perguntando se é apenas ignorância ou se existe alguma intenção desesperada de querer preservar a credibilidade de avaliações feitas “de ouvido” em equipamentos de anunciantes ou fornecedores, ou os dois simultaneamente.

Eu gostaria apenas de dar um conselho importante para quem quer manter uma publicação especializada viva: conheça o assunto abordado (se não souber, pesquise ou pergunte para quem conhece), seja verdadeiro em suas afirmações e afaste os interesses pessoais do objetivo de seu trabalho, sob o risco de contaminá-lo de tal forma que, além de prejudicar os leitores que ainda acreditam no que ela publica e buscam informações precisas sobre o tema, pode ainda deixar o ridículo registrado para a eternidade, vindo a ser alvo de desrespeito e até de piadas no futuro.

Basta uma leitura em nossos artigos anteriores e nos comentários de nossos maduros leitores para encontrar as inúmeras citações da referida publicação que contradizem suas opiniões recentes, ou apontam equívocos dos articulistas que fazem estas críticas, em temas que abordaram sem o devido conhecimento, registrando informações erradas, contradizendo-se frequentemente e o pior, registrando tudo isso sem as devidas “erratas” em nenhuma edição posterior.

É triste ver uma publicação que divulgou tanto o áudio hi-end no Brasil perdendo a credibilidade, abandonando as suas edições impressas e distribuindo gratuitamente arquivos digitais de edições cada vez mais distantes da realidade. Ninguém quer isso, Queremos, sim, tão somente ver o segmento de áudio crescer na direção mais honesta possível.
Me entristece ver esta situação, receber cartas de leitores reclamando que compraram revistas impressas e que não as receberam, sequer a restituição prometida dos valores pagos por elas.
Sinceramente, não é isso o que desejo para ninguém, principalmente para uma publicação que já teve articulistas muito sérios, responsáveis e bastante capazes.

Não se brinca com o leitor.
Precisamos ter consciência de que o que dizemos num veículo de informação vai provocar reações. Não se costuma dizer que toda ação tem uma reação (talvez ignorem este conceito científico também, afinal Isaac Newton era apenas um físico e não um avaliador de equipamentos de áudio)? Sendo assim, uma ação equivocada ou premeditada de nossa parte pode levar o consumidor de produtos de áudio em direções erradas, fazendo-o gastar de forma equivocada, e tornando aquilo que deveria ser uma diversão num eterno pesadelo. Isso sim faz com que os audiófilos deem voltas e mais voltas e cheguem ao mesmo lugar.

É isso que alimenta esse mercado de cabos esotéricos milionários, irresponsavelmente elogiados pelos mesmos leigos em tecnologia, e que faz com que o consumidor gaste fortunas em produtos inócuos, disfarçados com adjetivos exagerados e com um luxo que nada agrega ao desempenho de fato do produto.
Recentemente li uma avaliação de um cabo que custava um valor absurdamente alto, com argumentos técnicos muito longe da realidade comum, com fantasiosas explicações sobre a sua construção e a sua capacidade de conduzir o tão “misterioso” sinal elétrico, e algumas páginas depois vejo uma propaganda informando que o tal cabo “milagroso” era distribuído exclusivamente pela loja do editor !!!
Não acho que isso seja realmente necessário.
O leitor pode ser a única fonte de renda de uma publicação se ela for séria, confiável e realmente de grande importância para o mercado.

Finalizo este texto lembrando, mais uma vez, que é preciso parar de remar contra a maré e conhecer a responsabilidade e a importância da informação correta. Chega de alimentar “mistérios e bruxarias”. Nenhum outro segmento tecnológico do mundo sobrevive com tantas bizarrices, seja a telefonia, o segmento de vídeo, de informática, de equipamentos hospitalares ou espaciais, ou qualquer outro.

bruxasccc

É preciso parar com palhaçadas, pois este é um hobby sério, caro, e não um circo.
É preciso mais união, mais participação dos envolvidos e mais seriedade, principalmente na escolha de colaboradores que não conseguem controlar seus “devaneios ácidos”.

O Brasil já sofreu muito nas mãos de políticos que se mostraram mais preocupados com os seus próprios interesses, e hoje estamos pagando caro por isso. Não vamos deixar o nosso hobby seguir o mesmo caminho.

Vamos construir um novo futuro?

11 Comentários

  1. Essa revistinha está insuportável. Parece que cada edição é um dejavú das edições anteriores, e a arrogância desse revisor está tornando a revista ainda mais nauseante.
    Eu nem tenho baixado mais, mas lamento que este tipo de coisa ainda esteja acontecendo lá.
    Como você sugeriu, a revista tinha grandes nomes, mas hoje está com um time muito fraco e arrogante. Ali todo mundo está envolvido com negócios comerciais, de uma forma ou outra atuam no mercado.
    Parece um catálogo disfarçado que tem suas marcas protegidas. Veja a Elac por exemplo, aqueles painéis acústicos com elogios exagerados, os cabos, é cansativo demais.
    Realmente é uma pena como você disse, pois o mercado vai ficando órfão de informação. Mas, é preferível ter pouca informação confiável, como é o caso deste site, do que muita coisa pouco séria.
    Abração ao HiFi Planet.
    Sucesso para vocês
    Damião Negreiro – Recife

  2. Que lamentável ter que voltar a este assunto.
    O pior é que eles vão se isolando, porque o leitor consegue entender claramente a proposta apresentada pelo Sr.

    Não ligue para isso Eduardo. Deixe eles falarem sozinhos. Já estão sentindo na pele o que plantaram.

    Sugiro que direcione o seu tempo e energia para nos trazer mais artigos interessantes, onde todos nós ganhamos mais do que ficar dando ouvidos a esses caras.

    Boa sorte. Um abraço.

  3. Eu li esse comentário.
    Foi patético.
    Definitivamente estou abandonando esta publicação. Nem paciência para baixar de graça eu tenho mais.

  4. Eu já contei a minha história aqui.
    Comprei um produto, não sei se pode dizer qual é aqui mas se puder conto logo, e o produto era uma bosta. Mas foi tratado pelo mesmo avaliador desta revista como um produto mágico com qualidades difíceis de explicar, como ele mesmo disse.
    Só depois lendo lá fora, onde existe um pouco de seriedade ainda eu vi que fiz um péssimo negócio.
    Escrevi para ele contando o que tinha acontecido e numa me responderam.
    Fui enganado.
    Nunca mais li esta porcaria, e pelo que estou vendo não estou perdendo nada.

  5. Boa tarde amigos

    Eu acho bastante chato esse mal estar entre o Hi-Fi e a Audio e Video.
    Não tiro a razão do Eduardo, pois o pessoal da revista está pisando na bola demais. Está parecendo um pasquim hi-end.
    Eu ainda leio a revista, mas só para me atualizar das novidades, pois quando entra as opiniões dos revisores eu ignoro, pois sei que ali existe outra personalidade e os interesses pessoais dominam.
    Já tive a coleção desde o primeiro número lançado em banca, mas perdi quase tudo numa infiltração de água que tive em casa enquanto estava fora.
    Sempre apreciei a revista, e sim, ela teve colaboradores muito melhores. Este atual é péssimo. Não sabe nem escrever direito e erra muito mesmo.
    Mas, eu gostaria muito que o Hi-Fi se juntasse com a revista, com o pessoal da velha guarda, e juntos ajudassem a revista a sair da situação em que se encontra.
    É a única publicação nacional e deveríamos ajudá-la nesse momento, para um futuro melhor como sugeriu o Eduardo. Nada que um almoço ou um café cordial entre as partes não resolveria.
    O Eduardo tem muito para oferecer e colaborar. A revista já existe e tem o espaço pronto e a experiência editorial do seu diretor. Porque não juntar isso e formar um novo time de feras?
    Vamos lá pessoal.

    Boa sorte a todos.

    Janio

  6. Grande Edu,

    Bronca perfeita e merecida.

    Não consigo entender isso. Por várias vezes eles já citaram que ouvimos diferente quando isso foi conveniente para eles, e quando alguém chega e explica o porque, eles ficam nervosinhos e negam tudo.
    Estão parecendo políticos brasileiros. Não sei de nada e nego que fiz isso.

    Está na hora desse pessoal procurar outra coisa para fazer na vida.

    Quando você aparecerá aqui pelo Rio?

    Abraços

    Emílio

  7. É mesmo impressionante como eles insistem nisso.
    Já vimos tantas contradições no que afirmam que já virou piada, e mesmo assim eles insistem em negar. Ignorância? duvido.
    Eles tem medo de assumir que muito do que defendem está absolutamente equivocado.

    Aliás, o Hi-Fi planet me abriu os olhos para muita coisa. Aprendi a entender muito do universo do áudio que na verdade não tem nada de voodoo como tentam nos convencer.

    Claro que isso irrita muita gente. Um vendedor me disse recentemente que o Hi-Fi planet está mostrando muitas coisas que os comerciantes, fóruns e sites queriam bem escondidos do mercado.

    Parabéns para o Hi-Fi planet pelo que tem feito por nós, e danem-se estes que criticam. Todos tem o rabo preso de alguma forma.

  8. Não li o artigo, mas pelo que o Eduardo escreveu nem vale a pena procurá-lo, já foi tudo dito aqui. Essa revista já foi muito boa no passado, mas nos últimos anos é inegável que as matérias são produzidas com base nos interesses ($$$$) dos revendedores e tive a impressão que o articulista famoso e dono da revista, algumas vezes escreveu sem ter sequer ouvido o equipamento, comentários de pessoas do meio corroboram que em alguns casos o “teste” foi feito sem a presença do equipamento, foi tudo combinado para vender o dito cujo. Mas, mudando de pato pra ganso, Eduardo, leste o Audiophile News n.307 do Sr. knirsch? Foi bem ao encontro de suas idéias, um cabo de 200 euros saiu-se muito bem comparado a outros de milhares de euros. Reproduzo aqui um trecho do artigo:
    “…A AUDIO alemã, de 06/16, analisou 15 cabos de caixas acústicas, onde cada par possuía 3m de comprimento, das seguintes marcas: Audioquest, Goldkabel, In-Akustik, Kimber, Mogami, Oehlbach, Real Cable, Silent Wire, Stockfisch, Straight Wire e Wireworld.
    Os preços destes cabos analisados variam bastante no mercado. O mais em conta deles é o Goldkabel Chorus SW, que custa 200 Euros, e o mais caro, custando 5.000,00 Euros, é o Kimber KS6063. O melhor cabo, dentre os testados, como era de se esperar, foi mesmo o mais caro, o Kimber KS6063, com excelentes corpo harmônico e resolução, porém apresentando este preço mais salgado. Já o segundo lugar foi conquistado pelo cabo TTC-4, desenvolvido pelos estúdios Stockfisch, que custa 1.250 Euros, e que é mais barato do que muitos dos outros cabos testados pela revista. Mas a grande surpresa foi o cabo Chorus SW, da Goldkabel, que é um cabo de entrada e que inesperadamente se sobressaiu, possuindo, portanto, uma excelente relação custo/benefício (200 Euros). A surpresa foi tanta que a redação da revista chegou a ligar três vezes para o fabricante para confirmar se o preço do TTC-4 era esse mesmo.”
    Muito interessante, não é?
    Abraços

  9. Olá Eduardo
    Tudo bem?
    Há muito tempo acompanho o seu trabalho no HiFi Planet, e só tenho que lhe agradecer por tudo que aprendi aqui.
    A sua forma de abordar os temas sem mistério, com simplicidade e imparcialidade são marcas registradas do seu site.
    Eu já fui mais um audiófilo frustrado que quase abandonou o hobby por achar que ele era muito complicado e feito para uma elite milionária privilegiada.
    Depois que comecei a ler os seus artigos e perceber que o mercado é quem tenta impor esta dificuldade de acesso ao hobby, adquiri uma visão mais ampla que me ajudou a encontrar o que eu procurava.
    O grande “pulo do gato” nesta longa caminhada foi o seu trabalho sobre personalização de sistemas. Segui o seu roteiro, fiz um teste auditivo completo, levantei toda a curva acústica da minha sala e do meu sistema, e com a ajuda do anti-mode eu fiz a readequação de tudo para a minha audição particular. Foi um susto ver que houve uma mudança bastante significativa em relação ao que eu achava certo, inclusive considerando realmente que o que eu ouvia ao vivo era a minha referência certeira, pelo menos eu achava isso.
    Demorei para entender aquela mudança que passei a ouvir, estranhando muito o novo sistema que ganhei. Mas depois percebi que eu havia ganho uma clareza e um realismo impressionantes que eu jamais tinha percebido antes, mesmo nas apresentações ao vivo.
    Sou muito agradecido a você e ao HiFi Planet por esse amadurecimento, pois até então as minhas referências eram equivocadas.
    Uma das referências que eu tinha eram as publicações especializadas, que hoje vejo que de especialização elas não tem nada.
    E esse é o ponto que acho importante ressaltar aqui.
    É evidente a intenção das publicações em forçar o consumidor a gastar. Tudo que elas testam é o “grande salto cósmico” para levar o nosso sistema para um patamar ainda mais elevado.
    Parece que a cada mês a tecnologia dá um salto gritante de evolução e o que você tem em casa se torna obsoleto. Cabos então nem se fala. Aqui o exagero extrapolou todos os limites, criando inclusive uma legião de “fanáticos” que parecem ter sofrido uma lavagem cerebral, chegando ao extremo de gastar fortunas em cabos mágicos e de ainda acreditarem que ouviram diferenças para melhor. Falo isso com propriedade pois desbanquei dois amigos numa audição que fizemos na casa de um deles, e hoje a credulidade deles sobre cabos voodoos está no negativo. Ficaram surpresos como estavam cegos (ou surdos rssrss) em relação a supervalorização que criaram em torno dos cabos de áudio.
    Diante de tudo isso é possível entender a forte reação da revista que tenta a todo custo manter viva uma filosofia de trabalho que tem servido principalmente aos interesses do mercado fornecedor, mas não do mercado de consumo.
    É evidente que eles já sabiam que as suas “referências precisas” não eram tão precisas assim, e que que tinha algo cheirando mal naquela história.
    No passado a revista ainda contava com participações inteligentes no que se referia à compreensão dos fenômenos do áudio, mas depois foi caindo e perdendo articulistas importantes dando lugar a participações que chegam a causar náuseas.
    Li o comentário ao qual você se refere, e é realmente um exercício de pobreza intelectual. Um ataque desesperado e sem sentido para tentar defender um conceito que nem eles mesmos acreditam como já provaram inúmeras vezes em muitas outras oportunidades.
    Eu acho que a dita revista já paga pelos seus equívocos, pela adoção de uma linha de conduta muito distante daquilo que já se conhece hoje. Hoje a informação anda mais rápida e cria suas bases de conhecimento com mais precisão.
    Do meu grupo de amigos audiófilos, formado em média por uns 12 colegas, tenho conhecimento que somente eu li a última edição digital da revista, por outro lado, a maioria acessou o HiFi Planet para ler seus últimos comentários.
    A revista precisava adequar-se à nova realidade, substituir estes articulistas que deveriam estar num site próprio para ficar soltando o seu veneno e criticando quem não merece. Se ela não se recompor dos erros que cometeu, logo não existirá mais. Sei que vários anunciantes estão perdendo o interesse em anunciar na revista. Sei também que alguns procuraram o HiFi Planet para colocar os seus anúncios, o que não foi permitido. É o mercado se acomodando às novas realidades.
    Acho que não vale mais a pena perder tempo com quem já está sem credibilidade. Duvido que a maioria hoje não perceba a diferença de propostas da revista e do HiFi Planet e não consiga discernir o óbvio.
    Agradeço a atenção que tenha dispensado nesta leitura e te desejo muito mais sucesso no HiFi Planet, que já é referência de informação entre os amigos aqui de minha região.
    Atenciosamente,
    Dionísio Andrade Mello

  10. Achei que esta revista tinha fechado, mas tomei conhecimento de que ainda se mantém em versão digital.
    Baixei algumas edições e pude perceber que não mudou nada, continua superficial e repetitiva, com suas avaliações sempre cansativas e generosas.
    Lamentavelmente esse colaborador ainda consegue espaço para continuar escrevendo coisas como estas, tornando a leitura desta revista ainda mais cansativa.
    Não perdi nada em não ter lido estas versões gratuitas, que na minha opinião o tempo gasto para baixá-las não vale a pena.
    Ainda recorro as boas publicações estrangeiras como a Stereophile, Absolute Sound, Hi-Fi Choice e outras que dão de 1.000 a zero nesta nacional.
    Pela quantidade de anunciantes que sobraram e pelos textos que estão publicando, acho que em breve nem a edição digital de graça existirá mais. Pra mim totalmente dispensável.

  11. Sou novo por aqui, mas parabéns pelo artigo, é de pessoas assim como você que precisamos para ajudar a nos proteger de tantos mitos e artifícios “exotéricos” como citou, isso as vezes criam em nós uma falsa sensação de satisfação motivada 99% pelo simples efeito placebo, e disso muitos se aproveitam.
    Parabéns!
    Vou ler muita coisa boa por aqui, muito material interessante.

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