Construindo uma sala de áudio (e vídeo) dedicada – 6ª Parte

Instalação e escolha dos equipamentos

Antes de tratarmos de forma mais abrangente esta etapa do projeto, vamos falar de um item importante no que se refere à instalação dos equipamentos.
Apesar de para alguns o tratamento de vibrações ser mais um “voodoo”, a verdade é que a cada dia muitas pessoas têm descoberto as vantagens de tratar as vibrações que chegam ou são geradas pelos nossos equipamentos. O que antes se limitava a áudio hi-end, passou a ganhar notoriedade também em vídeo.

Por tudo que já li e experimentei sobre o assunto, a conclusão que cheguei é que tratar essas vibrações é importante, e possibilita melhorias na qualidade final de reprodução.
Percebi que não existe uma regra geral neste caso. Alguns equipamentos se beneficiam mais, outros menos, com a utilização de dispositivos de controle de vibração.
Prefiro dizer “controle” do que “anti-vibração”, pois em todos os testes que fiz, os dispositivos testados controlaram melhor as vibrações, mas não as eliminaram totalmente.
A solução mais completa vem da utilização destes componentes e dos cuidados com o local da instalação.

Descobri que existem dois tipos de vibrações mais importantes, a horizontal e a vertical. Na horizontal, o equipamento sofre oscilações de lado ou de frente, e na vertical de baixo para cima (ou o inverso).
Muitos dispositivos tratam das oscilações horizontais, normalmente empregando sistemas de esferas em bases côncavas metálicas. Esses dispositivos, até pela rigidez de seus componentes, não atuam, na sua maioria, no eixo vertical.
Os dispositivos “macios” que testei apresentaram resultados que achei bem mais interessantes. Há uma vantagem nisso, normalmente são mais baratos.
Não é o objetivo aqui criar qualquer tipo de polêmica sobre o assunto, mas tão somente divulgar os resultados que obtive e as soluções empregadas em meu sistema.

De todos os dispositivos que testei, inclusive alguns construídos por mim e até sugeridos neste site, os que acabaram encontrando lugar sob os meus equipamentos foram os “Vibrapods” ( http://www.vibrapod.com ) e os controladores de vibração VC-12 ( http://smurf.com.br/loja/product_info.p … ucts_id=30 ) do Engenheiro Marcelo, um apaixonado pelo áudio hi-end e pesquisador sério de seus temas relacionados.
O primeiro, da “Vibrapod”, é difícil de ser encontrado no Brasil. Não custa caro lá fora, e o mais recomendável é o modelo “tradicional”. Particularmente, não percebi vantagens na combinação com o modelo “cone” nos teste que fiz.
Recomendo, ao utilizá-los, colocar entre eles e o equipamento uma peça circular rígida, que no meu caso pedi para fazer em acrílico. Percebi que o resultado foi bem melhor, com a adequada distribuição do peso sobre a peça.
Sob os vibrapods, recomendo a utilização de cartões plásticos, pois a borracha utilizada neste produto pode manchar a base onde forem instalados.

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Teste com o uso do vibrapod. Observe o disco de acrílico instalado entre ele e o equipamento, e a folha plástica logo abaixo do dispositivo.

Já o VC-12 foi uma grata surpresa. Bastante barato, proporcionou um resultado ainda melhor que o “vibrapod”, apesar de não ser tão discreto como aquele.

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Teste com o VC-12, barato e bastante eficiente.

O que se esperar com esses dispositivos?
Em sistemas hi-end ou hi-fi de qualidade uma sensível melhora na precisão sonora (detalhamento, palco e menor fadiga auditiva). Em vídeo, uma imagem mais precisa (nítida), algumas vezes com menor ruído visual.

Notei mais vantagens com a aplicação destes dispositivos em CD e SACD players, DVD e Blu-ray players, toca discos de vinil e amplificadores valvulados. Em meu caso, um amplificador Creek inglês também mostrou boa vantagem com uso em estéreo, e por isso recebeu um conjunto de controladores de vibração. Quando este amplificador foi direcionado para HT, já não obtive tanta vantagem. Não é muito comum estes dispositivos apresentarem alguma vantagem em amplificadores transistorizados ou receivers.

O ideal é que a base seja bastante rígida. As bases que utilizo são formadas de espesso MDF, rigidamente fixadas numa estante robusta travada em uma parede de tijolos. Não existe qualquer vibração do móvel.

Como eu já disse anteriormente, muitas vibrações chegam ao equipamento pelo ambiente, das caixas acústicas, do subwoofer e outras que nem imaginamos existirem. Outras são geradas pelo próprio equipamento, transformadores, motores e o próprio giro dos discos (CDs, SACDs, DVDs, etc.)
Quanto mais firme a base onde está instalado o sistema, menor as vibrações do conjunto.

Sob as caixas acústicas, normalmente se utilizam os spikes, que afirmam ter a propriedade de desacoplar as caixas do ambiente. Na minha opinião, isso é uma bobagem, e esse desacoplamento não ocorre. A única vantagem que notei até hoje com os spikes é uma maior firmeza das caixas, pelo contato mais “pontual” das caixas no piso, mas estes dispositivos não isolam qualquer vibração, porém recomendo sua aplicação pela vantagem citada.

Subwoofers são um caso à parte. Eles geram muito mais vibração, e por dois caminhos. O primeiro pela própria caixa, e o segundo pelo som, já que existe movimentação de muito ar na faixa de freqüência que ele opera.
Assim, a recomendação nestes casos é posicionar o subwoofer sempre no chão, jamais em móveis. E também usar o subwoofer de forma correta, que é integrado ao som, e não como uma atração à parte, como costumo ver em muitas instalações.
Os graves do subwoofer devem complementar os demais sons, serem precisos e corretos, e não tremer tudo que tem no ambiente com aquele grave irreal e exagerado.

Essas providências ajudam a obter um resultado bastante interessante no que se refere às vibrações.

Cabos e cabos…

Vamos tratar aqui de cabos de interconexão e de caixas acústicas. Sobre os cabos de força, já tratamos na parte de instalação elétrica.

Quanto se deve gastar em cabos?
Enquanto alguns especialistas dizem que o valor total de cabos de um sistema deve ficar em torno de 10, 12 ou até 20% do valor total dos equipamentos, a verdade é que estabelecer um percentual tão “preciso” é uma de outras grandes bobagens do mundo do áudio e vídeo de qualidade. Simplesmente, não existe uma relação.

Vamos entender como funciona esse universo dos cabos.

Quando falamos em cabos, estamos falando daqueles que interligam os equipamentos (também chamados de interconexão), de caixas acústicas e de força. Como cabos de interconexão, incluímos também os cabos de condução de sinais digitais e de vídeo.

Uma regra: quanto melhor o cabo, melhor o resultado que um sistema de verdadeiramente hi-end é capaz de apresentar.
Uma outra regra: A qualidade de um cabo não necessariamente é proporcional ao seu preço. Esqueça que cabo bom é cabo caríssimo.
Demorei para aprender isso, diante de tantas informações absurdas que acompanhamos nas publicações sobre o assunto. Só na prática e em publicações européias mais sérias pude realmente compreender melhor essa “ciência”.
Dito isso, ficamos agora diante de uma situação bastante difícil, a de qual cabo escolher para o nosso sistema.

Cabos são fornecidos com materiais diferentes, tanto condutores como isolantes, e com tecnologias construtivas também diferentes.
A maior dificuldade é que cabos não dispõem de dados técnicos objetivos sobre suas qualidades. Não informam, como vemos, por exemplo, comparativamente em equipamentos de áudio: relação sinal/ruído, resposta de freqüência, faixa dinâmica, taxa de amostragem, etc…
Quando muito, os fabricantes informam quais os materiais utilizados nos condutores e nos isolantes, e a bitola do condutor.
Isso nos diz muito pouco, e praticamente nada para quem pouca familiaridade tem com eles.
Eu, por exemplo, aprecio muito os cabos que utilizam prata em sua composição, pois acho que este material apresenta um resultado bastante interessante. Mas, não é todo condutor que utiliza prata que funciona bem. O melhor cabo que possuo utiliza uma combinação de prata e ouro em sua fabricação. Um ótimo cabo, mas desnecessariamente caro demais.

Não há como ter certeza de como um determinado cabo vai se comportar em cada instalação. Não existe uma regra para isso.
Cada equipamento é um caso. Uma marca pode se dar melhor na interconexão analógica entre o DAC e o amplificador, e, ainda no mesmo sistema, outra marca pode se comportar melhor na transferência do sinal digital entre player e DAC, e uma terceira marca pode se mostrar mais adequada para ligar o amplificador às caixas acústicas.
Porém, uma coisa é certa, cabos de baixa qualidade apresentam resultados bastante limitados.

No passado, cheguei a construir um cabo de algumas dezenas de reais, e fornecer para um amigo testá-lo em seu sistema hi-end, sem informá-lo (ou confundindo-o) sobre a procedência do cabo. Ele foi aprovado com louvor por este amigo e seus colegas audiófilos.
Mas, o cabo combinou com o sistema deles, valvulados mais antigos. E, também não apresentou o mesmo resultado por muito tempo, deteriorando-se rapidamente, mais em função dos conectores de baixa qualidade utilizados.
Num sistema hi-end mais atual, o cabo já não apresentou tantas qualidades, mostrando inúmeras limitações.
Isso prova que um cabo para apresentar um bom resultado não precisa ser necessariamente caro, principalmente quando o utilizador do sistema é incapaz de perceber diferenças entre um cabo de qualidade e outro ordinário, ou o sistema não puder tirar proveito destas qualidades.
Mas, a regra nos mostra que cabos de melhor nível proporcionam resultados superiores. Em meu atual sistema, o “cabinho” construído com um baixíssimo custo (cabo de antena com conector imitado de ouro) , deteriorou as qualidades do sistema.

A melhor maneira de identificar os cabos certos para o nosso sistema é testando-os. Instala-se cada cabo, aguardam-se algumas horas para que ocorra a estabilização de suas características, e compara-se os resultados com o modelo que estava em uso.
É preciso muito cuidado aqui. Já vi pessoas ao avaliarem um cabo dizerem que ele “abriu os agudos”, e acharem assim que apresentou um desempenho superior.
Na verdade, ele aparentemente criou um reforço na faixa de altas frequências (reduzindo o nível das demais), e forneceu um resultado que considerei falso, pois reforçar uma característica do som não significa necessariamente que ele melhorou.

O mercado mostra que para sistemas hi-end cabos de boa qualidade (normalmente um pouco mais caros) apresentam melhor desempenho, mas, na prática, muitos desses cabos não apresentam essa diferença que se apregoa por aí.
O que quero dizer é que alguns cabos caros absolutamente não valem o que se pedem por eles.
É preciso testá-los e confirmar caso a caso as suas vantagens. Se o revendedor não permitir o empréstimo para isso, busque outra marca.
Existem diversas marcas de cabo com resultados bastante semelhantes, porém com preços bastante diferenciados.
Podemos simplificar dizendo que bons cabos custam mais caro (pelo menos no Brasil…), mas nem todo cabo caro é bom suficiente num sistema hi-end.

Voltando ao valor do cabo por equipamento, apenas para se ter uma idéia, eu utilizo ainda hoje num amplificador hi-end inglês para HT, classificado nos níveis mais altos das listas de avaliações, um cabo de interconexão ao DVD player que custa quase tanto como o próprio amplificador.
Já vi sistemas em que um cabo para a mesma finalidade custava um décimo do valor do amplificador. Em meu sistema dedicado de áudio, já utilizo um cabo que vale perto de 30% do amplificador.
Mas isso é um mero acaso, veio de uma época em que as condições me leveram à isso, principalmente um fator chamado “enganação”. Poderia ter sido um cabo de 1 ou mesmo de 100% do valor do amplificador, e o resultado não seria tão diferente.
Portanto, esse negócio de que você deve gastar “x %” é mais para convencê-lo a comprar cabos mais caros do que realmente um conselho útil.

Como já disse anteriormente, prefiro cabos com prata em sua composição, mas existem muitos outros bem interessantes, e que podem até funcionar melhor em outros sistemas.
Dos cabos nacionais, apesar da massiva propaganda que existe com outras marcas “anunciantes” da “imprensa especializada”, gosto muito dos cabos da by Knirsch de interconexão. Para caixas acústicas, os antigos cabos da by Knirsch não me agradaram em meu sistema, e não tive ainda oportunidade de testar os novos. Nestes casos, já recomendaria alguns excelentes cabos importados.

Dos cabos fabricados no exterior, existem muitos exageros, não somente sobre seus desempenhos, mas também em relação ao preço.
Tem marcas muito caras, que em testes específicos mostram resultados similares ou até inferiores a outras marcas também conceituadas, porém numa faixa inferior de preço.
Nesta faixa de excelentes cabos por preços honestos, podemos citar a QED, fabricante inglês que produz cabos de excelente qualidade, inclusive com composição em prata. Numa faixa superior, temos a Siltech. Quem quer colocar as mãos no que existe de melhor, pode confiar nos produtos da Siltech, renomada internacionalmente, apesar de também praticar preços fantasiosos. Os cabos da Chord e Audioquest também são bastante interessantes em várias categorias de sistemas.
Essa recomendação estende-se aos cabos de caixas acústicas, interconexão (inclusive digital), e em alguns casos também para vídeo HDMI.

Há muitos outros fabricantes de “grife” que se mantém em evidência no mercado. Testei inúmeras marcas e modelos, mas apesar de até ter visto alguns testes favoráveis em outras publicações, eu não recomendaria alguns cabos, ou porque não apresentam as qualidades propaladas, ou porque possuem similares a preços mais interessantes.
Muitas destas marcas podem ser encontradas no Brasil, através de importadores que colocam o preço destes produtos num patamar inaceitável.
Para quem possui cartão de crédito internacional e tem facilidade de uso da Internet, o melhor é adquirir esses cabos diretamente no exterior.

Seguem algumas fotos de cabos de boa qualidade:

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Modelo importado fabricado pela Siltech, porém desnecessariamente caros.

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Modelo nacional para interconexão fabricado pela by Knirsch.

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Cabo de transferência digital ótico, fabricado pela inglesa QED.

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Cabo HDMI fabricado também pela QED.

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Cabo de caixas acústicas da QED.

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Imagem que mostra detalhe de um conector e fiação de qualidade.

Em meu sistema, uso cabos da by Knirsch, Siltech, QED e outros mais simples para finalidades menos exigentes.
Seguem algumas fotos:

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Cabos de interligação. Os dois cabinhos curtos brancos da QED substituem os “jumpers” que interligam o pré-amplificador (na verdade um atenuador passivo) à etapa de potência.
Mais à direita, cabo alemão de prata para interligação de DVD player (canais frontais). Ao lado, cabos Siltech para ligação do SACD/CD player. E, ao final do lado direto da foto, cabos by Knirsch nacionais, ligados num DAC.
As saídas de caixas estão sem cabos, pois na época da foto foram retirados para ligação de teste de novas caixas e amplificador dedicados para áudio estéreo.

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Cabos Siltech na saída do SACD/CD player. É importante haver espaço entre os conectores de saída para utilização de cabos com conectores melhores.

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Repare que mesmo a TV de plasma recebeu cabos de boa qualidade para obter melhor imagem.
O mesmo cuidado existiu com o projetor.

Na atualização de minhas antigas caixas B&W, hoje utilizadas para HT, somente a substituição do cabeamento interno original por cabos especiais da QED (Revelation Signature) já surtiram uma mudança significativamente positiva. Ou seja, até o cabeamento interno da caixa tem um papel importante.

Tão importante quanto os cabos, são os conectores. A boa notícia é que cabos de qualidade (importados) utilizam conectores também de qualidade, e não é preciso se preocupar muito com isso. Quem quer tentar melhorar um pouco mais um cabo com conectores mais atuais e de desempenho superior, pode tentar trocá-los, como fiz recentemente com um cabo Siltech, com bons resultados. Mas, tenha cuidado, é preciso habilidades específicas, conhecimento sobre o que se está fazendo, e ferramentas e materiais adequadoa (a solda por exemplo deve ser especial para este fim).

Algumas recomendações sobre cabos:

1. Jamais dobre ou enrole os cabos.

2. Mantenhas os cabos afastados um do outro, principalmente os de interconexão e vídeo com os de força.

3. Limpe periodicamente (pelo menos semestralmente) os contatos dos cabos e dos equipamentos. Ensinamos como fazer isso aqui mesmo neste site.

4. Não se prenda a marcas famosas. Teste os cabos sem pressa. Não é possível avaliar um cabo em algumas horas apenas.

5. Cada cabo é perfeito para um determinado sistema. Esqueça as avaliações que pontuam cabos de forma tão precisa. Isso não existe.

6. Não adianta tentar evitar. Para sistemas hi-end de alto nível, os cabos mais adequados custam um pouco mais caro (mais uma vez lembrando que, porém, nem todos os cabos caros são adequados). Para outros sistemas (hi-end intermediário e hi-fi), podemos encontrar produtos um pouco mais acessíveis. Mas, não confunda caro com excessivamente caro. Muitos cabos são caros apenas no Brasil.

7. Cuidado com certas marcas cultuadas em excesso. Toda marca exageradamente elogiada requer alguns cuidados. Para ligação de vídeo, os cabos da QED, Monster (os modelos superiores do fabricante), Chord, van den Hul (modelos top do fabricante) e outras são mais recomendadas. Cabos da Copartner, por exemplo, têm muita fama, mas possuem desempenho apenas razoável (sofrível dependendo do modelo).

8. Não se importe tanto com a aparência dos cabos. Alguns são propositalmente bonitos para ganharem valor. Os cabos QED, por exemplo, possuem uma aparência relativamente simples, mas são bastante recomendados na maioria das aplicações.

9. Não deixe os cabos mais compridos que o necessário.

10. Troque os cabos a cada 5 (cinco) anos ou menos, dependendo do cabo e da sua aplicação. A tecnologia evolui, e os novos modelos normalmente são mais aprimorados que aqueles mais antigos.

11. Não acredite nas afirmações que cabos não fazem diferença. Também achei isso um dia. Você pode ter alguma limitação auditiva que o impeça de ouvir as diferenças, já que nunca são tão “gritantes” como afirmam também alguns exagerados. Esse negócio de que qualquer cabo “ordinário” funciona bem num bom sistema é uma grande bobagem.

12. Evite que cabos de caixa em equipamentos hi-end fiquem diretamente sobre o piso. Existem espaçadores para esta finalidade. Se preferir, e tiver habilidades para isso, construa seus próprios espaçadores com as inúmeras sugestões que existem na Internet (em breve postarei uma aqui). Não sei explicar os motivos, mas isto faz diferença.

13. Cuidado com conectores que alguns vendedores e fabricantes afirmam serem banhados a ouro. Muitos não o são, utilizando-se de material parecido, porém de baixíssima qualidade. Já vi isso inclusive de importador brasileiro que adquire os cabos em rolos e monta os conectores aqui. Para se ter uma idéia, o corpo do conector era em zamac (uma liga de zinco), um material barato e muito ruim mecanicamente e também como condutor elétrico. (o cabo que testei – um modelo van den Hul – teve seu conector quebrado no momento de encaixá-lo no equipamento).

14. Não deixe o corpo dos conectores RCA encostados um ao outro. Coloque entre eles uma folha plástica rígida, como aqueles visores de pastas suspensas (isso ainda existe?), um pedaço de cartolina, ou mesmo de uma tampa de plástico de pote de margarina, por exemplo, recortada no tamanho necessário.

15. Não use produtos em spray para limpar contatos. Eles podem seu usados para a limpeza como recomendamos em outro tópico deste site, mas não simplesmente aplicado sem qualquer outra providência.

16. Antes de adquirir cabos RCA com conectores mais robustos (como aqueles com ajuste de pressão), verifique se o seu equipamento dispõe de espaço para sua fácil colocação e retirada quando necessárias. Alguns equipamentos possuem conectores tão próximos que torna-se muito difícil manipular esses cabos depois.

17. Nunca puxe os cabos pelo próprio cabo, mas tão somente pelo conector.

18. Um detalhe muito importante, cabos podem sofrer variações construtivas no processo de fabricação (já vi isso), e dois cabos iguais podem apresentar resultados ligeiramente diferentes.

Nesta última etapa de nosso artigo sobre sala de áudio (e vídeo) dedicada, vamos fazer um rápido comentário sobre os equipamentos.
Este capítulo terá opiniões bastante pessoais, porém com base em muito estudo e experiências.

Como sempre, buscarei ser verdadeiro em minhas observações, que muitas vezes ferem interesses de terceiros, e o que inevitavelmente resulta em críticas que surgem nos mais diversos lugares, sejam em veículos impressos, em sites, fóruns, e até mesmo em um grupo de pessoas, como recentemente ocorreu em um curso ministrado por um especialista (?) em áudio, obviamente focado em seus interesses comerciais junto com seus anunciantes. Como isso não existe neste espaço (que não recebe qualquer benefício financeiro – e nem tem este objetivo), ficarei à vontade para fazer meus comentários com total honestidade e imparcialidade.

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